segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O QUE É HISTÓRIA (Resenha)

BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. 2 ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993. 84 p.
Vavy P. Borges, historiadora, lecionou no ensino particular de 1º e 2º grau, e por quinze anos na PUC-SP, onde se interessou pelo ensino e divulgação da história, tendo publicado nessa área: O que é História (1980); e, Ensino da História: revisão urgente (1986). Tornando-se professora do Departamento de História da UNICAMP a parti de 1987. Trabalhou em sua dissertação de mestrado, Getúlio Vargas e a Oligarquia Paulista: história de uma esperança e muitos desenganos (Brasiliense, 1979); e em sua tese de doutorado, Tenentismo e Revolução Brasileira (Brasiliense, 1992).
O livro trata de uma contextualização do que é história, a importância e a construção das fontes e históricas e o papel do historiador em relação a tudo isso. A obra também nos situa no contexto histórico da origem da história, explicando desde do berço da palavra, até a construção dela em si. Também é abordado como a história e vista hoje em dia tanto pelos próprios historiados quanto pelos pesquisadores de outras áreas e pessoas comuns. Abordado também a história no Brasil, onde e mostrado como foi feito todo documentação histórica e além disso é apresentado como funcionava as universidades no século XIX.
A obra encontra-se dividida em cinco partes: Introdução (“porque este livro”, uma breve contextualização dos temas abordados no livro); Capítulo 1 (conta a história da história, da tradição oral aos mitos no decorrer da história), Capítulo 2 (“a história, hoje em dia” nos dá uma visão atual de toda produção de informação e de sua significação histórico), Capítulo 3 (“história no Brasil” coloca a situação do brasil em relação a produção de documento histórico no tempo da colonização até os dias atuais); e, Indicações de obras (sugestões da autora de livros e artigos para o aprofundamento do conhecimento que foi empregado na obra).
No Primeiro capítulo, vemos que os homens, desde sempre, sentem necessidade de explicar para si próprios sua origem e sua vida. A primeira forma de explicação que surge nas sociedades primitivas e o mito sempre transmitido em forma de tradição oral. O mito e sempre uma história com personagens sobrenaturais, os deuses. Nos mitos os homens são objetos passivos das ações dos deuses. Os mitos contam em geral a história de uma criação do início de algo. Sempre uma história sagrada. Comumente se refere a um determinado espaço de tempo que e considerado sagrado e um passado tão distante, tão remoto, que não a data concretamente, não sabem quando o fato ocorreu. Em geral o mito e nisto como um exemplo, um precedente, um modelo para as outras realidades. Ele é sempre aplicado a situação concretas. Existem inúmeros mitos da criação do mundo que são vistos como exemplos de toda a situação criadora.
A história, como forma explicação, nasce unida a filosofia. Desde o início elas estão bastante ligadas e a filosofia que vai tratar do conhecimento em geral, Heródoto que é considerado o pai da história, pois o mesmo é o primeiro a empregar a palavra no sentido de investigação e pesquisa. Suas obras mais antigas começam assim: “eis aqui a exposição da investigação realizada por Heródoto de halicaenasso para impedir que as ações realizadas pelos homens se apagassem com o tempo”. Percebe-se que em geral os historiadores buscam explicações para os momentos e situações que atravessam as sociedades nas quais se vivem.
 Os historiadores estão ligados a suas realidades mais imediatas, espelhando a preocupação com questões do momento. Não vemos mais uma preocupação com uma origem distante remota, atemporal, mas sim a tentativa de entender um momento histórico concreto. A explicação não e mais atribuída a causas supernaturais, não são mais os deuses os responsáveis pelo destino do homem. Estes começam a examinar os fatores humano, como os costumes, os interesses economia, a ação do clima, etc., a história e vista como mestra da vida levando os homens a compreenderem o seu próprio destino.
O segundo capitulo, discute a temática de como a história procura especificamente ver as transformações e a essência da história, no sentido que: quem olhar para trás, na história de sua própria vida, compreenderá isso facilmente tais transformações. Estudar as mudanças significa durante muito tempo uma preocupação com momentos que são vistos como de crise e de ruptura, e que, hoje se sabe que mesmo mudanças que parecem súbitas, como os movimentos revolucionário, foram lentamente preparadas ao longo do tempo. O tempo histórico através do qual se analisam os acontecimentos não corresponde ao tempo cronológico que vivemos e que está definido pelos relógios e calendários.
Não há uma linha constante e progressiva de desenvolvimento na história da humanidade, para as sociedades ou nações. Temos, ao mesmo tempo hoje em dia, sociedade com forma de vida primitivas, consideradas ainda no chamado período pré-histórico e sociedades com um grau de desenvolvimento que permite explorações interplanetárias. Desse modo, as alterações são decorrentes da ação dos próprios homens, sujeito e agente da história. Não é uma evolução que se possa chamar de natural: a história da humanidade e diferente da natureza e a natureza também tem sua história, pois ela também passa por mudanças em todo o universo, e nas suas mais diferentes partes, sofre mudanças e por isso tem sua história.
E, terceiro capítulo aborda o desenvolvimento do capitalismo e do aparecimento do mercado mundial que ocorreu graças a revolução comercial da pela Europa oriental no século XV, constituindo-se um sistema mundial, do qual o Brasil também faz parte. O panorama histórico desse período mostrou uma necessidade da preservação da história do Brasil e a criação de arquivos e biblioteca governamentais que se preocupava com a documentação e fontes históricas, tendo assim uma visão mais amplas dos historiadores e sua importância no país, e com isso, observou-se a importância da introdução das universidades no país, mas só a partir dos anos 70, tal fato começo a ocorrer, quando as produções dos cursos de pós-graduação passaram a ter um certo peso.
Tendo em vista as formas de abordagens na obra, observa-se que de um modo geral, a autora nas suas discussões, para um melhor entendimento da temática, propõe como princípios básicos: a clareza, o consenso, a linguagem formalizada, a capacidade de previsão de forma que o conjunto de conhecimentos sirva de guia para um melhor entendimento do contexto histórico e sobre a própria construção da história. Do ponto de vista acadêmico, podemos descartar a importância da obra como fonte de conhecimento sobre a história, sendo que a obra apresenta-se como uma fonte de pesquisa.
 O livro “o que é história ” da editora brasiliense, útil para as pessoas que estão adentrando o curso de história ou para aqueles que pensam em ingressar nesse campo de conhecimento, bem como, para pesquisadores e estudiosos da área. Pois a obra tem grande fonte de contextos históricos, sendo a mesma, um livro que vai muito além da área da história, tendo como foco a construção de conhecimentos históricos para a formação dos historiadores.
Matheus Wilson Silva dos Santos, Acadêmico do primeiro período do Curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / Centro de Estudos Superiores de Caxias - CESC.

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