quarta-feira, 6 de outubro de 2021

 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: FUNDAMENTOS TEÓRICO-PRÁTICOS (Parte 2 Citações Conceituais)

“O modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da própria constituição dos meios de vida já encontrados e que eles têm de reproduzir. Esse modo de produção não deve ser considerado meramente sob o aspecto de ser a reprodução da existência física dos indivíduos. Ele é, muito mais, uma forma determinada de sua atividade, uma forma determinada de exteriorizar sua vida, um determinado modo de vida desses indivíduos. Tal como os indivíduos exteriorizam sua vida, assim são eles. O que eles são coincide, pois, com sua produção, tanto com o que produzem como também com o modo como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção”. (MARX E ENGELS 2007, p. 87).

“O concreto é concreto porque é síntese de múltiplas determinações, portanto, unidade da diversidade. Por essa razão, o concreto aparece no pensamento como processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida, não obstante seja o ponto de partida efetivo e, em consequência, também o ponto de partida da intuição e da representação. Na primeira via, a representação plena volatiliza-se em determinações abstratas; na segunda, as determinações abstratas levam à reprodução do concreto por meio do pensamento”. (MARX, 2011, p. 54).

“[...] Para Hegel, o processo de pensamento, que ele, sob o nome de ideia, transforma num sujeito autônomo, e é o demiurgo do real, real que constitui apenas a sua manifestação externa. Para mim, pelo contrário, o ideal não é nada mais que o material, transposto e traduzido na cabeça do homem.  [...] ao mesmo tempo o entendimento da sua negação, da sua desaparição inevitável; porque apreende cada forma do existente no fluxo do movimento, portanto também com seu lado transitório; porque não se deixa impressionar por nada e é, em sua essência, crítica e revolucionária”. (MARX, 1988, p. 26-27).

“A pedagogia revolucionária situa-se além das pedagogias da essência e da existência. Supera-as, incorporando suas críticas recíprocas numa proposta radicalmente nova. O cerne dessa novidade radical consiste na superação da crença na autonomia ou na dependência absolutas da educação em face das condições sociais vigentes”. (SAVIANI, 2009, p. 59).

“Se a educação é mediação no seio da prática social global, e se a humanidade se desenvolve historicamente, isso significa que uma determinada geração herda da anterior um modo de produção com os respectivos meios de produção e relações de produção. E a nova geração, por sua vez, impõe-se a tarefa de desenvolver e transformar as relações herdadas das gerações anteriores. Nesse sentido, ela é determinada pelas gerações anteriores e depende delas. Mas é uma determinação que não anula a sua iniciativa histórica, que se expressa justamente pelo desenvolvimento e pelas transformações que ela opera sobre a base das produções anteriores. À educação, na medida em que é uma mediação no seio da prática social global, cabe possibilitar que as novas gerações incorporem os elementos herdados de modo que se tornem agentes ativos no processo de desenvolvimento e transformação das relações sociais”. (SAVIANI, 2008, p. 143)

REFERÊNCIAS

MARX, K. Grundrisse. São Paulo, Boitempo, 2011.

MARX, K. O Capital, vol. II, São Paulo, Nova Cultural, 1998.

MARX, K..; ENGELS, F. A Ideologia alemã. São Paulo, Boitempo, 2007.

SAVIANI, D. Educação Socialista, Pedagogia Histórico-Crítica e os desafios da sociedade de classes. Campinas-SP, Autores Associados, 2005.

SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. Campinas-SP, Autores Associados, 2009.

SAVIANI, D. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas-SP, Autores Associados, 2007.

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica. Autores Associados, Campinas, 2008.

SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2010.

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