AS
VIAGENS REAIS E IMAGINÁRIAS DA ÉPOCA DE COLOMBO*
Na idade moderna, na época das expansões
marítimas no século XV, o interesse dos navegadores europeus era descobrir
terras e conquistá-la, em busca de especiarias, ouro, e principalmente, traçar
um caminho que os levasse até as Índias. Um destes navegadores foi o genovês Cristóvão
Colombo, um homem que desafiou a igreja para provar que a terra não era
quadrada e não possuía nenhum abismo; cena que e explicita no início do filme
“1492 a conquista do paraíso.” Colombo também queria chegar até as Índias
Orientais, e por conta da ocupação dos turcos otomanos, o mediterrâneo estava
fechado, e todas as rotas que existiam na época passavam por lá.
Portanto, a
descoberta de que a terra era redonda permitiu a construção de apenas um
desenho, capaz de englobar todas as culturas: o mapa-múndi. O foco de análise
concentrou-se em apenas um ponto, constituindo a parti dele, a história da
humanidade. E a economia europeia projetou-se com uma perspectiva imperial
sobre todos os continentes. (SILVA, 1987, p. 44).
Colombo acreditava que para
chegar às índias a partir e uma nova rota, o navegador deveria sair da Espanha
em linha reta a 750 léguas, há nove semanas pelo mar tenebroso o “oceano
atlântico, e assim, chegaria ao oriente”. O que Colombo não sabia era que iria
muito além das Índias, descobrindo novas terras! Para viajar, Colombo precisava
de apoio da rainha (Estado Absolutista) e se ele conseguisse descobrir uma nova
rota comercial para Espanha, seria nomeado nobre.
É chegando o dia de partir. A tripulação e as
caravelas estão prontas. Colombo calcula cada passo da viagem com bússola,
astrólogo e os mapas. Porém, um pequeno erro de cálculo levou as caravelas a
passarem da distância prometida das 750 léguas, levando a tripulação a se
preocupar com a viagem.
Passaram-se alguns dias do
prazo da rota, e eis que de repente, a profundidade começa a diminuir, por exemplo;
18, 17, 16 pés de profundidade, até chegam ver terra à vista! Os espanhóis
chegam em terra em 149. Colombo achou que havia chegado às índias, mas comentou
um ligeiro engano, pois ele havia chegado à América Central, nas ilhas
Guananis, onde achou espécies de animais nunca vistas antes por um europeu.
O “Novo Mundo” era um paraíso! Porém, as
terras já eram habitadas por pessoas com hábitos e cultura diferentes, alguns
europeus acharam estes costumes estanhos, mas o convívio inicial levou alguns
membros da tripulação de Colombo até a tornarem-se índios.
A comitiva de Colombo que
tinham achado à América que ao regressar para a Espanha com toda espécie de
narrativas e exóticas, novidades cientificas, plantas, animais e até seres
humanos, para serem expostas à curiosidade daquele velho mundo. América
descoberta, encontrada por Colombo, em meio a mares nunca antes navegados,
incorporou-se um imaginário europeu com um leque de tributos que já havia sido
destinado a ela numa época em que nem descoberta tinha sido. O fértil
imaginário europeu já tinha construído como seu este novo mundo, restando para
Colombo apenas a comprovação de tudo o que havia sido produzido pela imaginação
e pelo sonho incomensurável de seus contemporâneos.
Algumas crônicas que foram escritas para
responder às varias ideologias religiosas e cientificas da época da conquista
que ao longo dos últimos séculos se questionando e se informando sobre o que
existiria além do mar. Riquezas ou vastidão, fortuna ou desespero, humanos ou
demônios. Seria o fim do mundo ou outro mundo? Através das variadas narrativas
do viajante como “Marco Polo”, o Oriente havia seduzido a imaginação daquelas
sociedades em rápida transformação, porém, para quase totalidade das pessoas,
os mares eram vistos como lugares temerário, habitados por monstros e
castigados pelas tormentas dos pecados.
A imprecisão entre o
real e a fantasia tornava possível imaginar que, através do oceano índico, se
encontraria o caminho do paraíso terrestre. A imensidão do oceano aliada a ideia
de os continentes se sucederem num mesmo plano, criava como imagem um espaço
finito. Portanto, era possível encontrar o final do mundo. A visão demoníaca e
paradisíaca proliferava nesse abismo forjado pelo plano. (SILVA, 1987, p. 42).
A primeira imagem concreta
da América que surgiu aos olhos do europeu foi revelada por Colombo e ele a
chamou de “Índias”. De fato, Colombo pensou ter chegado às Índias. Em
consequência, tudo o que seria descoberto e encontrado nestas terras seria
nomeado e carimbado como “indiano”. Encontrou, no entanto, o descobridor encontro
dificuldades ao deparar-se com notáveis diferenças com o mundo, pouco
conhecido, das Índias como, por exemplo, no campo da fauna e da flora. No
entanto aproveita a imprecisão, os exageros e as mistificações frequentemente
presentes nos relatos de “Marco Polo”.
Estavam mais interessados no sensacionalismo e
no exotismo dos fatos contados. Com o regresso das caravelas e as tripulações
recheadas de novidades, as Américas passaram a serem descritas como um paraíso
fértil, povoado de selvagens nus e gentis, pacíficos e felizes, outra ora tinha
uma visão de uma terra longínqua sendo um inferno hostil, de clima insalubre,
habitado por criaturas inumanas, canibais e bestas demoníacas, gente que
parecia ter sido esquecida por Deus; que pelo contrário teriam sido protegidos
em seu estado divinamente “naturais”, tendo uma concepção de um imaginário
edênico que era abastecido pela igreja e as obras ligadas ao aventureiros da
época.
REFERÊNCIAS
BURCKHARDT,
Jacob. A cultura do Renascimento na
Itália: um ensaio. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
CÉSPEDES
DEL CASTILLO, Guillermo. La exploración
del Atlántico. Madrid: MAPFRE, 1991.
LAS CASAS. Brtolomé de. O paraíso destruído: A sangrenta
História da conquista da América Espanhola. Tradução de Heraldo Barbuy. 2 ed.
Porto Alegre: L&PM, 2008.
SILVA Theodoro, Janice. Descobrimentos e colonização. São Paulo: Ática, 1987.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
*Recorte
do artigo: “A primeira viagem de Cristóvão Colombo a perspectiva de chegar a
Ásia e o descobrimento da América: medos e o imaginário da época”, produzido pelos
alunos Lailson Araújo da Silva e Matheus W. Silva dos Santos do 3º período do
curso de História – UEMA-CESC.
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