sábado, 6 de fevereiro de 2021

 O VIDEO NA SALA DE AULA

O uso pedagógico do vídeo se inicia quando o professor, ao identificar o conteúdo a ser trabalhado dentro de um determinado tema, reconhece a necessidade de ampliar sua abordagem a partir de outras problemáticas, com outras linguagens além da oral e escrita, a qual já está disponível nos livros didáticos. A eficácia do uso do vídeo irá ocorrer se o professor fizer uma análise competente do material disponível e proceder a uma seleção consciente e em consonância com os objetivos do planejamento educacional.

Para a seleção consciente do vídeo, é necessário que professor, antes de exibi-lo na sala de aula, se aproprie do mesmo assistindo-o para verificar sua adequação ao processo de mediação dos significados e aprendizagens em sala de aula. Esta verificação de potencialidades para o processo de ensino e aprendizagem contribui para a construção dos planos de aula.

De acordo com Mandarino (2002, p.7-12), na escolha do vídeo em sala de aula, alguns princípios devem ser questionados:

Questões para aproveitamento pedagógico:

Qual a função básica do vídeo: informar, motivar, ilustrar, sensibilizar, fixar conteúdos, facilitar a compreensão, aplicar conteúdos em situações variadas, reforçar conteúdos, etc?

O vídeo foi concebido didaticamente?

Há clareza e precisão no tratamento da mensagem (tema / conteúdo)?

Há erros conceituais?

Os assuntos são encadeados com nível crescente de dificuldade?

O vídeo possibilita ou suscita a comunicação e um trabalho posterior à exibição?

Sugere, de alguma forma, a ampliação da informação por outros meios?

Estimula a curiosidade, a pesquisa, a discussão, a polêmica?

A duração do vídeo permite que sejam planejadas as atividades complementares necessárias a uma verdadeira compreensão e exploração do tema / conteúdos?

A duração é adequada ao tema e à idade dos alunos?

A duração de cada parte é adequada ao conjunto da obra?

O vídeo seria mais bem aproveitado se trabalhado em partes? Por quê?

Há pontos de corte para se trabalhar o vídeo por partes? Quantos? Quais? Em que tempos da fita?

Valoriza o conhecimento prévio dos alunos? A cultura popular?

O espectador participa ou não da construção do conhecimento?

No caso de vídeos didáticos ou científicos, que procedimentos são usados?

Que atitudes são valorizadas?

Como o conhecimento é concebido?

O programa valoriza a exposição, a discussão, a prática/aplicação ou a crítica?

Como o ato de estudar é concebido e estimulado?

Caso o programa seja de comunicação social – dirigido ao público em geral – como poderá ser utilizado para fins educativos?

Estas questões são imprescindíveis para o professor decidir sobre a exibição do vídeo, a qual poderá, de acordo com a atividade planejada pelo professor, ser editada em trechos relevantes para a discussão acerca do conteúdo curricular abordado.

Referência

Textos compilados integralmente de: GUERRA, Rafael Angel Torquemada [Org.]. Recursos Audiovisuais. Especialização Informática na Educação. Educação a Distância. C 569 / Cadernos Cb Virtual 7. UFPB/BC. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.

 A COMPETÊNCIA INFORMACIONAL: AS TDIC A FAVOR DO PROFESSOR

[..] os desafios no campo educacional mediado pelas tecnologias de informação e comunicação dizem respeito não só à presença ou ausência destes recursos em sala de aula ou à formação dos professores para o uso dos mesmos, mas também dizem respeito aos diferentes gêneros digitais disponíveis para que possamos nos apropriarmos das informações e de conhecimentos úteis.

Para tanto, o conceito de competência informacional é indispensável para a prática pedagógica do professor mediada por estas tecnologias em geral e, em particular, pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC).

Não há dúvidas de que na era digital as mídias eletrônicas configuram-se como as mais influentes para a aquisição da informação, e que também as relações sociais e produtivas estão sendo mediadas pelos equipamentos eletrônicos.

As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) permitem ao indivíduo o contato com outras culturas, porém, para isso, é necessária competência informacional, isto é, ter conhecimento de como adquirir a informação que se deseja, preservando-a para permitir uma utilização de modo eficiente.

Diante deste contexto, as TDIC impõem aos seus usuários habilidades e conhecimentos específicos para lidar com a informação disponibilizada e, para tanto, este tipo de competência se tornou essencial no processo de aquisição da informação e do conhecimento.

A competência informacional é importante para a disseminação da informação digital, pois ela dá condições de acessibilidade do cidadão aos meios. O exercício pleno da cidadania é dificultado pela inacessibilidade à informação, o acesso limitado e o acesso às informações distorcidas.

Taylor (1986) explica como transformar dados em informação útil, por ser um processo que agrega valor. Para isso, tornam-se necessárias examinar quatro atividades significativas encontradas em sistemas de informação, a saber: A organização, a análise, a síntese e o julgamento. Ele descreve as funções dos processos e mostra como elas agregam valor à informação.

Referência

Textos compilados integralmente de: GUERRA, Rafael Angel Torquemada [Org.]. Recursos Audiovisuais. Especialização Informática na Educação. Educação a Distância. C 569 / Cadernos Cb Virtual 7. UFPB/BC. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.

 GÊNEROS DIGITAIS

Blog – É um tipo de diário virtual público que contém informações específicas sobre uma determinada pessoa, lugar ou situação e que é usado para expressar ideias, opiniões e posição em face de determinado assunto.

Chat (ou bate-papo) – É uma forma de conversar com outras pessoas que também estão online pela internet. Em contexto digital, via internet, denominamos bate-papo virtual.

Comércio eletrônico – Também é chamado de e-commerce, é qualquer forma de transação comercial em que as partes interagem eletronicamente.

E-governo – Utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação (TIC) para democratizar o acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e efetividade das funções governamentais.

Comunidades (ou redes sociais) virtuais – Através de recursos dos meios de comunicação à distância, as comunidades virtuais representam espaços virtuais onde as pessoas se agrupam conforme interesses e perfil, e trocam experiências e informações no ambiente virtual. O exemplo mais conhecido é o Facebook.

Correio eletrônico – Sistema que permite a troca de mensagens eletrônicas entre contas de correio, também chamado de e-mail. Um usuário de e-mail possui uma conta no formato nomedousuario@provedor.com.br.

Site – Conjunto de páginas da internet sobre um mesmo assunto ou mesmo autor.

Home page – Página principal de um site ou seção de site.

Listas de discussão - Grupo de pessoas com interesses específicos, também chamados de comunidades virtuais, que se comunicam de forma assíncrona, via e-mail, mediada por um responsável que organiza as mensagens e faz triagens. Enquanto no e-mail e no chat predominam a linguagem informal, nas listas de discussão, em geral, são discutidos tópicos acadêmicos, o que leva os participantes a usarem uma linguagem mais formal.

Vídeo conferência interativa: A vídeo conferência consiste em uma discussão, em grupo ou pessoa-a-pessoa, na qual os participantes estão em lugares diferentes, mas com a vantagem de ver e ouvir uns aos outros como se estivessem em um mesmo local. Também permite a interação em tempo real em áudio e vídeo simultaneamente.

Referência

Textos compilados integralmente de: GUERRA, Rafael Angel Torquemada [Org.]. Recursos Audiovisuais. Especialização Informática na Educação. Educação a Distância. C 569 / Cadernos Cb Virtual 7. UFPB/BC. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.

 HIPERTEXTO E INTERATIVIDADE

Quando nos referimos à transformação nos textos e na escrita que ocorre através dos gêneros digitais, estamos tratando dos aspectos de funcionalidade destes gêneros, que são a hipertextualidade, a interatividade e a democratização do acesso.

Deste modo, surge o conceito de texto com caráter interativo, o qual se configura pela participação através da comunicação e pela produção de conteúdo no ambiente eletrônico. O hipertexto – um tipo de texto virtual que traz consigo uma maneira diferente de comunicar e que envolve não só os elementos textuais, mas também imagens, sons e links que transportam o leitor para diversos tipos de textos – possibilita uma interação participativa e até mesmo colaborativa, dependendo do seu formato.

De acordo com a opinião de Xavier (2004, p.171), o hipertexto pode ser entendido como uma “forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e condiciona a sua superfície formas outras de textualidade”.

Portanto, a hipertextualidade designa uma coleção de documentos com links, ou hiperlinks, que auxiliam o leitor a ir de um texto (texto escrito ou imagem) a outro, em um movimento autogerenciado. O hipertexto se caracteriza pela não-linearidade, pela liberdade do percurso que o leitor pode construir.

Ao ser construído um caminho pelo leitor, podemos afirmar que ocorre um processo de interatividade, a qual está relacionada à possibilidade e facilidade que o usuário tem de modificar a informação disponível, dando sugestões e possibilitando fazer colaborações, atuando como sujeito, não sendo passivo como na mídia tradicional.

Para Dias e Filho (2003, p. 45), “a interatividade seria uma espécie de condição de interlocução em que, continuamente, modifica-se o objeto de observação, seguindo critérios de permutabilidade e potencialidades, e de descontinuidade e indeterminismo”.

Referência

Textos compilados integralmente de: GUERRA, Rafael Angel Torquemada [Org.]. Recursos Audiovisuais. Especialização Informática na Educação. Educação a Distância. C 569 / Cadernos Cb Virtual 7. UFPB/BC. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.

 COMO USAR O VIDEO FAVORECENDO APRENDIZAGENS

Moran (1995) oferece algumas indicações para o professor orientar a atividade pedagógica através do vídeo. Segundo este autor, além de todos os procedimentos de checar o vídeo, sua qualidade, adequação e condições de exibição, é necessário proceder a um conjunto mínimo de informações para não influenciar o espectador. Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios etc.), evitando interpretar e prejulgar antes da exibição, propiciando que cada um possa fazer a sua.

Durante a exibição, recomenda-se anotar as cenas mais importantes; se for necessário dar pausa para fazer um rápido comentário; e observar as reações do grupo. Após a exibição, é interessante voltar ao começo para rever as cenas mais importantes ou difíceis. Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez, chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical, situações; etc.

Para a discussão, é importante que o professor mediador retome as cenas mais importantes e as comente juntamente com o grupo, enfatizando e as perguntas que se destaquem. O professor não deve ser o primeiro a dar a sua opinião, principalmente em matérias controvertidas, nem monopolizar a discussão.

Deve posicionar-se depois do grupo, trabalhando sempre dois planos: o ideal e o real; o que deveria ser (modelo ideal) e o que costuma ser (modelo real). Isto não impede que o professor, como moderador, faça sua crítica, opine, se posicione, apenas que deve fazê-lode modo a respeitar a trajetória de cada um para a construção de suas opiniões e possibilitando a reflexão intensa.

As atividades decorrentes da exibição do vídeo devem estar adequadas ao mesmo e ao grupo, bem como aos objetivos de aprendizagens do professor. Sendo assim, após a atividade de mediação destes conteúdos, é fundamental que o professor retome seu planejamento, sua sequência didática de modo a encaminhar a síntese das aprendizagens.

Para finalizar esta aula, gostaríamos de ressaltar que além de consumidores destes dispositivos midiáticos, professores e estudantes também podem ser produtores dos mesmos. Esta produção pode ser captando imagens estáticas ou em movimento, mas também pode ser reproduzida em desenhos ou esquemas.

Referência

Textos compilados integralmente de: GUERRA, Rafael Angel Torquemada [Org.]. Recursos Audiovisuais. Especialização Informática na Educação. Educação a Distância. C 569 / Cadernos Cb Virtual 7. UFPB/BC. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.