quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Importância da filosofia de Popper para o desenvolvimento da ciência
De acordo com Karl Popper não se pode considerar o mundo como apenas uma coisa física e dessa forma argumentá-lo e compreende-lo, como afirmava Quine, que considerava suficiente apenas a existência das coisas físicas. E, nesse contexto, o mesmo apresenta três grandes problemas: “a) a indução (o problema de Hume): como aprendemos a partir da experiência?; b) a demarcação (o problema de Kant): quais os limites da experiência possível?; c) como é possível o progresso do conhecimento?”. (POPPER Apud PELELLA 2011, p. 35).
1) a indução é comprovadamente um modo logicamente inválido de inferência; 2) qualquer outra forma de justificar a indução, ou seja, mostrar que podemos racionalmente formar as nossas expectativas sobre o futuro com base em nossas experiências passadas, é claramente uma operação circular; 3) a indução é um mito e a ciência do real deve abster-se de empregar a indução. (POPPER Apud PELELLA 2011, p. 35).
O que se observa diante das suas afinações, é que o mesmo apresenta-se contrario teoria indutiva da ciência, apresentando também, rejeição do empirismo clássico. Dessa forma, uma teoria cientifica baseada em uma conjuntura provisória, não é possível confirmar a sua veracidade, ou seja, não se pode considerar a construção de uma teoria baseada apenas na lógica indutiva ou mesmo no raciocínio indutivo do acaso.
Outro ponto, que o Popper adota é falseabilidade, relacionado à demarcação do conhecimento, assim, uma determinada teoria, mesma que tenha tido um amplo número de provas comprobatórias nunca será considerada e aceita como certeza, visto que, basta que ocorra um único acontecimento contrário para obrigar a alterar a determinada teoria, dessa maneira um determinado processo de confronto de uma determinada teoria com observações mais recentes poderá provar a falsidade dessa teoria em análise. Quanto à demarcação do conhecimento, Popper adota o "falseamento": qualquer teoria que tenha tido grande número de provas comprobatórias nunca será aceita como certeza, porque basta um único episódio contrário para obrigar a mudar a teoria”. (POPPER Apud PELELLA 2011, p. 35).
Assim, as experiências e observações que se tem do mundo real podem e ao mesmo tempo, devem buscar fazer e encontrar provas comprobatórias da falsidade da teoria ao qual está sendo analisada, e que ocorre por meio do processo de confrontamento da referida teoria com as observações, que poderá ou não provar a falsidade da teoria em análise, ou seja, uma determinada teoria científica pode ser falsificada por uma única e exclusiva observação negativa, mesmo que se tenham inúmeras observações positivas que garanta sua eterna e imutável veracidade.
A Ciência poderá, nesse contexto, desenvolve-se enquanto se aplicar a falseabilidade que impulsionará encontrar teorias sempre mais explicativas para os fenômenos acumulando no decorrer do tempo, assim do falsificacionismo como critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência poderá ao mesmo tempo demonstrar, a partir do confronto da teoria com provas comprobatória, a falsidade ou não de uma teoria (de modo que a determinada teoria em análise venha ou não ser refutada por acontecimentos e por observações), bem como o desenvolvimento da mesma (ou seja, o progresso do conhecimento)
Referências
PELELLA, Giovanni. Filosofia das ciências. São Luís: UemaNet, 2011. Disponível no ambiente uemanet. Acessado em outubro de 2011.
 SILVEIRA, Fernando Lang da. A filosofia da ciência de karl Popper: o racionalismo crítico. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/mpef/Lang/POPPER.pdf>. Acessado em outubro de 2011.

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