AVALIAÇÃO NO PROCESSO
DE ENSINO DE MATEMÁTICA
O estudo da avaliação dentro de
uma perspectiva sociológica pode auxiliar significativamente os problemas em
novos termos. Não apenas situando a avaliação no âmago do processo de controle
e conservação da ordem social vigente exercida pela instituição escolar, mas
também pode, pelo conhecimento adequado desse fenômeno, ajudar a demonstrar as
peças reunidas nesse intrigante mecanismo, permitindo a busca de caminhos mais
livres para a educação que se julga necessária e dividida, especialmente para
aqueles a quem justamente por meio da avaliação ela tem negada.
Observa-se que as avaliações como
vêm sendo conduzidas utilizando exames e testes, tanto de pessoas como de
sistemas, pouca resposta têm dado à deplorável situação dos sistemas escolares
e muitas vezes provocam deformações irrecuperáveis tanto dos alunos e
professores, quanto de escolas e do próprio sistema.
A avaliação, então deve servir de
orientação para o professor na condução de sua prática docente e jamais deverá
ser um instrumento para reprovar ou reter alunos na construção de seus esquemas
de conhecimento teórico e prático.
As recentes reformas curriculares
de matemática têm colocado a avaliação como um dos pontos de destaque. Uma vez
que a avaliação não deve ficar restrita a testar capacidades relacionadas a
técnicas e algoritmos e a prescrição de uma nota. Numa prática avaliadora
reflexiva, observa-se uma dialética entre medida e significado, entre juízo e
analise que serve de ajuda aos integrantes do sistema escolar.
A avaliação não pode resumir-se a teste
podendo ser utilizado outros instrumentos avaliativos como:
·
Relatórios
e ensaios: produções escritas dos alunos, individuais ou em grupos, realizados
em sala ou em casa, sobre problemas e resoluções-problema, ou aspectos curiosos
presentes nos livros;
·
Produções
materiais: geradas pelos alunos, individualmente ou grupo, no decorrer de um
projeto prolongado (levantamento estatístico, pesquisa histórica, medições...)
ou ainda de um projeto provocado pela leitura da revistinha, que acompanha cada
capitulo;
·
Teste:
escritos individuais (num momento), com consulta (em outro momento); Tarefas
orais: pequenas tarefas que envolvem argumentação e/ou comunicação feitas
individualmente ou em grupo, sobre o processo de resolução de um problema ou
trabalho proposto no livro ou pelo professor ou, ainda, trazido pelos alunos;
·
Publicação:
produção em grupo de um livro sobre um tema especifico estudado que terá como
público-alvo os colegas de outra turma ou da série anterior
·
Entrevistas
individuais; Observação do trabalho em aula, seguido de reflexões e decisões; Trabalho
e o uso do caderno; Autoavaliação sobre um dia de trabalho, o desempenho num
período mais longo, o progresso, a organização para o estudo, as dificuldades e
possibilidades.
Tendo por finalidade o
desenvolvimento de um trabalho qualitativo, que ressalta os avanços
educacionais teórico-práticos de cunho científico, cultural e filosófico, na
educação de jovens e adultos, a práxis desta proposta deverá ser acompanhada
sistematicamente, de modo a permitir a identificação, bem como o tratamento
apropriado de situações-problema que venham a interferir, desfavoravelmente, na
caracterização de seus propósitos.
Este acompanhamento se fará “in
loco”, observando-se o planejamento, a pratica em sala de aula, o
aproveitamento dos alunos, a sistemática de avaliação, assim com a coerência do
planejamento com a real necessidade de aprendizagem do aluno no campo
intelectual e social.
A avaliação parte permanente do
processo educativo é entendida, neste curso, como constante diagnóstico na
busca de um ensino de qualidade e de uma aprendizagem que corresponda às
necessidades básicas da escolaridade em curso. Esta proposta tem como principio
que não deve criar obstáculos à passagem do aluno de uma etapa para outra,
entende que o processo de aprendizagem deve sempre continuar do ponto onde ele
está não se privilegia a visão classificatória da avaliação, comumente
incorporada aos currículos escolares.
Considerando as modalidades de
avaliação: diagnóstica, formativa e somativa, ressalta-se que a aferição do
rendimento do aluno, para efeito de promoção, enfatizará aspectos quantitativos
e qualitativos, utilizando, de forma equilibrada os tipos de avaliação,
prevalecendo os aspectos qualitativos. Os aspectos quantitativos deverão
revelar a assimilação dos conteúdos programáticos, devendo ser aferidos, com o uso
de estratégias e instrumentos.
O principal objetivo da educação
é criar homens capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que
outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos e descobridores. O
segundo objetivo da educação é formar mentes que possam verificar e não aceitar
tudo o que lhes é oferecido. O maior perigo, hoje, é o dos slogans, opiniões
coletivas, tendências de pensamento. Temos que estar aptos a resistir
individualmente, a criticar, a distinguir o que está provado do que não está.
Neste contexto a avaliação deve
servir como diagnóstico do processo ensino-aprendizagem, consistindo em ponto
de orientação para continuidade do trabalho escolar e estímulo para aprimorar o
conhecimento e ainda como fonte de informações que, referindo-se aos
profissionais da escola e aos alunos, poderão orientar uma posterior
intervenção voltada para um replanejamento.
A avaliação não pode ser
utilizada como único instrumento para levar a decisão quanto à aprovação do
aluno, para provocar exclusão do aluno da escola, causando prejuízo ao seu
autoconceito e impedindo que tenha acesso ao conhecimento sistematizado ou
utilizado para levantamento de dados e informações apenas no final do bimestre,
pois adia decisões que deveriam ser tomadas a cada momento do processo.
Os resultados da avaliação devem
servir para: levar a analise geral do aluno; sempre no contexto do processo
ensino-aprendizagem; verificar como o aluno está integrado com o conhecimento;
tomar decisões para a melhoria da qualidade do processo educativo
(replanejamento).
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