terça-feira, 6 de junho de 2017

CONTRADIÇÕES SOCIAIS E OS DESAFIOS DA FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
Profa. Me. Vânia S. M. Oliveira
São exigências postas e impostas pela sociedade da informação e do conhecimento, movida por um processo de globalização em que a todo instante cria e recria seus conceitos sobre as coisas. Paradigmas são adotados como modelos a serem seguidos numa ordem desigual. O que acaba colocando a escola em confronto com as condições desumanas que a sociedade lhe apresenta. A educação ao contrário do que se propões e de forma contraditória como coloca Carvalho (2011, p. 47), “por contágio e manipulação tornou-se política sem chegar em si mesma política...”.   
 A seus profissionais resta a transposição das barreiras que injustamente lhe são apresentadas. Transpor barreiras e emancipar-se parece ser a condição de enfrentamento a crise que se apresenta como própria da existência humana. Nessa dimensão a função da escola não deve ser como mera repassadora de conhecimento. Mas precisa proporcionar aos sujeitos a ela frequenta apropriarem-se do discurso ideológico da classe dominante e dele produzirem o contra discurso.
O homem vive em um constante crescimento e mudança, ou seja, em sua essência vive num processo contínuo influenciando e sendo influenciado dentro de suas práxis, a partir da reflexão-ação e ação-reflexão nos aspectos relacionados: ao conhecimento do meio em que vive e de sua própria existência; de seu fazer; de seu pensar; da transformação, re-transformação e do uso do meio em que vive e do que esse mesmo ambiente lhe oferece e das suas relações com os outros.
É nessa ótica que, a escola precisa atender a todos e com todos aprender a conviver. Precisa entender e respeitar o diferente.  O que perpassa por uma questão moral, uma vez que a moral é resultante de princípios que estabelece certas exigências do modo de ser e estar no mundo, como as regras, as realizações.
Sabe-se que o projeto de sociedade perfeita tão esperado pela modernidade não foi e não é possível existir. Vive-se uma anormalidade de concordância, uma banalidade nas ações. Existe uma crise de intolerância, aceitação nos mais variados aspectos das relações humanas. Já não há o entendimento entre o que é ético e o que é moral. As pessoas não se reconhecem umas nas outras. Vivemos em uma sociedade que a todo instante estimula a competitividade entre seus membros.
Partindo desse princípio, corroboramos com Castoriadis (1987) ao afirmar que:
Temos que nos voltarmos para a filosofia; e, mais ainda, para o seu caráter histórico, e ao enigma que ele coloca. O tempo não é para a filosofia, simples determinação exterior, menos ainda ponto de referência da ordem de sucessão dos pensamentos filosóficos.
Diante disso, a Filosofia se apresenta como algo que busca no tempo a necessidade em que a realidade se expõe na tentativa de repensar as problemáticas e desordens do mundo humano. Porém a Filosofia se torna uma experiência que nos remete a pensar as questões problemáticas da vida, intermediada por uma lógica da realidade. Isto nos envia a busca da conquista da autonomia intelectual defendida como forma de enfrentamento frente as condições que são apresentadas pela realidade em que vivemos. É visto como uma condição de sobrevivência do ser e faz parte da realidade humana.
Referências
CARVALHO, Adalberto Dias de. Filosofia da educação e contemporaneidade: entre a crise e a esperança. I Congresso Internacional de Filosofia da Educação: de Países e Comunidades de Língua Portuguesa. Disponível em: http://www.academia.edu/3854250/FILOSOFIA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_E_CONTEMPORANEIDADE_ENTRE_A_CRISE_E_A_ESPERAN%C3%87A. UNINOVE. Acessado em jun. 2014.
CASTORIAIDIS, Cornélius. Prefácio, In; As encruzilhadas do labirinto. 2 ed. Tradução Carmem Sylvia; Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 9-32.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
SEVERINO, Antonio J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994.

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