domingo, 6 de novembro de 2016

RELAÇÃO ENTRE LIBERDADE E NATUREZA: NA VISÃO DE KANT, FICHTE E SCHELLING (Pontos de Reflexões 01)
1 Na Visão de Kant
Emmanuel Kant é considerado o centro do pensamento na modernidade, e dele depende todo o pensamento posterior, e, em que podemos citar de forma particular, o idealismo clássico alemão. A investigação e a compreensão do pensamento kantiano têm como base de sustentação dois problemas, a serem destacados: o primeiro trata do conhecimento da Natureza e o segundo da Liberdade humana. A filosofia kantiana, quebra com os preceitos religiosos cristãos porque, passando a responsabilidade da ética para a razão.
2 Na Visão de Fichte
João Amadeu Fichte dedicou-se entusiasticamente à filosofia kantiana, Ao ser convidado para lecionar na universidade em 1794, teve que enfrentar a oposição das autoridades religiosas e políticas, por conta de seu ateísmo e anticristianismo. Para Fichte, a opção por decidir entre idealismo e não dogmatismo, isto é, do realismo, seria prático, moral, é uma, questão de caráter. Para ele, Dogmatismo significa: passividade, acomodação, fraqueza, debilidade; ao passo que idealismo é sinônimo de independência, liberdade, isto é, posse de si mesmo. O que ficou sendo base do idealismo posterior, justificado teoricamente em uma concepção metafísica monista-imanentista.
Nesse ínterim, Fichte idealististicamente entende a realidade espiritual e a material como uma produção do eu. Um eu universal, transcendental, absoluto, Eu puro que, empíricos, e unicamente neles, o Eu puro vive, operam, desenvolve-se, em um processo infinito, ético, em que está a sua divindade infinita.
Com base na razão prática de Kant, Fichte, afirma que a natureza íntima, profunda, baseada do eu seja atividade, moralidade. Assim para que ela se realize, o eu criaria o mundo da natureza, opondo-se a si mesmo o não-eu. Pra tanto, este seria precisamente o campo da sua atividade, o obstáculo a ser superado para que seja realizado a sua eticidade. Neste caso a antítese que ele põe como tese, a fim de que seja possível a síntese ética.  Nessa perspectiva o processo torna-se ascendente, pois, não tem fim, porque, se terminasse, apagaria a vida do espírito, a qual é atividade, eticidade, e a realidade cairiam do nada.
3 Na Visão de Frederico Schelling
Frederico Guilherme Schelling foi um autor variado e fecundo. As faces do seu pensamento são fundamentalmente duas: o período da filosofia da identidade, e o da filosofia da liberdade. A filosofia de Schelling é, fundamentalmente, idealista. Para ele, o espírito, o sujeito, o eu, são os princípios de tudo. Também como Fichte, ele admite que a natureza seja uma produção necessária do espírito; sobretudo, discorda do conceito de Fichte de que a natureza tenha uma existência puramente relativa ao espírito. A natureza mesmo que forma idealística possui uma realidade no que diz respeito ao sujeito e a consciência.  Para ele, a natureza – mesmo que concebida idealisticamente, tem uma realidade autônoma com respeito ao sujeito, à consciência. A natureza é o espírito na fase de consciência obscura, como o espírito é a natureza na fase de consciência clara.
REFERÊNCIA
SALATIEL, José Renato. História da filosofia moderna. São Luís: UemaNet, 2011.

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