quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PRÁTICA DE LEITURA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Profa. Esp. Marline dos S. F. Ferreira
A prática da leitura é de grande relevância no desenvolvimento infantil, pois ao contar uma história, desperta a atenção, imaginação e gosto pela leitura, contribuindo na formação intelectual e afetiva mediante a interação com o meio em que vive. É nesse contexto, que o ensinante precisa apoderar-se da literatura de forma criativa, proporcionando ao aprendente atividades lúdicas e significativas no processo de aprendizagem a partir de ações dinâmicas e eficazes. Assim, o ato de ler deve primar os interesses do leitor, considerando as vertentes que o contato com o conhecido e o desconhecido possibilita ao sujeito encontra-se no texto e adquirir modos alternativos de ser e viver.                                                                
Tendo em vista as funções lúdicas da leitura, que favorece a aprendizagem não só do vocábulo, mais também da linguagem expressiva, que consequentemente contribui na compreensão de mundo, pode oportunizar a criança com necessidades especiais a inclusão no mundo da leitura e do mundo real. Daí sua importância na alfabetização, período no qual é marcado pelo aparecimento da linguagem, que causa modificações nos aspectos: intelectual, afetivo e social da criança.
Dessa forma, a literatura pode suscitar prazer emoção e diversão, estabelecendo formação socioeducativa com alternativas capazes de otimizar a prática pedagógica dos docentes, visando o desenvolvimento da linguagem e inclusão da criança com necessidades especiais. E nesse sentido, é no exercício da linguagem que a criança a desenvolve, portanto, as possibilidades de diálogo – entre adultos, educador/aluno, entre aluno e seus pares – é fator decisivo para o seu desenvolvimento linguístico. Nos trabalhos dedicados ao ensino especial, VYGOTSKY (1984) enfatiza que:
[...] os instrumentos linguísticos, qualquer que seja sua forma, determinam desenvolvimento. Todos os sistemas (Braille, Língua de Sinais, datilologia, etc.). Eles permitem a uma criança internalizar a linguagem e a desenvolver aquelas funções mentais superiores para as quais a linguagem serve como base.
Nesse aspecto, o surgimento e desenvolvimento da linguagem implicam além da possibilidade de necessidade de se expressar o que é provocado pelo enfrentamento de situações práticas, que impulsionem e motivem o sujeito a “falar”. Isto seria válido, tanto para o aprendizado de palavras quanto para a construção de enunciados.  Dessa forma, a linguagem pressupõe dialogia, e se há uma relação íntima entre linguagem e pensamento, entre linguagem e atividade prática, uma forma bastante profícua de os educadores promoverem o desenvolvimento cognitivo de seus alunos é criar situações práticas que os motivem a interagir e exercitar a linguagem.
Conforme VYGOTSKY (1984), o desenvolvimento humano é um processo de apropriação, por parte do indivíduo e das experiências em sua cultura. Enfatiza ainda, a importância da ação, da linguagem e dos processos interativos na construção das estruturas mentais superiores na qual a condição para que a criança passe por transformações essenciais ao seu desenvolvimento intelectual, sustentando-se na qualidade das interações sociais, contrapondo à situação de isolamento vivenciada pelas crianças com necessidades educativas especiais.

Deste modo, novas realidades e novos paradigmas emergem na sociedade atual, sendo mais permeável à diversidade questionando seus mecanismos de segregação e vislumbrando novos caminhos de inclusão social da pessoa com deficiência, sendo necessária a realização de práticas que visem desenvolver habilidade de leitura na criança, de dar real valor ao ato de ler, objetivando desenvolver estratégias de ensino-aprendizagem que viabilizem a aquisição da leitura com crianças portadoras de necessidades educativas especiais, estimulando o prazer e a valorização da mesma, possibilitando a comunicação oral e escrita.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Práticas de Alfabetização e letramento. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BOZZA, Sandra. Ensinar a Ler e a Escrever: Uma Possibilidade de Inclusão Social. 1 ed. São Paulo: Editora Melo, 2008.
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. 4 ed. Petrópolis-RJ: São Paulo, 2007.
FREITAS, M. T. de A. Vygotsky e Bakhtin: Psicologia e educação – um intertexto. São Paulo: Ática, 1994.
PAIN Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

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