RECORTE DE CITAÇÕES REFLEXIVAS SOBRE O CURRICULO NO SISTEMA EDUCATIVO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
“O currículo é um dos locais privilegiados onde
se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É
também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o
processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e
identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica
relações sociais”.
(SILVA, 1996, p. 23)
“Os currículos são as expressões do equilíbrio
de interesses e forças que gravitam sobre o sistema educativo num dado momento,
enquanto que através dele se realiza os fins da educação no ensino escolarizado.
[...] O currículo em seu conteúdo e nas formas através dos quais se nos
apresenta e se apresenta aos professores e aos alunos, é uma opção
historicamente configurada, que se sedimentou dentro de uma determinada trama
cultural, política, social e escola; está carregando, por tanto de valores e
pressupostos que é preciso decifrar”.
(SACRISTÃN, 2013, p. 16-17)
(...) numa primeira categoria (...) os
conhecimentos específicos da disciplina que (...) ministra (a matemática, por
exemplo). Numa outra categoria, ele precisa ter conhecimento
didático-curricular, ou seja, um conhecimento que o informe como esses
conhecimentos específicos devem ser organizados para que tenha efeito no
processo de apropriação e produção do conhecimento nos alunos. Numa terceira
categoria de conhecimentos está o ”saber pedagógico”; o professor deve
apropriar-se dos conhecimentos produzidos pelas ciências da educação e
sistematizados nas teorias da educação. Além dessas três modalidades, outro
tipo de saber necessário à prática docente é relativo à compreensão das
condições sócio-históricas que determinam a tarefa educativa (...).
(FACCI 2004, p.
244-245)
O currículo nunca é simplesmente uma montagem
neutra de conhecimentos, que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de
aula de um país. Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção feita por
alguém, as visões que algum grupo tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele
é produzido pelos conflitos, tensões e compromissos culturais, políticos e
econômicos que organizam e desorganizam um povo.
(APLLE, 2000, p. 53)
REFERÊNCIAS
APLLE, Michael W. Repensando ideologia e
currículo. In: MOREIRA, A.F.; SILVA, T.T. Currículo, Cultura e Sociedade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
FACCI,
Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do
professor? Um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo,
do construtivismo e da psicologia vigotskiana. Campinas: Autores Associados,
2004.
SACRITÁN,
J. Gimeno. O Currículo: uma Reflexão
sobre a Prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SILVA,
Tomaz Tadeu da. Identidades terminais:
as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política.
Petrópolis: Vozes, 1996.
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