O LABORATÓRIO NO CONTEXTO DO ENSINO

 1) Conceitos

O laboratório pode ser definido como local destinado a experiências. De acordo com sua finalidade pode ser destinado:

a) Ao Ensino: o laboratório de ensino é o que existe nas escolas. É utilizado para que o aluno verifique e aprenda, empregando uma outra ferramenta de ensino e aprendizagem, aos conceitos vistos em sala de aula. É equipado conforme a necessidade de utilização;

b) Ao Controle de Qualidade: é normalmente encontrado na indústria. Nele procede-se a testes diversos (físicos e químicos) que assegurem a qualidade de determinado produto.

c) À Pesquisa: a preocupação nesse tipo de laboratório está a comprovar a validade de determinadas teorias ou hipóteses científicas ou em melhorar (ou criar) determinado produto.

É no contexto do método científico que devem ser entendidas as disciplinas em um laboratório científico. Nele o aluno não está apenas adquirindo conhecimento, mas está construindo-o, exatamente como no processo de pesquisa científica.

Nos laboratórios de ensino, as experiências são simples e os aparelhos utilizados também. O aluno deve aprender a prestar atenção no equipamento experimental disponível, procurando entender como funciona, quais suas limitações, suas imperfeições, pois tudo isto influi no modelo que se quer testar e que deverá ser discutido no relatório, peça fundamental do processo de aprendizagem.

É importante que o aluno venha para a aula sabendo qual a experiência que irá realizar e quais os seus fundamentos teóricos. Para tanto, pode usar qualquer livro básico de Ciências. 

2) Atitudes em um laboratório

Por mais bem equipado que seja um laboratório, nenhum experimento terminará de forma satisfatória se não for bem conduzido. Isto significa que quem realiza o trabalho é que determina seu ritmo e suas condições. E quem faz isso é aluno, naturalmente auxiliado por seus colegas e sempre orientado pelo professor.

Normalmente há uma discussão prévia sobre a teoria que envolve o experimento e os cuidados inerentes a cada experiência.

É importante que o aluno venha para a aula já sabendo qual a experiência que irá realizar e quais os seus fundamentos teóricos. Se houver necessidade de trazer algum material de casa deve ser acertado na aula anterior o material, a quantidade e quem será o responsável.

 REFERÊNCIAS

CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: aprendendo com o cotidiano. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2004.

CARVALHO, Ana Maria Pessoa de (org). Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ª Ed.- São Paulo; Editora da Universidade de são Paulo, 2004.

OLIVEIRA, Nyelda Rocha de, et al. Ciências descobrindo o ambiente. 3ª edição – São Paulo: Atual, 2008.

FAVALLI, Leonel Delvai, et al. A escola é nossa: ciências: 4º ano – 1ª edição – São Paulo: spicione, 2008.

PORTO, Amélia. et al. Asas para voar: Ciências: Ensino Fundamental – São Paulo: Ática, 2008.

 MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM LABORATÓRIOS 

A variedade de riscos nos laboratórios é muito ampla, devido a presença de substâncias tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, além da utilização de equipamentos que fornecem determinados riscos, como alteração de temperatura, radiações e, ainda, trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos

No laboratório de Ciências para o ensino de 1º a 5º ano o grau de periculosidade pode ser considerado baixo. No entanto deve-se ter atenção com a ingestão, inalação e contato com substâncias, objetos cortantes (bisturis, vidros, etc) e choques elétricos.

Entre as causas para ocorrência de acidentes em laboratórios estão instruções inadequadas, supervisão insuficiente do executor, uso incorreto de equipamentos ou materiais de características desconhecidas, alterações emocionais, exibicionismo, etc.

1 Segurança de ordem pessoal

a) Trabalhar com seriedade evitando brincadeiras. Trabalhe com atenção e calma;

b) Planejar sua experiência, procurando conhecer os riscos envolvidos, precauções a serem tomadas e como descartar corretamente os resíduos. Fazer apenas as práticas indicadas pelo professor;

c) Usar roupas adequadas como calças compridas, sapatos fechados e avental (bata). A bata deve ser de mangas compridas e abotoadas;

d) Conserve os cabelos presos;

e) Não consumir alimentos nas bancadas e não guardar alimentos nos armários e geladeiras dos laboratórios;

f) Comunicar todos os acidentes ao supervisor.

2 Segurança referente ao laboratório

a) O laboratório deve estar sempre organizado. Materiais estranhos ao trabalho, como bolsa, livro, blusa e outros, não devem ser deixados sobre as bancadas;

b) Informe ao professor responsável pelo laboratório sempre que for realizar uma experiência.

3 Uso de materiais de vidro

a) Colocar todo o material de vidro no local previamente indicado na área do laboratório;

b) Não jogar caco de vidro em recipiente de lixo, mas sim em um recipiente preparado para isto. Eles deverão ser encaminhados para a reciclagem;

c) Não utilize materiais de vidro quando trincados;

d) Não usar frascos para amostras sem certificar-se de que são adequados ao serviço executado;

e) Não inspecionar o estado das bordas dos frascos de vidro com as mãos sem fazer uma inspeção visual;

f) Tomar cuidado ao aquecer recipiente de vidro em chama direta.

4 Uso de chamas

a) Usar, preferencialmente, chama somente nos laboratórios onde for permitido;

b) Apagar a chama imediatamente após o término do serviço.

5 Uso de equipamentos elétricos

a) Não ligar, em hipótese alguma, equipamentos elétricos sem antes verificar a voltagem correta;

b) Operar equipamento somente quando: fios, tomadas e plugues estiverem em perfeitas condições e o fio terra estiver ligado;

c) Não operar equipamento elétrico sobre superfícies úmidas;

d) Verificar periodicamente a temperatura do conjunto plugue-tomada; caso esteja fora do normal, desligar o aparelho e comunicar ao responsável pelo laboratório;

e) Não usar equipamento elétrico que não tiver identificação de voltagem;

f) Não deixar equipamentos elétricos ligados no laboratório fora do expediente, sem anotar no livro de avisos;

g) Remover frascos com produtos inflamáveis das proximidades do local onde serão utilizados equipamentos elétricos;

h) Combater o fogo em equipamentos elétricos somente com extintores de CO2

i) Enxugar qualquer líquido derramado no chão e na bancada antes de operar com equipamentos elétricos.

6 Cuidados no trabalho com seres vivos

a) Tomar cuidado para evitar a disseminação de esporos de fungos, de samambaia ou grãos de pólen, pois podem provocar alergias;

b) Tomar cuidado para evitar o uso excessivo de substâncias como éter e álcool etílico, quando da anestesia de animais;

c) Culturas de microrganismos não devem ser mantidas no laboratório após o uso; deve-se esterilizar o material antes de jogá-lo no lixo;

d) Células epiteliais devem ser retiradas com palitos, a serem posteriormente descartados; nunca use lâminas ou instrumentos cortantes para execução dessa tarefa.

REFERÊNCIAS

CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: aprendendo com o cotidiano. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2004.

CARVALHO, Ana Maria Pessoa de (org). Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ª Ed.- São Paulo; Editora da Universidade de são Paulo, 2004.

OLIVEIRA, Nyelda Rocha de, et al. Ciências descobrindo o ambiente. 3ª edição – São Paulo: Atual, 2008.

FAVALLI, Leonel Delvai, et al. A escola é nossa: ciências: 4º ano – 1ª edição – São Paulo: spicione, 2008.

PORTO, Amélia. et al. Asas para voar: Ciências: Ensino Fundamental – São Paulo: Ática, 2008.

 PAPEL DA SALA DE AULA NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (Tópicos de Reflexão) 

1 Sala de aula

a) Ambiente formativo;

b) Ocupa uma posição central no processo de alfabetização.

2 Alfabetização

a) Processo social e cultural amplo;

b) Inclui além da leitura e da escrita, a alfabetização matemática;

c) Pautada no diálogo e nas interações: comunicação de ideias e mediação do professor;

d) Alunos: Amplamente expostos aos materiais impressos = função social da escrita;

e) Objetivo: Verificar a importância da presença, nesse espaço, de materiais que remetam também à função social da matemática (gráficos, tabelas, informações numéricas).

3 Características da sala de aula

a) Espaço no qual as crianças ficam imersas no processo de apropriação: da leitura; da escrita da língua materna; e, da linguagem matemática.

b) Pensar na organização das carteiras contribui significativamente para a criação de um ambiente propício e favorável à aprendizagem, à problematização, à dialogicidade e à comunicação pela leitura e escrita, também em Matemática.

c) Criar um ambiente problematizador que propicie a aprendizagem matemática, uma comunidade de aprendizagem compartilhada por professor e alunos.

4 Papel das brincadeiras (expressões culturais da infância)

a) Devem estar presentes na sala de aula como ambiente formativo/alfabetizador;

b) Local onde ocorrem as interações e descobertas múltiplas, repletas de significação.

Aprender Matemática em um ambiente colaborativo é importante para leitura e escrita (registro).

5 Organização da sala de aula

a) Alunos e professores aprendem de forma colaborativa;

b) Aluno = trazer para a sala de aula as experiências vividas;

c) Professor = conhecer e respeitar as culturas da infância, dar vez e voz aos alunos;

d) Na intencionalidade pedagógica para ensinar de forma a ampliar as possibilidades das aprendizagens.

 PLANEJAMENTO E INTERDISCIPLINARIDADE (Tópicos de Reflexão)

 Importante: Só é possível planejar interdisciplinarmente se houver clareza / aprofundamento do objeto de estudo de cada área do conhecimento. Exemplo: Ao solicitarmos um desenho trabalhando com determinado conteúdo da língua portuguesa não necessariamente, estaremos trabalhando com arte.

1 Materiais para planejar considerando recursos didáticos

a) Refletir sobre os livros literários podem ser utilizados para contextualizar o trabalho com a Linguagem/ Matemática/ Ciências/ Arte/ História/ Geografia, etc.;

b) Pensar sobre quais jogos a escola possui, dentre os quais: mapas, bandeiras, globo terrestre, dentre outros.

c) Pensar com organizar sua escola para o ensino das disciplinas;

d) Planejar o acompanhamento das atividades desenvolvidas;

e) Criar estratégias de registro do desempenho de aprendizagem dos alunos;

2 Conteúdos escolhidos e discutidos em função

a) Dos objetivos estabelecidos;

b) do Livro Didático;

c) Obras complementares;

d) Diretrizes curriculares;

e) Matrizes de Avaliação;

f) Informações sobre onde se encontra o coletivo dos alunos da turma;

g) Onde deveriam estar (os alunos) no currículo.

 3 Planejamento semanal das ações

a) Deve ser organizado sequencial ao que foi trabalhado na semana anterior;

b) Cabe ao professor decidir quais estratégias deve utilizar para realizar a retomada do que foi trabalhado e que recursos didáticos devem ser utilizados;

c) O que será trabalhado na semana deverá contribuir para a continuidade da aprendizagem dos alunos.

 4 Componentes complementares importantes

a) Divisão do tempo (atividades permanentes, atividades que variam e que são contextuais)

b) Espaços: Como o espaço será organizado;

c) Retomada/recuperação paralela (do conhecimento, não do conteúdo);

d) Planeja atividades de intervenção.

 PONTOS IMPORTANTE NO PLANEJAR O FAZER DIDÁTICO (Tópicos de Reflexão)

 1 Planejamento

Inicialmente é pensado no coletivo da escola:

a) Professores em diálogo com seus pares e materiais curriculares;

b) Consciência do que deseja fazer durante o ano letivo.

2 Planejamento para ação docente

a) Refletir: um processo de racionalização organizado e coordenado para o fazer pedagógico;

b) Articular: atividade escolar; práticas culturais e sociais da escola; objetivos/capacidades; conteúdos/eixos; encaminhamentos e processos de avaliação.

3 Principais características do planejamento

a) Dinâmico e flexível (revistos sempre que necessários);

b) Atender aos imprevistos e acontecimentos do dia a dia escolar.

c) Produzido no coletivo da escola;

d) Compartilhado entre professores;

e) Buscar saber se as capacidades foram alcançadas;

f) Detectar lacunas;

g) Conceitos não apropriados ou não aprendidos.

4 Itens importantes no planejamento

a) Deve ter clareza de que é necessário

b) Ativar conhecimentos prévios;

c) Possibilitar que os alunos construam seu conhecimento mediatizado pelo professor;

d) Possibilitar que os alunos realizem tentativas para elaborar respostas aos desafios propostos;

e) Escutar cuidadosamente o aluno;

f) Utilizar recursos diversos;

g) Ter clareza dos critérios avaliativos (discutidos na escola), do perfil de turma;

h) Conhecer o objeto de estudo de cada área do conhecimento.

5 Planejamento bimestral ou similares

Podemos destacar alguns tópicos importantes que devem ser levados em consideração na sala de aula e no planejamento:

a) Escutar cuidadosamente os alunos;

b) Observar e avaliar o processo;

c) Fornecer sugestões adequadas;

d) Interpretar suas formas de raciocinar;

e) Possibilitar que os estudantes debatam sobre o assunto;

Cabendo ao professor encorajar a formação de uma comunidade de aprendizagem em sala de aula.