segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Algo em Mente ou Pensar em Algo? A Natureza dos Objetos e do Pensamento.
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Os objetos intencionais têm como essência a objetividade que busca na correlação com a teoria do ato intencional a análise da objetiva dos juízos: “Nessa passagem fica claro que a noção de objetividade é o cerne da discussão. A noção de objeto é introduzida para explicar esse aspecto de ter objetividade.” (BRAIDA, 2013, p. 170), sendo o ato mental, a representação e a atividade psíquica do pensar não representar algo que não seja objeto representativo, “[...] ato mental é uma representação ou está fundado numa representação, e de que a atividade psíquica não pode jamais se reportar a algo que não seja objeto de representação, no sentido de que a mente não pode considerar o que não é nela representado.” (BRAIDA, 2013, p. 172).
E nesse contexto, “[...] a palavra “objeto” tanto significaria o conteúdo pensado (o representado) quanto o que é visado pelo pensamento (o que se apresenta no representado).” (BRAIDA, 2013, p. 173). Assim, o pensar conceitualmente, necessita de sentido sem depender da noção de referência a objetos existentes em e por si mesmos, ou seja, o conceito dentro de uma relação intencional em que o objeto está em questão, sem está ligado diretamente à propriedade da consciência humana, sendo também e anterior ao conceito de significado linguístico.
Desse modo, o pensar de um objeto está intrinsecamente ligado á intencionalidade, o ato consciente e o discurso: “Um objeto puramente intencional seria aquele visado por um ato consciente, psicológico ou semântico, que não pode não ser senão um objeto de pensamento ou discurso.” (BRAIDA, 2013, p. 176). Ou seja, a objetividade da consciência e da expressão linguística, exige um correlato objetivo, tendo em vista que os atos da consciência têm sempre um objeto, mesmo quando o objeto a que a consciência se dirige venha a não existe.
Outro ponto, no que se refere ao pensar, é o da “não intencionalidade”, que afirma que toda consciência pode pensar sobre um objeto, não importando se esse determinado objeto é real ou não, ou seja, se existe ou não, “[...] “inexistência intencional” do objeto, no sentido de que toda consciência tem um objeto, não importando se esse objeto é real ou não, se existe ou não.”, (BRAIDA, 2013, p. 177). Assim, o sentido da existência dos objetos relacionado entre a consciência e a linguagem, pode não prover essencialmente existência de algo, “O sentido (Sinn), no qual se funda a consciência e a linguagem, não necessariamente é um sentido para algo existente, isso compreendido como implicando a existência de algo independente e real, ou seja, uma entidade.” (BRAIDA, 2013, p. 178).
Assim o ato do pesar algo ou alguma coisa se caracteriza sua inexistência ontológica, mas dentro de uma existência intencional, onde o objeto é colocado na direção intencional do fenômeno psíquico, “Dizer algo de algo não implica afirmar a existência daquilo acerca do que é dito alguma coisa, mas tão somente a suposição de que se trata de um ser subsistente. Pode-se falar de algo, a partir de seu ser ou tipo, e negar-lhe a existência:” (BRAIDA, 2013, p. 185). Dessa forma, os Objetos do pensamento podem depender de outros objetos, tais como as relações entre objetos ou coisas que dependem dessas relações, como Não subsistirem, entretanto não são por isso menos reais, ou seja, objetos podem: ser, existir ou não.
Referência
BRAIDA, Celso R. Ontologia II. São Luís: UemaNet, 2013. p. 169-200.
O QUE É HISTÓRIA (Resenha)

BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. 2 ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993. 84 p.
Vavy P. Borges, historiadora, lecionou no ensino particular de 1º e 2º grau, e por quinze anos na PUC-SP, onde se interessou pelo ensino e divulgação da história, tendo publicado nessa área: O que é História (1980); e, Ensino da História: revisão urgente (1986). Tornando-se professora do Departamento de História da UNICAMP a parti de 1987. Trabalhou em sua dissertação de mestrado, Getúlio Vargas e a Oligarquia Paulista: história de uma esperança e muitos desenganos (Brasiliense, 1979); e em sua tese de doutorado, Tenentismo e Revolução Brasileira (Brasiliense, 1992).
O livro trata de uma contextualização do que é história, a importância e a construção das fontes e históricas e o papel do historiador em relação a tudo isso. A obra também nos situa no contexto histórico da origem da história, explicando desde do berço da palavra, até a construção dela em si. Também é abordado como a história e vista hoje em dia tanto pelos próprios historiados quanto pelos pesquisadores de outras áreas e pessoas comuns. Abordado também a história no Brasil, onde e mostrado como foi feito todo documentação histórica e além disso é apresentado como funcionava as universidades no século XIX.
A obra encontra-se dividida em cinco partes: Introdução (“porque este livro”, uma breve contextualização dos temas abordados no livro); Capítulo 1 (conta a história da história, da tradição oral aos mitos no decorrer da história), Capítulo 2 (“a história, hoje em dia” nos dá uma visão atual de toda produção de informação e de sua significação histórico), Capítulo 3 (“história no Brasil” coloca a situação do brasil em relação a produção de documento histórico no tempo da colonização até os dias atuais); e, Indicações de obras (sugestões da autora de livros e artigos para o aprofundamento do conhecimento que foi empregado na obra).
No Primeiro capítulo, vemos que os homens, desde sempre, sentem necessidade de explicar para si próprios sua origem e sua vida. A primeira forma de explicação que surge nas sociedades primitivas e o mito sempre transmitido em forma de tradição oral. O mito e sempre uma história com personagens sobrenaturais, os deuses. Nos mitos os homens são objetos passivos das ações dos deuses. Os mitos contam em geral a história de uma criação do início de algo. Sempre uma história sagrada. Comumente se refere a um determinado espaço de tempo que e considerado sagrado e um passado tão distante, tão remoto, que não a data concretamente, não sabem quando o fato ocorreu. Em geral o mito e nisto como um exemplo, um precedente, um modelo para as outras realidades. Ele é sempre aplicado a situação concretas. Existem inúmeros mitos da criação do mundo que são vistos como exemplos de toda a situação criadora.
A história, como forma explicação, nasce unida a filosofia. Desde o início elas estão bastante ligadas e a filosofia que vai tratar do conhecimento em geral, Heródoto que é considerado o pai da história, pois o mesmo é o primeiro a empregar a palavra no sentido de investigação e pesquisa. Suas obras mais antigas começam assim: “eis aqui a exposição da investigação realizada por Heródoto de halicaenasso para impedir que as ações realizadas pelos homens se apagassem com o tempo”. Percebe-se que em geral os historiadores buscam explicações para os momentos e situações que atravessam as sociedades nas quais se vivem.
 Os historiadores estão ligados a suas realidades mais imediatas, espelhando a preocupação com questões do momento. Não vemos mais uma preocupação com uma origem distante remota, atemporal, mas sim a tentativa de entender um momento histórico concreto. A explicação não e mais atribuída a causas supernaturais, não são mais os deuses os responsáveis pelo destino do homem. Estes começam a examinar os fatores humano, como os costumes, os interesses economia, a ação do clima, etc., a história e vista como mestra da vida levando os homens a compreenderem o seu próprio destino.
O segundo capitulo, discute a temática de como a história procura especificamente ver as transformações e a essência da história, no sentido que: quem olhar para trás, na história de sua própria vida, compreenderá isso facilmente tais transformações. Estudar as mudanças significa durante muito tempo uma preocupação com momentos que são vistos como de crise e de ruptura, e que, hoje se sabe que mesmo mudanças que parecem súbitas, como os movimentos revolucionário, foram lentamente preparadas ao longo do tempo. O tempo histórico através do qual se analisam os acontecimentos não corresponde ao tempo cronológico que vivemos e que está definido pelos relógios e calendários.
Não há uma linha constante e progressiva de desenvolvimento na história da humanidade, para as sociedades ou nações. Temos, ao mesmo tempo hoje em dia, sociedade com forma de vida primitivas, consideradas ainda no chamado período pré-histórico e sociedades com um grau de desenvolvimento que permite explorações interplanetárias. Desse modo, as alterações são decorrentes da ação dos próprios homens, sujeito e agente da história. Não é uma evolução que se possa chamar de natural: a história da humanidade e diferente da natureza e a natureza também tem sua história, pois ela também passa por mudanças em todo o universo, e nas suas mais diferentes partes, sofre mudanças e por isso tem sua história.
E, terceiro capítulo aborda o desenvolvimento do capitalismo e do aparecimento do mercado mundial que ocorreu graças a revolução comercial da pela Europa oriental no século XV, constituindo-se um sistema mundial, do qual o Brasil também faz parte. O panorama histórico desse período mostrou uma necessidade da preservação da história do Brasil e a criação de arquivos e biblioteca governamentais que se preocupava com a documentação e fontes históricas, tendo assim uma visão mais amplas dos historiadores e sua importância no país, e com isso, observou-se a importância da introdução das universidades no país, mas só a partir dos anos 70, tal fato começo a ocorrer, quando as produções dos cursos de pós-graduação passaram a ter um certo peso.
Tendo em vista as formas de abordagens na obra, observa-se que de um modo geral, a autora nas suas discussões, para um melhor entendimento da temática, propõe como princípios básicos: a clareza, o consenso, a linguagem formalizada, a capacidade de previsão de forma que o conjunto de conhecimentos sirva de guia para um melhor entendimento do contexto histórico e sobre a própria construção da história. Do ponto de vista acadêmico, podemos descartar a importância da obra como fonte de conhecimento sobre a história, sendo que a obra apresenta-se como uma fonte de pesquisa.
 O livro “o que é história ” da editora brasiliense, útil para as pessoas que estão adentrando o curso de história ou para aqueles que pensam em ingressar nesse campo de conhecimento, bem como, para pesquisadores e estudiosos da área. Pois a obra tem grande fonte de contextos históricos, sendo a mesma, um livro que vai muito além da área da história, tendo como foco a construção de conhecimentos históricos para a formação dos historiadores.
Matheus Wilson Silva dos Santos, Acadêmico do primeiro período do Curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / Centro de Estudos Superiores de Caxias - CESC.
Pensamento Filosófico Hermenêutico de Paul Ricoeur
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Os pensamentos de Paul Ricoeur tem sua reflexão sobre a hermenêutica filosófica, direcionada para a compreensão do homem em sua história a partir da interpretação do sentido do mundo dos textos pelo meio da narratividade. O mesmo foi influenciado de três correntes: “percebeu-se a influência das três correntes filosóficas (a filosofia reflexiva, a filosofia fenomenológica e a hermenêutica) e seus interlocutores na origem da sua reflexão.”, (SILVA, 2013, p. 81). Dessa forma, na filosofia reflexiva, o autor, teve como influência o pensamento originário do cogito cartesiano de Descartes, da vertente da fenomenologia de Husserl e da hermenêutica nos aspectos da consciência histórica narrativa advinda do mundo textual.
No que diz respeito à filosófica reflexiva, Diferente, o autor, apresenta oposição ao Cogito cartesiano (em que afirma, que a verdade que se põe a si mesma), apresentando um sujeito distinto com dupla tarefa, uma tarefa ética e hermenêutica. [...] ressalta que o Cogito se coloca filosoficamente em sua ambição de ser verdade extrema e última”, (SILVA, 2013, p. 82). Portanto, o ser que interpreta a si mesmo, ao outro, os símbolos, sinais, signos existentes no mundo, já não é mais o Cogito, mas um existente que se desvela gradativamente pela interpretação de sua própria vida, dentro de uma proposta, em que vê o ser, como um sujeito contextualizado no tempo, na história com os outros e com o mundo.
Já na fenomenologia, Ricoeur, tem sua reflexão direcionada na: “análise intencional do sentido visado a que o próprio Husserl defende como noema e noese que constitui o campo por excelência da experiência fenomenológica.”, (SILVA, 2013, p. 86), no qual busca no núcleo da discussão entre hermenêutica e fenomenologia a transposição da corelação entre noesis/noema da Fenomenologia, âmbito textual, cujo eixo de inquietação é o questionamento do voluntário e do involuntário, e, em consequência desenvolve o que chama de fenomenologia hermenêutica.
No que se refere à hermenêutica nos aspectos da consciência histórica narrativa advinda do mundo textual, no que diz respeito ao sentido filosófico da hermenêutica, Paul Ricoeur, “[...] faz um percepcionar à história da hermenêutica e ressalta que nela, há dois movimentos intrínsecos, a saber: o “da desregionalização” [...] e o “da radicalização”, (SILVA, 2013, p. 89), dentro de um processo, onde o papel de mediador exercido pela análise estrutural é tanto de justificação do enfoque objetivo quanto da retificação da abordagem subjetiva contextual.
O que se percebe, diante do exposto, é que para o autor, a hermenêutica apresenta-se como uma teoria que envolve as operações e a compreensão em sua relação com a interpretação textual. Dessa forma, a explicação e compreensão não compõem propriamente os polos de uma relação de exclusão, mas sim os momentos relativos ao processo de a interpretação. E, nessa condição o objetivo não consiste na mera decifração intencional, mas sim na construção das possibilidades interpretativas abertas encontradas no texto e contexto.
Referência
SILVA, Edna Selma David; LOPES, Maria dos Milagres da Cruz; LOPES, Maria dos Santos Silva. Hermenêutica. Filosófica. São Luís: UemaNet, 2013.
Heidegger e Gadamer: Concepções da Compreensão existencial do Ser
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
As contribuições da hermenêutica, dentro das concepções Martin Heidegger e Hans-Georg Gadamer, tem como premissas a base da reflexão com aprofundamento no debate em torno da efetivação da compreensão linguística numa perspectiva estrutural pré-reflexiva ontológica ligada ao conceito da existência e na universalidade da linguagem, na busca de explicação da compreensão de mundo e do próprio homem.
 A hermenêutica, a partir de Heidegger,  passa a ser entendida como filosofia, para além da simples compreensão textual, passando a buscar interpretar a própria existência humana, “Tal hermenêutica confere à filosofia o objeto da existência humana, entendida como ser hermenêutico.”, (SILVA, 2013, p. 51). Para tanto, Heidegger, busca suas bases na Analítica existencial para explicar o homem, afirmando que: “Esse ser que compreende a si mesmo ou alguma ideia de ser diante de seu poder-ser de possibilidades enquanto projeto.”, (SILVA, 2013, p. 53), defendendo também que a autocompreensão é algo o Dasein com base na sua teoria da hermenêutica da facticidade.
E, dessa forma, a compreensão existencial passa a ser base para o esclarecimento humano, pois: “A compreensão (ou o entender de algo) é uma disposição originária da presença, isto é, o ser humano sempre compreende de alguma forma, desse modo se distingue de “esclarecer”, pois o esclarecimento é derivado da compreensão primordial.” (SILVA, 2013, p. 54), e, com a estrutura da interpretação, tem alicerces em: “um pré-saber, uma pré-visão e uma pré-apropriação.”, (SILVA, 2013, p. 55), que ajuda na compreensão de mundo, com vista em prospectos da apreensão e da situação histórica de compreensão, a caminho da linguagem dentro de um método historicista como pretensão de verdade.
Já com Gadamer, a hermenêutica é repensada para além da hermenêutica da existência (hermenêutica heideggeriana), direcionando um olhar para uma hermenêutica universal da linguagem. “A hermenêutica filosófica trabalha a questão da arte, da história e da linguagem como sentido e tem uma semântica, diferente daquela da analítica da linguagem.”, (SILVA, 2013, p. 59-60). Para o mesmo, o preconceito é entendido como componente constitutivo da estrutura de antecipação, sendo este a condição para a compreensão de algo: “A pressuposição da qual fala Gadamer é o preconceito da completude, ou seja, o do compreender numa unidade completa de sentido. Tal preconceito implica que um texto deve expressar plenamente sua opinião como também a verdade completa.”, (SILVA, 2013, p. 63).
Nesse sentido, Gadamer, demonstra na interpretação não podemos ignorar que a compreensão (não uma simples compreensão textual) não é livre de "pré-supostos", sendo considerando os pré-conceitos, como que representantes do nosso potencial subjetivo do acesso ao mundo, no qual determina o alcance subjetivo da nossa compreensão, onde: “uma vez que o sujeito se aperceba de suas próprias antecipações, permite que o texto se apresente em sua alteridade, sendo possível confrontar a verdade do texto com suas opiniões prévias.”, (SILVA, 2013, p. 64).
Conclui-se então que ambos, Heidegger e Gadamer, nos mostra que: a partir da articulação linguística interpretativa, se produzem conceitos acerca da realidade que define conjunto de relações e do dialogo humano, e que nada pode ser admitido como existente sem a utilização de uma linguagem para identificar e expressar alguma coisa. Dessa forma, é proposto um modelo baseado na subjetividade, onde o homem não se apresenta como dono, no sentido de determinador da linguagem, sendo a mesma determinada pelas relações de diálogo entre os seres humanos, dentro do contexto histórico, e que o diálogo depende da participação dos interlocutores, dentro de um espaço próprio, para que a linguagem possa ser efetuada.
Referência
SILVA, Edna Selma David; LOPES, Maria dos Milagres da Cruz; LOPES, Maria dos Santos Silva. Hermenêutica. Filosófica. São Luís: UemaNet, 2013.
O Carteiro e o Poeta: Uma Análise Filosófica
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
No filme: “o Carteiro e o Poeta”, é retratada a história de um carteiro de uma pequena cidade pacata da Itália (Mario) e de um poeta exilado (Pablo Neruda). A aproximação entre ambos começa ao entregar cartas na casa do poeta, e, com o passar do tempo, ambos acaba por construí uma grande amizade, que se inicia a partir da curiosidade e interesse de Mario (carteiro) pela poesia, que passa a conquistar e envolvê-lo cada vez mais, à medida que ele passa a conhecê-la, ocorrendo nesse processo, a construção de sentimentos que envolvem a interação entre: a experiência, a expressão e a compreensão (elementos da hermenêutica romântica de Dilthey), por meio das vivências relatadas e relações vividas por ambos.
No decorre do filme, os elementos da hermenêutica romântica de Dilthey: experiência, expressão e compreensão são percebidos relacionados intrinsecamente, pelas possibilidades que o poeta (Neruda), apresenta, referente sua história de viva e relações sociais, e em especial, pela magia poética expressada pelo mesmo e que desperta no carteiro uma infinidade de sentimentos, e provocação de sensações (advindo de experiências singulares vivida pelo poeta e que se identificam a vivências do carteiro) e dar sentido (expressão, que busca de forma objetiva, dar sentido à vivência), possibilitando, o descobrir do encantamento que as palavras possuem aliadas à emoção, a poesia (e que busca a compreensão da vida enquanto experiência vivida).
Essas características também são percebidas no transcorrer do filme, à medida que o carteiro solidifica sua amizade com o poeta (aproximando cada vez mais da poesia), fazendo como que se desenvolvam novas descobertas e experiências, bem como a amplia de visão de mundo: com um olhar holístico, com ideias de caráter emancipatório, de segurança de si mesmo e de libertação, levando-o a vê-se como ser participativo de forma mais ativa com relação às questões referentes à sociedade a qual estava inserido.
Nesse contexto, percebemos que os elementos da hermenêutica romântica de Dilthey: experiência, expressão e compreensão estão inseridos na vida humana, de forma a relacionarem-se entre si, nos remetendo a buscar de abrir novos horizontes e caminhos a serem percorridos, oferecendo-nos também a oportunidade de viajar por outros ares e viver novas experiências proporcionados pelas relações humanas e sociais, e que o crescimento pessoal, coletivo e social, ocorre a partir das vivencias que se tornam novas experiências de vida, propiciando a superação de limites das vivências individuais e particulares para alcançar a universalidade.
Referência
O Carteiro e o Poeta. Direção: Michael Radford. Interpretes: Massimo Troisi, Philippe Noiret, Maria Grazia Cucinotta, Renato Scarpa. Itália. 1 DVD (109 min), color.
SILVA, Edna Selma David; LOPES, Maria dos Milagres da Cruz; LOPES, Maria dos Santos Silva. Hermenêutica. Filosófica. São Luís: UemaNet, 2013.