quarta-feira, 6 de julho de 2022

 A LÍNGUA ESCRITA PASSA POR CINCO NÍVEIS: COM BASE NAS FASES OU PERÍODOS (*)

Por acreditarem que a criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico e que o processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a que chegou a criança, Emília Ferreiro e Ana Teberosky definiram, em seu Psicogênese da Língua Escrita, cinco níveis:

Nível 1: Hipótese Pré-Silábica (Fase pré-silábica ou Período iconográfico). A criança...

- Não estabelece vínculo entre fala e escrita;

- Demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;

- Usa letras do próprio nome ou letras e números d\na mesma palavra;

- Caracteriza uma palavra como letra inicial;

- Tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;

Nível 2: Intermediário I (Fase pré-silábica ou Período iconográfico). A criança...

- Começa a ter consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita;

- Começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras;

- Conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.

Nível 3: Hipótese Silábica (Período linguístico ou fonográfico). A criança...

- Já supõe que a escrita representa a fala;

- Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;

- Já supõe que a menor unidade de língua seja a sílaba;

- Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.

Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II (Período linguístico ou fonográfico). A criança...

- Inicia a superação da hipótese silábica;

- Compreende que a escrita representa o som da fala;

- Passa a fazer uma leitura termo a termo; (não global)

- Consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo, CAL para cavalo.

Nível 5: Hipótese alfabética (Fase alfabética). A criança...

- Compreende que a escrita tem função social;

- Compreende o modo de construção do código da escrita;

- Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;

- Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;

- Não e ortográfica e nem léxica.

A caracterização de cada nível não é determinante, podendo a criança estar em um nível ainda com características do nível anterior. Essas situações são mais frequentes nos níveis Intermediários I e II, onde frequentemente podemos nos deparar com contradições na conduta da criança e nos quais se percebe a perda de estabilidade do nível anterior e a não estabilidade no nível seguinte, evidenciando o conflito cognitivo.

Referência (* Material compilado)

SOUZA, B. P. Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita. In: Orientação à Queixa Escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.

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