sábado, 6 de janeiro de 2018

Um breve histórico da Educação Física Escolar no Brasil*
A Educação Física Escolar teve sua oficialização 351 anos após os primeiros relatos, na Reforma de Couto Ferraz em 1851, apesar dos já existentes relatos do ano de 1500 no período da colonização do Brasil.
Conforme registro na carta de Pero Vaz de Caminha (1500) relata que os indígenas praticavam danças, lutas e exercícios tais como: saltos, corrida e arremesso. Tais atividades tinham aspectos naturais, para aprimorarem suas performances nas caças, e em cunho religioso tinham as danças para agradecerem aos deuses (Gutierrez, 1972).
Posteriormente ainda no Brasil Colônia com aparições das senzalas, surge as expressões ritmas através da capoeira e danças ríspidas trazidas pelos escravos originais da África (Ramos, 1982).
No Brasil Império entre 1822 a 1889 surgem os primeiros tratados sobre Educação Física.
Em 1823, Joaquim Antônio Serpa, elaborou o “Tratado de Educação Física e Moral dos Meninos”. Esse tratado postulava que a educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito, e considerava que os exercícios físicos deveriam ser divididos em duas categorias: 1) os que exercitavam o corpo; e 2) os que exercitavam a memória (Gutierrez, 1972). Além disso, esse tratado entendia a educação moral como coadjuvante da Educação Física e vice-versa (Gutierrez, 1972). O início da Educação Física escolar no Brasil inicialmente chamada de Ginástica foi oficializada como a reforma de Couto Ferraz em 1851, no entanto foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior”, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro (Ramos, 1982).
De 1890 a 1946, Brasil Republica, a Educação Física no Brasil pode ser subdividida em duas fases: a primeira remete o período de 1890 até a Revolução de 1930 (que empossou o presidente Getúlio Vargas); e a segunda fase, configura o período após a Revolução de 1930 até 1946. Em meados de 1920 outros estados da federação começaram a elaborar seus planos educacionais e incluíram a Ginastica nas escolas, no mesmo período surge varias escolas de Educação física que tinham como objetivo a formação militar (Ramos, 1982). No entanto, após a criação do Ministério da Educação e Saúde na segunda fase do Brasil Republica, a Educação Física ganha destaque perante os objetivos do governo, sendo inserida na constituição brasileira e obrigatória no ensino secundário (Ramos, 1982).
Após a segunda Guerra Mundial até meados da década de 1960 a Educação Física nas escolas manteve o caráter gímnico e calistênico, com a tomada do poder executivo por militares, ocorreu um acréscimo abrupto do sistema educacional, onde o governo planejou transforma as escolas publicas e particulares como fonte de programa do regime militar (Darido e Rangel, 2005). Neste período era priorizado o Esportivísmo, fazendo a acepção dos menos aptos, buscando rendimentos de alto níveis em torneio e campeonatos, fazendo com que a situação política da época seja camuflada através das glórias que o esporte proporciona.
A partir de 1980 são criadas Tendências, abordagens e concepções diferentes da incutida concepção mecanicista engessada nos esportes, tais eles são: Psicomotricidade, desenvolvimentista, saúde renovada e os mais recentes Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil, 1997).
De forma geral tais novas concepções e abordagens desempenham um papel de desmistificação de teorias que priorizem a Eugenismo (acepção dos aptos e não aptos), trabalhando principalmente a participação global de indivíduos nos mais diversos modelos de apreciação das atividades físicas realizadas dentro do ambiente escolar e social, priorizando os aspectos: físicos, efetivos, cognitivos e sociais.
De maneira geral podemos concluir que a Educação física no Brasil vem se desenvolvendo a partir de importantes mudanças político-sociais e que atualmente é vista como elemento essencial para a formação do cidadão brasileiro.
Referências
RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte. São Paulo: Ibrasa. 1982
DARIDO, S. C. e Rangel, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.
GUTIERREZ, W. História da Educação Física. 1972.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
*Compilação: Prof. Esp. Allysson Edward da S. S. Batista

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