quarta-feira, 6 de maio de 2020

A PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE ATUAL (Pontos de reflexões)
Profa. Esp. Cleide C. do Nascimento
Há algumas décadas (tempos atrás), não tínhamos tanto acesso a informações e as tecnologias que temos hoje. O que se observa, é que, o acesso às informações era mais restrito a alguns espaços e dependia muito do poder aquisitivo das famílias, ou seja, quem tinha televisão, possibilidade de ler jornais, revistas e livros. Assim, os assuntos além dos muros da escola, não impactavam tão diretamente na ação educativa do ponto de vista didático.
Na década de 60 era um outro modelo de educação, o professor era o centro e o aluno no segundo plano, a chamada educação tradicional, onde o professor era o detentor do conhecimento. A ele cabia a transmissão do conhecimento e o aluno deveria receber esse conhecimento sem questionamento, o que o professor falava era uma verdade absoluta. Período em que as crianças encontravam-se sentadas recebendo os ensinamentos do professor, sem poder questionar.
Já na atualidade, o aluno tornou-se o centro e o professor passar a ser orientador no processo, com o modelo ou Tendência Pedagógica "Crítico-social dos conteúdos” ou "Histórico-Crítica", o aluno passa a ter voz e vez, o conhecimento deixa de ser unilateral e passa a ser interativo, bilateral. O protagonismo passou a ser do aluno, e com essa troca de papel, ele passa a fazer parte da sua construção intelectual e a intervir na sua formação.
E dentro desse contexto, no “mundo de hoje”, os alunos têm acesso à informação por diferentes meios e estes estão cada vez mais cedo nas mãos dos nossos estudantes. E isso faz com que o perfil do professor para essa nova perspectiva tenha que mudar, se adequar a essa nova realidade, e diante disso, desse novo contexto das informações, há necessidade de aumentar o dialogo das tecnologias na formação inicial de professor e que dialogue com essa nova realidade, desse novo e grande desafio a ser vencido.
Antes a diferença entre gerações, de mudança de cultura, era de décadas, atualmente, isso mudou para quase em tempo real. Isso traz um complicador de como o professor acompanha os vários processos da criança, de aprendizagem, de desenvolvimento de leitura de mundo, que são muito diferentes. E o professor, que é de uma outra geração, vem de uma outra realidade tem dificuldade de fazer essa conexão.
Nesse sentido, o papel do professor no atual contexto social vai além de provocar é fundamentalmente mostrar aos alunos que o mundo é mais complexo do que se imagina e na sua posição deve ajudar a desenvolver nestes estudantes uma capacidade de ler e interpretar o mundo de um modo que sejam capazes, principalmente, de selecionar o conhecimento e o percurso que desejam seguir.
Portanto, o desafio é muito grande, pois o professor tem que aprender em serviço e a se preparar para uma realidade na qual ele não viveu, não teve experiência, fora da sua zona de conforto e de uma realidade em constante mudança. Ele não vai ser só um mediador entre conhecimento e aprendizagem, especialmente por ser o papel do professor, mais do que nunca, do provocador da leitura de mundo e da busca de conhecimento, para que o aluno possa ler e perceber o mundo.
REFERÊNCIAS
Revista Andes. Tendências pedagógicas na prática escolar. Edisciplinasusp. 2015.
LIBÃNEO, José Carlos. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contemporâneo na educação. Campinas: Alínea, 2005.
ZANELLA. Maria Nilvane. As bases teóricas socioeducacionais nas teorias não-críticas. Revista Diálogos: pesquisa em extensão universitária. IV Congresso Internacional de Pedagogia Social: domínio epistemológico. Brasília. v. 18, n. 1, dez 2012.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA GÊNERO TEXTUAL: Poema narrativo - A cesta da Dona Maricota
1 Público Alvo: 1º ano do Ensino Fundamental I
2 Objetivos:
– Estimular o gosto pela leitura;
– Explorar a oralidade;
– Vivenciar estratégia de leitura que ajude ao aluno a avaliar o texto lido, defendendo oralmente sua opinião;
– Inferir informações ampliando o conhecimento textual;
– Produzir textos, utilizando a linguagem verbal e não verbal;
– Ampliar o conhecimento sobre o sistema monetário;
– Entender a importância das verduras, frutas e legumes em nossa alimentação;
– Promover a relação interpessoal entre os alunos e professores.
– Ler e produzir receitas de saladas.
– Diferenciar os diversos tipos de frutas, verduras e legumes.
3 Eixos da Língua Portuguesa: Oralidade, Leitura, Produção Textual e Análise Linguística;
4 Conteúdos:
– Literatura infantil;
– Produção de texto;
– Interpretação oral e escrita;
– Alimentação;
– Sistema monetário;
– Relações interpessoais;
– Receitas;
– Verduras, frutas e legumes.
5 Tempo Estimado: 1 semana.
6 Recursos:
6.1 Humanos: Professores, alunos, pais e comunidade escolar.
6.2 Materiais: Folhas de papel sulfite, cartolina, internet, copiadora, caneta, lápis, computador, TNT, EVA, borracha, livros literários, máquina fotográfica, cola, fita adesiva, lápis de cor.
7 Metodologia:
1º Dia: segunda-feira
– Apresentação do livro: A cesta da Dona Maricota;
– Introdução da aula buscando resgatar e valorizar os conhecimentos prévios dos alunos através de uma Ciranda reflexiva sobre as histórias que os alunos conhecem se já ouviu a história A cesta da Dona Maricota; Se esta história é verdadeira ou fictícia e compará-la com alguma história que já conheça e seja parecida.
– Afixaremos na lousa a capa do livro e exploraremos o título e a capa da história, em seguida solicitaremos que os alunos contribuam dizendo quem serão os possíveis personagens, autores e editora logo após a professora contará a história utilizando o livro e PowerPoint, A cesta da Dona Maricota;
– Depois da leitura do livro, solicitar aos alunos que façam uma ilustração da parte da história que mais gostaram e em seguida, respondam as questões relacionadas a história A cesta da Dona Maricota.
– Para casa solicitarei aos alunos que façam uma lista com os nomes de frutas, verduras e legumes utilizados em casa.
2º Dia: terça-feira
– Aprofundar os conhecimentos aproveitando a lista de frutas, verduras e legumes que os alunos trouxeram de casa, na oportunidade será apresentada na frente da sala. Em seguida será entregue atividades xerocopiadas contendo caça-palavras sobre as frutas, verduras e legumes.
– Para casa: pesquisa dos preços dos itens da lista de frutas, verduras e legumes preestabelecida pelo professor.
3º Dia: quarta-feira
– Retomada do para casa; o professor afixará na lousa um cartaz com a lista dos itens e os preços para serem completados pela pesquisa dos alunos; em seguida será explorada com uma lista de perguntas como: Qual o alimento mais caro e a mais barato da lista? Qual o alimento da lista e mais consumido em sua casa? Qual o que você mais gosta? Se fosse para você comprar algum item da lista agora, você teria esse valor?
– Hora da produção: será dada aos alunos ilustrações e por meio delas serão produzidas frases.
– Para casa, os alunos irão escrever uma pequena receita de salada de fruta como ideia para a autora do livro.
– Obs.: se necessário solicitar ajudar de um adulto.
4º Dia: quinta-feira
– A aula será iniciada, pedindo aos alunos que leiam as suas produções textuais – receitas para a autora do livro. Terminando as leituras, os alunos deverão escolher uma das receitas para ser preparada para o lanche do dia seguinte, em seguida será entregue a cada criança papeis para que desenhem sua fruta, verduras e legume preferido, depois todos juntos construirão um cartaz com seus desenhos que será afixado em sala de aula.
– Será entregue aos alunos atividades xerocopiadas sobre silabas relacionadas aos itens presentes na história. Na oportunidade o professor aproveitará as figuras para explorar as vitaminas e nutrientes presentes em cada item da lista.
– Para casa: os alunos deverão trazer os ingredientes para fazer uma salada em sala de aula.
5º Dia: sexta-feira
– A aula será iniciada com a conferência das frutas e dos ingredientes para fazer a salada, observando a receita escolhida para ser feita e degustada;
– Em seguida será entregue atividades xerocopiadas envolvendo o tema salada.
Produção de texto: Para finalizar a semana de atividades será construído colaborativamente um poema narrativo com a ajuda da professora que antecipadamente preparou uma cesta com frutas, legumes e verduras feitas em EVA. – A medida que a professora tira um item da cesta as crianças irão oralizando o texto e a professora transcrevendo no quadro. Concluído o texto a professora fará um cartaz e fixará no mural da escola como forma de incentivo para outras produções.
Avaliação
– Será avaliado a participação, criatividade, interesse, desempenho individual e coletivo dos alunos, através da observação diária e atividades realizadas.
PEDAGOGIA POR PROJETO: Conceitos e Marcos Históricos Basilares
Conceitos (*)
De acordo com o dicionário Houaiss (2001), a palavra projeto tem etimologia do latim projectus,us ‘ação de lançar para a frente, de se estender, extensão’, do rad. de projectum, supn. de projicĕre ‘lançar para a frente’; ver jact-; f.hist. 1680 proje cto. Pode-se definir projeto como “Representação oral, escrita, desenhada, gráfica ou modelada que, a partir de um motivo gera a intenção numa pessoa de realizar certa atividade usando meios adequados para alcançar determinada finalidade” (MARTINS, 2007, p.34).
A partir da realização de projetos, pode-se buscar a solução de problemas e agregar conhecimento no processo de construção do saber. Os projetos extrapolam os limites da sala de aula e favorecem a interdisciplinaridade como abordagem de ensino e pesquisa (SILVA, 2011).
Segundo Buck Institute for Education (2008), a Pedagogia de projetos pode favorecer o trabalho do professor para conseguir um alto desempenho junto com seus alunos, com foco na aprendizagem de qualidade e possibilitando uma possível interferência junto à comunidade.
Para Martins (2007), o projeto deve estimular nos alunos a necessidade de busca de soluções para as questões propostas, considerando seus saberes prévios proporcionando assim um aprimoramento e o desenvolvimento das próprias competências como instrumentos de aprendizagem e compreensão da realidade.
Marcos Históricos
A denominação “Método de Projetos”, projeto como método didático, foi instituída pela primeira vez pelo norte-americano William Kilpatrick (1871-1965), baseado nas idéias de John Dewey (1859-1952).
No Brasil, a partir de 1930, teve início o movimento “ensino para todos”. Anísio Teixeira foi o responsável por resgatar a proposta da Escola Nova e introduzi-la como de filosofia da educação e da prática pedagógica, adequando-a à situação da escola pública brasileira.
1782-1852 – Fröebel: As brincadeiras são o primeiro recurso no caminho rumo à aprendizagem.
1870-1952 – Maria Montessori: Defendeu o respeito às necessidades e interesses de cada estudante.
1871-1932 - Ovide Decroly: A escola centrada no aluno, e não no professor, preparando-o para viver em sociedade
1871-1965 – Kilpatrick: Todas as atividades escolares realizam-se através de projetos, sem necessidade de uma organização especial.
1896-1934 – Lev Vygotsky: O saber que não vem da experiência não é realmente saber.
1896-1966 – Celestian Freinet: Valorização do trabalho e da atividade em grupo.
1896-1980 – Jean Piaget: As crianças não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado.
*Pedagogia por Projeto. Proposta de aplicação da Pedagogia por Projetos no Ensino Médio. Heloisa Damasceno Diniz. Orientação: Professor Wolney Lobato. Co-orientação: Professora Fernanda Carla Wasner Vasconcelos. Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, 2015. Compilação: Prof. Esp. Cleide C. do Nascimento.
PEDAGOGIA POR PROJETO: Os Quatro Pilares da educação (*)
– Aprender a Conhecer: domínio dos próprios instrumentos do conhecimento utilizando a compreensão do mundo que o cerca, possibilitando condição de vida digna para desenvolver o pensamento crítico e as possibilidades pessoais e profissionais.
Conhecer
– Visão local e global do presente e futuro;
– Desenvolver competências;
– Construção da identidade;
– Autoconhecimento;
– Autoestima.
– Aprender a Fazer: a partir da aquisição de habilidades, criam-se condições para o enfrentamento de novas situações, aplicando a teoria na prática, analisando diferentes perspectivas no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho.
Fazer
– Aplicar conhecimentos e técnicas;
– Acessar tecnologias digitais;
– Enfrentar novas situações;
– Competência técnica;
– Trabalhar em equipe;
– Instrumentalização;
– Qualificação.
– Aprender a Viver: permite a descoberta progressiva do outro por meio da realização de projetos comuns e gestão inteligente dos con­flitos inevitáveis pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
Viver
– Construir parcerias;
– Cooperar e partilhar;
– Estabelecer diálogos;
– Respeitar as diferenças;
– Inclusão social e cultural;
– Participação ativa;
– Criativa e construtiva na sociedade.
– Aprender a Ser: importa conceber a educação como um todo, preparando o aluno para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os próprios juízos de valor, de modo a intervir de forma consciente e proativa na sociedade.
Ser
–Criatividade;
– Ter iniciativa;
–Ter responsabilidade;
– Desenvolver autonomia;
– Reconhecer potencialidades;
– Desenvolver pensamento crítico;
– Apresentar comportamento ético;
– Capacidade analítica e de síntese.
*Pedagogia por Projeto. Proposta de aplicação da Pedagogia por Projetos no Ensino Médio. Heloisa Damasceno Diniz. Orientação: Professor Wolney Lobato. Co-orientação: Professora Fernanda Carla Wasner Vasconcelos. Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, 2015. Compilação: Prof. Esp. Cleide C. do Nascimento.
PEDAGOGIA POR PROJETO: Aprendizagem significativa (*)
A aprendizagem significativa é o processo pelo qual uma nova informação se relaciona, de maneira substantiva e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do aprendiz (AUZUBEL, 2003; MOREIRA, 2011).
A condição mais forte que propicia a aprendizagem significativa depende do conhecimento prévio do aprendiz, não deixando de lado a predisposição que ele tem para aprender novos conhecimentos (HERNANDEZ e VENTURA, 1998; PELIZZARI et al., 2002; MOREIRA, 2011).
Projetos escolares de pesquisa são trabalhos formais e científicos, porque seguem as normas e os procedimentos da metodologia científica, visando alcançar certo resultado pela realização de um estudo, de uma busca de informações (MARTINS, 2007; SILVA, 2011).
A aprendizagem baseada em projetos como método de pesquisa estimula os alunos a adquirir conhecimentos e habilidades, possibilitando a interdisciplinaridade em torno de inves­tigação de questões complexas. Os estudantes além de aprender têm a oportunidade de trabalhar em equipe e desenvolver valores. Nesse processo de construção do conhecimento, desenvolvem-se competências e habilidades para o mercado de trabalho (SANTOS, 2006; BUCK INSTITUTE FOR EDUCATION, 2008; LIMA JÚNIOR, 2009, FERNANDEZ, 2012).
Segundo Fagundes et al. (1999), o projeto deve ser do aluno ou do grupo, portanto diversificado, pois os componentes são diferentes, pensam diferente, e não possuem os mesmos interesses ou as mesmas necessidades.
As questões são mais bem pesquisadas quando parte das dúvidas e da curiosidade do aluno ou do grupo de interessados; a motivação é fator propulsor para essa indagação de querer saber mais, porque ela é intrínseca, e própria do indivíduo (LEITE, 1996; BULEGON, 2011).
O aprender a aprender passa a ter conotação de aquisição do significado das coisas, raciocínio lógico e a capacidade de compreensão, tornando-se necessário motivar o aluno para querer aprender e saber mais (ANTUNES, 2010; MARTINS, 2013).
Por isso, a ênfase na Pedagogia por Projetos enquanto uma alternativa didática que propicia, por meio de dinâmica, condições favoráveis a aprendizagem (OLIVEIRA e GONZAGA, 2009; SILVA, 2011; ALMEIDA, 2012).
Na metodologia de projetos, os resultados obtidos devem ser socializados oralmente ou escritos em jornais ou murais, de maneira que permitam a interdisciplinaridade através destes registros, que fazem o uso de linguagens, reconstrução teórica e tecnologias variadas. A avaliação do projeto deve der feita ao longo do percurso de forma a permitir julgamento, análise dos resultados, ações corretivas, pontos de referência o que possibilita intervenções e adequações para se atingir os resultados esperados (MARTINS, 2005; TURRA, 2011).
*Pedagogia por Projeto. Proposta de aplicação da Pedagogia por Projetos no Ensino Médio. Heloisa Damasceno Diniz. Orientação: Professor Wolney Lobato. Co-orientação: Professora Fernanda Carla Wasner Vasconcelos. Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, 2015. Compilação: Prof. Esp. Cleide C. do Nascimento.