sábado, 6 de maio de 2017

A LINGUAGEM ENQUANTO COMPONENTE DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO POR MEIO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS NA 5ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL¹
Este texto (resumo) apresenta reflexões sobre as possibilidades da linguagem enquanto componente na aprendizagem de conceitos e ideias inerentes a problemas matemáticos da 6° ano do Ensino Fundamental. Assim, apresento um recorte desta investigação que aponta a relevância da linguagem na aprendizagem significativa de matemática.
Algumas preocupações nesse sentido contribuíram para o desenvolvimento dessa investigação que contou com o estudo da linguagem enquanto componente do processo de construção do conhecimento matemático, tendo foco a metodologia de Resolução de Problemas na perspectiva da aprendizagem significativa.
A análise foi realizada com base nas perspectivas teóricas de Vygotsky, Bakhtin e Benjamin. Os achados revelaram que o uso de problemas, possibilita a utilização de diferentes esferas da linguagem e pode levar o educando a construir determinadas estratégias de soluções que muitas vezes difere das costumeiramente apresentadas como solução em um ambiente formal.
Imagem: Recorte de atividade realizada pelos alunos durante a pesquisa
O excerto acima nos revelou algumas estratégias de resolução de problemas diferenciadas e que muitas vezes não são consideradas válidas na matemática formal.
As respostas do aluno nos revelam que um problema como este desenvolve no aluno iniciativa, espírito explorador, criatividade, tirando-o de uma situação passiva e receptiva, colocando-o como um agente ativo e construtor no processo de ensino-aprendizagem.
E, segundo BAKHTIN (2000, p.279) “cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados”. Ou seja, isso implica que cada tipo de situação de interação, da língua impregna em si sentidos e significados, o uso da língua em matemática em especial é de fundamental importância e no uso de situação problemas, há um dialogo constante com os diferentes usos da linguagem. Isso contribui para a aprendizagem, pois o conhecimento avança quando o aluno enfrenta situações interessantes e desafiadoras sobre as quais ainda não havia parado para pensar, quando tem a oportunidade de trocar ideias e experiências de aprendizagens com outros, compartilhando e defendendo seu ponto de vista.
Na perspectiva vygotskiana, ensinar o que o aluno já sabe ou aquilo que está totalmente longe de sua possibilidade de aprender é totalmente ineficaz. A escola desempenhará bem seu papel, na medida em que, partido daquilo que a criança já sabe (o conhecimento que ela traz de seu cotidiano, suas ideias a respeito dos objetos, fatos e fenômenos, suas “teorias” acerca do que observa no mundo), se ela for capaz de aplicar e desafiar a construção de novos conhecimentos (REGO, 1996).
É necessário que o professor permita que os alunos tenham o máximo de experiências com resolução de problemas dos mais variados tipos, predominando-se os problemas abertos que exigem do aluno mais criatividade, experimentação de estratégias e raciocínio, o que facilitará consequentemente a compreensão básica das estratégias a serem adotadas para a resolução de problemas posteriores, conforme demostrados nos excertos apresentados. 
¹Recorte resumo do artigo da Profa. Mestre Lêda Ferreira Cabral (UNESP/Rio Claro SP, Brasil). Investigação que aponta a relevância da linguagem na aprendizagem significativa de matemática. (Material cedido pela professora).
Referências
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BENJAMIN, W. Obras escolhidas II. Rua de mão única. São Paulo: Editora Brasiliense, 2004.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF,1998.
D’AMBRÓSIO, U. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas, SP. Papirus, 1996.
DANTE, L. R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. São Paulo: Editora: Ática, 2000.
REGO, T.C. Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação. Petrópolis, RJ: Vozes. 1995.

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