EDUCAÇÃO PÚBLICA: UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA
Vera Lúcia A. P. Santos
Ao longo da história da Educação brasileira, pudemos confirmar que o
fator econômico é decisivo para se ter um ensino de qualidade, apesar da
Constituição Federal colocar esta como um direito de todos. Porém, fazer valer
esse direito, faz-se necessária a constante cobrança, a pressão dos setores
organizados da sociedade civil para que o Estado cumpra esse dever. Pois a
questão educacional, principalmente pública só se resolve sob firme vontade
política de um governo compromissado com os anseios da população, que passa
diretamente pela valorização dos profissionais de educação.
A educação pública de qualidade precisa ser pensada como uma necessidade
do mundo atual, esta não pode ser entendida como um esforço suplementar que a
sociedade emprega em educação, mas como um elemento essencial do esforço
conjunto a ser aplicado nesse tipo de ensino. É preciso ter em mente que a
falta de uma educação de qualidade só diminui e dificulta a vida dos educandos
que vive em busca de uma melhor qualidade de vida e do seu direito a uma
cultura acumulada.
Oferecer uma educação de qualidade aos educandos das escolas públicas
contribui no sentido de melhorar a autoestima, possibilitando a estes a tomada
de consciência sobre as causas de sua exclusão social, a fim de serem sujeitos
de sua própria transformação, condição sem a qual ela não acontece. Pois para
Freire (2006), “somos condicionados pela estrutura vigente, mas não somos
determinados por ela, e que a história é tempo de possibilidade e não de
determinismo”.
Assim a escola tem como função social ser politizada e politizadora,
instigando a participação do aluno e do professor para reflexão num contexto
histórico e provocando a intervenção para a transformação social, visto que:
“o
ensino centrado na realidade social leva o professor e os alunos a refletirem e
analisarem os problemas relacionados com o meio social, econômico e cultural da
comunidade em que vivem, tendo em vista a ação coletiva frente aos problemas”
(LIBANEO, 1991).
Dessa forma, o professor enquanto profissional docente e transmissor de
conhecimento, deve pesquisar e investigar para atualizar o conhecimento, uma
vez que este se apresenta como elemento imprescindível no cumprimento da sua
função social, isto é, um profissional que precisa dedicar uma atenção permanente
à sua formação, pesquisando, estudando e inovando para que possa atender as
necessidades dos educandos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação (LDB)
– Lei 9.394/96. Brasília, DF, 1996.
FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 2006.
LIBANEO. José Carlos. A Didática e as Tendências Pedagógicas. Série
Ideias. São Paulo, FDE, 1991.
PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro. Professor Reflexivo no
Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortex, 2000.
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