PRÁTICAS
SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO X LETRAMENTO
Profa. Esp. Carmem S. Mota
A leitura é um ato que favorece práticas
sociais e exercícios da cidadania plena, como sujeito atuante e participativo
no contexto em que está inserido. Ao desenvolver estratégias de leitura que
fomentem o prazer de ler e escrever pode-se viabilizar a utilização estimulante
de diferentes gêneros textuais como produções sociais, que estabelecem a
associação de alfabetização e letramento.
Professores
competentes, que sintam eles próprios, o prazer da leitura e que possuem um
amplo repertório de leitura, a ser compartilhado com os educandos no
transcorrer dos cursos. Sem que o professor transmita e faça ver os seus alunos
a importância dos livros (…) pouco ou nada será conseguido em termos de
desenvolvimento de hábitos de leitura (SILVA, 1993, p. 85).
Verifica-se que o professor pode ampliar seus
repertórios de saberes necessários para tornar-se ainda mais competente, por
meio de uma formação continuada e práticas inovadoras de leitura e escrita para
incentivar o educando a gostar de ler desde suas primeiras experiências e assim
queira ser de fato um leitor por apreciar a emoção e os conhecimentos
adquiridos com estas.
Muito antes de serem capazes
de ler, no sentido convencional do termo, as crianças tentam interpretar os
diversos textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens comerciais,
cartazes de rua, histórias em quadrinhos etc.) (FERREIRO, 2006, p.65).
Sabe-se que a criança começa
a criar histórias e leituras sobre tudo aquilo que ver em seu dia-a-dia, como:
livros, embalagens, cartazes e outros, mesmo sem conhecer a escrita, a criança
já ler o mundo em sua volta, e, ao alfabetizar é válido evidenciar e notificar
o conhecimento prévio do educando.
Soares defende a complementaridade e o
equilíbrio entre alfabetização e letramento:
Porque alfabetização
e letramento são conceitos frequentemente confundidos e sobrepostos, é
importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante aproximá-los: a
distinção é necessária porque a introdução no campo da educação, do conceito de
letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de
alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o
processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e
reconfigura-se no quadro de conceito de letramento, como também este é
dependente daquele (SOARES, 2003, p. 90).
Nota-se que alfabetizar é
bastante relevante, justamente porque uma criança alfabetizada poderá tornar-se
letrada, então convém realizar o processo de alfabetização de uma maneira mais
criativa e eficiente para que este possa desenvolver as habilidades de leitura
e escrita no 1º Ano do Ensino Fundamental.
Segundo Freire (1994, p.
225), “aprendendo as relações entre os objetos e a razão de ser dos mesmos, o
Cognoscente produz a inteligência dos objetos, dos fatos do mundo”. Assim, convém
ressaltar que ler é viável e que o educando na alfabetização precisa ter esse
contato com objetos e interação com o meio. E nesse sentido, o letramento vai
acontecer espontaneamente, se o educando for motivado no primeiro contato com a
leitura e a escrita.
É válido mencionar que a
criança ler mesmo antes de frequentar a escola, com isso é válido mostrar
outras leituras que a criança ainda não conhece e isso ocorre com a troca de
experiências em sala de aula, a partir da leitura da palavra é que passamos a
interagir com os objetos e o meio.
Deste modo, na prática docente enquanto algo
social, deve-se utilizar com mais ênfase a leitura, para que o educando passe a
escrever mais e de forma consciente, tendo em vista que os recursos
tecnológicos poderão propiciar uma aprendizagem mais significativa “Um conjunto
de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto
tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos” (KLEIMAN,
1995, p.19). E, nesse sentido que a escrita ainda tem sido alvo de reflexões
nas práticas sociais, devido haver uma grande deficiência de aprendizagem e
gosto pelo ato de ler desde o 1º Ano do Ensino Fundamental, isso requer que o
educador inove a cada momento em suas práticas de leitura.
Referências
FERREIRO,
Emilia. Alfabetização em processo.
17 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FREIRE,
Paulo. Cartas a Cristina. São Paulo:
Paz e Terra, 1994.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da indignação:
Cartas pedagógicas e outros escritos – 1 ed. São Paulo: UNESP, 2000.
KLEIMANN,
Ângela B. (Org.). Os significados do
letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita.
Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995.
SILVA,
Ezequiel T. da. Elementos de pedagogia
da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
SOARES,
Magda B. Letramento: um tema em três
gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
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