domingo, 6 de março de 2016

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Vera Lúcia A. P. Santos
O Estágio Supervisionado é imprescindivelmente importante, pois o mesmo visa fortalecer a relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos na vida acadêmica, profissional e pessoal. Dessa forma, o estágio propicia aos estudantes não apenas a vivência em sala de aula, mas também o contato com a dinâmica escolar nos seus mais diferentes aspectos.
Assim, este se constitui em um importante instrumento para construção de conhecimento e de integração do futuro profissional na realidade social, econômica e do trabalho em sua área de atuação. Para tanto, as atividades de estágio devem permear ações de análises críticas, questionamentos e práticas de ensino com uma forte ligação às teorias educacionais vigentes.
Pois nenhuma situação didática está inteiramente sob o controle do professor. Os alunos são constantemente agentes que reinvestem na situação desafios, estratégias, maneiras de ser que vêm de fora. Sendo assim:
“as competências utilizam, integram, mobilizam conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas. A competência implica, também, uma capacidade de atualização dos saberes” (PERRENOUD, 1999, p.135). 
Com base nesse princípio, o estágio deve ser um canal de ligação entre a Universidade e as escolas de Educação Básica. Esta ligação deve proporcionar aos alunos estagiários uma reflexão da realidade escolar vivenciada para, a partir daí, contribuir com a construção de novas ideias educativas. Pois como diz Krasilchik (2008), “a relação entre Universidades e escolas não pode caracterizar como cobrança ou fiscalização das ações educativas, mas uma ação cooperativa, visando à melhoria do ensino”.
Nesse sentido, os Referenciais Nacionais para a Formação de Professores (1999) nos lembra de que os Centros de Formação, na maioria das vezes, deixam o futuro professor sozinho com a tarefa de integrar e transpor tudo o que aprendeu na esfera do “saber” para a esfera do “saber fazer”, negando-lhe a oportunidade de experienciar a reflexão coletiva e orientada sobre a prática educativa. Como afirma Pimenta (2009), “o estágio não se faz por si. Envolve todas as disciplinas do curso de formação, constituindo um verdadeiro e articulado projeto político-pedagógico de formação de professores”.
Sendo assim, faz-se necessário um encontro entre teoria e prática, caracterizando uma opção que busque equilíbrio, entre os pressupostos teóricos e práticos numa interdependência direta. As duas visões (teoria e prática) se completam se interconectam, se aproximam e buscam provocar a visão do todo.
Neste processo de inter-relação, a teoria se constrói na prática e a prática se constrói na teoria. Portanto, torna-se imprescindível que os docentes e os alunos procurem trabalhar em parcerias significativa para um ensino de melhor qualidade, buscando uma prática pedagógica crítica, produtiva, reflexiva e transformadora.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação (LDB) – Lei 9.394/96. Brasília, DF, 1996.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da USP, 2008.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência a regulação das aprendizagens- entre duas lógicas; tradução Patrícia Chittoni Ramos. – Porto Alegre: Artemed, 1999.
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2009.

PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro. Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortex, 2000.

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