PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA: PARTE 4 –
PAPEL DA ESCOLA
Segundo Libâneo
(2006), a escola é concebida como mediação entre o individual e o social, capaz
de exercer a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação
ativa por parte de um aluno para atos concreto, isto é, inserido num contexto
de relações sociais, como ator principal do processo, com direcionamentos para
ações conscientes e responsáveis.
Para Aranha (2006,
p. 276), o papel da escola e garantir de forma transformadora e
concientizadora, a aprendizagem dos conteúdos, de maneira que permita aos
alunos uma real compreensão e possibilidades de participar da sociedade de
forma crítica, e que deve se trabalhado a partir de aspectos de:
1) diálogo entre professores e alunos;
2) respeito ao desenvolvimento psicológico dos
educandos;
3) superação da visão de senso comum;
4) experiência inicial do educando e incorporação
ao universo cultural acumulado historicamente pela humanidade.
5) promoção da socialização do saber que
“permitam alcançar o saber elaborado”.
6) mediação entre o aluno e a realidade,
ocupando-se com “a aquisição de conteúdos,
a formação de habilidades hábitos e convicções”.
A pedagogia histórico-crítica,busca favorecer
o desenvolvimento de apreensão e compreensão de conhecimento sistematizado acumulado
ao longo do tempo produzido ao longo da história e que foi institucionalizado
pela escola.
A escola é uma
instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado. Vejam
bem: eu disse saber sistematizado; não se trata, pois, de qualquer tipo de
saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao
conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à
cultura erudita e não à cultura popular. Possibilitam o acesso ao saber
elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber. As
atividades da escola básica devem organizar-se a partir dessa questão. Se
chamarmos isso de currículo, poderemos então afirmar que é a partir do saber
sistematizado que se estrutura o currículo da escola elementar. Ora, o saber
sistematizado, a cultura erudita, é uma cultura letrada. Daí que a primeira
exigência para o acesso a esse tipo de saber seja aprender a ler e escrever.
Além disso, é preciso conhecer também a linguagem dos números, a linguagem da
natureza e a linguagem da sociedade. Está aí o conteúdo fundamental da escola
elementar: ler, escrever, contar, os rudimentos das ciências naturais e das
ciências sociais (história e geografia). (SAVIANI, 2011 p. 14).
Nessa
perspectiva, o “fazer que tem como resultado um produto material, no entanto,
não se separa do trabalho ‘não-material’, que consiste na produção de ideias,
conceitos, valores, ou seja, na produção do saber”, assim, a escola busca nesse contexto, difundir os conteúdos concretos e
indissociáveis das realidades sociais e que favoreça o viver de forma mais
digna.
Referências
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da Educação. 2 ed. São Paulo:
Moderna, 1996.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2 ed. Campinas,
SP: Autores Associados, 2003.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 18 ed. rev.
Campinas: Autores Associados, 2009. (Educação Contemporânea).
______. Escola e Democracia. 25 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados,
1991.
______. Interlocuções pedagógicas: conversa com Paulo Freire e Adriano
Nogueira e 30 entrevistas sobre educação. Campinas, SP: Autores Associados,
2010.
______. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 11 ed.
Campinas-SP: Autores Associados, 2012.
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