CONTRADIÇÕES
SOCIAIS E OS DESAFIOS DA FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
Profa. Me. Vânia S. M. Oliveira
São exigências postas e impostas pela sociedade
da informação e do conhecimento, movida por um processo de globalização em que
a todo instante cria e recria seus conceitos sobre as coisas. Paradigmas são
adotados como modelos a serem seguidos numa ordem desigual. O que acaba
colocando a escola em confronto com as condições desumanas que a sociedade lhe
apresenta. A educação ao contrário do que se propões e de forma contraditória
como coloca Carvalho (2011, p. 47), “por contágio e manipulação tornou-se
política sem chegar em si mesma política...”.
A seus
profissionais resta a transposição das barreiras que injustamente lhe são
apresentadas. Transpor barreiras e emancipar-se parece ser a condição de
enfrentamento a crise que se apresenta como própria da existência humana. Nessa
dimensão a função da escola não deve ser como mera repassadora de conhecimento.
Mas precisa proporcionar aos sujeitos a ela frequenta apropriarem-se do
discurso ideológico da classe dominante e dele produzirem o contra discurso.
O homem vive em um constante crescimento e
mudança, ou seja, em sua essência vive num processo contínuo influenciando e
sendo influenciado dentro de suas práxis, a partir da reflexão-ação e
ação-reflexão nos aspectos relacionados: ao conhecimento do meio em que vive e
de sua própria existência; de seu fazer; de seu pensar; da transformação,
re-transformação e do uso do meio em que vive e do que esse mesmo ambiente lhe
oferece e das suas relações com os outros.
É nessa ótica que, a escola precisa atender a
todos e com todos aprender a conviver. Precisa entender e respeitar o
diferente. O que perpassa por uma
questão moral, uma vez que a moral é resultante de princípios que estabelece
certas exigências do modo de ser e estar no mundo, como as regras, as
realizações.
Sabe-se que o projeto de sociedade perfeita tão
esperado pela modernidade não foi e não é possível existir. Vive-se uma
anormalidade de concordância, uma banalidade nas ações. Existe uma crise de
intolerância, aceitação nos mais variados aspectos das relações humanas. Já não
há o entendimento entre o que é ético e o que é moral. As pessoas não se
reconhecem umas nas outras. Vivemos em uma sociedade que a todo instante
estimula a competitividade entre seus membros.
Partindo desse princípio, corroboramos com Castoriadis
(1987) ao afirmar que:
Temos que nos voltarmos
para a filosofia; e, mais ainda, para o seu caráter histórico, e ao enigma que
ele coloca. O tempo não é para a filosofia, simples determinação exterior,
menos ainda ponto de referência da ordem de sucessão dos pensamentos
filosóficos.
Diante disso, a Filosofia se apresenta como
algo que busca no tempo a necessidade em que a realidade se expõe na tentativa
de repensar as problemáticas e desordens do mundo humano. Porém a Filosofia se
torna uma experiência que nos remete a pensar as questões problemáticas da
vida, intermediada por uma lógica da realidade. Isto nos envia a busca da
conquista da autonomia intelectual defendida como forma de enfrentamento frente
as condições que são apresentadas pela realidade em que vivemos. É visto como
uma condição de sobrevivência do ser e faz parte da realidade humana.
Referências
CARVALHO,
Adalberto Dias de. Filosofia da educação
e contemporaneidade: entre a crise e a esperança. I Congresso Internacional
de Filosofia da Educação: de Países e Comunidades de Língua Portuguesa.
Disponível em: http://www.academia.edu/3854250/FILOSOFIA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_E_CONTEMPORANEIDADE_ENTRE_A_CRISE_E_A_ESPERAN%C3%87A.
UNINOVE. Acessado em jun. 2014.
CASTORIAIDIS,
Cornélius. Prefácio, In; As encruzilhadas do labirinto. 2 ed.
Tradução Carmem Sylvia; Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
p. 9-32.
CHAUI,
Marilena. Convite à Filosofia. São
Paulo: Ática, 2010.
SEVERINO,
Antonio J. Filosofia. São Paulo:
Cortez, 1994.
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