domingo, 6 de agosto de 2017

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Profa. Aldelane Gomes Leão
Prof. Paulo David Oliveira Silva
Primeiras considerações
Avaliação é um recurso que o professor utiliza para verificar a aprendizagem do seu aluno e quais as suas dificuldades, ou seja, o que deverá ser trabalhado.
A avaliação diagnóstica dos alunos detecta problemas de aprendizagem ou, simplesmente, testa seus conhecimentos. O professor pretende verificar o que conseguiu transmitir em suas aulas classificá-los como alunos com bom ou mau aproveitamento.
A avaliação também poderá ter a função de promoção, nesse caso ela deve ser contínua. Isso significa que o aluno deve ser avaliado diariamente para que seus progressos sejam percebidos. Não se deve tomar por base somente as provas periódicas, as observações diárias é que irão demonstrar o quanto o aluno aprendeu suas participações e nível de produtividade.
O professor deve ter bom senso e constantemente auto avaliar-se. Perceber se sua maneira de expor os conteúdos e esclarecer seu aluno está adequada. Atualizar-se e aprender com a própria prática. Verificar em que medida suas estratégias estão contribuindo para a aprendizagem dos alunos.
Para que ou por que avaliar?
Não tem a finalidade de comparar, selecionar ou classificar os alunos, Tem por objetivo observar as possibilidades para a intervenção, as dificuldades para sua resolução, a evolução do pensamento do aluno e seus erros e os equívocos do professor como possibilidade de compreender o que o aluno sabe, o que precisa saber para avançar em sua aprendizagem, e o que o professor deve modificar em seu planejamento de ensino e em suas atitudes em relação ao aluno, ou seja,
“Para discutir a aprendizagem dos alunos, para aperfeiçoar o processo avaliativo e a educação” (Hoffmann, 2005, p.68);
Para subsidiar com informações sobre o que o aluno já sabe (nível de desenvolvimento real) e em que condições ele aprende melhor (zona de desenvolvimento proximal);
Para identificar as dificuldades e organizar atividades que favoreçam a aprendizagem do aluno;
Para tomada de posição quanto às providências que devem ser efetivadas para remover os obstáculos que possam estar dificultando a aprendizagem e a participação do aluno nas atividades escolares;
Para compreender e acompanhar em termos do seu desempenho na escola e/ou de suas relações no ambiente escolar.
Quem avalia?
Não é uma ação exclusiva do professor da classe comum; a avaliação deve envolver alunos, pais, equipe escolar, supervisor escolar, professor de apoio pedagógico e, se possível, equipe multiprofissional que atenda ao aluno.
O que avaliar?
1) O que o aluno já interiorizou, ou seja, as evidências do que já conseguiu aprender; 2) O caminho que o aluno percorre para chegar às suas respostas e resultados; e, 3) As evidências das dificuldades que ainda enfrenta e, a partir delas, o reconhecimento das superações que precisam ser conquistadas.
Como avaliar?
Por meio da autoavaliação, cria-se a oportunidade para a tomada de consciência do aluno sobre o seu processo de aprendizagem pela ampla oportunidade de expressão do pensamento; sobretudo em relação a si e aos seus sentimentos, e sobre suas expectativas no ambiente escolar;
É na instância dos horários coletivos e nos conselhos de classe que o processo de avaliação passa a ser compartilhado, de fato, com os demais membros-integrantes da equipe pedagógica da escola. Nesse espaço é possível compartilhar observações sobre seus alunos, trocar experiências e tomar decisões quanto aos procedimentos educacionais.
Algumas mudanças e adaptações são necessárias no momento de avaliar: 1) O aluno surdo deve ter acesso ao uso de Dicionário; e, 2) Deverá estar acompanhado do intérprete de Libras.
Alguns critérios a serem observados: 1) O mais importante é o conteúdo (nível semântico) e a coerência e sequência lógica de ideias; 2) Não se deve supervalorizar a habilidade em Língua Portuguesa; 3) Não ignorar suas dificuldades em Língua Portuguesa, porém, deve ser considerado seu perfil; 4) Considerar que as suas dificuldades decorrem do fato de que a Língua Portuguesa é uma segunda língua para esse aluno; e, 5) Jamais comparar o texto de um aluno surdo com o de outro aluno ouvinte.
O principal aspecto a ser considerado é que o aluno demonstre competência para utilizar os conhecimentos adquiridos em seu cotidiano. Ao avaliar a produção escrita de um aluno surdo, não deve se ater à forma e sim ao conteúdo, priorizando a coerência, originalidade e autoria das ideias. Embora o português não seja sua língua nativa é possível que ele possa alcançar os objetivos propostos. Contexto em que, cada aluno é diferente, com ou sem uma limitação, o educador deve ter um olhar para cada um, respeitando suas particularidades.

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