sexta-feira, 6 de outubro de 2023

 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAR O ENSINO DA ALFABETIZAÇÃO (*Recortes de Textos)

Introdução

Planejar é definir, passo a passo, o caminho capaz de desenvolver nos estudantes as habilidades e conhecimentos para que se tornem alfabetizados, ou seja, leitores fluentes e produtores de textos.

Há diferentes formas de construir e registrar um planejamento, desde que estejam presentes os elementos essenciais, indispensáveis para orientar de forma eficiente a realização das atividades.

1 Elementos essenciais do planejamento

a) Habilidade: Que habilidade irei contemplar nessa aula?

b) Objetivos: O que os estudantes vão aprender com essa aula?

c) Avaliação: Que atividade de verificação irei utilizar no final dessa aula?

d) Experiências de aprendizagem: Que sequência de atividades irá equipar os estudantes nessa aula? Quais estratégias melhor possibilitarão a compreensão dos objetivos?

2 Planejamento de rotina de alfabetização

Devem contemplar as atividades permanentes, pois possibilitam que as crianças tenham acesso, de forma regular, a atividades que envolvem o alfabetizar letrando. A rotina de sala de aula deve contemplar as práticas de linguagem como objeto de ensino.

É importante desenvolver atividades permanentes, dentre as quais: agenda, calendário, correção da atividade de casa.

3 A avaliação no processor de alfabetização

A avaliação revela sobre o desenvolvimento dos objetivos, além de alimentar o planejamento das aulas futuras. Todas as práticas realizadas em sala de aula podem ser entendidas como oportunidades de avaliar.

Nesse sentido a avaliação busca oferecer dados das práticas de leitura usadas pelas crianças, permitindo mapear as dificuldades dos alunos leitores que se encontram em processo de formação ou seus avanços dentro do campo da leitura.

*Compilação:  Intervenções Pedagógicas para a evolução dos perfis de leitores. Veridiana Farias.

 A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO NA ROTINA DIDÁTICA CONCEITOS (*Recortes de Textos)

Introdução

A organização do tempo dentro das rotinas na alfabetização contribui tanto para a prática de ensino como para o processo aprendizagem da criança. Organiza o tempo pedagógico e o professor conduz melhor a aula.

1) Tempo literário

O principal objetivo desse momento é ler com/por prazer. Acreditamos que a finalidade do letramento, na escola, é possibilitar aos aprendizes práticas de leitura com sentido e significado. É importante que o(a) professor(a) planeje e organize esse tempo.

2 Tempo de leitura e oralidade

O principal objetivo é a aquisição da leitura e o desenvolvimento da fala, ambos com compreensão: a compreensão do que se lê e do que se fala; a produção oral de textos; a relação do texto escrito com a oralidade; o desenvolvimento da consciência fonológica; a pronúncia das palavras; a reflexão do vocabulário; a apropriação e o reconhecimento de diferentes gêneros textuais. É o momento do diálogo, da “roda de conversa”, do discurso oral.

3 Tempo de escrita (Análise linguística/Semiótica e Produção de Textos)

O principal objetivo é a apropriação da linguagem escrita e do escrito: produção de escritas, textos escritos; compreensão do que se escreve; relação do texto escrito com a leitura; a reflexão do escrito e reescrita; escrita de diferentes gêneros textuais.

*Compilação:  Intervenções Pedagógicas para a evolução dos perfis de leitores. Veridiana Farias.

 LEITOR PRÉ-LEITOR: PERFIL E CONCEITOS (*Recortes de Textos)

Introdução: Perfil

Os estudantes alocados neste perfil não dispõem de condições mínimas para realizar a leitura oral, ainda que de palavras isoladamente.

1 Característica do estudante leitor pré-leitor

a) Ainda não se apropriaram dos princípios que organizam o sistema alfabético de escrita.

b) Ainda não venceram os desafios relacionados à decodificação das palavras escritas, e, por essa razão, ainda não leem oralmente.

c) Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem aproximadamente 10 palavras dicionarizadas (em uma lista com 60 palavras) e/ou 5 pseudopalavras (em uma lista com 40 pseudopalavras).

d) Geralmente não conseguem ler sequências textuais e sua precisão (assertividade) de leitura encontra-se abaixo de 90%.

2 Níveis para o perfil do estudante leitor pré-leitor

Nível 1 – O estudante não realizou a leitura.

Nível 2 – O estudante disse letras, sílabas ou palavras que não constavam no item. Esse estudante ainda não consegue relacionar a sonoridade da letra, sílaba ou palavra aos grafemas.

Nível 3 – O estudante nomeou letras isoladas ao tentar ler as palavras constantes no item. Esse estudante já consegue relacionar a sonoridade das letras à sua representação gráfica, mas ainda realiza uma leitura individual de cada elemento do código alfabético dentro de cada palavra, realizando uma soletração.

Nível 4 – O estudante omitiu, substituiu ou inseriu fonema ou sílaba nas palavras constantes no item.

Nível 5 – O estudante silabou ao realizar a leitura das palavras constantes no item. Esse estudante consegue ler algumas palavras isoladas, porém, como isso exige muito esforço, só o faz de modo muito lento e silabando.

Nível 6 – O estudante leu corretamente até 10 palavras e 5 pseudopalavras constantes no item.

3 Práticas de Leitura para o estudante leitor pré-leitor

a) Textos com rimas e aliterações, para que os estudantes percebam a sonoridade das palavras.

b) Leitura de poemas para as crianças, apresentando o texto escrito, apontando as palavras do texto à medida que se lê.

c) Trava-línguas e parlendas, pois, são textos da tradição popular, bastante adequados às atividades de leitura com estudantes com o perfil pré-leitor.

d) Leitura de diversos tipos de textos literários, em que o professor se constitui como um modelo de leitor para esses estudantes.

*Compilação:  Intervenções Pedagógicas para a evolução dos perfis de leitores. Veridiana Farias.

 LEITOR INICIANTE: PERFIL E CONCEITOS (*Recortes de Textos)

Introdução: Perfil

Os estudantes alocados neste perfil leem palavras e pequenas sequências textuais, porém o fazem de forma pausada, em um padrão de leitura silabada, pois ainda precisam de tempo para realizar uma decodificação, sílaba a sílaba, da palavra escrita.

1 Característica do estudante leitor iniciante

a) Apropriaram-se das regras que organizam o sistema de escrita alfabética, mas ainda apresentam dificuldades com a base ortográfica.

b) Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem aproximadamente 11 ou mais palavras (em uma lista com 80 palavras) e 6 ou mais pseudopalavras (em uma lista de 60 pseudopalavras)

c) Apesar de conseguirem ler um maior número de palavras/pseudopalavras, a precisão da leitura desses estudantes ainda se encontra abaixo de 90%. Na leitura de textos, os estudantes apresentam padrão de leitura semelhante ao observado em relação à tarefa de decodificação de palavras e pseudopalavras: lenta, pausadas e muitas vezes silabada.

2 Práticas de Leitura para o estudante leitor iniciante

a) A primeira etapa da leitura oral seja iniciada silenciosamente. Nela, os estudantes podem esclarecer suas dúvidas sobre palavras desconhecidas, observar a pontuação do texto, dentre outros aspectos relevantes.

b) A segunda etapa da leitura oral seja feita pelo professor, considerado o leitor mais experiente, assim os estudantes conseguem observar os aspectos prosódicos do texto.

c) A terceira etapa da leitura oral seja feita pelos estudantes em voz alta. Reflexão com os estudantes sobre o desempenho deles em leitura através da gravação de vídeos.

*Compilação:  Intervenções Pedagógicas para a evolução dos perfis de leitores. Veridiana Farias.

 LEITOR FLUENTE: PERFIL E CONCEITOS (*Recortes de Textos)

Introdução: Perfil

Estudantes alocados neste perfil são aqueles que já venceram os desafios relacionados à decodificação das palavras e, por isso, leem mais rapidamente, ou seja, de modo mais automático.

Dessa forma, é possível que esses estudantes possam se dedicar mais esforços à compreensão do que estão lendo e construam significados para cada vocábulo lido.

1 Característica do estudante leitor fluente

a) Leem textos com vocabulário e/ou estrutura sintática mais complexa e/ou de maior extensão. Tendo em vista seu nível de escolarização, os textos podem ser lidos sem respeito à pontuação ou sem entonação, comprometendo a compreensão de seu conteúdo.

b) Podem ser considerados já alfabetizados, mas ainda não proficientes em leitura, uma vez que a proficiência é uma característica de leitores que não apenas localizam informações na superfície textual, mas são capazes também de realizar inferências com base no que leem.

c) Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem textos narrativos ficcionais, por exemplo, que mesclam estruturas morfossintáticas variadas, com uma extensão média entre 150 e 180 palavras, lidas com precisão superior a 90% (acima de 65 palavras corretas).

2 Práticas de Leitura para o estudante leitor fluente

a) Seleção de textos que desafiem os estudantes, com léxico mais variado e padrões sintáticos mais complexos.

b) Estudantes sendo modelos de leitores para outros estudantes.

c) Apresentação de um telejornal, pois favorece o maior desenvolvimento da fluência em leitura, especialmente porque, nesse caso, os aspectos prosódicos cumprem um importante papel: a entonação certa para dar uma determinada notícia.

d) Gravação das atividades de leitura em voz alta para reflexão com a turma sobre a atuação dos leitores.

*Compilação:  Intervenções Pedagógicas para a evolução dos perfis de leitores. Veridiana Farias.