quarta-feira, 6 de abril de 2022

 REFLEXÕES SOBRE LEITURA E ESCRITA (*)

1 Diretrizes curriculares

Concepção teórico-metodológica para o trabalho com a Língua Portuguesa na Educação Básica. Nas DCEs, a linguagem é vista como fenômeno social, pois nasce da necessidade de interação entre os homens. Ensinar a língua materna, a partir dessa concepção, requer que se considere os aspectos sociais e históricos em que o sujeito está inserido, bem como o contexto de produção do enunciado.

2 Conteúdos Básicos

Discurso como prática social; e, Gêneros discursivos conforme suas esferas de circulação.

3 Concepções de leitura

No livro “Ler e Compreender os sentidos do texto”, as autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias apresentam três diferentes concepções de língua, a partir das quais pode-se sobre o trabalho com a leitura, no cotidiano das salas de aula.

4 O que é análise linguística?

Novas propostas teórico-metodológicas têm surgido para preencher algumas lacunas no ensino de Língua Portuguesa. “O termo Análise Linguística (AL) surgiu para denominar uma nova perspectiva de reflexão sobre o sistema linguístico e sobre os usos da língua, com vistas ao tratamento escolar de fenômenos gramaticais, textuais e discursivos. Foi cunhado por Geraldi em 1984 para se contrapor ao ensino tradicional de gramática, para firmar um novo espaço, relativo a uma nova prática pedagógica”. (MENDONÇA, 2007).

Numa perspectiva sociointeracionista de língua, a análise linguística constitui um dos três eixos básicos do ensino de língua materna, ao lado da leitura e produção de textos.

Nesse ponto de vista teórico, os estudos linguísticos com um fim em si mesmos perdem o sentido, pois se considera que a seleção e o emprego de certos elementos e estratégias ocorrem em consonância com as condições de produção dos textos, ou seja, de acordo com quem diz o quê, para quem, com que propósito, em que gênero, em que suporte etc.

A Análise Linguística tem como objetivo central refletir sobre os fenômenos linguísticos e sobre estratégias discursivas, com o foco nos usos da linguagem. (MENDONÇA, 2007).

(*) Material Compilado de: Curso de extensão Língua Portuguesa: produção de textos na universidade. Laura Lopes de Paiva. Marcilene Regina Pedra. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Núcleo de Educação à Distância – NED. Universidade Aberta do Brasil – UAB.

 PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA X AULA DE GRAMÁTICA (*)

1 Introdução

Segundo Márcia Mendonça, com a análise linguística pretende-se substituir o velho e tradicional modelo de ensino de gramática por práticas que possibilitem a reflexão consciente sobre os fenômenos gramaticais e textual-discursivos que perpassam os usos linguísticos.

Fiorin afirma que na abordagem do texto podem-se analisar os mecanismos sintáticos e semânticos responsáveis pela produção de sentido. Por meio de uma análise que considera os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos do texto, chegaremos à compreensão das ideias que nele estão presentes.

Nesse sentido não se separa a aula de “gramática” da aula de “interpretação”, pois conforme sugere Antunes: “Sem gramática não se faz um texto [e] não se faz um texto apenas com gramática. (adaptado de NEVES, Herbertt. Aspectos sintáticos do texto: uma proposta para o trabalho com texto em sala de aula).

2 Expressão escrita

Movimentos da oralidade nas interações escritas em um ambiente virtual de aprendizagem: novos efeitos de sentido e autoria. O cuidado com a escrita no ambiente virtual. O processo histórico da escrita e sua importância na formação do sujeito.

A produção de textos no cenário escolar tem grande importância, já que é nesse ambiente que se constituem efetivamente práticas de aprimoramento para seu uso na vida social. As DCEs de Língua Portuguesa apontam que é fundamental que o estudante se envolva com os textos que produz e assume autoria do que escreve, por ser um sujeito que tem o que dizer.

Além disso, este documento reforça que a produção escrita possibilita que o Sujeito se posicione, tenha voz em seu texto, interagindo com as práticas da linguagem da sociedade.

(*) Material Compilado de: Curso de extensão Língua Portuguesa: produção de textos na universidade. Laura Lopes de Paiva. Marcilene Regina Pedra. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Núcleo de Educação à Distância – NED. Universidade Aberta do Brasil – UAB.

 GÊNEROS TEXTUAIS (*)

1 Introdução

No nosso dia a dia convivemos com diferentes textos, vejamos alguns: Receita de bolo, Carta, Bula de remédio, Bilhete, Narração de jogo, Diário, Conversa ao telefone, Reportagem, Lista de compras. Nesse sentido, Gêneros textuais apresentam-se formas naturais que utilizamos a língua.

Para cada uma das situações de comunicação que ocorre no nosso dia a dia utilizamos algum gênero textual. Vejamos, então, alguns exemplos dos gêneros orais que produzimos: Conversa ao telefone, Conversa com amigos, Narração de uma piada, Debate em sala de aula, Apresentação de um trabalho da escola. E, dos gêneros escritos que produzimos, temos como exemplo: Diário, E-mail, Bilhete, Trabalhos escolares, Conversa em bate papo e redes sociais, Redações escolares (contos, memórias, artigo de opinião, poesias, entre outros).

Para entender melhor os gêneros textuais, precisa-se compreender alguns aspectos importantes: em que situação foi escrito e produzido; determinado texto?; quem o escreveu?; para quem ele foi escrito, isto é, quais as pessoas mais interessadas em lê-lo?; quais as intenções ou objetivos, que levaram o emissor (quem escreveu), a produzi-lo? Assim, os gêneros textuais Constitui-se como conceitos que se aplicam aos diversos textos com características comuns em relação à linguagem e ao conteúdo propriamente dito.

2 Gênero textual Relato

É um texto no qual são apresentadas as informações básicas (os fatos) referentes a um acontecimento específico, sendo o principal objetivo do relato, oral ou escrito, é informar, reconstruindo para o leitor/ ouvinte uma sequência de acontecimentos. Por esse motivo, os relatos focalizam as ações. Relato de experiência escreve-se em 1ª pessoa. Relato jornalístico escreve-se em 3ª pessoa.

Na organização do relato, o primeiro fator a ser considerado é a situação de interlocução, porque ela estabelecerá importantes diferenças entre um relato oral e um relato escrito. Quando fazemos um relato escrito, devemos lembrar que os leitores não terão como solicitar mais informações ou esclarecimentos. O texto precisa, portanto, conter todas as informações necessárias para ser compreendido por quem o lê. Além disso, o relato escrito também deve fazer uso dos recursos de articulação textual próprios da escrita (uso de conjunções, pronomes, substituições, pontuação que garanta a relação adequada entre as ideias, etc.).

Estrutura observada: Qual é o tema do relato? O que o autor deseja comunicar ao leitor? Qual é o fato relatado? Quem é o personagem do texto? Qual é o tipo de narrador? Quando se passam os fatos relatados?

3 Gênero textual Resposta argumentativa

Gêneros de textos que possuem base argumentativa: Resposta argumentativa, artigo de opinião, editorial, resenha crítica, carta argumentativa, o ensaio e textos dissertativos, produzidos na esfera escolar, são gêneros discursivos que possuem como base textual a argumentação, sendo importantes a exposição e distinção de cada um.

A argumentação tem como propósito principal convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou o ouvinte. Na argumentação não basta apenas apresentar, interpretar ou explicar as ideias, é necessário que o produtor do texto influencie na formação da opinião do leitor ou do ouvinte “mediante a apresentação de razões, em face da evidência das provas e à luz de um coerente e consistente”.

A estrutura composicional do gênero resposta argumentativa é constituída por uma afirmação inicial, formada pela retomada da pergunta seguida da resposta a essa pergunta (que é a tese defendida pelo autor), seguida dos argumentos que têm como objetivo convencer ou persuadir o destinatário do texto. Retomar o enunciado (tópico frasal); linguagem formal; não usar título; atentar para o tamanho dos períodos.

(*) Material Compilado de: Curso de extensão Língua Portuguesa: produção de textos na universidade. Laura Lopes de Paiva. Marcilene Regina Pedra. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Núcleo de Educação à Distância – NED. Universidade Aberta do Brasil – UAB.

 FUNÇÃO DA ESCRITA (*)

1 Contexto

A linguagem escrita tem papel relevante na sociedade. Garante a transmissão da história dos povos, das descobertas e conhecimentos adquiridos, propicia a comunicação entre pessoas, registra a autoridade da lei. Ela pode ser considerada o aprimoramento da comunicação entre os humanos. Imaginemos que sem ela não haveria o sistema postal, jornais, revistas, bibliotecas e uma infinidade de práticas sociais vinculadas à escrita e, consequentemente, à leitura, como é o caso dos estudos em EaD. (SANTOS; CECILIO; 2010, p. 29)

Segundo Cagliari (2001), todas as formas de escrita sempre foram uma maneira de representar a memória coletiva, religiosa, mágica, científica, política, artística e cultural de um povo. Nesse sentido podemos responder a certos questionamentos como: Por que escrevemos? Para nos comunicar; interagir; registrar; externar nossas ideias, posicionamentos e sentimentos.

2 Origem da palavra ortografia

Sendo a palavra ortografia vem do grego orthographia (ortho = correta, graphia = escrita, logo “escrita correta”), uma de suas funções fundamentais é permitir a leitura, pois a escrita é uma representação gráfica que permite a leitura e sua unidade básica é a palavra.

Todo sistema de escrita é controlado por uma ortografia, porque sem ela a leitura de um texto escrito não seria feita de um modo fácil em função das formas diferentes que a escritura apresentaria (CAGLIARI, 2009, apud ROMUALDO & CEZAR, 2010, p. 77). E, sendo a forma correta de se escrever uma palavra, uma convenção social.

3 Adequação linguística

Qualquer falante é capaz de se expressar de maneiras diferentes, em sua própria língua, por exemplo, para se adequar à situação comunicativa. Não se aceita socialmente que o comportamento verbal de um falante seja o mesmo em uma roda de amigos, discutindo futebol, e em uma entrevista visando a uma vaga de emprego.

4 Escrita e poder

A escrita não é um produto neutro, já que objetiva a difusão de ideias. No entanto tais ideias podem ser ocultadas no intuito de garantir o poder àqueles que a ela têm acesso, como por exemplo o caso da Índia, onde a escrita esteve intimamente ligada aos textos sagrados, que só eram acessíveis aos sacerdotes, e aos que passavam por uma preparação para desses textos guardarem segredo. (SANTOS & CECILIO, 2010, p. 31).

Embora a escrita se relacione ao jogo de dominação/poder, participação/exclusão, e isso seja visto como fator negativo, destacamos sua importância no desenvolvimento social, cognitivo e cultural das sociedades. É fundamental que todos tenham acesso ao código escrito para colaborar na construção de uma sociedade mais justa, igualitária, crítica e reflexiva.

(*) Material Compilado de: Curso Leitura e Escrita – Aprofundamento em Língua Portuguesa: produção de textos na universidade. Laura Lopes de Paiva. Marcilene Regina Pedra. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Núcleo de Educação à Distância – NED. Universidade Aberta do Brasil – UAB.

 ESCRITA EM AMBIENTES DE APRENDIZAGEM (*)

1 Linguagem Cibernética

Mudanças nos modos de comunicação e divulgação das informações advindas do surgimento e da ampliação do acesso às tecnologias digitais. Uso dos computadores; celulares; Tvs digitais, etc.

2 Múltiplos letramentos

Eles caracterizam nossas práticas sociais; Letramentos dominantes/institucionalizados X letramentos vernaculares (internetês ou bloguês = modalidade de linguagem, que dispensa formalidades). Objetivo do internetês: ganhar tempo sem perder informações mesmo cometendo infração gramatical.

3 Fórum

A ferramenta Fórum permite discussões on-line por meio de mensagens assíncronas (ao longo dos dias, semanas, meses ou duração do curso). É um espaço importante para troca de ideias, de opiniões, de informações e, até mesmo, de sentimentos em relação aos assuntos propostos. A participação dos vários atores no fórum enriquece o debate e ajuda a elaborar melhor o assunto. Espaço para discussões mais elaboradas.

4 CHAT

Os ambientes de aprendizagem presenciais ou as salas de aula sempre foram principalmente espaços da oralidade. Construir ambientes de aprendizagem em que a oralidade dá espaço para a escrita dentro do pressuposto epistemológico construtivista permite que várias mudanças cognitivas, sociais, linguísticas e afetivas ocorram. (VALENTINI, 1998).

(*) Material Compilado de: Curso Leitura e Escrita – Aprofundamento em Língua Portuguesa: produção de textos na universidade. Laura Lopes de Paiva. Marcilene Regina Pedra. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Núcleo de Educação à Distância – NED. Universidade Aberta do Brasil – UAB.