quinta-feira, 6 de maio de 2021

SALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADA (AEE): O USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS NAS ATIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM. – FICHAMENTO COMENTADO*

VIANA, Márcia L; TEIXEIRA, Maria R. F. Sala de atendimento educacional especializada (AEE): o uso da tecnologia assistiva no processo de inclusão dos alunos nas atividades de ensino-aprendizagem. Brazilian Journal of Education, Technology and Society (BRAJETS). 2019, vol 12, Nº 1 (2019). Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/196993/001097512.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Citação: “As salas de AEE têm o objetivo de garantir o acesso ao ensino regular em igualdade de condições com os demais alunos e oferecem um serviço de apoio complementar ou suplementar à escolarização em classe comum, podendo ser ofertado no contra turno.” (p. 72)

Comentário: Considerando que estas salas servem para dar suporte ao trabalho do professor, reforçando os conceitos estudados nas salas comuns e ajudando ao aluno a respeitar seu tempo e forma de aprender.

Citação: “As escolas precisam de um novo olhar para aceitação das diferenças destes alunos, adaptando os métodos pedagógicos e curriculares para suprir as necessidades de cada um.” (p. 73)

Comentário: Trabalhar com alunos que necessitam de atenção e cuidados especiais é um desafio para a escola e principalmente para o professor, uma vez que não se tem habilidades adequadas para todas as situações.

Citação: “A integração significa preparar a pessoa com deficiência para o convívio social, e a inclusão quer dizer que a sociedade deve se adequar às necessidades das pessoas com deficiência, promovendo o exercício de sua cidadania (SASSAKI, 1997).“ (p. 73)

Comentário: Tratando-se de integração, a sociedade é que precisa se adequar as necessidades das pessoas e não o contrário.

Citação:  “A inclusão implica numa mudança de paradigma educacional” (p. 74).

Comentário: A inclusão é uma perspectiva te mudanças de atitudes e aceitação.

Citação: “A inclusão não é a eliminação da diferença, mas o reconhecimento da diferença: a exclusão, essa sim, é o não reconhecimento do outro (BENEVIDES, 2000).” (p .74)

Comentário: Reconhecer que não somo iguais é o primeiro passo para se perceber que mesmo diferentes podemos viver nas mesmas condições de direito.

Citação: “A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) veio para garantir a efetivação das práticas de atendimento educacional especializado para os sujeitos com deficiências nas redes públicas de ensino.” (p. 75)

Comentário: A efetivação de leis que asseguram direitos é um passo importante para se garantir a igualdade de oportunidade, uma vez que atendimento especializado é um suporte para alavancar o desenvolvimento intelectual de pessoas que necessitam deste fim.

Citação: “Na Educação Inclusiva, as Tecnologias estão trazendo um novo modelo de educação, rompendo com os padrões de ensino tradicionais e promovendo novas práticas de ensino-aprendizagem.“ (p. 76)

Comentário: Existem muitos programas que viabilizam o processo ensino aprendizagem de alunos com deficiências e estes recursos permitem uma nova perspectiva na dinamização da construção do conhecimento para aqueles que precisam contar com um suporte diferenciado para a aprendizagem.

Citação: “O uso de recurso de Tecnologia Assistivas, para alguns alunos, é a única maneira de proporcionar o acesso ao conhecimento à escola, onde vão poder desenvolver suas habilidades, potencialidades e favorecer suas ações de como estudar, brincar, interagir, comunicar e permitir a convivência em grupo.”  (p. 77)

Comentário: A garantia do acesso a sala de AEE e o uso dos recursos de Tecnologias Assistivas pelos alunos com deficiência tem se mostrado um caminho que garante o firmamento do aprendizado dessas pessoas com maior qualidade, uma vez que dar condições de vivencia social.

Citação: “A escola para todos não se dá apenas na aceitação das diferenças, na celebração da diversidade, mas sim na reestruturação dos métodos pedagógicos, revisando currículos e adaptando-os às necessidades específicas de cada aluno, na preparação e formação dos professores, gestores e comunidade para construir, de fato, uma sociedade inclusiva.” (p. 77)

Comentário: Um ambiente escolar, que assegure a integração, a inclusão e a permanência das pessoas portadoras de deficiência, assim como qualquer outra diferença, com profissionais capacitados e preparados para receber e acolher com respeito é o que define com escola inclusiva dentro de uma sociedade verdadeiramente inclusiva.

Citação: “Para uma sala ser considerada inclusiva, deve haver um comprometimento do profissional que atua nesse espaço, buscando conhecer as necessidades destes alunos e auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento de suas habilidades.” (p. 78)

Comentário: A sala de aula inclusiva recebe o aluno portador de deficiência como alguém que deve participar de todo o processo de aprendizado, dando condições deste aprender e viver as mesmas experiências de todos os alunos desta sala.

* NASCIMENTO, Cleide Coelho do. Fichamento apresentado à disciplina de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, ministrada pela Prof. Dr. Paulo Roberto de Jesus Silva. Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Maranhão Campus Caxias. Coordenação do Curso de Pedagogia. Curso de Licenciatura em Pedagogia – EPT. 2019.

Mensagem aos educadores de Caxias - MA

A contribuição de cada colaborador tem sido primordial nesse momento pandêmico.

Os entraves são inúmeros, mas têm sido amenizados com o apoio de cada educador que faz parte da Equipe SEMECT e corrobora para o trabalho desta Instituição.

A formação de uma equipe competente é a certeza de que bons frutos serão colhidos, seja a curto, médio ou longo prazo. Neste sentido, capacidade, competência, empenho e dedicação, qualidades intrínsecas desta, tornam-se essenciais no trabalho que estamos desenvolvendo em prol da Educação de Caxias.

Ao passo que, perenemente, continuarmos trabalhando com afinco, nos assegura dizer que o futuro de nossos educandos será brilhante. Afinal, o sucesso de um projeto depende do empenho de cada um que se dedica a ele.

Enquanto SEMECT, somos agentes valiosos e indispensáveis para a melhoria da qualidade da Educação Pública de Caxias.

O caminho tem sido difícil. A necessidade de nos reinventar diariamente é constante, mas todos têm mantido a confiança uns nos outros, sem desistir ou afastar o olhar da meta.

Nós, como Equipe SEMECT, superamos algumas expectativas em 2020. Conseguimos ir além do previsto. Não obstante, somos sabedores que, sem sacrifício e trabalho árduo nada se consegue, e toda esta equipe é prova disso. Desta forma, esperamos que neste ano de 2021, possamos aprimorar as ações que não tiveram êxito outrora.

Agradecemos pela sua presença no Encontro de Realinhamento das Ações Pedagógicas da SEMECT.

Aspiramos que a parceria continue se fortalecendo.

Que Deus continue nos abençoando. “Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.” (Henry Ford).

Por Joselma Coelho Lima

QUE DEFINIÇÕES TEMOS PARA O CUIDAR, O EDUCAR E O BRINCAR? COMO DEVE SER O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA ATENDER O ENTRELAÇAMENTO ENTRE O CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR? QUAL O PAPEL DO EDUCADOR NESSE PROCESSO?*

Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma de proporcionar ambientes que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade.

Cuidar e educar é impregnar a ação pedagógica de consciência, estabelecendo uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que respeitem a diversidade, o momento e a realidade, peculiares à infância. Os processos de cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos e de maneira compartimentada. Na educação infantil o “cuidar” é parte integrante da educação, embora possa exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que exploram a dimensão pedagógica. 

Unir cuidados e conteúdos na educação infantil é muito importante para o crescimento da criança. Todas as atividades desenvolvidas com as crianças precisam ter uma intencionalidade, devem ser pensadas na perspectivava de levar a criança a aprender algo além da diversão.

As atividades desenvolvidas com os pequenos precisam ter um sentido didático e pedagógico. Vejamos, por exemplo, a questão do banho, a cuidadora além do cuidado, conversa com a criança, um banho intencional, além do prazer e da diversão contida na ação de dar banho, a cuidadora aproveita este tempo para ensinar as partes do corpo humano, durante a refeição que também é conteúdo, pode ser conversado com a criança a importância da alimentação para seu crescimento e saúde, isso partindo de uma refeição intencionalmente planejada e orientada para um fim também didático.

A criança pequena também aprende brincando, por isso é tão importante que ela tenha essa experiência, tanto com outras crianças como com adultos. Através do ato de ser cuidada por um adulto ela vai aprendendo a fazer Imitações de ações que ver no mundo adulto. Nestas imitações essa criança vai assumir, por exemplo, o papel social de uma mãe que ela ver e brinca de faz de conta. Esse é um momento decisivo para o crescimento da criança.

O planejamento das atividades na Educação Infantil para atender o entrelaçamento entre o cuidar, educar e brincar é um momento que visa possibilitar ao professor encontrar soluções para alcançar avanços no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança, neste sentido deve ser uma atividade realizada continuamente, pois o professor vai está não somente escolhendo os conteúdos a serem trabalhado com as crianças, mas preparando todo um processo de acompanhamento do desenvolvimento destes conteúdos, onde ele vai diagnosticar os avanços e dificuldades de toda a turma e também de forma individual, já que é fundamental o professor levar em consideração as peculiaridades e as especificidades de cada criança, já que cada uma tem seu modo de agir, pensar e sentir. 

O papel do educador no processo de dar sentido o ato de cuidar, educar e brincar é fundamental nessa fase da infância e de iniciação escolar até os 5 anos de idade, período em que entra na educação infantil, pois através do planejamento ele vai organizar suas ações de trabalho que será realizado com as crianças e através do ato de cuidar, do brincar intencionalmente este educador vai ajudar a essa criança construir conceitos que serão desenvolvido e experimentado por eles com significados para toda a vida. Além de observar e acompanhar as brincadeiras dos pequenos é importante que o professor participe também, entre na brincadeira, pois ele pode estar inserindo um problema para ser resolvido pelas crianças, ajudando-as a formalizar seus próprios conhecimentos.

Quando a criança chega na escola ela precisa desenvolver uma confiança até então existente apenas com a família, precisa criar laços de confiança, pois depois dos pais será o adulto que servirá de modelo a ser seguido por elas. Estabelecido este vinculo, o ideal seria que esse professor acompanhasse essa criança por um bom tempo, pelo menos até ele ser capaz de conseguir confiar em outra pessoa, ou outro educador.

Durante um certo tempo para trabalhar na educação infantil era exigido apenas ter no mínimo o Ensino Médio, atualmente a situação é outra, além da formação o professor tem que saber lidar com as crianças, saber dar segurança aos laços afetivos construídos. Neste período apesar de ser muito raro é importante a presença de professor homem para reforçar o significado de homem e mulher no processo de formação da criança. Diante de tudo isso é fundamental que o Professor esteja preparado para receber a inclusão, aqui surge a necessidade de formação voltada para essa situação, sem esquecer, contudo, a importância de profissionais especializados para ajudar o professor, pois, além da aceitação, as crianças precisam ser incluídas.

REFERÊNCIAS

WADEWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da Criança na teoria de Piaget. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/363149755/INTELIGENCIA-E-AFETIVIDADE-DA-CRIANCA-NA-TEORIA-DE-PIAGET. Acesso em:  set. 2020.

Vídeo aula – Desenvolvimento Infantil: importância das Atividades operacionais na Educação Infantil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qq1dHRcLcMc. Acesso em:  set. 2020.

Vídeo – Desenvolvimento Infantil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NlhBKSXVPEo. Acesso em:  set. 2020.

Vídeo – D12 – educação Infantil – Cuidar, educar e Brincar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wnrJzJCnAr8. Acesso em:  set. 2020.

Vídeo – O papel do professor na educação infantil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jYnvT1hX9io. Acesso em:  set. 2020.

*NASCIMENTO, Cleide Coelho do. Texto apresentado à disciplina Educação Infantil, ministrada pela Professora Sandra Maria de Sousa Caminha. Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Maranhão Campus Caxias. Coordenação do Curso de Pedagogia. Curso de Licenciatura em Pedagogia – EPT. 2020.

CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO NO AMBIENTE ESCOLAR: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO DE PEQUENOS HISTORIADORES*

A ideia de utilizar fontes no ambiente escolar é recente e busca a inserção dos alunos no ambiente de construção do conhecimento histórico, na medida em que permite seu contato com a matéria-prima do historiador, não objetivando, no entanto, transformar os alunos em “pequenos historiadores”.

Para trabalhar com fontes históricas em sala de aula devemos considerar algumas situações pontuais: em primeiro lugar, é importante que o professor planeje criteriosamente a utilização desses recursos, relacionando-os aos conteúdos e objetivos definidos para cada aula. Em segundo lugar, é necessário que o professor saiba selecionar documentos e preparar os alunos para o contato com eles. Para isso é fundamental identificar o nível da turma e começar com a utilização de um documento não tão complexo, mas de fácil compreensão, e à medida que os discentes forem se identificando com o uso das fontes, poderá então aumentar o nível de complexidade, e sempre observando a capacidade de aprendizagem da turma.

Nesse sentido, devemos atentar para alguns obstáculos importantes a serem considerados no processo de seleção de documentos ou fontes históricas: a complexidade do vocabulário, e textos muito antigo pode dificultar o trabalho com os alunos, devido ao uso de termos ainda hoje desconhecidos; extensão do texto, evitar documentos muito longos, considerando o número de aulas e horário semanal da aula; e, finalmente, a inadequação de idade dos alunos. (BITTENCOURT, 2008). Ressaltamos ainda a importância que as fontes históricas apresentam no processo de dinamização e ressignificação do ensino de história.

O fundamental diante disto é que o professor busque sempre atualizar-se em relação ao conhecimento histórico que está sendo produzido e nas possibilidades de utilização de variados recursos no processo de compreensão das realidades históricas. Ao enveredarmos pelo caminho para aproximar os alunos do processo de construção da história, através de fontes históricas, não significa transformar os alunos em pequenos historiadores, mas mostrar que a história está a alcance de todos aqueles que buscam conhece-la.

O desenvolvimento da noção de tempo nas aulas de História e o desenvolvimento da competência mental e abstrata de ordenação temporal de acontecimentos históricos são, alguns dos aspetos mais difíceis de trabalhar com os alunos no espaço de sala de aula. Entretanto é possível, de uma forma diferente e motivadora, trabalhar com os alunos, em sala de aula, a noção de tempo em História de uma forma eficaz.

Com o desenvolvimento de atividades práticas e diferentes, é possível desmistificar a ideia de que a História é uma disciplina que recorre exclusivamente à memorização de acontecimentos. Com as atividades práticas, é possível simplificar conceitos complexos e abstratos como a noção de tempo histórico e, ao mesmo tempo, tornar o ensino História mais motivador e até mais eficaz.

É fundamental as crianças serem inseridas desde cedo no desenvolvimento das operações e raciocínios exigidos pela natureza do pensamento histórico, uma vez que a instrução escolar, com a devida mediação do docente e dos colegas, pode acelerar o desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido é papel do professor criar situações e intervenções que ativem o processo de construção do conceito de tem

REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2008.

MONTEIRO, Ana Maria F.C. A história ensinada: algumas configurações do saber escolar. In: História & Ensino. Londrina, v.9 p. 9-35. Out2003

PEREIRA, Nilton Mullet; SEFFNER, Fernando. O que pode o ensino de história? sobre o uso de fontes na sala de aula. In: Revista Anos 90, Porto Alegre, v.15. n. 28. P. 113-128, dez 2008

SCALDAFERRI, Dilma Célia Mallard. Concepções de tempo e ensino de História. In: História & Ensino, Londrina, v.14, p. 53-70, 2008.

*NASCIMENTO, Cleide Coelho do. Atividades apresentada à disciplina Metodologia e Estratégia de Ensino de História ministrada pelo Profª. Patrícia de Sousa Santos. Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Maranhão Campus Caxias. Coordenação do Curso de Pedagogia. Curso de Licenciatura em Pedagogia – EPT. 2020.

PROCESSOS E MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: UMA ANÁLISE REFLEXIVA – TEXTO DISSERTATIVO*

Ao se discutir os processos e métodos de alfabetização no Brasil, a finalidade e a importância desse processo para as camadas sociais mais carentes em nosso pais não poderemos esquecer do legado de Paulo Freire. Na investigação e leituras de métodos de alfabetização, observamos que existem uma discussão que nos leva a perceber que existe um modelo de alfabetização antes e uma nova versão depois das ideias de Paulo Freire. O que nos conduz a percepção que toda educação é um ato político, e assim a forma como ela é direcionada depende do contexto social e da época em que se processa, e como já dizia Gadotti:

A educação é um fenômeno complexo, composto por um grande número de correntes, vertentes, tendências e concepções, enraizadas em culturas e filosofias diversas. Como toda educação é política, como nos ensinou Paulo Freire, ela não é neutra, pois, necessariamente, implica princípios e valores que configuram uma certa visão de mundo e de sociedade.

Diante de muitas teorias e experiências na execução e acompanhamento do método de alfabetização percebe-se de uma forma direta ou indireta as teorias de Freire, é dada uma nova roupagem, novos contextos, uma vez que são novas realidades, mas a semente plantada por Feire, é evidente. Uma vez que defendeu a educação social na perspectiva de levar o educando a construir seu próprio conhecimento, guiado e direcionado pelo seu cotidiano, sua história de vida, respeitando seus limites, suas particularidades, seu conhecimento de mundo e sua percepção como ser humano, respeitado as diversidades em todas suas dimensões, considerando que: “Essa diversidade tem em comum o compromisso ético-político com a transformação da sociedade, desde uma posição crítica, popular, política, social e comunitária.” (Gadotti)

É sabido que as crianças apresentam maior facilidade em aprender qualquer coisa, inclusive e especialmente ler e escrever, uma vez que seu desenvolvimento cognitivo nesta fase de idade é bem característico, mentalmente elas estão em formação, mas isso não significa que adultos também não podem aprender. Com esse conhecimento de causa, Paulo Freire criou, desenvolveu e aplicou seu método de alfabetização para adultos.

Todo processo educacional deveria ser social, pois o que se aprende na escola, deveria ser para somar as orientações que se recebe em casa. Na escola e no meio em que vivemos enquanto criança é que formamos a consciência que irá definir de certa forma quem seremos enquanto adultos. Quando a escolarização ou alfabetização chega em uma fase da vida em que já somos adultos, esta deve vir para contribuir para que esse adulto compreenda melhor a sociedade ou comunidade em que se vive, para que este seja capaz de decidir e opinar sobre decisões que refletem na sociedade e principalmente no espaço ao qual se pertence. E como diz Gadotti: “Para intervir e mudar o mundo que deseja transformar, ele precisa conhecer a realidade onde atua, com os pés no chão, mas procurando enxergar longe.”

Muitos de nós, não tivemos condições de frequentar a escola, nem tão pouco de ser alfabetizados pelos pais, ou mesmo em escolas informais, por motivos muitas vezes de oportunidade, ou porque precisavam trabalhar para sobreviver e o tempo que tinha de folga, o corpo e a mente já não permitia frequentar a sala de aula.

Diante da cruel realidade das desigualdades econômicas e sociais das famílias brasileiras, talvez a melhor forma para diminuir esse problema seria a educação na perspectiva social, dando condições das famílias se alfabetizarem. E para isso nada mais adequado que utilizar um método que valorize sua realidade, seu mundo. Como diz Paulo Freire: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, com essa afirmação, ele revela que o mundo que se movimenta para o sujeito em seu contexto pode ser diferente do mundo da escolarização. Dessa forma, a leitura das palavras na escolarização, ou de sua escrita, de nada implicaria na leitura da realidade, contudo levaria a compreensão do mundo partindo do seu prévio conhecimento.

Existem alguns métodos de alfabetização e de cada um podemos aproveitar ou melhorar seu desenvolvimento e aplicação, entre eles estão os Métodos Sintéticos, que se baseiam nas relações entre os sons e as letras. A aprendizagem vai das partes (letras, sílabas, palavras) para o todo (frases e textos), mantendo o distanciamento de contextos e significados. Entre estes encontramos o método fônico que faz parte desse grupo de metodologias e ensina crianças a associarem os sons com suas representações gráficas. Aqueles que defendem sua prática dizem que sua abordagem sistemática orienta melhor as crianças e garante o aprendizado. Por outro lado esses métodos sintéticos se apoiam em práticas mecânicas, com foco em repetição, o que não é bem visto entre os críticos do método. Temos também os Métodos Analíticos que partem do todo (textos, frases, palavras) para as partes (sílabas) e rompem com abordagens que focam na decifração de letras, como ocorre com o fônico. O Método global, que tem sua origem no construtivismo é bem popular no Brasil, trabalha textos reais com as crianças, textos esses que fazem parte do cotidiano delas, para que partindo da sua realidade as crianças possam desenvolver melhor seu conhecimento sobre a escrita. Os defensores deste método dizem que, o fato da contextualização dos exercícios, levam as crianças se envolverem muito mais com o processo de alfabetização.

O foco de Freire foi a Alfabetização de adultos, pois acreditava que só seria possível uma mudança social através da educação e a alfabetização daqueles que eram excluídos desse processo. Neste contexto ele identificava o alfabetizando como sujeito da aprendizagem, portador de um conhecimento, de uma aprendizagem que ocorre a partir das experiências, do diálogo, da leitura do mundo, da concepção de alfabetização como construção de significados. Para isso ele desenvolveu sua metodologia que partia da ideologia que a educação é um ato criador, Uma vez que por meio dela o indivíduo se torna autônomo, livre e capaz de tomar decisões com criticidade e discernimento. Sua metodologia era inovadora, mais um método de aprender do que não de ensinar.

Seu método dialógico procurava trabalhar usando o contexto social do alfabetizando, e tem como ponto principal a palavra dentro do contexto da comunidade a ser desenvolvido sua metodologia, pois as palavras precisam servir para as leituras da língua e releitura coletiva da realidade social.

As palavras são a menor unidade da pesquisa, assim como os fonemas das palavras serão a menor unidade do método. Mas, aqui, as palavras não são só um instrumento de leitura da língua; são também instrumentos de releitura coletiva da realidade social onde a língua existe, e existem os homens que a falam e as relações entre os homens. (BRANDÃO)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As discussões à cerca dos métodos usados para alfabetizar apontam que os resultados negativos são em decorrência da forma de abordagens com os alunos e não especificamente no método aplicado. Os índices educacionais apontam que ainda existem no Brasil muitas crianças não estão sendo alfabetizadas na idade certa, mas especialistas na área apontam que os métodos não superam sozinhos os desafios de aprendizagem, uma vez que o processo de alfabetização em nossa língua é bastante complexo. Soares afirma em seus textos, que no processo de alfabetização a questão não é o método e sim alfabetizar sem método.

Freire foi inovador em seu tempo e podemos dizer que até hoje é, considerou a educação como ato social e valorizou a alfabetização através do diálogo e principalmente como forma de emancipação daqueles que sempre são colocados a margem da nossa sociedade e em total desigualdade social.

O importante deste estudo é perceber que os bons resultados podem surgir à partir de um conjunto de práticas, que passa por uma boa formação para os professores, pela participação das famílias e da comunidade na educação, e principalmente pelo incentivo intencional à leitura em casa e na escola e uma oferta generosa de livros, bem como as avaliações periódicas que norteiam políticas educacionais.

REFERÊNCIAS

GADOTI, Moacir. Educação Popular, Educação Social, Educação Comunitária: conceitos e práticas diversas, cimentadas por uma causa comum. Disponível em:  https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RDL/article/viewFile/3909/2386.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. Disponível em:  http://www.apartilhadavida.com.br/wpcontent/uploads/2017/03/oque_metodo_paulo_freire.pdf.

* NASCIMENTO, Cleide Coelho do; SILVA, Marlene Cardoso da. Texto dissertativo apresentado à Disciplina Linguagem, Alfabetização e Letramento, ministrada pelo Profª. Dra. Elen de Fátima Lago Barros Costa. Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Maranhão Campus Caxias. Coordenação do Curso de Pedagogia. Curso de Licenciatura em Pedagogia – EPT. 2020.