domingo, 6 de julho de 2014

AFETIVIDADE E O PROCESSO EDUCACIONAL: UM DESAFIO ATUAL
Profa. Mestranda Vânia Sebastiana Macedo
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Profa. Francisca Gomes da Silva
Introdução
Os índices relacionados à violência urbana, no Brasil, crescem a cada dia, principalmente nos grandes centros urbanos, onde há maior fluxo econômico e social, o que possibilita que ela se manifeste de múltiplas formas. O tema ainda é tratado por poucos estudiosos, embora seja de interesse público e privado, ou seja, da sociedade em geral.
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou: “em todo o mundo a violência vem se afirmando como um dos mais graves problemas sociais e de saúde pública” (SILVA, 2010).
As diversas formas de violência que acontecem no meio urbano têm como ponto em comum a estrutura das grandes cidades, que promove por si só um distanciamento da natureza. A massa de construções faz perder a simples perspectiva do horizonte, da natureza, inclusive da natureza afetiva humana. A isso se pode adicionar as formas de viver em geral, cada vez mais empilhadas e apertadas. A aglomeração populacional é inversamente proporcional à possibilidade de contatos afetivos mais profundos (PHEBO & MOURA, 2005).
Esta falta de proximidade entre as pessoas alimenta a perpetuação da violência urbana, uma vez que ela é resultante das dinâmicas sociais e que nem sempre há a o desenvolvimento de estratégias voltadas para o seu enfrentamento.
Além da estrutura das grandes cidades, outros fatores também podem influenciar a perpetuação da violência urbana, envolvendo esferas sociais e econômicas, tais como: desemprego, baixa escolaridade, concentração de renda, exclusão social e também, comportamental e cultural, como o machismo, racismo e homofobia (SILVA, 2010).
Conceito de afetividade
A afetividade é uma dinâmica profunda e complexa que se inicia a partir do momento em que um sujeito se liga a outro pelo amor e proporciona ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada.
Afetividade desafio educacional
É tarefa e ao mesmo tempo, desafio da instituição escolar, assumir efetivamente, em parceria com os pais (família em geral), a difícil e complicada função de proporcionar aos educandos oportunidades de evoluir como pessoas humanas.
Para Marchand (1985), o aspecto afetivo torna-se um elemento importante que deve ser considerado no processo de ensino-aprendizagem, isso porque na prática pedagógica, podem surgir entre professor e aluno, o sentimentos de atração ou de repulsão, sendo que essas atitudes sentimentais têm o poder de influenciar a metodologia com risco de alterá-la, provocando no aluno, rudes transformações afetivas mais ou menos desfavoráveis ao processo educativo.
Assim, percebe-se que é importante compreendermos que as emoções e os sentimentos que compõem os seres humanos são constituídos de um aspecto de importância fundamental na vida psíquica do sujeito, visto que emoções e sentimentos estão presentes em todas as manifestações de nossa vida, tornando-se um fator importante no processo de aprendizagem.
Escola, um ambiente afetivo e de inclusão
Na atualidade, a escola é a mais importante instituição que pode contribuir para a inclusão do individuo nas relações de convívio social, por ser um ambiente que tem possibilidade de discutir e ensinar as questões relativas às temáticas que afligem a sociedade.
Para isso, o trabalho pedagógico educacional tem papel de cuidar da sua formação, fazendo-os cumprir regras, impondo-lhes limites, e acima de tudo, despertando nos mesmos, a afetividade, que é de suma importância para o convívio na escola e na sociedade que são fundamentais para a formação de personalidades sadias e capazes de aprender, pois é a partir da interação entre aluno e professor, que se estabelecem as afinidades ou afetividade.
Considerações
Diante disso, perceber-se que a inclusão escolar não se restringe aos aspectos relacionados às deficiências, mas também às necessidades da afetividade dentro do processo de ensino-aprendizagem. Sendo a afetividade, um fator importante no relacionamento entre os educandos, entre professores, educador-educandos ou mesmo entre todos os envolvidos no processo educacional. Sendo esse relacionamento afetivo imprescindível para o desenvolvimento de habilidades, competências e de relações sociais, e, por consequência, a afetividade pode se tornar um fator de inclusão ou mesmo exclusão escolar. 
Referências
MARCHAND, Max. A afetividade do educador. Tradução de Maria Lúcia Spedo Hildorf Barbanti e Antonieta Barini; direção da Coleção Fanny Abromovich. São Paulo: Ed. Summus, 1985.
NJAINE, Kathie. Mídia e violência urbana. Cad. Saúde Pública. 1994, vol. 10, n. 4, pp. 512-515. ISSN 0102-311X. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/csp/v10n4/v10n4a14.pdf> Acesso em maio de 2014.
NUNES, Mônica. Idiomas culturais como estratégias populares para enfrentar a violência urbana. Ciênc. saúde coletiva. 2005, vol.10, n. 2, pp. 409-418. ISSN 1413-8123. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/a19v10n2.pdf> Acesso em maio de 2014.
PHEBO, Luciana; MOURA, Anna Tereza M. S. de. Violência urbana: um desafio para o pediatra. J. Pediatr. (Rio J.) 2005, vol. 81, n.5, suppl. pp. s189-s196. ISSN 0021-7557. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa09.pdf>Acesso em junho de 2014.
SILVA, Marta. Violência: um problema de saúde pública. 2010. Disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/violenciamartasilva.pdf> Acesso em junho de 2014.
SOUZA, Edinilsa Ramos de;  LIMA, Maria Luiza Carvalho de. The panorama of urban violence in Brazil and its capitals. Ciênc. saúde coletiva. 2006, vol.11, n.2, pp. 363-373. ISSN 1413-8123. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n2/30424.pdf> Acesso em maio de 2014.

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