A
IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Vera Lúcia A. P. Santos
O Estágio
Supervisionado é imprescindivelmente importante, pois o mesmo visa fortalecer a
relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o
desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos
adquiridos na vida acadêmica, profissional e pessoal. Dessa forma, o estágio
propicia aos estudantes não apenas a vivência em sala de aula, mas também o
contato com a dinâmica escolar nos seus mais diferentes aspectos.
Assim,
este se constitui em um importante instrumento para construção de conhecimento
e de integração do futuro profissional na realidade social, econômica e do
trabalho em sua área de atuação. Para tanto, as atividades de estágio devem
permear ações de análises críticas, questionamentos e práticas de ensino com
uma forte ligação às teorias educacionais vigentes.
Pois nenhuma situação didática está
inteiramente sob o controle do professor. Os alunos são constantemente agentes
que reinvestem na situação desafios, estratégias, maneiras de ser que vêm de
fora. Sendo assim:
“as competências utilizam, integram, mobilizam
conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas. A competência
implica, também, uma capacidade de atualização dos saberes” (PERRENOUD, 1999,
p.135).
Com base nesse
princípio, o estágio deve ser um canal de ligação entre a Universidade e as
escolas de Educação Básica. Esta ligação deve proporcionar aos alunos
estagiários uma reflexão da realidade escolar vivenciada para, a partir daí,
contribuir com a construção de novas ideias educativas. Pois como diz
Krasilchik (2008), “a relação entre
Universidades e escolas não pode caracterizar como cobrança ou fiscalização das
ações educativas, mas uma ação cooperativa, visando à melhoria do ensino”.
Nesse
sentido, os Referenciais Nacionais para a Formação de Professores (1999) nos
lembra de que os Centros de Formação, na maioria das vezes, deixam o futuro
professor sozinho com a tarefa de integrar e transpor tudo o que aprendeu na
esfera do “saber” para a esfera do “saber fazer”, negando-lhe a oportunidade de
experienciar a reflexão coletiva e orientada sobre a prática educativa. Como
afirma Pimenta (2009), “o estágio não se faz por si. Envolve todas as
disciplinas do curso de formação, constituindo um verdadeiro e articulado
projeto político-pedagógico de formação de professores”.
Sendo assim, faz-se necessário um
encontro entre teoria e prática, caracterizando uma opção que busque
equilíbrio, entre os pressupostos teóricos e práticos numa interdependência
direta. As duas visões (teoria e prática) se completam se interconectam, se
aproximam e buscam provocar a visão do todo.
Neste processo de inter-relação, a
teoria se constrói na prática e a prática se constrói na teoria. Portanto,
torna-se imprescindível que os docentes e os alunos procurem trabalhar em
parcerias significativa para um ensino de melhor qualidade, buscando uma
prática pedagógica crítica, produtiva, reflexiva e transformadora.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação (LDB)
– Lei 9.394/96. Brasília, DF, 1996.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia.
4. ed. São Paulo: Editora da USP, 2008.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência a
regulação das aprendizagens- entre duas lógicas; tradução Patrícia Chittoni
Ramos. – Porto Alegre: Artemed, 1999.
PIMENTA, Selma
Garrido. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2009.
PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro. Professor Reflexivo no
Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortex, 2000.
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