Pensamento
Filosófico Hermenêutico de Paul Ricoeur
Prof. Esp. Francisco das C.
M. dos Santos
Os pensamentos de Paul Ricoeur tem sua reflexão
sobre a hermenêutica filosófica, direcionada para a compreensão do homem em sua
história a partir da interpretação do sentido do mundo dos textos pelo meio da
narratividade. O mesmo foi influenciado de três correntes: “percebeu-se a influência das três correntes
filosóficas (a filosofia reflexiva, a filosofia fenomenológica e a
hermenêutica) e seus interlocutores na origem da sua reflexão.”, (SILVA,
2013, p. 81). Dessa forma, na filosofia reflexiva, o autor, teve como
influência o pensamento originário do cogito cartesiano de Descartes, da
vertente da fenomenologia de Husserl e da hermenêutica nos aspectos da
consciência histórica narrativa advinda do mundo textual.
No que diz respeito à filosófica reflexiva, Diferente, o autor, apresenta oposição ao Cogito cartesiano (em que afirma, que a verdade que se põe a si mesma), apresentando um sujeito distinto com dupla tarefa, uma
tarefa ética e hermenêutica. “[...] ressalta que o Cogito se coloca
filosoficamente em sua ambição de ser verdade extrema e última”,
(SILVA, 2013, p. 82). Portanto, o ser que interpreta a si mesmo, ao outro, os símbolos, sinais, signos
existentes no mundo,
já não é mais o Cogito, mas um existente que se desvela gradativamente pela interpretação de sua própria
vida, dentro de uma proposta, em que vê o ser, como um
sujeito contextualizado no tempo, na história com os outros e com o mundo.
Já na fenomenologia, Ricoeur, tem sua reflexão
direcionada na: “análise intencional do sentido visado a que o próprio Husserl
defende como noema e noese que constitui o campo por excelência da
experiência fenomenológica.”, (SILVA, 2013, p. 86), no qual busca no núcleo da discussão
entre hermenêutica e fenomenologia a transposição da corelação entre noesis/noema da Fenomenologia, âmbito
textual, cujo eixo de inquietação é o questionamento do voluntário e do involuntário, e, em consequência desenvolve o
que chama de fenomenologia hermenêutica.
No que se refere à hermenêutica nos aspectos da
consciência histórica narrativa advinda do mundo textual, no que diz respeito
ao sentido filosófico da hermenêutica, Paul Ricoeur, “[...] faz um percepcionar à história da hermenêutica e ressalta que
nela, há dois movimentos intrínsecos, a saber: o “da desregionalização” [...] e o “da radicalização”, (SILVA, 2013, p. 89), dentro de um
processo, onde o papel de mediador exercido pela análise estrutural é
tanto de justificação do enfoque objetivo quanto da retificação da abordagem
subjetiva contextual.
O que se percebe, diante do exposto, é que para
o autor, a hermenêutica apresenta-se como uma teoria que envolve as operações e
a compreensão em sua relação com a interpretação textual. Dessa forma, a explicação e compreensão não compõem propriamente os polos de uma relação de
exclusão, mas sim os momentos relativos ao processo de a interpretação. E, nessa condição o objetivo não consiste na mera
decifração intencional, mas sim na construção das possibilidades
interpretativas abertas encontradas no texto e contexto.
Referência
SILVA, Edna Selma David; LOPES, Maria dos Milagres da Cruz; LOPES, Maria
dos Santos Silva. Hermenêutica. Filosófica. São
Luís: UemaNet, 2013.
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