Utilidade
do Computador para a Educação no Alcance de Metas (Uma Reflexão)
O computador pode gerar uma transformação no
paradigma pedagógico. Uma forma é informatizando os métodos tradicionais de
instrução. Sob a perspectiva pedagógica, essa seria o paradigma instrucionista.
Todavia, o computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem, nos quais o
aluno, ao interagir com os objetos desse ambiente, tem chance de construir o
seu conhecimento. Assim sendo, o conhecimento não é passado para o aluno. O
aluno passa a construir seu próprio conhecimento. Esse é o paradigma
construcionista, no qual a ênfase está na aprendizagem ao invés de estar no
ensino; na construção do conhecimento e não na instrução.
Nas últimas décadas têm-se falado bastante em
relação ao emprego do computador na educação como uma forma de diminuir os
problemas que ficam evidentes pelos baixos índices de desempenho dos alunos no
processo ensino-aprendizagem e os altos índices de evasão e repetência. Entretanto,
grande parte das afirmações oferecidas, tanto por parte dos favoráveis quanto
dos que são contra ao uso do computador na escola, reflete, constantemente, que
não conhecem realmente o intuito de se usar tal ferramenta de mediação para a
aprendizagem.
Há que se deixar claro que nem toda forma de
uso do computador na educação está voltada do mesmo modo para que se possa
chegar a determinados objetivos educacionais. Existem alguns tipos de uso do
computador na educação que são mais apropriados para que se alcance
determinados objetivos educacionais, outras se prestam melhor a outras finalidades
pedagógicas. Assim, verifica-se que a
chegada do computador na escola, especialmente nas últimas décadas do século XX
e início do século XXI, carregou consigo questões que fazem alusão não apenas
ao uso do computador como aliado à educação no processo ensino-aprendizagem,
como principalmente sobre o uso de outras tecnologias.
No entanto, a tecnologia por si só não
assegura o sucesso e nem a capacidade para gerar igualdade. A tecnologia
constitui apenas em uma ferramenta, um meio para se atingir um fim. As questões
chave da educação permanecem: como as crianças crescem e amadurecem, o que as
pessoas têm que saber, como constroem e partilham esse conhecimento e como
interagem com os outros usando tal conhecimento.
A principal questão, portanto, consiste menos
questionar se as escolas possuem acesso ou não à tecnologia – que seria
claramente um tema importante, ainda que insuficiente – mas sim indagar a
maneira pela qual a tecnologia é usada. Tal como qualquer outra inovação ou
recurso a sua utilização depende do contexto no qual está inserida: da
infra-estrutura necessária, da condição sócio-econômica dos alunos e suas
famílias e de professores para selecionar o material e não a sua total ausência
ou substituição.
Muitas vezes associa-se o uso da tecnologia a
uma compensação pela falta de professores qualificados na esperança de que essa
lacuna seja preenchida. Muito pelo contrário, seu êxito depende do bom
treinamento dos professores. A tecnologia nunca poderá substituir os
professores, pois estes têm papel fundamental para selecionar o material e
decidir como este vai ser utilizado, assim como decidir o contexto, dentro do
programa escolar, no qual se insere essa tecnologia e esse material. Além
disso, deve-se ter em mente que a tecnologia possui limitações na medida em que
não substitui experiências reais e a pesquisa em livros.
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