PONTOS DE REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO
CONTINUADA DE PROFESSORES
Para iniciar nossa reflexão,
acredito que devemos partir de da necessidade contextual da formação, que são,
dentre outras, a Institucional, a Profissional e a Pessoal.
Na Institucional, devemos
observar a visão da ação coletiva dentro do ambiente escolar, de maneira a
tentar formar uma rede de interação, de maneira que possibilite desenvolver o
sentimento de responsabilidade no que diz respeito à criação da cultura de
valorização do espaço pedagógico, bem como, (re)definir ações que diz respeito
a maneira de como pode-se manter e assumir conjuntamente inciativas e
possiblidades no cotidiano escolar do processo e participação da formação
continuada de professores.
No Profissional, a observação
deve se direcionar para a responsabilidade coletiva pela busca da formação
continuada, nos aspectos da revelação da necessidade formativa, ou seja, no
próprio desenvolvimento profissional, é também importante que busque a ressignificação
da ação (prática) docente e especialmente do compromisso com o aprendizado do
aluno.
Já no Pessoal, é direcionado
para a questão da autor-responsabilidade pela própria formação continuada, com
vista na realização de reflexões sobre a prática docente, no intuito de buscar
superação dos desafios diários e envolvimento com o cotidiano escolar, bem
como, aproveitando oportunidades de formação continuada.
Outro ponto importante, é o desenvolvimento de
discursões temáticas nos cursos de qualificação de docentes, no qual deve-se
abrir para relatos que envolvam a relação entre subjetividade dos docentes e
sua prática pedagógica, relacionando mais diretamente com desempenhos docente em sala de aula, de
forma a romper com modelos estereotipados, que tem como ideia, uma
homogeneização no desenvolvimento profissional dos professores em sua prática,
aspectos que não são vistos suficientemente nos cursos de formação de
professores, como afirma: Schunidt;
Ribas; Carvalho (2003, p. 20),
[...] os cursos de
formação de professores, da maneira como vêm sendo desenvolvidos, não são
suficientes para que o profissional da educação desempenhe, efetivamente, uma
prática pedagógica consciente que leve à transformação de si próprio e daqueles
que estão sob sua responsabilidade”.
Nesse sentido é importante buscar uma melhoria
da qualidade da educação, de forma que serva como mecanismo de ressignificação
da prática docente, no intuito de suprir necessidades do professor, e que venha
a valorizar os saberes experienciais do professor com vista na autoformação, na
qual suas experiências e práticas vão se configurando em seus saberes (PIMENTA
apud FACCI, 2004, p. 47).
Considerações
Observamos dentro do contexto que se refere a
formação de professores, tem-se a necessidade de reelaborar e ressignificar os
saberes para alcançar uma melhor qualidade do processo de ensino-aprendizagem, a
partir do confronto entre suas experiências e práticas docente, que de forma
consciente, são vivenciadas diariamente nos contextos do campo escolar. É nesse
sentido que afirma Day (apud VIEIRA, 2011, p.2), que:
O desenvolvimento
profissional envolve todas as experiências espontâneas de aprendizagem e as
atividades conscientemente planificadas, realizadas para benefício, direto ou
indireto, do indivíduo, do grupo ou da escola e que contribuem através destes,
para a qualidade da educação na sala de aula. É o processo através do qual os
professores enquanto agentes de mudança, vêem, renovam e ampliam, individual ou
coletivamente, o seu compromisso com os propósitos morais do ensino, adquirem e
desenvolvem de forma crítica, juntamente com as crianças, jovens e colegas, o
conhecimento, as destrezas e a inteligência emocional, essenciais para uma
reflexão, planificação e prática profissionais eficazes, em cada uma das fases
das suas vidas profissionais.
Portanto a formação continuada apresenta-se
como um conjunto de aprendizagens experienciais socialmente construída permanente
e inacabada, resultante da ação conjunta de todos os atores participantes do
processo, dentro de um ambiente integrador e dialético, sensível a diferenciação.
Referências
FACCI,
Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do
professor?: Um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo
do constritivo e da psicologia vigotskiana. Campinas-SP: Autores Associados,
2004.
SCHMIDT,
Leide Mara; RIBAS, Mariná Holzman;
CARVALHO, Marlene Araújo de. A prática pedagógica como fonte de
conhecimento. In: QUELUZ, Gracinda; ALONSO, Myrtes (Orgs.). O trabalho docente: Teoria e prática.
São Paulo: Pioneira Tomson Learning, 2003.
VIEIRA,
Eulália soares. Formação Continuada de Professores da EJA e Desenvolvimento
Profissional: o Papel da Colaboração. Disponível em:
http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0180.pdf
acessado em: 30 dez. 2019.