segunda-feira, 6 de abril de 2015

OS SOFISTAS E SÓCRATES (PONTOS REFLEXÕES 3)
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
1. Quais as características básicas dos sofistas e por que eles ainda permanecem pré-socráticos?
Entre as características dos sofistas temos: Relativismo – Tudo que existe é inconstante e a essências das coisas são variáveis e casuais; Subjetivismo – As coisas são como aparenta ser para cada pessoa, ou seja, não existe verdade objetiva; Ceticismo – O conhecimento do homem é limitado às aparências, ou seja, não se conhece coisa alguma com certeza a absoluta; Oportunismo político – Se não há nada justo e injusto em si mesmo, todos os meios são bons para se atingir os fins que cada um se propõe; e, Utilitarismo – Mais do que servir ao Estado, os sofistas ensinavam a empregar as habilidades retóricas a serviço dos interesses particulares como meio de convencimento de seus interlocutores, manipulando, se necessário, os sentimentos e as paixões. Assim os sofistas apresentavam-se com ideias de pensador mais criativo e perspicaz, incorporavam suas noções básicas ao seu próprio sistema de pensamento.
Para alguns historiadores os sofistas permanecem como pré-socráticos porque são considerados apenas como pensadores e não como filósofos, por não possuir um pensamento sistêmico e compromissado com a busca da verdade, mas sim com a oratória como forma de domínio e persuasão sempre a serviço de outros interesses, sendo considerado como agentes da anti-razao. Dessa forma, para eles, o fundamental, era que todo esforço intelecto tinha por fim lucro imediato, assim, o importante era vencer o adversário, ganhar causa judicial, persuadir e convencer um determinado grupo, sendo que para isto, tudo era válido, a única norma lógica e intelectual para eles, era o êxito.
2. Explique por que Sócrates pode ser visto tanto como um sofista e quanto um antissofista.
Sócrates é visto como sofista, por causa de determinadas características que apresentava semelhantemente, entre as quais: a de transmitir questões com referencia à política, e, pela forma de rompimento da visão mítica e religiosa da natureza que prevalecia na época, dessa forma, a transmissão do conhecimento deixou de ser exclusividade de sacerdotes e de se limitar à interpretação mítico-religiosa do mundo com a desvinculação do pensamento mítico, ou seja, tanto os sofistas como Sócrates, trouxeram “[...] a filosofia dos céus a terra, o deslocamento do interesse por questões físicas para o interesse por questões relativas à virtude (cívica) [...]” (Ribeiro, 2008) e principalmente porque aparentemente exercia o mesmo ofício.
Sócrates é visto como antissofista em função da forma pela qual exercia sua prática, enquanto que os sofistas recebiam pelo pelos ensinamentos que ministravam, ele ensinava a quem necessitasse e não recebia pagamento nenhum pelo seu ensinamento. Outro ponto, é como discutia em público a política e moral, religião (entre outras temáticas), utilizava uma forma pedagógica de vigor e sutileza, distinguindo da dos sofistas, na medida em que estes praticavam um ensino desligado de preocupações de ordem ética, sendo seu objetivo principal, o de obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais. Dessa maneira, enquanto que Sócrates educava na busca à consciência do seu verdadeiro bem capaz de agir por razão, os sofistas utilizavam o artificioso da oratória e da retórica como forma de persuasão e convencimento sem se importa com a com os meios e sim com os objetivos a serem alcançados.

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