terça-feira, 6 de julho de 2021

 VISÃO CRÍTICA DO PAPEL DO PLANEJAMENTO NA DINÂMICA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO PELO EDUCANDO

O ensino é o principal meio de progresso intelectual dos alunos, através dele é possível adquirir conhecimentos e habilidades individuais e coletivas. Por meio do ensino, o professor transmite os conteúdos de forma que os alunos assimilem esse conhecimento, auxiliando no desenvolvimento intelectual, reflexivo e crítico.

Por meio do processo de ensino o professor pode alcançar seu objetivo de aprendizagem, essa atividade de ensino está ligada à vida social mais ampla, chamada de prática social, portanto o papel fundamental do ensino é mediar à relação entre indivíduos, escola e sociedade.

Percebemos muitas vezes, que a maioria dos professores encontram dificuldades em planejar suas aulas, devido ao fato de muitas vezes não ter formação teórica metodológica necessária para compreender a verdadeira importância do ato de planejar em sua prática pedagógica.

Na visão de Oliveira (2007, p. 21),

[...] o ato de planejar exige aspectos básicos a serem considerados. Um primeiro aspecto é o conhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar, quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; para que o planejador as evidencie faz-se necessário fazer primeiro um trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele pretende planejar, para assim, traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que está mais urgente de se trabalhar.

Planejar é o ato de organizar ações a fim de que estas sejam bem elaboradas e aplicadas com eficiência, se possível, nos momentos relacionados da ação ou com quem se age. Por isso, para planejar bem é necessário conhecer para quem se está planejando, no caso, o professor deve conhecer a turma com que trabalha e mais, o aluno com quem trabalha. Quanto mais se conhece, melhor se planeja e se obtêm melhores resultados. Para Luckesi, (2011, p. 125), “Planejar significa traçar objetivos, e buscar meios para atingi-los”.

Logo, entendemos que, para que haja planejamento são necessárias ações organizadas entre si, às quais correspondem ao desejo de alcançar resultados satisfatórios em relação aos objetivos traçados. Em relação a isso, Holanda apud Luckesi (2011, p.19) afirma que:

Podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do conhecimento humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos, com vista a tomada de decisões adequadas e racionais, que sirvam de base para a ação futura. Planejar é decidir antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré-estabelecida.

Uma aprendizagem significativa resulta de uma educação de qualidade que vem de acordo com as necessidades do aluno e afirmamos também que a educação de qualidade só se faz com a construção do conhecimento, a partir de ações voltadas para o desenvolvimento cultural do aluno.

SANT’ANA (1986. p. 26) o planejamento é dividido em três etapas:

A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente: Esta etapa é onde o professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante certo período. O professor relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos,

A segunda etapa é o desenvolvimento do plano de trabalho: neste momento as ações que foram organizadas durante a elaboração do planejamento são colocadas em prática, para que o processo ensino aprendizagem sejam efetivados. O trabalho é direcionado e constante por parte do professor, para que o aluno construa seu conhecimento ou transforme o conhecimento existente passando do senso comum, em um conhecimento organizado e sistematizado.

A terceira etapa é a do aperfeiçoamento: Esta etapa envolve a verificação para perceber até que ponto os objetivos traçados foram alcançados. Neste momento de avaliação é que se fazem os ajustes na aprendizagem de acordo com os acertos dos alunos e as necessidades dos mesmos.

Referências

DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortéz, 1994.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. ANDE, Revista da Associação Nacional de Educação, n. 10, São Paulo, 1986.

OLIVEIRA, Alaíde. Nova Didática. Belo Horizonte: EDDAL, 1973.

PARRA, Nelio. Planejamento de Curículo. Revista Escola, nº 5, São Paulo, Abril, 1972.

MASETTO, Marcos. Didática a Aula como Centro. São Paulo: F.T.D, 1997.

 CIÊNCIAS NA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

Quaisquer disciplinas trabalhadas na escola devem constituir-se como uma possibilidade de concretização da função social atribuída ao trabalho educativo, qual seja contribuir para a produção da natureza humano-genérica nos sujeitos (SAVIANI, 2000), e nesse sentido, a contribuições da disciplina Ciências busca também a concretização da função social da escola.

1. Objeto de estudo da Ciências

É estruturado em relações dinâmicas da Biologia, Química, Física e Matemática, tendo como conteúdo: descrever nas relações de interdependência entre os fatores bióticos e abióticos que se definem como conjunto de sistemas físicos, químicos e biológicos que acarretam transformações da matéria e da energia na biosfera e da astronomia.

2. Objetivo de estudo da Ciências

É a socialização dos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade promovendo a compreensão e a apropriação das leis que regem os fenômenos naturais.

3. Trabalho pedagógico

Deve oportunizar aos alunos, envolver-se nos processos de aprendizagem; vivenciar momentos de investigação e ampliação da sua curiosidade; aperfeiçoar sua capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação; desenvolver posturas mais colaborativas; sistematizar suas primeiras explicações do mundo natural e tecnológico, do seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza. (BNCC)

4. Unidades temáticas do ensino de ciências nos anos iniciais do  ensino fundamental segundo a BNCC

a) Matéria e energia: contempla o estudo de materiais e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizados na vida em geral, na perspectiva de construir conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos da energia.

b) Vida e evolução: propõe o estudo dos seres vivos (incluindo os seres humanos) com suas características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e social, os elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos processos evolutivos que geram a diversidade de formas de vida no planeta.

c) Terra e universo:  busca-se a compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles.

Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília DF: Senado, 1998.

SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 18. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2009. (Educação Contemporânea).

______. Escola e Democracia. 25 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1991.

______. Interlocuções pedagógicas: conversa com Paulo Freire e Adriano Nogueira e 30 entrevistas sobre educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2010.

______. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 11 ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2012.

 AS LINGUAGENS NO ENSINO DE ARTE

1. Artes Visuais 

São os processos e produtos artísticos e culturais, nos diversos tempos históricos e contextos sociais, que têm a expressão visual como elemento de comunicação.

2. Dança

Se constitui como prática artística pelo pensamento e sentimento do corpo, mediante a articulação dos processos cognitivos e das experiências sensíveis implicados no movimento dançado, discutindo e significando relações entre corporeidade e produção estética. Ao articular os aspectos sensíveis, epistemológicos e formais do movimento dançado ao seu próprio contexto, os alunos problematizam e transformam percepções que permitem novas visões de si e do mundo. Eles têm, assim, a oportunidade de repensar dualidades e binômios (corpo versus mente, popular versus erudito, teoria versus prática), em favor de um conjunto híbrido e dinâmico de práticas.

3. Música

É a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores diversos estabelecidos no domínio de cada cultura. A ampliação e a produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical dos alunos. Esse processo lhes possibilita vivenciar a música inter-relacionada à diversidade e desenvolver saberes musicais fundamentais para sua inserção e participação crítica e ativa na sociedade.

4. Teatro

Instaura a experiência artística multissensorial de encontro com o outro em performance. Nessa experiência, o corpo é lócus de criação ficcional de tempos, espaços e sujeitos distintos de si próprios, por meio do verbal, não verbal e da ação física. Os processos de criação teatral passam por situações de criação coletiva e colaborativa, por intermédio de jogos, improvisações, atuações e encenações, caracterizados pela interação entre atuantes e espectadores. O fazer teatral possibilita a intensa troca de experiências entre os alunos e aprimora a percepção estética, a imaginação, a consciência corporal, a intuição, a memória, a reflexão e a emoção.

5. Arte

Leva em conta o diálogo entre essas linguagens, o diálogo com a literatura, além de possibilitar o contato e a reflexão acerca das formas estéticas híbridas, tais como as artes circenses, o cinema e a performance.

Referências

FISCHER, Ernst. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

KOHL, Maryann F. O Livro dos Arteiros: arte grande e suja. Porto Alegre: Artmed, 2002.

______. Iniciação a arte para crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005.

PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 1 ed. São Paulo – SP: Editora Contexto, 2008.

 ARTE E AS SEIS DIMENSÕES DO CONHECIMENTO

1. Criação

Refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e constroem.  Trata do apreender o que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, conflitos, negociações e inquietações.

2. Crítica

Refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em direção a novas compreensões do espaço em que vivem. Articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais.

3. Estesia

Refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais. Articula a sensibilidade e a percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo.

4. Expressão

Refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo. Emerge da experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários específicos e das suas materialidades.

5. Fruição

Refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Implica disponibilidade dos sujeitos para a relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais.

6. Reflexão

Refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor. Os conhecimentos e as experiências artísticas são constituídos por materialidades verbais e não verbais, sensíveis, corporais, visuais, plásticas e sonoras

Referências

FISCHER, Ernst. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

KOHL, Maryann F. O Livro dos Arteiros: arte grande e suja. Porto Alegre: Artmed, 2002.

______. Iniciação a arte para crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005.

PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 1 ed. São Paulo – SP: Editora Contexto, 2008.

 A DISTINÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO E PLANO

É notório o fato de o planejamento ser uma necessidade constante em todas as áreas da atividade humana. Cada vez mais, a atitude de planejar ganha importância e torna-se mais necessária, principalmente nas sociedades complexas do ponto de vista organizacional. Hoje em dia, fala-se muito do ato de planejar e de sua importância. Mas, afinal, o que é planejamento?

Planejar é analisar uma dada realidade, refletindo sobre as condições existentes, e prever as formas alternativas de ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos desejados.

Portanto, o planejamento é um processo mental que envolve análise, reflexão e previsão. Nesse sentido, planejar é uma atividade tipicamente humana, e está presente na vida de todos os indivíduos, nos mais variados momentos.

Compreendendo o Planejamento escolar como importante momento de elaboração teórica das tarefas docentes nas quais a reflexão e a avaliação sobre o processo de ensino-aprendizagem possuem como marco referencial a intenção política de intervir na realidade escolar dos alunos, busquei neste, para ser mais preciso em uma de suas modalidades - o plano de ensino - a forma de compreender o referencial filosófico-epistemológico, teórico-metodológico e político da prática pedagógica dos professores.

O plano de ensino configura-se como um roteiro organizado de unidades didático para um ano ou semestre composto pelos seguintes elementos: justificativa da disciplina; conteúdos; objetivos gerais e específicos; metodologia e avaliação, todos estes ligados à concepção que a escola e o professor carrega sobre a função da educação, da escola, de cada especificidade de determinada disciplina e sobre seus objetivos sociais e pedagógicos.

Tais elementos visam assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina. Sobre esses elementos materializam-se os referenciais políticopedagógicos da prática pedagógica dos professores.

Libâneo (1994) observa o planejamento escolar como processo responsável por racionalizar, organizar e coordenar a ação docente, que deve articular as atividades escolares ao contexto social, pois a escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais e tudo o que acontece no meio escolar é abarcado porinfluências econômicas, políticas e culturais características da sociedade de classes.

Essas funções delegadas ao planejamento escolar são determinadas por uma intencionalidade educativa que envolve objetivos, valores, atitudes, conhecimentos e formas de agir e interagir dos professores que atuam na formação humana no contexto escolar, nos quais amplos setores deste espaço envolver-se-ão na ação de projetar os rumos, de forma democrática, que esta formação deve tomar compreendendo o planejamento escolar como prática de elaboração conjunta dos planos, que parta de discussões públicas.

De acordo com o professor Nélio Parra, planejar consiste em prever e decidir sobre: a) que pretendemos realizar; b) o que vamos fazer; c) como vamos fazer; d) o que e como devemos analisar a situação, a fim de verificar se o que pretendemos foi atingido.

Referências

DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortéz, 1994.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. ANDE, Revista da Associação Nacional de Educação, n. 10, São Paulo, 1986.

OLIVEIRA, Alaíde. Nova Didática. Belo Horizonte: EDDAL, 1973.

PARRA, Nelio. Planejamento de Curículo. Revista Escola, nº 5, São Paulo, Abril, 1972.

MASETTO, Marcos. Didática a Aula como Centro. São Paulo: F.T.D, 1997.