quarta-feira, 6 de julho de 2016

Utilidade do Computador para a Educação no Alcance de Metas (Uma Reflexão)
O computador pode gerar uma transformação no paradigma pedagógico. Uma forma é informatizando os métodos tradicionais de instrução. Sob a perspectiva pedagógica, essa seria o paradigma instrucionista. Todavia, o computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem, nos quais o aluno, ao interagir com os objetos desse ambiente, tem chance de construir o seu conhecimento. Assim sendo, o conhecimento não é passado para o aluno. O aluno passa a construir seu próprio conhecimento. Esse é o paradigma construcionista, no qual a ênfase está na aprendizagem ao invés de estar no ensino; na construção do conhecimento e não na instrução.
Nas últimas décadas têm-se falado bastante em relação ao emprego do computador na educação como uma forma de diminuir os problemas que ficam evidentes pelos baixos índices de desempenho dos alunos no processo ensino-aprendizagem e os altos índices de evasão e repetência. Entretanto, grande parte das afirmações oferecidas, tanto por parte dos favoráveis quanto dos que são contra ao uso do computador na escola, reflete, constantemente, que não conhecem realmente o intuito de se usar tal ferramenta de mediação para a aprendizagem.
Há que se deixar claro que nem toda forma de uso do computador na educação está voltada do mesmo modo para que se possa chegar a determinados objetivos educacionais. Existem alguns tipos de uso do computador na educação que são mais apropriados para que se alcance determinados objetivos educacionais, outras se prestam melhor a outras finalidades pedagógicas.  Assim, verifica-se que a chegada do computador na escola, especialmente nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, carregou consigo questões que fazem alusão não apenas ao uso do computador como aliado à educação no processo ensino-aprendizagem, como principalmente sobre o uso de outras tecnologias.
No entanto, a tecnologia por si só não assegura o sucesso e nem a capacidade para gerar igualdade. A tecnologia constitui apenas em uma ferramenta, um meio para se atingir um fim. As questões chave da educação permanecem: como as crianças crescem e amadurecem, o que as pessoas têm que saber, como constroem e partilham esse conhecimento e como interagem com os outros usando tal conhecimento.
A principal questão, portanto, consiste menos questionar se as escolas possuem acesso ou não à tecnologia – que seria claramente um tema importante, ainda que insuficiente – mas sim indagar a maneira pela qual a tecnologia é usada. Tal como qualquer outra inovação ou recurso a sua utilização depende do contexto no qual está inserida: da infra-estrutura necessária, da condição sócio-econômica dos alunos e suas famílias e de professores para selecionar o material e não a sua total ausência ou substituição.
Muitas vezes associa-se o uso da tecnologia a uma compensação pela falta de professores qualificados na esperança de que essa lacuna seja preenchida. Muito pelo contrário, seu êxito depende do bom treinamento dos professores. A tecnologia nunca poderá substituir os professores, pois estes têm papel fundamental para selecionar o material e decidir como este vai ser utilizado, assim como decidir o contexto, dentro do programa escolar, no qual se insere essa tecnologia e esse material. Além disso, deve-se ter em mente que a tecnologia possui limitações na medida em que não substitui experiências reais e a pesquisa em livros.

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