sexta-feira, 6 de setembro de 2019

UMA REFLEXÃO CONTEXTUAL DO ALUNO DA EJA (“Recortes” de textos)

1 A estrutura etária no contexto da EJA
1.1 População etária: apresenta-se comumente dividida em três faixas: jovens (do nascimento até 19 anos); adultos (dos 20 anos até 59 anos); e, Idosos (a partir dos 60 anos).
Jovens – Aquele/aquela que é moço(a), que está em idade juvenil; Animal de tenra idade; Pessoa moça.
Adultos – Adulto que atingiu o completo desenvolvimento e chegou à idade vigorosa; Aquele/aquela que atingiu plena maturidade, expressa em termos de adequada integração social e adequado controle das funções intelectuais e emocionais.
Idoso: Pessoa com mais de 65 anos (exceto no Brasil), no qual se considera idoso todo indivíduo com mais de 60 anos.
1.2 População educação: a partir de 15 anos que não conseguiu concluir o ensino fundamental e 18 anos que não concluiu o Ensino Médio, ou seja, pessoas cujos diretos têm sido historicamente negados.
2 Fracasso escolar?
Atualmente a EJA, cada vez mais atende uma população oriunda de processos de exclusão escolar: repetição, evasão, ingresso precoce no mercado do trabalho.  Tal realidade evidencia uma possível fragilidade do atendimento escolar, visto que não se trata de uma questão de cunho cultural como no passado, quando se considerava suficiente a habilidade para a leitura, escrita e cálculo, o que caracterizava a demanda de educação de adultos, tanto analfabetos, como com baixa escolaridade.
Estamos diante de um público que traz experiências escolares malsucedidas e resultado de um contexto histórico de privação de direitos básicos, no entanto, Charlot (2000 p. 17) afirma que o “fracasso escolar” não existe, mas o que temos são situações de fracasso vivenciadas pelos sujeitos. Essas vivências fazem com que esse jovem, além de se sentir marcado por [...] ausência de resultados, de saberes, de competência, recusa de estudar, transgressão das regras... o fracasso escolar é “não ter”, “não ser”. Pode-se primeiro pensá-lo como desvio, como diferença, isto é, pensar o não-ser em referência ao que, precisamente, ele não é. O fracasso escolar é uma diferença: entre alunos, entre currículos, entre estabelecimentos.
Considerações
O aluno de EJA deve ser visto como uma pessoa, cujas condições de existência, remetem à dupla exclusão, de seu grupo de pares da mesma idade e do sistema regular de ensino, por evasão ou retenção. Assim, ao olhar para os alunos da EJA é preciso percebê-los como sujeitos de direitos, como ressalta Arroyo (2005, p.30):
[...] Assumida esta dimensão: direitos negados historicamente aos mesmos coletivos sociais, raciais, consequentemente teremos de assumir a EJA como uma política afirmativa, como um dever específico da sociedade, do Estado, da pedagogia e da docência para com essa dívida histórica de coletivos sociais concretos. 
Referências
ARROYO, Miguel. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro; GOMES, Nilma Lino (orgs).
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Curitiba: Impressora Oficial do Estado do Paraná, 2006.
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96. Brasília, DF:MEC, 1996.
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: Elementos para uma teoria. Tradução Bruno Magne. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Brasil Escola. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. Geografia Faixa Etária da População Brasileira. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/faixa-etaria-populacao-brasileira.htm. Acesso: setembro 2019.
LIBÂNEO, José Carlos. Apontamentos sobre pedagogia critico-social e socioconstrutivismo. Goiânia: Mimeo, 1995.
OLIVEIRA, M. K. de. Ciclos de vida: algumas questões sobre a psicologia do adulto. Educação e Pesquisa. São Paulo. v. 30, n.2, maio/ago/2004.

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