PRÁTICAS
DE LEITURAS: PERSPECTIVAS INCLUSIVAS E INTEGRADORAS
Profa. Esp. Marline dos S. F. Ferreira
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Ler e escrever, mais do que um processo individual
é uma prática social que ocorre a parti de diferentes práticas de leitura que
se realiza em diferentes espaços sociais nos quais as pessoas circulam. Além
disso, a leitura e a escrita têm papel fundamental no processo de
alfabetização, representa um passo importante para a entrada da criança no
mundo da escrita.
[...] para aprender a
ler é preciso pensar sobre a escrita, pensar sobre a o que a escrita representa
e pensar sobre como a escrita representa graficamente a linguagem oral. Para
isso, o aluno precisa ler, embora ainda não saiba ler, e escrever, ainda que
não saiba escrever. (BOZZA, 2008, p. 27)
Nessa perspectiva, na escola deve
direcionar para ações de aprendizagens que desenvolva práticas sociais de
leitura, necessitando adentrar em um contexto democrático, em que a escola apresenta-se
como instituição social com uma finalidade especifica: possibilitar ao aluno o
acesso orientado e sistematizado a parcela do conhecimento produzido social e
historicamente selecionado por ela como relevante para a constituição do
cidadão.
Segundo PAIN (1989), o
processo de ensino-aprendizagem constitui um momento histórico, um organismo,
uma etapa genética da inteligência e um sujeito, o que implica na contribuição
teórica do materialismo histórico da epistemologia genética piagetiana e da
psicanálise freudiana que dizem respeito à ideologia, à operatividade e ao
inconsciente, respectivamente, sendo este, um ponto importante para o
desenvolvimento do sujeito integral e integralizado.
Para tanto, as crianças têm
então sua percepção estimulada de maneira a aceitar as diferenças entre as
pessoas aos modos de expressão e de comportamento, a aprendizagem é um desafio
nesta fase ensino. Assim, as pessoas que falam determinadas línguas sabem
reconhecer e produzir textos e sabem também distinguir os que fazem dos que não
fazem sentido, distinguindo o que é incoerente, podendo superar os possíveis estranhamento
nos ouvintes e/ou novos leitores.
Para compreender e saber produzir textos, as
pessoas precisam desenvolver competência linguística concomitantemente com a
competência textual. E, mesmo as crianças pequenas podem desenvolver essa
capacidade, que pode ser melhorada por meio de exercícios, e, atividades orais
e escritas a parti de ações dinâmicas e lúdicas, compartilhadas e forma
colaborativa e cooperativa, com leituras e releituras em textos com vista no pretexto
e contexto.
[...] formar o leitor
competente supõem formar alguém que compreenda o que lê, que possa aprender ler
também o que não está escrito,
identificando elementos implícitos: que estabeleça relações entre o texto que
lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuído
a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização
de elementos discursivos que permitam fazê-lo. (PCN’s de LÍNGUA PORTUGUESA,
1997, p. 36)
E nesse sentido, as práticas de leituras, apresentam-se
como ações intimamente ligada ao processo de aprendizagem humana, tendo como
concepção olhar para o indivíduo e destacar suas singularidades e potencialidades
enquanto sujeito que amparado pelo ponto de vista da Psicopedagogia, nos
ressalta que: cabe a escola o desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo do
aluno, que pode ser estimulado por meio de uma aprendizagem significativa, na
qual haja uma articulação com o cotidiano e a vivência de forma motivadora,
criativa e crítica (BOSSA, 2000).
[...] o desenvolvimento humano não ocorre da
ação isolada de fatores genéticos que buscam condições para o seu
amadurecimento nem de fatores ambientais que agem sobre o organismo,
controlando seu comportamento. Decorre antes, das trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda a vida entre indivíduo e meio, cada aspecto
influenciando sobre o outro. (OLIVEIRA, 2002, p.126)
Portanto, as práticas de leituras, podem promover
(e devem ser ações que promova) o desenvolvimento das potencialidades dos
alunos, direcionando-os para uma aprendizagem que desperte para um sentimento
de prazer, onde o ensino, torne-se um processo agradável, com leituras que
encantem os alunos, de forma que contribua para uma melhor apropriação e construção
de saberes, favorecendo ao mesmo, uma maior integração e compreensão do mundo
que o cerca.
REFERÊNCIAS
BOSSA, Nádia Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2
ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
2000.
BOZZA,
Sandra. Ensinar a Ler e a Escrever:
Uma Possibilidade de Inclusão Social. 1 ed. São Paulo: Editora Melo, 2008.
BRASIL,
Ministério da Educação e Desenvolvimento. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação
Fundamental – Brasília: 1997.
OLIVEIRA,
Zilma Ramos. Educação Infantil:
fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
PAIN Sara. Diagnóstico
e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.
PIAGET,
J. Aprendizagem e Conhecimento. São
Paulo: Freitas Bastos, 1974.
__________.
Seis Estudos de Psicologia. Rio de
Janeiro: Forense, 1987.
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