sexta-feira, 6 de outubro de 2017

ORIGENS DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO (tópicos resumo)
Profa. Esp. Patricia Regina C. da Silva
A Psicologia da Educação busca dentro de seu contexto, compreender a dimensão humana e o funcionamento da mente, bem como, compreender mecanismos corporais que são a base dos processos mentais.
Principais escolas e pensamento da Psicologia
Estruturalismo
ü Objeto: elementos da consciência; os estados de consciência.
ü Método: analítico; introspectivo (denominado por Wundt de percepção interior) experimentação. Procurava explorar as inter-relações.
ü Contribuição: constituição da Psicologia como ciência, separando-a da metafísica e da Filosofia.
ü Representantes: Edward B. Titchener(1867-1927) e Wilheim Wundt (1832-1920).
Funcionalismo
ü Objeto: comportamentos e atividades mentais como adaptação.
ü Métodos: comparativo; introspecção e experimentação.
ü Contribuições: podem ser percebidas em diferentes áreas da Psicologia: social, aprendizagem, organizações, ergonomia, educacional e clínica.
ü Representante: Willian James (1842 - 1910).
Associacionismo
ü Teoria da conduta baseada nos estudos sobre a aprendizagem, pois que acreditava que a vida significa adaptação e que esta é alcançada através da aprendizagem.
ü Lei do efeito: as atitudes que tomamos e que obtivemos êxito são lembradas e aquelas em que fracassamos são eliminadas ou esquecidas.
ü Representante: Edward L. Thorndike (1874-1949),
Segundo César Coll (1999), até meados do séc. XIX, aproximadamente, as relações entre psicologia e educação estiveram mediadas pela filosofia. Assim,  a história da Psicologia da Educação se confunde com a história da psicologia científica e com a evolução do pensamento educativo.
Conceitos para a Psicologia da Educação
É o estudo psicológico dos problemas cotidianos da educação, sendo dominada pela análise de todos os processos que envolvem a realidade educacional. Ela deve atender simultaneamente aos processos psicológicos e as características educativas que extrapolam ao contexto escolar.
Finalidades da Psicologia da Educação
Segundo César Coll (1999), a Psicologia da Educação tem por finalidade, oferecer o conhecimento da natureza humana aos estudiosos da educação e colocar os professores a par do conhecimento científico do desenvolvimento mental.
Psicologia da Educação entendida como um campo de aplicação da psicologia
Ø O Conhecimento psicológico é o único que permite abordar e resolver de maneira científica as questões e os problemas educacionais.
Ø A psicologia da educação distingue-se das outras especialidade da psicologia, porque proporciona conhecimentos específicos sobre o comportamento humano em situações educacionais.
Psicologia da Educação entendida como uma disciplina-ponte entre a psicologia e a educação
Ø A abordagem e o tratamento das questões e dos problemas educacionais exige uma aproximação multidisciplinar.
Ø O estudo e a explicação do comportamento humano nos ambientes educacionais deve ser feito nesses ambientes e devem levar em conta suas características próprias e específicas.
Ø A psicologia da educação distingue-se das outras especialidades da psicologia, porque proporciona conhecimentos específicos sobre o comportamento humano em situações educacionais.
Ø A principal tarefa da psicologia da educação consiste em elaborar, tomando como ponto de partida as contribuições da psicologia científica, instrumentos teóricos conceituais e metodológicos úteis e relevantes, para explicar e compreender o comportamento humano nos ambientes educacionais e poder intervir neles.
Psicologia da Educação objeto de estudo (aplicação)
Ø Contribuir para elaboração de uma teoria que permita compreender e explicar de forma efetiva os processo educacionais;
Ø Ajudar na elaboração de procedimentos, estratégias e modelos de planejamento, mediação e avaliação;
Ø Colaborar com o estabelecimento de práticas educativas mais eficazes, mais satisfatórias e mais enriquecedoras.
Inter-relação entre o conhecimento psicológico e práticas educacionais
Conhecimentos (teóricos, conceituais, metodológicos, etc) proporcionados pelos diferentes ramos ou especializações a psicologia, sendo estes: Natureza e funções da educação e da educação escolar; Características das situações escolares e ensino e aprendizagem; e, Teorias e práticas educacionais, e que resultam na Psicologia da Educação: Disciplina – ponte de natureza aplicada.
Psicologia da Educação conteúdos da psicologia da educação (aplicação prática)
1. Processos de mudança que ocorrem nas pessoas como resultado de sua participação nas pessoas como resultado de sua participação: Processos de aprendizagem de desenvolvimento e de socialização devidamente contextualizada.
2. A natureza dos processo de mudança que vão além do local físico: interno ou externos ao aluno: Internos: nível de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, maturidade emocional, experiências e conhecimentos prévios, capacidades intelectuais, motivação e interesses; Externos: características do professor, materiais didáticos, metodologias de ensino, organização do trabalho em sala de aula e meios de ensinar em geral.
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo, 2005.
COLL, César Álvaro Marchesi; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
COLL, César Salvador. Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artmed, 1999.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito & Desafio. São Paulo: Mediação, 1991.
TERNEIRO, Maria Odete Vieira. et all. Psicologia da Educação. Ponta Grossa: UEPG, 2009. 
RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E CONHECIMENTO (tópicos resumo)
Profa. Esp. Patricia Regina C. da Silva
Concepção conceitual sobre a Psicologia
Sentidos diferentes para o termo psicologia são usados no cotidiano. Exemplo: Quando dizemos que um vendedor tem uma psicologia para vender seu produto; Quando dizemos que existem pessoas que têm psicologia para ouvir e entender o outro.
Psicologia de senso comum
É essa psicologia usada no cotidiano das pessoas. As pessoas em geral têm um domínio superficial do conhecimento que foi acumulado e que permite compreender seus problemas do cotidiano de um ponto de vista psicológico. O conhecimento que vamos acumulando em nosso cotidiano é chamado de senso comum. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros a nossa vida diária seria muito complicada. O senso comum mistura e recicla outros saberes, muito mais especificados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão de mundo.
Senso comum: conhecimento da realidade
Cotidiano, pode-se dizer que é onde tudo acontece, onde tudo flui, vivencia da realidade, Sendo a Realidade, de acordo com o dicionário realidade é a qualidade do que é real: um fato, acontecimento, coisa. Essa qualidade é uma característica humana e dependerá do critério que usamos para defini-la, e aqui a  ciência, apresenta-se como uma atividade eminentemente reflexiva que busca compreender, elucidar e alterar esse cotidiano, a partir de seu estudo sistemático.
Cotidiano x conhecimento científico
Cotidiano refere-se ao real. Ciência abstrai-se da realidade, transformando-a em objeto de investigação. O Conhecimento construído no cotidiano usa muitos recursos (algumas vezes sofisticados) e ao mesmo tempo é um conhecimento improvisado que depende da ação imediata.
Filosofia e o Conhecimento: tópicos históricos
Ø Filosofia Pré-Moderna
ü Um mundo exterior que é objeto de conhecimento.
Ø Período de Transição
ü Clima de Ceticismo Geocentrismo x  Heliocentrismo.
Ø Filosofia moderna
ü Racionalismo;
ü Descartes (1596-1605);
ü Descrença no mundo exterior;
ü Sonhos percepção inverídica da realidade;
ü Existência como resistência ao ceticismo e a atividade mental.
Corrente filosóficas sobre conhecimento
Empirismo – Locke (1632-1704): O conhecimento é visto como simples efeito de uma cópia dos objetos externos, vem de fora e ao sujeito basta assimilar, passivamente a realidade.
Apriorismo – Kant (1724-1804): estabelece uma relação entre o racionalismo e o empirismo, pois considera tanto a experiência quanto o pensamento como fontes de conhecimento.
Interacionismo – Vigotsky (1896-1934) e Piaget (1896-1980): O conhecimento é o resultado de um processo dialético, na medida em que para conhecer os objetos o sujeito necessita organizá-los, ao mesmo tempo em que é organizado, cognitivamente por eles.
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo, 2005.
COLL, César Álvaro Marchesi; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
COLL, César Salvador. Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artmed, 1999.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito & Desafio. São Paulo: Mediação, 1991.
TERNEIRO, Maria Odete Vieira. et all. Psicologia da Educação. Ponta Grossa: UEPG, 2009. 

EDUCAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO



















DIREITO E POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NO CONTEXTO SOCIAL
Profa. Esp. Marline dos S. F. Ferreira
As deficiências e síndromes são diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente, (Política Nacional de educação Especial). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde - O.M.S., 10% da população de todo país, em tempo de paz, são constituídos por pessoas com algum tipo de deficiência.
Muitas deficiências podem ser evitadas por meio da prevenção de acidentes, medidas de segurança, vacinação, exames precoces, etc., mas não se pode impedir a existência de todas as deficiências. Sempre existirão pessoas com deficiência. É importante estarmos preparados para oferecer a elas oportunidades diferenciadas que promovam seu desenvolvimento e a inclusão na sociedade.
Os direitos das pessoas com deficiência são os mesmos de todas as pessoas, no entanto, muitas vezes, para exercer esses direitos, as pessoas com deficiência precisam que certas medidas especiais sejam adotadas.  Por exemplo, o direito de ir e vir das pessoas com deficiências físicas é cerceado pelas barreiras ambientais, representadas pelas escadas, degraus, calçadas esburacadas, portas estreitas, pisos escorregadios. Para transpor tais barreiras é necessário providenciar rampas, rebaixamento de guias (nos meio-fios), adaptação de sanitários para comportarem cadeiras de rodas, etc.
Um exemplo de possibilidade de inclusão, é o portador da Síndrome de Down, que é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, "73% deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve ser feito." (SCHWARTZNAN, 1999, p. 12). Isso demonstra a necessidade e ao mesmo tempo possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde "normais" e deficientes são semelhantes em suas inúmeras diferenças.
Como se sabe, o referencial de pessoas que vivem segregadas acarreta o desenvolvimento de sentimentos preconceituosos, aumentando a visão de mundo estereotipado. Neste contexto, a escola acaba “privando” esses indivíduos de expandir suas relações sociais e impede que seus esforços intelectuais cresçam, assim, todo aquele com necessidades especiais, precisa ser parte integrante e respeitado em suas limitações e alcances dentro da sociedade.
Referências
FERNANDEZ. A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
SCHWARTZNAN, José Salomão. Síndrome de Down, São Paulo: Mackenzie, Memnon, 1999.
SOUZA, Dayse Campos. Educação Inclusiva: Um sonho possível. Fortaleza: Edições Livro Técnico, 2004.
PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO X LETRAMENTO
Profa. Esp. Carmem S. Mota
A leitura é um ato que favorece práticas sociais e exercícios da cidadania plena, como sujeito atuante e participativo no contexto em que está inserido. Ao desenvolver estratégias de leitura que fomentem o prazer de ler e escrever pode-se viabilizar a utilização estimulante de diferentes gêneros textuais como produções sociais, que estabelecem a associação de alfabetização e letramento.
Professores competentes, que sintam eles próprios, o prazer da leitura e que possuem um amplo repertório de leitura, a ser compartilhado com os educandos no transcorrer dos cursos. Sem que o professor transmita e faça ver os seus alunos a importância dos livros (…) pouco ou nada será conseguido em termos de desenvolvimento de hábitos de leitura (SILVA, 1993, p. 85).
Verifica-se que o professor pode ampliar seus repertórios de saberes necessários para tornar-se ainda mais competente, por meio de uma formação continuada e práticas inovadoras de leitura e escrita para incentivar o educando a gostar de ler desde suas primeiras experiências e assim queira ser de fato um leitor por apreciar a emoção e os conhecimentos adquiridos com estas.
Muito antes de serem capazes de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens comerciais, cartazes de rua, histórias em quadrinhos etc.) (FERREIRO, 2006, p.65).
Sabe-se que a criança começa a criar histórias e leituras sobre tudo aquilo que ver em seu dia-a-dia, como: livros, embalagens, cartazes e outros, mesmo sem conhecer a escrita, a criança já ler o mundo em sua volta, e, ao alfabetizar é válido evidenciar e notificar o conhecimento prévio do educando.
Soares defende a complementaridade e o equilíbrio entre alfabetização e letramento:
Porque alfabetização e letramento são conceitos frequentemente confundidos e sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante aproximá-los: a distinção é necessária porque a introdução no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro de conceito de letramento, como também este é dependente daquele (SOARES, 2003, p. 90).
Nota-se que alfabetizar é bastante relevante, justamente porque uma criança alfabetizada poderá tornar-se letrada, então convém realizar o processo de alfabetização de uma maneira mais criativa e eficiente para que este possa desenvolver as habilidades de leitura e escrita no 1º Ano do Ensino Fundamental.  
Segundo Freire (1994, p. 225), “aprendendo as relações entre os objetos e a razão de ser dos mesmos, o Cognoscente produz a inteligência dos objetos, dos fatos do mundo”. Assim, convém ressaltar que ler é viável e que o educando na alfabetização precisa ter esse contato com objetos e interação com o meio. E nesse sentido, o letramento vai acontecer espontaneamente, se o educando for motivado no primeiro contato com a leitura e a escrita.
É válido mencionar que a criança ler mesmo antes de frequentar a escola, com isso é válido mostrar outras leituras que a criança ainda não conhece e isso ocorre com a troca de experiências em sala de aula, a partir da leitura da palavra é que passamos a interagir com os objetos e o meio.
Deste modo, na prática docente enquanto algo social, deve-se utilizar com mais ênfase a leitura, para que o educando passe a escrever mais e de forma consciente, tendo em vista que os recursos tecnológicos poderão propiciar uma aprendizagem mais significativa “Um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos” (KLEIMAN, 1995, p.19). E, nesse sentido que a escrita ainda tem sido alvo de reflexões nas práticas sociais, devido haver uma grande deficiência de aprendizagem e gosto pelo ato de ler desde o 1º Ano do Ensino Fundamental, isso requer que o educador inove a cada momento em suas práticas de leitura.
Referências
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processo. 17 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: Cartas pedagógicas e outros escritos – 1 ed. São Paulo: UNESP, 2000.
KLEIMANN, Ângela B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995.
SILVA, Ezequiel T. da. Elementos de pedagogia da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
SOARES, Magda B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.