Algo em Mente ou Pensar em
Algo? A Natureza dos Objetos e do Pensamento.
Prof. Esp. Francisco das C.
M. dos Santos
Os objetos intencionais têm como essência a objetividade que busca
na correlação com a teoria do ato intencional a análise da
objetiva dos juízos: “Nessa passagem fica
claro que a noção de objetividade é
o cerne da discussão. A noção de objeto é introduzida para explicar esse
aspecto de ter objetividade.”
(BRAIDA, 2013, p. 170), sendo o ato mental, a representação e a atividade
psíquica do pensar não representar algo que não seja objeto representativo, “[...] ato mental é uma representação ou está
fundado numa representação, e de que a atividade psíquica não pode jamais se
reportar a algo que não seja objeto de representação, no sentido de que a mente
não pode considerar o que não é nela representado.” (BRAIDA, 2013, p. 172).
E nesse contexto, “[...] a palavra “objeto” tanto significaria o conteúdo pensado (o
representado) quanto o que é visado pelo pensamento (o que se apresenta no
representado).” (BRAIDA, 2013, p. 173). Assim, o pensar conceitualmente,
necessita de sentido sem depender da noção de referência a objetos existentes
em e por si mesmos, ou seja, o conceito dentro de uma relação intencional em que
o objeto está em questão, sem está ligado diretamente à propriedade da
consciência humana, sendo também e anterior ao conceito de significado
linguístico.
Desse modo, o pensar de um objeto está
intrinsecamente ligado á intencionalidade, o ato consciente e o discurso: “Um objeto puramente intencional seria
aquele visado por um ato consciente, psicológico ou semântico, que não pode não
ser senão um objeto de pensamento ou discurso.” (BRAIDA, 2013, p.
176). Ou seja, a objetividade da consciência e da expressão linguística, exige um
correlato objetivo, tendo em vista que os atos da consciência têm sempre um objeto,
mesmo quando o objeto a que a consciência se dirige venha a não existe.
Outro ponto, no que se refere ao pensar, é
o da “não intencionalidade”, que afirma que toda consciência pode pensar sobre
um objeto, não importando se esse determinado objeto é real ou não, ou seja, se
existe ou não, “[...] “inexistência
intencional” do objeto, no sentido de que toda consciência tem um objeto, não
importando se esse objeto é real ou não, se existe ou não.”, (BRAIDA, 2013,
p. 177). Assim, o sentido da existência dos objetos relacionado entre a consciência
e a linguagem, pode não prover essencialmente existência de algo, “O sentido (Sinn), no qual se funda a consciência e a linguagem, não
necessariamente é um sentido para algo existente, isso compreendido como
implicando a existência de algo independente e real, ou seja, uma entidade.”
(BRAIDA, 2013, p. 178).
Assim o ato do pesar algo ou alguma coisa
se caracteriza sua inexistência
ontológica, mas dentro de uma existência intencional, onde o objeto é colocado
na direção intencional do fenômeno psíquico, “Dizer algo de algo não implica afirmar a existência daquilo acerca do
que é dito alguma coisa, mas tão somente a suposição de que se trata de um ser
subsistente. Pode-se falar de algo, a partir de seu ser ou tipo, e
negar-lhe a existência:” (BRAIDA, 2013, p. 185). Dessa forma, os Objetos do pensamento podem depender de
outros objetos, tais como as relações entre objetos ou coisas que dependem dessas
relações, como Não subsistirem, entretanto não são por isso menos reais, ou
seja, objetos podem: ser, existir ou não.
Referência
BRAIDA, Celso R. Ontologia II. São Luís: UemaNet, 2013.
p. 169-200.
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