segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Pensamento Filosófico Hermenêutico de Paul Ricoeur
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Os pensamentos de Paul Ricoeur tem sua reflexão sobre a hermenêutica filosófica, direcionada para a compreensão do homem em sua história a partir da interpretação do sentido do mundo dos textos pelo meio da narratividade. O mesmo foi influenciado de três correntes: “percebeu-se a influência das três correntes filosóficas (a filosofia reflexiva, a filosofia fenomenológica e a hermenêutica) e seus interlocutores na origem da sua reflexão.”, (SILVA, 2013, p. 81). Dessa forma, na filosofia reflexiva, o autor, teve como influência o pensamento originário do cogito cartesiano de Descartes, da vertente da fenomenologia de Husserl e da hermenêutica nos aspectos da consciência histórica narrativa advinda do mundo textual.
No que diz respeito à filosófica reflexiva, Diferente, o autor, apresenta oposição ao Cogito cartesiano (em que afirma, que a verdade que se põe a si mesma), apresentando um sujeito distinto com dupla tarefa, uma tarefa ética e hermenêutica. [...] ressalta que o Cogito se coloca filosoficamente em sua ambição de ser verdade extrema e última”, (SILVA, 2013, p. 82). Portanto, o ser que interpreta a si mesmo, ao outro, os símbolos, sinais, signos existentes no mundo, já não é mais o Cogito, mas um existente que se desvela gradativamente pela interpretação de sua própria vida, dentro de uma proposta, em que vê o ser, como um sujeito contextualizado no tempo, na história com os outros e com o mundo.
Já na fenomenologia, Ricoeur, tem sua reflexão direcionada na: “análise intencional do sentido visado a que o próprio Husserl defende como noema e noese que constitui o campo por excelência da experiência fenomenológica.”, (SILVA, 2013, p. 86), no qual busca no núcleo da discussão entre hermenêutica e fenomenologia a transposição da corelação entre noesis/noema da Fenomenologia, âmbito textual, cujo eixo de inquietação é o questionamento do voluntário e do involuntário, e, em consequência desenvolve o que chama de fenomenologia hermenêutica.
No que se refere à hermenêutica nos aspectos da consciência histórica narrativa advinda do mundo textual, no que diz respeito ao sentido filosófico da hermenêutica, Paul Ricoeur, “[...] faz um percepcionar à história da hermenêutica e ressalta que nela, há dois movimentos intrínsecos, a saber: o “da desregionalização” [...] e o “da radicalização”, (SILVA, 2013, p. 89), dentro de um processo, onde o papel de mediador exercido pela análise estrutural é tanto de justificação do enfoque objetivo quanto da retificação da abordagem subjetiva contextual.
O que se percebe, diante do exposto, é que para o autor, a hermenêutica apresenta-se como uma teoria que envolve as operações e a compreensão em sua relação com a interpretação textual. Dessa forma, a explicação e compreensão não compõem propriamente os polos de uma relação de exclusão, mas sim os momentos relativos ao processo de a interpretação. E, nessa condição o objetivo não consiste na mera decifração intencional, mas sim na construção das possibilidades interpretativas abertas encontradas no texto e contexto.
Referência
SILVA, Edna Selma David; LOPES, Maria dos Milagres da Cruz; LOPES, Maria dos Santos Silva. Hermenêutica. Filosófica. São Luís: UemaNet, 2013.

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