sábado, 6 de fevereiro de 2016

AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO DE MATEMÁTICA

O estudo da avaliação dentro de uma perspectiva sociológica pode auxiliar significativamente os problemas em novos termos. Não apenas situando a avaliação no âmago do processo de controle e conservação da ordem social vigente exercida pela instituição escolar, mas também pode, pelo conhecimento adequado desse fenômeno, ajudar a demonstrar as peças reunidas nesse intrigante mecanismo, permitindo a busca de caminhos mais livres para a educação que se julga necessária e dividida, especialmente para aqueles a quem justamente por meio da avaliação ela tem negada.
Observa-se que as avaliações como vêm sendo conduzidas utilizando exames e testes, tanto de pessoas como de sistemas, pouca resposta têm dado à deplorável situação dos sistemas escolares e muitas vezes provocam deformações irrecuperáveis tanto dos alunos e professores, quanto de escolas e do próprio sistema.
A avaliação, então deve servir de orientação para o professor na condução de sua prática docente e jamais deverá ser um instrumento para reprovar ou reter alunos na construção de seus esquemas de conhecimento teórico e prático.
As recentes reformas curriculares de matemática têm colocado a avaliação como um dos pontos de destaque. Uma vez que a avaliação não deve ficar restrita a testar capacidades relacionadas a técnicas e algoritmos e a prescrição de uma nota. Numa prática avaliadora reflexiva, observa-se uma dialética entre medida e significado, entre juízo e analise que serve de ajuda aos integrantes do sistema escolar.
 A avaliação não pode resumir-se a teste podendo ser utilizado outros instrumentos avaliativos como:
·      Relatórios e ensaios: produções escritas dos alunos, individuais ou em grupos, realizados em sala ou em casa, sobre problemas e resoluções-problema, ou aspectos curiosos presentes nos livros;
·      Produções materiais: geradas pelos alunos, individualmente ou grupo, no decorrer de um projeto prolongado (levantamento estatístico, pesquisa histórica, medições...) ou ainda de um projeto provocado pela leitura da revistinha, que acompanha cada capitulo;
·      Teste: escritos individuais (num momento), com consulta (em outro momento); Tarefas orais: pequenas tarefas que envolvem argumentação e/ou comunicação feitas individualmente ou em grupo, sobre o processo de resolução de um problema ou trabalho proposto no livro ou pelo professor ou, ainda, trazido pelos alunos;
·      Publicação: produção em grupo de um livro sobre um tema especifico estudado que terá como público-alvo os colegas de outra turma ou da série anterior
·      Entrevistas individuais; Observação do trabalho em aula, seguido de reflexões e decisões; Trabalho e o uso do caderno; Autoavaliação sobre um dia de trabalho, o desempenho num período mais longo, o progresso, a organização para o estudo, as dificuldades e possibilidades.
Tendo por finalidade o desenvolvimento de um trabalho qualitativo, que ressalta os avanços educacionais teórico-práticos de cunho científico, cultural e filosófico, na educação de jovens e adultos, a práxis desta proposta deverá ser acompanhada sistematicamente, de modo a permitir a identificação, bem como o tratamento apropriado de situações-problema que venham a interferir, desfavoravelmente, na caracterização de seus propósitos.
Este acompanhamento se fará “in loco”, observando-se o planejamento, a pratica em sala de aula, o aproveitamento dos alunos, a sistemática de avaliação, assim com a coerência do planejamento com a real necessidade de aprendizagem do aluno no campo intelectual e social.
A avaliação parte permanente do processo educativo é entendida, neste curso, como constante diagnóstico na busca de um ensino de qualidade e de uma aprendizagem que corresponda às necessidades básicas da escolaridade em curso. Esta proposta tem como principio que não deve criar obstáculos à passagem do aluno de uma etapa para outra, entende que o processo de aprendizagem deve sempre continuar do ponto onde ele está não se privilegia a visão classificatória da avaliação, comumente incorporada aos currículos escolares.
Considerando as modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa, ressalta-se que a aferição do rendimento do aluno, para efeito de promoção, enfatizará aspectos quantitativos e qualitativos, utilizando, de forma equilibrada os tipos de avaliação, prevalecendo os aspectos qualitativos. Os aspectos quantitativos deverão revelar a assimilação dos conteúdos programáticos, devendo ser aferidos, com o uso de estratégias e instrumentos.
O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos e descobridores. O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam verificar e não aceitar tudo o que lhes é oferecido. O maior perigo, hoje, é o dos slogans, opiniões coletivas, tendências de pensamento. Temos que estar aptos a resistir individualmente, a criticar, a distinguir o que está provado do que não está.
Neste contexto a avaliação deve servir como diagnóstico do processo ensino-aprendizagem, consistindo em ponto de orientação para continuidade do trabalho escolar e estímulo para aprimorar o conhecimento e ainda como fonte de informações que, referindo-se aos profissionais da escola e aos alunos, poderão orientar uma posterior intervenção voltada para um replanejamento.
A avaliação não pode ser utilizada como único instrumento para levar a decisão quanto à aprovação do aluno, para provocar exclusão do aluno da escola, causando prejuízo ao seu autoconceito e impedindo que tenha acesso ao conhecimento sistematizado ou utilizado para levantamento de dados e informações apenas no final do bimestre, pois adia decisões que deveriam ser tomadas a cada momento do processo.
Os resultados da avaliação devem servir para: levar a analise geral do aluno; sempre no contexto do processo ensino-aprendizagem; verificar como o aluno está integrado com o conhecimento; tomar decisões para a melhoria da qualidade do processo educativo (replanejamento). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário