ALGUMAS
CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO
Profa. Me. Vânia S. M. Oliveira
Na atualidade, frente às novas exigências sociais,
e mudança de paradigmas em todas as esferas da vida humana, a reivindicação é
que esse conhecimento reflexivo, proposto por Sócrates, numa compreensão de que
a claridade possa vencer a escuridão, a reivindicação é por uma educação capaz
de gerar transformações. Nessa perspectiva com afirma Carvalho (2011):
A educação e a escola
não podem ficar indiferentes ou então atuarem de forma simplesmente reativa. Enquanto
atividade humana, a educação se caracteriza pela intencionalidade. Isto é pela
antecipação mental de seus resultados.
Ao longo dos séculos a ciência valorizou o
pensamento positivo como forma única de verdade. E em detrimento dessa forma de
ver a realidade, a subjetividade é colocada em segundo plano. Segundo Chauí (2010,
p. 23):
Verdade, pensamento
racional, procedimento especiais para conhecer fatos, aplicação prática de
conhecimento teórico, correção e cúmulo de saberes: esses objetivos, e
propósito, das ciências não são científicos, são filosóficos e dependem de
questões filosóficas [....] é a filosofia quem as formula e busca respostas
para elas. E nessa amplitude que a filosofia contribui não só no campo das
ciências mas em todos os campos da realidade humana. Nessa dimensão, ela nos remete a uma nova
forma de ver o mundo.
É nessa nova forma de ver o mundo que Filosofia
e Educação se completam e se colocam como forma de práxis do ver e do agir
humano. Assim, que a reflexão dirige os sujeitos a consequências resultantes de
seu ato de pensar, como afirma Saviani (1990, p. 3): [...] o objeto da
filosofia não é predeterminado [...] seu objeto é o próprio pensamento ou então
enquanto a realidade em geral suscetível, ou melhor, enquanto necessidade ser
pensada, seja em si mesma, ou, na sua generalidade, seja nas suas manifestações
particulares.
Desse modo, pensando nessa realidade particular
e em especial realidade educacional, que a Filosofia contribui na medida em que
coloca em questão os seus múltiplos e variados aspectos. Isto decorre da
expectativa que ao longo dos séculos foi criado em sua volta. Uma educação que
fosse capaz de fazer a transformação social. O que em muitos casos segundo
Carvalho (2011, p. 48) “A educação desenvolve-se num tempo muitas vezes incompatível
com o imediatismo das vidas das pessoas e o ritmo do tempo político”.
Nessa perspectiva, que se toma consciência da
dimensão da difícil função da Filosofia da Educação, ao percebermos que a
escola ao mesmo tempo em que se constitui em um palco de relações sociais, ela
encontra-se imbuída de violência simbólica. Traz em sua estrutura um modelo de
educação pautada nas necessidades de uma sociedade que é hegemônica e dominante
e que cotidianamente se defronta com uma realidade que está alheia as suas
possibilidades.
Referências
CARVALHO Adalberto
Dias de. Filosofia da educação e
contemporaneidade: entre a crise e a esperança. I Congresso Internacional
de Filosofia da Educação: de Países e Comunidades de Língua Portuguesa.
Disponível em: http://www.academia.edu/3854250/FILOSOFIA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_E_CONTEMPORANEIDADE_ENTRE_A_CRISE_E_A_ESPERAN%C3%87A.
UNINOVE. Acessado em jun. 2014.
CASTORIAIDIS,
Cornélius. Prefácio, In; As encruzilhadas do labirinto. 2 ed.
Tradução Carmem Sylvia; Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
p. 9-32.
CHAUI,
Marilena. Convite à Filosofia. São
Paulo: Ática, 2010.
SAVIANI,
Dermerval. Contribuições da Filosofia
para a Educação. Brasília: v. 9, n. 45. p. 3-9, jan./mar. 1990. Disponível
em: http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/717/640.
Acessado em maio 2014.