sexta-feira, 6 de maio de 2022

 LÍNGUA E LINGUAGEM

Alguns Conceitos Básicos (Recortes de textos)

Introdução

A língua e a linguagem têm como pressupostos de objetivos, a busca da transmissão de conhecimentos, a exteriorização de nossos sentimentos e que, consequentemente, pode influenciar a partir dessa comunicação, a que nos rodeiam.

1) Língua

É um conjunto de código formado por palavras e leis harmônicas e combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si, ou seja, Apresenta-se como um sistema linguístico utilizado por um determinado grupo para a comunicação entre seus membros, e, por meio desse sistema é elaborada a compreensão do mundo que os cerca e com o qual interagem

2) Variação e Norma da Língua

Há situações em que a língua se apresenta de formas distintas – o que é normal -  alguns fatores que favorecem estas variações são:

Geográficas: São as variações regionais. Constituem os falares e os dialetos.

Situacionais: O contexto vai determinar o modo de falar das pessoas.

Sociais: Refere-se às mudanças linguísticas de um grupo social para outro.

Históricas: Dizem respeito às mudanças que ocorrem na língua historicamente.

Etárias: A faixa de idade do usuário determina o uso da variante.

Profissionais: Algumas funções profissionais criam um vocabulário específico.

3) Linguagem

É a característica que nos difere dos demais seres, e, apresenta basicamente dois os níveis da fala são basicamente dois níveis, o de formalidade e o de informalidade. 

4) Nível de formalidade da linguagem

O padrão formal, está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral.

5) Nível informal

Representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etc.

6) Registros da linguagem

É a utilização seletiva de uma linguagem para adaptação a um auditório ou a uma finalidade. Linguagem Falada: Ex. oratória, formal, coloquial ou familiar; Linguagem Escrita: Ex. formal, literário, informal ou pessoal.

7) Variedades linguísticas do padrão informal da linguagem

Representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:

Variações históricas: “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” (Carlos Drummond de Andrade).

Variações regionais: Exemplo, macaxeira e aipim -  laranja cravo e tangerina          

Variações sociais ou culturais: Exemplo, as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 

Referências

FIORIN, J. L,;  SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática,1996.

MARTINS, Nilce Sant’anna. Introdução à Estilística a expressividade na língua portuguesa. 3 ed. São Paulo: T. A. Queiroz Editor, 2000.

 A ESCRITA NA ESCOLA (Pontos de Reflexões)

Torna-se importante a reflexão respeito da: o desenvolvimento de ações, estratégias, os papéis dos “protagonistas” do processo de ensino-aprendizagem, bem como, sobre a compreensão da leitura e da escrita como prática social colaborativas, dentre os pontos a serem refletidos temos:

1. Exercícios rotineiros de cópias: crianças sentem-se frustradas em suas expectativas (atividade distante das funções comunicativas e expressivas da escrita).

2. Experiências com práticas sociais da escrita: crianças percebem que quem lê e escreve faz com alguma finalidade.

3. Crianças X Leitura: acesso à biblioteca, participação de momentos coletivos da turma. Perceber a apropriação das práticas e suas funções sociais.

4. Tempo de leitura na sala de aula: Importância de parte do tempo em sala de aula ser dedicado a atividades de ler e escrever com as crianças.

5. Professora: interlocutora e escriba dá formata o texto;

6. Texto: não é mera transcrição da fala é a forma de organização das idéias;

7. Ao ler com as crianças o texto produzido: possibilita o exercício de revisão.

8. Professor Agente de Letramento: possibilidade de utilizar a escrita em situação de registro.

9. Crianças: desejo de aprender a ler e escrever vive os pedaços de tempo que sobram na rotina estabelecida pela escola.

10. Duração: intensidade e modo como o tempo é vivido, professores e alunos são bem diferentes.

11. Tempo assegurado na rotina escolar e a constância que realizam: são atividades importantes para os professores em termos materiais e organizacionais.

12. Toda atividade envolve tempo: planejamento, da preparação, tempo do acontecer que é o momento da aula.

13. Uso do tempo Investido: Tempos investidos em cada atividade precisa articulam-se com outras atividades compondo a rotina escolar.

14. Importância da rotina em sala de aula: Alertar para a diversidade, a constância e a complementaridade entre as atividades; e, Construir o sentido de tempo e os sentidos de seus aprendizados.

 PLANEJAMENTO DE PROJETO DE TRABALHO: DESENVOLVIMENTO ARTICULADO DE CONHECIMENTOS DE DIFERENTES ÁREAS (*)

Temática do Projeto: “Os escritos presentes em nossas casas”

Eixos da alfabetização e do letramento: Cultura escrita, Oralidade, Leitura e Sistema de Escrita.

Outras áreas envolvidas: Matemática e Ciências

Previsão de tempo para desenvolvimento das atividades: uma semana

I) Área do Currículo: Alfabetização e letramento

Atividades e capacidades:

1. Identificar e classificar os escritos presentes em casa

Elaborar uma lista de características ou atributos que permitam ordenar respostas à pergunta “o que vem escrito nas embalagens”?

a) Fazer com que os alunos se dêem conta das características gráficas dos textos (a forma, a cor, as imagens e outras);

b) Distinguir os nomes ou marcas dos produtos;

c) Descobrir os indícios que ajudam na identificação das informações;

d) Solicitar aos grupos que classifiquem as embalagens segundo diferentes critérios: quanto ao tipo de material (tecido, plástico, papel, alumínio), quanto ao tipo de produto que trazem em seu interior (alimentos, remédios, higiene, limpeza da casa etc.).

2. Explorar as embalagens de produtos de higiene

Levantar algumas questões como as que se seguem:

a) De que material é feita a embalagem?

b) Qual é o produto contido na embalagem?

c) Como podemos saber qual é o produto que está no interior das embalagens?

d) Vocês são capazes de reconhecer quais desses produtos são divulgados na TV?

e) Os produtos identificados servem para quê?

f) De que forma podemos agrupar todos os produtos de higiene que foram identificados?

g) Quantos e quais tipos de produtos vocês agruparam?

3. Analisar as informações e as regras de apresentação dos textos em produtos de limpeza familiar aos alunos

Para isso sugerimos as seguintes questões:

a) Você sabe que produto é esse?

b) Como você descobriu?

c) Para que serve esse produto?

d) Esse produto é usado em sua casa?

e) É preciso ter algum cuidado especial para usar esse produto?

f) Você sabe quanto custa esse produto no supermercado?

4. Leitura dirigida de uma embalagem de higiene pessoal

a) Identificar aspectos gráficos e textuais das embalagens: nome do produto, suas cores, tamanho das palavras, logotipos;

b) Chamar a atenção dos alunos para o jogo de cores utilizadas no registro das letras e dos números apresentados na embalagem: por exemplo, a cor branca é utilizada sobre o fundo vermelho e a cor vermelha sobre o fundo amarelo;

c) Identificar os diferentes tipos de informações presentes na embalagem: data de fabricação, indústria, preço, componentes químicos e outras.

5. Explorar as relações entre fonemas e grafemas das palavras identificadas nas embalagens

a) Primeiramente, explorar o som inicial de algumas palavras;

b) Explorar outras palavras que comecem com o mesmo som;

c) Destacar, da lista registrada no quadro, duas palavras para serem analisadas.

d) Explorar o número de letras nas duas palavras.

e) Discutir: por que cada palavra tem um número diferente de letras?

f) Identificar, nas embalagens, outras palavras iniciadas com a mesma letra.

II) Matemática: os números naturais

a) Planejar a montagem de um pequeno supermercado, organizado com as embalagens trazidas de casa pelos alunos. Propor que os alunos organizem as prateleiras adotando algumas categorias de classificação e que simulem fazer compras, identificando informações contidas nas embalagens quanto aos seguintes aspectos: para que servem, quais são seus ingredientes, qual a validade do produto, o seu preço, o seu nome etc. O professor também poderá criar outras atividades em torno da língua escrita, que explorem o reconhecimento de palavras presentes nas embalagens.

b) Explorar os conhecimentos matemáticos das crianças: a leitura dos preços dos produtos, a identificação das datas de validade dos produtos, a realização de operações matemáticas, o uso de dinheiro para a compra dos produtos etc.

III) Ciências

a) Higiene: quais produtos utilizamos em nossa higiene pessoal?

b) Leitura de textos informativos sobre os cuidados de higiene necessários com o nosso corpo.

c) Relacionar as informações obtidas nos textos com a análise das embalagens de produtos de limpeza.

(*) Material Compilado de: BATISTA, Antônio Augusto Gomes; et al. Práticas escolares de alfabetização e letramento. Belo Horizonte: Ceale, 2006. Coleção Instrumentos da Alfabetização; 7.  (p. 22-24)

 COESÃO E COERÊNCIA

Alguns Conceitos Básicos (Recortes de textos)

Introdução

São dois mecanismos fundamentais para a produção de texto. Ambos são importantes para garantir que um texto transmita sua respectiva mensagem com clareza, seja harmonioso e faça sentido para o leitor.

1) Coerência

É o mecanismo relacionado com elementos que asseguram a ligação entre palavras e frases, de modo a interligar as diferentes partes de um texto.

Coerência é o que faz com que o texto tenha sentido para o leitor. Não depende do texto em si, mas dos elementos lingüísticos e de sua organização; do conhecimento do mundo partilhado pelo autor e pelo leitor; de fatores da situação de comunicação em que o texto foi produzido e está sendo lido. A coerência é vista, assim, como um princípio de interpretabilidade do texto, num processo cooperativo entre quem escreve e quem lê. Por mais organizado que esteja o texto do ponto de vista estritamente lingüístico, a compreensão não se dará se não houver coerência. (CAVALCANTE, p. 3)

Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, isto é, o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando, assim, o entendimento da mensagem.

2) Coesão

É responsável por estabelecer a ligação lógica entre ideias, para que, juntas, elas garantam que o texto tenha sentido.

coesão nada mais é que a ligação harmoniosa entre os parágrafos, fazendo com que fiquem ajustados entre si, mantendo uma relação de significância.

A coesão textual diz respeito à estrutura, ou à tessitura do texto, isto é, diz respeito à forma como as palavras, as expressões, as frases, as orações, os parágrafos, interligam-se formando enunciados mais complexos. Agora nós vamos estudar sobre coerência textual. A coerência não trata vida estrutura do texto, mas se relaciona com ela na medida em que auxilia e é auxiliada pela coesão. A coerência textual contribui para a construção dos sentidos do texto. (CAVALCANTE, p. 1)

Para melhor entender como isso se processa, imagine um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do início ao fim.

Então, para evitar que isso aconteça, existem termos que substituem a ideia apresentada, evitando, assim, a repetição. Falamos das conjunções, dos pronomes, dos advérbios e outros. Como exemplo, verifique:

“A magia das palavras é enorme, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas têm o poder de transformar e de conscientizar”. 

Podemos perceber que as expressões: elas e as mesmas referem-se ao termo - “palavras”.

Considerações

Coerência e coesão, são apenas alguns dos requisitos para a elaboração de um texto, e estas técnicas vão sendo apreendidas à medida que nos tornamos escritores assíduos.

Enquanto a coesão, se preocupa com a superfície textual (forma), a coerência discute os significados expressos pelo texto (conteúdo).

Um texto coeso não é necessariamente coerente e vice-versa. No entanto, os dois aspectos tendem a estar ligados.

Referências

CAVALCANTE, Ilane Ferreira. Curso técnico em segurança do trabalho. Língua Portuguesa A06. Secretaria de Educação a Distância – SEDIS. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. EQUIPE SEDIS. Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seguranca/portugues/301012_leit_p_text_a06.pdf>. Acessado em maio de 2022.

 ALGUMAS REGRAS BÁSICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Existem alguns tipos de erros Gramaticais clássicos que ocorrem na Língua Portuguesa, dentre os quais:

1. Mas / mais

A palavra mas, quando for uma conjunção, deverá ser empregada para conferir o sentido de oposição, podendo ser substituída por outras conjunções, entre elas, porém, contudo, todavia, entretanto etc.

A palavra mais é empregada, principalmente, para conferir ideia de quantidade ou de intensidade, sempre em oposição à palavra menos. Exemplos: Aquele é o vinho mais caro do mercado; Dez mais dez é igual a vinte.

2. Para mim / Para eu

A expressão para eu deve ser empregada quando o pronome do caso reto “eu” assumir a função de sujeito na oração. Outra dica importante é observar a presença de um verbo: se o sujeito estiver seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação, não tenha dúvidas de que a maneira correta é para eu.

Para mim é uma expressão que deve ser empregada quando “mim” exercer a função de objeto direto, já que “mim” é um pronome oblíquo que não pode exercer a função de sujeito quando esse apresentar um verbo posposto que indique ação. Assim sendo, “mim” não faz nada, quem faz sou eu, nós, vós, eles... Exemplos: Meu namorado trouxe uma caixa de chocolates para mim.

3. Meia / Meio

Meio pode ser advérbio de intensidade e numeral fracionário. Como advérbio, apresenta sentido de “um pouco”, sempre vinculado a um adjetivo. Lembre-se de que ele não varia, ou seja, não é flexionado, portanto, não existe meia triste, meia cansada, meia maluca etc. Contudo, se meio for numeral, virá acompanhado de um substantivo, dessa forma, concordará com o gênero: meia xícara, meio litro, meia hora etc.

4. Mau e mal

Mal é advérbio, antônimo de bem. O aluno foi embora porque estava sentindo-se mal. (mal ≠ bem), e, Mau é um adjetivo, antônimo de bom. Os governantes fizeram mau uso do dinheiro público. (mau ≠ bom)

5. Onde / aonde

Onde (Expressa ideia de lugar fixo) é o advérbio onde indica o lugar em que algo ou alguém está e deve ser utilizado para expressar ideia de lugar. Os alunos fizeram uma visita ao zoológico, onde puderam observar várias espécies de animais; O turista não sabe onde fica o Cristo Redentor.

Aonde (Expressa ideia de destino ou movimento) é o advérbio aonde transmite a ideia de lugar para o qual se vai, ou seja, destino ou movimento: Aonde você vai depois da aula? O lugar aonde vou não te diz respeito.

6. A / Há

Há representa uma forma do verbo haver. Assim, podemos utilizar o “há” quando o verbo haver é impessoal (sem sujeito) e possui o sentido de “existir”. Essa forma verbal é conjugada na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: Há muitas pessoas no mundo. Existem muitas pessoas no mundo.

O “A” é um artigo definido utilizado antes de substantivos e diferente do “há” que indica um tempo passado, esse é utilizado para falar de uma ação futura. Além disso, ele é empregado quando estamos nos referindo a distância. Daqui a três anos irei para a Inglaterra; Estamos morando a cinco quilômetros do metrô

7. Faz / fazem

Sempre que a expressão indicar tempo, o verbo "fazer" deve ser empregado na terceira pessoa do singular, adquirindo a forma "faz". Exemplos: faz tempo que pratico yoga; faz quatro anos que eu moro em Curitiba; faz meses que não vejo o seu pai.

Caso não expresse tempo, a forma é empregada normalmente, seguindo sua conjugação. Exemplos: Marcela faz tricô em casa; os garotos fazem aquecimento antes da corrida.