quinta-feira, 6 de julho de 2023

O LÚDICO NO AMBIENTE ESCOLAR (Recorte de texto)

O lúdico dentro do contexto escolar apresenta-se como uma base de aprendizagem, ou seja, como um elemento essencial do desenvolvimento humano, onde o mesmo: “instrumento auxiliar e complementar da educação, representa um recurso facilitador e motivador da aprendizagem escolar” (KISHIMOTO, 2008; CHAGURI, 2006; ALMEIDA, 2003), que podemos cita, dentre outros: o brincar (brincadeiras) e o jogar (jogos).

Nesse sentido o lúdico constitui-se como um prazeroso caminho em busca da aprendizagem, e que juntamente com o Brinquedo, constitui como um instrumento (elemento) que contribui com o imaginário da criança, estimulante material para fluir o imaginário infantil. Outro ponto a se destacar, temos as brincadeiras, que se apresenta como:  lúdico em ação. Segundo Piaget, o brincar (para a criança) é uma forma de assimilar o real e adaptar-se ao mundo social, dos adultos, permitindo assim, suprir suas necessidades afetivas e cognitivas.

Para Vygotsky (1984), é a reprodução das ações adultas em condições diferentes da realidade, dando origem a uma situação imaginária e define o brincar, como, a situação imaginária criada pela criança. Além disso, devemos levar em conta que brincar preenche necessidades que mudam de acordo com a idade. Exemplo: um brinquedo que interessa a um bebê deixa de interessar a uma criança mais velha. E, nesse sentido, o brincar aparece como um recurso que possibilita a transição da estreita vinculação entre significado e objeto concreto, à operação com significados separados dos objetos.

No que se refere o jogo, segundo Lara (2005), é uma estratégia de ensino capaz de auxiliar o trabalho do professor em sala de aula, facilitando o processo de ensino e aprendizagem e mostrando ao aluno uma prazerosa, interessante e desafiante atividade.

Segundo Vygotsky, para a criança, o jogo é transformação criadora das diversas impressões para a formação de uma nova realidade que responda às determinadas exigências e inclinações dela mesma, apresentando-se como construções espontâneas que imitam o mundo real a parti da assimilação, contribuindo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos.

 CAMINHOS A SEREM TRILHADOS EM UMA LEITURA LÚDICA (Recorte de texto)

Diante de um livro é normal que as crianças sempre fiquem curiosas. O livro é uma caixinha de surpresas e logo elas aprendem isso. O primeiro contato com uma obra nova deve sempre contar com a chance de exploração de todas as informações que a capa aporta (quem é o autor, se tem ilustrações, se já conhece outros trabalhos do mesmo autor, como é a capa, como são as ilustrações, suas cores etc.)

Quando criamos situações em que se evidencia a repetição das palavras no texto, levando as crianças a observarem sua relação com o formato gráfico, as ajudamos a observar a relação entre o ritmo do texto e as linhas escritas, explorando aspectos verbais (palavras escritas ou faladas) e não verbais (gestos, postura, ilustrações, placas, músicas, dentre outros)

A leitura do texto pode ocorrer em diferentes momentos ao longo de alguns dias conforme o ritmo de cada criança. Para que as crianças memorizem, é importante envolvê-las nessa leitura e pouco a pouco. É interessante solicitar para a criança destacar e descreva pontos importantes da leitura e deixe que recitem partes que já conhecem de cor até que memorizem o texto por completo.

Torna-se importante, realizar leitura de textos conhecidos de memória (individual e coletiva), bem como, ler em voz alta, realizar atividade diversos tipos de textos, dentre os quais: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo, que envolva rimas, sonoridade (criação da trilha sonora), musicalidade, em especial os textos que envolva ludicidade.

 CARACTERÍSTICAS DE TEXTOS POÉTICOS (Recorte de texto)

Introdução

A leitura de textos poéticos permite um trabalho diferente em relação ao que frequentemente se propõe com narrativas porque implica não só ler, mas também representar a estrutura do texto, com suas peculiaridades sonoras e visuais, procurando reproduzi-la oralmente. A voz que lê é muito importante porque requer cuidados com aspectos próprios da oralidade, como a entonação, a acentuação e o ritmo, aspectos não verbais importantes em todo contato com o público ouvinte e o respeito à literalidade do texto.

1 Aspectos próprios da oralidade

a) A entonação traduz as variações das intenções presentes no texto e permite ao ouvinte, além de diferenciar uma exclamação de uma afirmação ou interrogação, perceber nuances mais sutis, como as emoções expressadas;

b) A acentuação é a ênfase que se coloca em uma ou várias sílabas, palavras ou versos inteiros do poema, a depender do efeito que se quer produzir no ouvinte. Essa acentuação é determinada pelas próprias sílabas que compõem as rimas.

c) O ritmo, dado pela própria organização do texto, inclui tanto os acentos quanto as pausas feitas durante a leitura. Pode ter maior ou menor regularidade, a depender do modo como o texto está estruturado.

2 Aspectos não verbais

a) Qualidade da voz, melodia, pausas, respiração, risos, suspiros;

b) Atitudes corporais, movimentos, gestos, troca de olhares, mímicas faciais;

c) Posição dos participantes na recitação: ocupação de lugares, espaço pessoal, distâncias, contato físico;

d) Aspecto exterior: roupas, disfarces, penteado, óculos, limpeza;

e) Disposição dos lugares: iluminação, ordem, ventilação, decoração.

3 Literalidade do texto poético

Os textos poéticos pedem uma leitura estrita, o texto deve ser seguido literalmente, porque há uma organização interna e intencional que precisa ser respeitada para garantir a construção do sentido e a percepção da linguagem em toda sua potencialidade. Memorizar e participar durante a leitura, acompanhando o professor, ”atuando” e antecipando o que se segue:

a) Chamar atenção sobre a forma ou o significado do texto;

b) Uma leitura em coro;

c) Uma leitura com ritmo e movimento;

d) Uma leitura recitada;

e) Uma leitura em que devem completar partes do texto oralmente;

f) Uma leitura em que o professor pare em partes interessantes de acentuação do texto;

e) Uma leitura em que o professor faz perguntas às crianças, favorecendo que pensem sobre a língua e a linguagem.

 CONHECENDO UM POUCO SOBRE PARLENDAS (Recorte de texto)

Desde muito pequenas, as crianças experimentam contatos diversos com a linguagem em momentos de interação: embaladas por uma canção de ninar, atentas às narrativas cotidianas, criando, elas próprias, narrativas que melhor signifiquem seus jogos simbólicos ou, ainda, recitando textos durante suas brincadeiras.

Dentre os textos poéticos, nos quais a intencionalidade estética da linguagem primordial, são construídos com base na palavra, explorando-se ao máximo as suas propriedades: ritmo, sonoridade, significado, forma dos caracteres etc, temos, entre outro, a parlendas.

Parlenda é um tipo de texto que faz parte da tradição oral, em sua maioria de domínio público, e se caracterizam por uma forma breve, rimada, ritmada e repetitiva, nem sempre com significado lógico. Pode apresentar, por exemplo, uma série de imagens associadas que obedecem ao senso lúdico ou um diálogo inusitado no qual predomina a sonoridade e não a coerência.

Estudiosos classificam as parlendas segundo critérios, como a temática ou o uso social que normalmente se faz delas. “Brincos”, “mnemonias” são outros nomes dados às parlendas (Mnemônico é um conjunto de técnicas utilizadas para auxiliar o processo de memorização. ).

São eficazes nas atividades que ajudam a criança a refletir sobre a relação fonema-grafema (relação entre o que se fala e o que se escreve). A proximidade sonora entre as palavras que compõem esses textos favorece a reflexão acerca do sistema de escrita, pois fornece pistas importantes às crianças sobre as possíveis letras a serem usadas em cada palavra.

 IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR COM LETRAS DE CANÇÕES (Recorte de texto)

A canção e a brincadeira de tradição oral formam uma dupla feliz. As cantigas que aprendemos na infância ficam em nossa memória e se tornam parte de nós. Juntas, canções e brincadeira convidam ao movimento, seja para fazer adormecer ou despertar e podem ser transmitida de geração em geração.

As letras das canções apresentam um tipo de texto que apresenta características peculiares que favorecem a descoberta, por parte das crianças, das relações entre o oral e o escrito.

As canções são em sua maioria composições curtas apoiadas na linguagem oral, quase sempre com rimas, refrão, letra e melodia simples, de fácil memorização, o que permite que sejam lembradas e cantadas com facilidade.

Em sua maioria, as canções possuem uma estrutura fixa e repetitiva, o que facilita sua memorização. Favorecer que as crianças memorizem a letra de uma canção (ou outros textos organizados em versos) permite que elas aproximem a linguagem oral da escrita.

Ao trabalhar com letras das canções, favorece-se que as crianças pensem sobre as restrições gráficas características desse tipo de texto, como, por exemplo, a convenção de que nas canções a mudança de linha é dada pela relação entre letra e melodia, já que o ritmo da canção coincide com a quebra de linha.