domingo, 6 de janeiro de 2019

AS VIAGENS REAIS E IMAGINÁRIAS DA ÉPOCA DE COLOMBO*
Na idade moderna, na época das expansões marítimas no século XV, o interesse dos navegadores europeus era descobrir terras e conquistá-la, em busca de especiarias, ouro, e principalmente, traçar um caminho que os levasse até as Índias. Um destes navegadores foi o genovês Cristóvão Colombo, um homem que desafiou a igreja para provar que a terra não era quadrada e não possuía nenhum abismo; cena que e explicita no início do filme “1492 a conquista do paraíso.” Colombo também queria chegar até as Índias Orientais, e por conta da ocupação dos turcos otomanos, o mediterrâneo estava fechado, e todas as rotas que existiam na época passavam por lá.
Portanto, a descoberta de que a terra era redonda permitiu a construção de apenas um desenho, capaz de englobar todas as culturas: o mapa-múndi. O foco de análise concentrou-se em apenas um ponto, constituindo a parti dele, a história da humanidade. E a economia europeia projetou-se com uma perspectiva imperial sobre todos os continentes. (SILVA, 1987, p. 44).
Colombo acreditava que para chegar às índias a partir e uma nova rota, o navegador deveria sair da Espanha em linha reta a 750 léguas, há nove semanas pelo mar tenebroso o “oceano atlântico, e assim, chegaria ao oriente”. O que Colombo não sabia era que iria muito além das Índias, descobrindo novas terras! Para viajar, Colombo precisava de apoio da rainha (Estado Absolutista) e se ele conseguisse descobrir uma nova rota comercial para Espanha, seria nomeado nobre.
 É chegando o dia de partir. A tripulação e as caravelas estão prontas. Colombo calcula cada passo da viagem com bússola, astrólogo e os mapas. Porém, um pequeno erro de cálculo levou as caravelas a passarem da distância prometida das 750 léguas, levando a tripulação a se preocupar com a viagem.
Passaram-se alguns dias do prazo da rota, e eis que de repente, a profundidade começa a diminuir, por exemplo; 18, 17, 16 pés de profundidade, até chegam ver terra à vista! Os espanhóis chegam em terra em 149. Colombo achou que havia chegado às índias, mas comentou um ligeiro engano, pois ele havia chegado à América Central, nas ilhas Guananis, onde achou espécies de animais nunca vistas antes por um europeu.
 O “Novo Mundo” era um paraíso! Porém, as terras já eram habitadas por pessoas com hábitos e cultura diferentes, alguns europeus acharam estes costumes estanhos, mas o convívio inicial levou alguns membros da tripulação de Colombo até a tornarem-se índios.
A comitiva de Colombo que tinham achado à América que ao regressar para a Espanha com toda espécie de narrativas e exóticas, novidades cientificas, plantas, animais e até seres humanos, para serem expostas à curiosidade daquele velho mundo. América descoberta, encontrada por Colombo, em meio a mares nunca antes navegados, incorporou-se um imaginário europeu com um leque de tributos que já havia sido destinado a ela numa época em que nem descoberta tinha sido. O fértil imaginário europeu já tinha construído como seu este novo mundo, restando para Colombo apenas a comprovação de tudo o que havia sido produzido pela imaginação e pelo sonho incomensurável de seus contemporâneos.
Algumas crônicas que foram escritas para responder às varias ideologias religiosas e cientificas da época da conquista que ao longo dos últimos séculos se questionando e se informando sobre o que existiria além do mar. Riquezas ou vastidão, fortuna ou desespero, humanos ou demônios. Seria o fim do mundo ou outro mundo? Através das variadas narrativas do viajante como “Marco Polo”, o Oriente havia seduzido a imaginação daquelas sociedades em rápida transformação, porém, para quase totalidade das pessoas, os mares eram vistos como lugares temerário, habitados por monstros e castigados pelas tormentas dos pecados.
A imprecisão entre o real e a fantasia tornava possível imaginar que, através do oceano índico, se encontraria o caminho do paraíso terrestre. A imensidão do oceano aliada a ideia de os continentes se sucederem num mesmo plano, criava como imagem um espaço finito. Portanto, era possível encontrar o final do mundo. A visão demoníaca e paradisíaca proliferava nesse abismo forjado pelo plano. (SILVA, 1987, p. 42).
A primeira imagem concreta da América que surgiu aos olhos do europeu foi revelada por Colombo e ele a chamou de “Índias”. De fato, Colombo pensou ter chegado às Índias. Em consequência, tudo o que seria descoberto e encontrado nestas terras seria nomeado e carimbado como “indiano”. Encontrou, no entanto, o descobridor encontro dificuldades ao deparar-se com notáveis diferenças com o mundo, pouco conhecido, das Índias como, por exemplo, no campo da fauna e da flora. No entanto aproveita a imprecisão, os exageros e as mistificações frequentemente presentes nos relatos de “Marco Polo”.
 Estavam mais interessados no sensacionalismo e no exotismo dos fatos contados. Com o regresso das caravelas e as tripulações recheadas de novidades, as Américas passaram a serem descritas como um paraíso fértil, povoado de selvagens nus e gentis, pacíficos e felizes, outra ora tinha uma visão de uma terra longínqua sendo um inferno hostil, de clima insalubre, habitado por criaturas inumanas, canibais e bestas demoníacas, gente que parecia ter sido esquecida por Deus; que pelo contrário teriam sido protegidos em seu estado divinamente “naturais”, tendo uma concepção de um imaginário edênico que era abastecido pela igreja e as obras ligadas ao aventureiros da época.
REFERÊNCIAS
BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália: um ensaio. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
CÉSPEDES DEL CASTILLO, Guillermo. La exploración del Atlántico. Madrid: MAPFRE, 1991.
LAS CASAS. Brtolomé de. O paraíso destruído: A sangrenta História da conquista da América Espanhola. Tradução de Heraldo Barbuy. 2 ed. Porto Alegre: L&PM, 2008.
SILVA Theodoro, Janice. Descobrimentos e colonização. São Paulo: Ática, 1987
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
*Recorte do artigo: “A primeira viagem de Cristóvão Colombo a perspectiva de chegar a Ásia e o descobrimento da América: medos e o imaginário da época”, produzido pelos alunos Lailson Araújo da Silva e Matheus W. Silva dos Santos do 3º período do curso de História – UEMA-CESC.

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