TÓPICOS
DE FILOSOFIA DA MENTE* (Parte 03)
1. Emergentismo (Morgan 1923; Sperry 1969;
McLaughlin 1992): concebi a relação entre mente e cérebro como uma propriedade
emergente. A localização estrita dos estados mentais no espaço vai desaparecer.
·
O seu princípio nuclear é a afirmação de
que algumas propriedades de segunda ordem, em particular a consciência e a
intencionalidade, são emergentes no sentido de que, embora só apareçam
quando se verifica um conjunto favorável de condições físicas, são propriedades
genuinamente novas que não são explicáveis nem previsíveis em termos das suas
condições físicas subjacentes.
·
A tese geral do emergentismo seria a de que,
quando a matéria adquire certo grau de complexidade, aparecem propriedades
genuinamente novas, que não estão presentes em cada uma das partes separadas do
todo. Isso que queremos considerar como “genuinamente novo” seria objeto de
muito debate, e o reducionista poderia até aceitar que as propriedades
macroscópicas como a elasticidade ou “ser úmido” só podem surgir como
propriedades coletivas em sistemas complexos.
2. Materialismo eliminativista: radicalização
do materialismo reducionista (que afirma que tudo vai ser explicado através da
física e reações químicas). Acredita que todos os problemas poderão se tratados
através de substâncias químicas e o materialismo vai explicar todos os problemas
mentais e alma humana. O materialismo eliminativo sustenta que não existe essa
coisa mental: que tudo é material no sentido estrito de "físico".
· Para
os eliminativistas, a estrutura psicológica de nosso senso comum, por ser
completamente errônea, não pode ser reduzida mediante correspondências
neurológicas ‘um-a-um’ como desejam os reducionistas, porém ela deve ser pura e
simplesmente eliminada, cedendo lugar ao arcabouço de uma neurociência
amadurecida.
·
É o modelo de consciência que decorre da
doutrina do neurônio (Ramon y Cayal). Os estados psicológicos, eventos ou
processo mentais são estados, eventos e processos do cérebro e são produtos
específicos da arquitetura neuronal. Assim, qualquer tipo de explicação que
recorra a uma dimensão mentalista para dar conta do comportamento humano é
enganoso.
*Compilação: Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos