Arlindo
Machado (1993) afirma que o vídeo surgiu em um contexto diferente do cinema em
meados da década de 1960 por uma exploração criativa subvertida de um lado e
pela incontrolável proliferação de práticas autônomas de outro. Essa afirmação
nos conduz a acreditar que o vídeo tem todas as potencialidades para “prender”,
transformar, cativar as pessoas, uma vez que o uso do audiovisual consegue
mexer com os sentidos mais sagazes do nosso organismo: a visão e a audição.
Nesse
sentido, podemos constatar que o uso da mídia videográfica na educação fez com
que o professor assumisse de fato o papel de mediador, estabelecendo um elo
entre o estudante e o conhecimento, rompendo com a função mecânica de
transmissor. Com a introdução das tecnologias da informação e comunicação na
educação, em especial, do vídeo, fez com que a função do professor enquanto
mediador assumisse características de orientador, motivador, facilitador, como
afirma Ferres (1996), uma vez que sua responsabilidade agora é estabelecer um
diálogo entre as mídias utilizadas no processo educativo.
Na perspectiva da educação a distância, o vídeo é uma das
mídias mais ricas e poderosas no processo formativo, uma vez que aproxima os
sujeitos estudantes distantes dos sujeitos docentes distantes através da visão
e da audição, tornando-os próximos e interligados.
O
vídeo na educação a distância é utilizado de várias maneiras como afirma
Cordeiro (2007) e como podemos constatar a seguir:
• Vídeo
aula – aula expositiva de determinado tema.
• Vídeo
informativo – busca apresentar uma demonstração clara e concisa de uma
realidade explorada no conteúdo de trabalho.
• Vídeo
motivacional – busca promover a motivação, despertar algum aspecto afetivo,
cognitivo ou motor necessário para o momento de reflexão e/ou relaxamento.
• Vídeo
reportagem / documentário – objetiva apresentar com clareza de detalhes a
relação cotidiana, empírica de algum conteúdo estudado.
• Vídeo entrevista –
busca apresentar pontos de vista diferenciados e/ou ampliados sobre determinado
tema de trabalho.
Para o uso da mídia videográfica na EaD devemos
buscar “surpreender constantemente com novidades cada vez mais sofisticadas que
lhe abres novas perspectivas como meio de expressão audiovisual” (FERRES, 1996)
e nesse sentido, não pensar o vídeo de forma muito sistematizada, fechada e
definitiva.
O vídeo elaborado para EaD tem a necessidade de
possuir:
• linguagem clara;
• tema definido e claro;
• informações relacionadas aos conteúdos
trabalhados;
• utilização de recursos complementares de
explicação do conteúdo (Power point, imagens, fotografias)
• tamanho médio (para não ficar cansativo e
desinteressante);
•
dinâmico.
Assim, podemos concluir que o aspecto-chave que
valida o uso do vídeo na educação, em especial na educação a distância, é o
fato dele trazer elementos vivos de ação que o tornam complementar a qualquer
outra mídia.
*Texto
compilado de: SALES, Mary Valda Souza. Design e elaboração de material didático. Especialização em
Educação a Distância. Salvador: UNEB/ EAD, 2009. (Educação e Tecnologias da
Informação e Comunicação).