quarta-feira, 6 de junho de 2018

CONSTRUÇÃO DO SABER ANTROPOLÓGICO E HISTÓRICO: UMA PERSPECTIVA DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR

Introdução a Antropologia (Parte I)

Podemos definir a ciência como o conjunto de atividades, métodos e técnicas que estão ligados aos conhecimentos. É possível afirmar também que, dentre as ciências, a história foi uma das que mais se aprimorou nas últimas décadas, e esse desenvolvimento se deu por conta da sua natureza interdisciplinar, imprimido pela produção historiográfica contemporânea. Os Panoramas dos historiadores se expandiram com novas temáticas, novos objetos e novos métodos. Tudo isso, graças à aproximação da história com a Antropologia. 
Apresar da Antropologia ter sido consolidada como disciplina científica apenas no século XIX, ela tem exercido suas atividades desde o século XVI, onde fazia os relatos sobre viagens que eram reportadas as características dos povos encontrados no caminho dessas viagens, assim fazendo uma descrição de sua língua, raça e religião. Essas atividades eram feitas por missionários, viajantes, exploradores, etc. No final do século XIX, a escola antropológica Evolucionista surgiu.

Para o evolucionismo antropológico a noção de progresso se torna fundamental, pois é o seu rumo que a história do homem se faz. se acredita na unidade básica da espécie humana e o fator tempo passa a ser bastante importante. Progresso, evolução, avanço no tempo. o homem a caminho. a direção é a de um estágio superior de civilização. (EVERARDO, 1988, p. 12).

O evolucionismo, ou “Darwinismo Social”[1], como também era conhecido, é uma das teorias da antropologia, que afirma que todas as sociedades começam de uma forma “primitiva” e com o decorrer do tempo vão tendo uma evolução para um estão “civilizado”, saído do modo animalesco de sociedade e passando a ser uma sociedade civilizada, com apenas o método de pesquisa de gabinete, mas com o passar do tempo vemos a formulação de um novo pensamento que começa com Franz Boas, o Difusionismo.

Assim, o “outro” começa a deixar de ser um simples retrato dos momentos primitivos do “eu” e passa a ocupar um lugar mais destacado como algo, que transforma a teoria antropológica e pode de muitas maneiras, servir para dimensionar a própria sociedade do “eu”. (EVERARDO, 1988, p. 22).

Vemos que com Boas (1998), o pensamento evolucionista é deixado de lado, e por consequência a visão eurocêntrica é retirada da antropologia tendo uma visão diferente da comunidade e do homem em si, com um novo método de abordagem que deixa o gabinete e passa a ir na comunidade, e assim faz uma observação dos mesmos, tendo uma visão do costume e modo de vida. 
Na década de 20, com o nascimento de uma nova corrente teórica, o funcionalismo, que tem o objetivo de compreender os valores da sociedade e a cultura, o que tornou necessário a ênfase no trabalho de campo de vivencia com a sociedade estudada. Tendo assim uma maior compreensão dos costumes, modo de vida e religião da comunidade.
 Na década de 40, com Lévi-Strauss, surge o estruturalismo, que está mais voltado para um método de análise da realidade social, baseado na construção de modelos que expliquem como se dão as relações a partir do que chamam de estruturas de uma sociedade.

REFERÊNCIAS

LÉVIS-ESTRAUSS, Claude. Capitulo1 introdução: história e etnologia in antropologia estrutural. Rio de Janeiro: tempo Brasileiro, 2003, p. 13-41.

ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.  39 p. (Coleção Primeiros Passos, 124).

FOUCAULT, MICHEL. Arqueologia do saber. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
*Compilação: Matheus Wilson S. dos Santos (Acadêmico do 2º período de Licenciatura em História – CESC/UEMA)


[1] O Darwinismo Social é um pensamento sociológico que surgiu no final do século XIX e começo do XX, que tentava explicar a evolução da sociedade humana se baseando na teoria da evolução proposta por Charles Darwin.

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