Importância
da filosofia de Popper para o desenvolvimento da ciência
De acordo com Karl Popper não se pode considerar o
mundo como apenas uma coisa física e dessa forma argumentá-lo e compreende-lo,
como afirmava Quine, que considerava suficiente apenas a existência das coisas
físicas. E, nesse contexto, o mesmo apresenta três grandes problemas: “a) a indução (o problema de Hume):
como aprendemos a partir da experiência?; b) a demarcação (o problema de Kant):
quais os limites da experiência possível?; c) como é possível o progresso do
conhecimento?”. (POPPER Apud PELELLA
2011, p. 35).
1) a indução é comprovadamente um modo logicamente
inválido de inferência; 2) qualquer outra forma de justificar a indução, ou
seja, mostrar que podemos racionalmente formar as nossas expectativas sobre o
futuro com base em nossas experiências passadas, é claramente uma operação
circular; 3) a indução é um mito e a ciência do real deve abster-se de empregar
a indução. (POPPER Apud PELELLA 2011, p. 35).
O que se observa diante das suas afinações, é que o
mesmo apresenta-se contrario teoria indutiva da ciência, apresentando também, rejeição do
empirismo clássico. Dessa forma, uma teoria cientifica baseada em uma
conjuntura provisória, não é possível confirmar a sua veracidade, ou seja, não
se pode considerar a construção de uma teoria baseada apenas na lógica indutiva
ou mesmo no raciocínio indutivo do acaso.
Outro ponto, que
o Popper adota é falseabilidade,
relacionado à demarcação do conhecimento, assim, uma determinada teoria, mesma
que tenha tido um amplo número de provas comprobatórias nunca será considerada
e aceita como certeza, visto que, basta que ocorra um único acontecimento
contrário para obrigar a alterar a determinada teoria, dessa maneira um
determinado
processo de confronto de uma determinada teoria com observações mais recentes
poderá provar a falsidade dessa teoria em análise. “Quanto à demarcação do conhecimento, Popper adota o
"falseamento": qualquer teoria que tenha tido grande número de provas
comprobatórias nunca será aceita como certeza, porque basta um único episódio
contrário para obrigar a mudar a teoria”. (POPPER Apud PELELLA 2011, p. 35).
Assim, as experiências
e observações que se tem do mundo real podem e ao mesmo tempo, devem buscar fazer
e encontrar provas comprobatórias da falsidade da teoria ao qual está sendo analisada,
e que ocorre por meio do processo de confrontamento da referida teoria com as
observações, que poderá ou não provar a falsidade da teoria em análise, ou
seja, uma determinada teoria científica pode ser falsificada por uma única e exclusiva observação negativa, mesmo
que se tenham inúmeras observações positivas que garanta sua eterna e imutável veracidade.
A Ciência poderá, nesse contexto, desenvolve-se
enquanto se aplicar a falseabilidade que impulsionará encontrar teorias sempre
mais explicativas para os fenômenos acumulando no decorrer do tempo, assim do falsificacionismo como critério da
demarcação entre a ciência e a não-ciência poderá ao mesmo tempo demonstrar, a
partir do confronto da teoria com provas comprobatória, a falsidade ou não de
uma teoria (de modo que a determinada teoria em análise venha ou não ser
refutada por acontecimentos e por observações), bem como o desenvolvimento da
mesma (ou seja, o progresso do conhecimento).
Referências
PELELLA, Giovanni. Filosofia das ciências. São
Luís: UemaNet, 2011. Disponível no ambiente uemanet. Acessado em
outubro de 2011.
SILVEIRA, Fernando Lang da. A filosofia
da ciência de karl Popper: o racionalismo crítico. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/mpef/Lang/POPPER.pdf>. Acessado em outubro de
2011.
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