terça-feira, 6 de junho de 2017

ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO
Profa. Me. Vânia S. M. Oliveira
Na atualidade, frente às novas exigências sociais, e mudança de paradigmas em todas as esferas da vida humana, a reivindicação é que esse conhecimento reflexivo, proposto por Sócrates, numa compreensão de que a claridade possa vencer a escuridão, a reivindicação é por uma educação capaz de gerar transformações. Nessa perspectiva com afirma Carvalho (2011):
A educação e a escola não podem ficar indiferentes ou então atuarem de forma simplesmente reativa. Enquanto atividade humana, a educação se caracteriza pela intencionalidade. Isto é pela antecipação mental de seus resultados.
Ao longo dos séculos a ciência valorizou o pensamento positivo como forma única de verdade. E em detrimento dessa forma de ver a realidade, a subjetividade é colocada em segundo plano. Segundo Chauí (2010, p. 23):
Verdade, pensamento racional, procedimento especiais para conhecer fatos, aplicação prática de conhecimento teórico, correção e cúmulo de saberes: esses objetivos, e propósito, das ciências não são científicos, são filosóficos e dependem de questões filosóficas [....] é a filosofia quem as formula e busca respostas para elas. E nessa amplitude que a filosofia contribui não só no campo das ciências mas em todos os campos da realidade humana.  Nessa dimensão, ela nos remete a uma nova forma de ver o mundo.
É nessa nova forma de ver o mundo que Filosofia e Educação se completam e se colocam como forma de práxis do ver e do agir humano. Assim, que a reflexão dirige os sujeitos a consequências resultantes de seu ato de pensar, como afirma Saviani (1990, p. 3): [...] o objeto da filosofia não é predeterminado [...] seu objeto é o próprio pensamento ou então enquanto a realidade em geral suscetível, ou melhor, enquanto necessidade ser pensada, seja em si mesma, ou, na sua generalidade, seja nas suas manifestações particulares.
Desse modo, pensando nessa realidade particular e em especial realidade educacional, que a Filosofia contribui na medida em que coloca em questão os seus múltiplos e variados aspectos. Isto decorre da expectativa que ao longo dos séculos foi criado em sua volta. Uma educação que fosse capaz de fazer a transformação social. O que em muitos casos segundo Carvalho (2011, p. 48) “A educação desenvolve-se num tempo muitas vezes incompatível com o imediatismo das vidas das pessoas e o ritmo do tempo político”.
Nessa perspectiva, que se toma consciência da dimensão da difícil função da Filosofia da Educação, ao percebermos que a escola ao mesmo tempo em que se constitui em um palco de relações sociais, ela encontra-se imbuída de violência simbólica. Traz em sua estrutura um modelo de educação pautada nas necessidades de uma sociedade que é hegemônica e dominante e que cotidianamente se defronta com uma realidade que está alheia as suas possibilidades.
Referências
CARVALHO Adalberto Dias de. Filosofia da educação e contemporaneidade: entre a crise e a esperança. I Congresso Internacional de Filosofia da Educação: de Países e Comunidades de Língua Portuguesa. Disponível em: http://www.academia.edu/3854250/FILOSOFIA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_E_CONTEMPORANEIDADE_ENTRE_A_CRISE_E_A_ESPERAN%C3%87A. UNINOVE. Acessado em jun. 2014.
CASTORIAIDIS, Cornélius. Prefácio, In; As encruzilhadas do labirinto. 2 ed. Tradução Carmem Sylvia; Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 9-32.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
SAVIANI, Dermerval. Contribuições da Filosofia para a Educação. Brasília: v. 9, n. 45. p. 3-9, jan./mar. 1990. Disponível em: http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/717/640. Acessado em maio 2014.
A ESCRITA E A LEITURA NO HIPERTEXTO COM APRENDIZAGEM ATIVA
Prof. Esp. Valdener N. de A. Silva
O hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual agrega-se outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links. Esses links ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda a informações que estendem ou complementam o texto principal.
Com a cultura digital houve uma grande mudança nos processos educacionais. Hoje é possível fazer uma conexão simultânea dos atores da comunicação a uma única rede, trazendo uma relação totalmente renovada no que se trata de conceitos contextuais, tempo e espaço. A cada novo momento percebe-se que as informações surgem numa velocidade ilimitada, não se sobrepondo umas às outras como páginas de um livro, mas acontecendo simultaneamente, em tempo real. Enquanto na era da escrita o lema era “construir o futuro”, hoje é “construir em tempo real”.
Na escola, o hipertexto cuidadosamente planejado constitui-se em recurso importante podendo transformar a sala de aula num ambiente de aprendizagem colaborativo adequado ao atendimento das diferenças individuais, quanto ao grau de dificuldades, ritmo e interesse. Ao procurar uma informação no hipertexto, os sujeitos participam de um processo de busca e construção de conhecimentos, pois ao procurar uma informação encontram muitas outras, possibilitando autonomia e contribuindo para a construção de novos conhecimentos. O hipertexto é subversivo porque deixa de lado a linearidade dos textos, como acontece nos livros.
Portanto, a leitura apoiada por suportes virtuais tem suas vantagens, mas também pode trazer dificuldades para o leitor, que vão desde desconforto físico até hipertextos mal elaborados, que torna a busca cansativa e de pouco proveito. Nesse sentido, o hipertexto não elimina a ideia da autoria, pois o leitor é livre, e quando busca informações é incitado a buscar novas fontes de informações e através de cortes e mudanças na ordem dos textos constroem novos textos, e, deste modo, tanto o autor quanto o leitor tornam-se reais protagonistas, o que é “impossível” ocorrer na mídia impressa.
Referências
http://www.revistaconecta.com/. Acesso em 14 set. 2008.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto. Acesso em 15 set. 2008.
DESENVOLVIMENTO DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA (Recortes para refletir)¹
1 Gestão democrática
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Artigo 20
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
A Constituição brasileira define que o ensino será ministrado com base em vários princípios, entre os quais a gestão democrática (art. 206, inciso VI), o que se desdobra nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas dos Municípios. Ou seja, desde 1988, a gestão democrática escolar é uma exigência constitucional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) também ressalta, em seu artigo 3.º, um dos princípios que regem a educação escolar: “VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”.
Portanto, é necessário compreender o significado de gestão democrática e de gestão escolar democrática. A palavra “gestão” é frequentemente usada como sinônimo de administração, muitas vezes associada a formas mais ou menos autoritárias de chefa, mando, decisões unilaterais e não transparentes. “Administração” se refere aos processos mais técnicos e específicos de execução e controle sobre o fluxo contínuo do cotidiano escolar, como serviços de secretaria e tesouraria, atendimento a alunos e famílias, zeladoria e segurança.
2 Prática escolar democrática
2.1 O constante exercício da escuta do outro
Em reuniões ou encontros informais na escola, são comuns queixas do tipo: “Ninguém me ouve mesmo. Não adianta falar”. O primeiro passo para atender a essa questão é escutar, ainda que nem sempre as solicitações feitas possam ser, de fato, atendidas da maneira como são trazidas por alunos, pais, professores e equipe administrativa.
A tensão constante entre os desejos e os anseios de grupos numerosos, e nunca homogêneos, faz com que nem sempre todos saiam felizes desses embates e debates por terem suas ideias e seus desejos atendidos a contento.
No entanto, o acolhimento e a escuta fazem com que todos se sintam respeitados, favorecendo a disponibilidade para compreender o fato de as razões do coletivo serem colocadas antes de questões individuais. Portanto, a escuta é o mais importante de tudo, pois nada acontece sem ela, é condição para que o debate aconteça e que as ideias avancem.
2.2 Formação e participação dos funcionários
Todos os educadores, incluindo os funcionários, precisam de formação constante: de novos aprendizados e de novas maneiras de pensar sobre velhos problemas. Contudo, não é só isso: muitos e novos desafios surgem todos os dias. Geralmente, a formação de professores é garantida pela Secretaria de Educação e por outras instituições parceiras. Funcionários, em especial os terceirizados, ficam à mercê de seus sindicatos, que garantem cursos em áreas específicas, mas que nem sempre vinculam essas áreas à educação. Funcionários são educadores e precisam estar atentos para as questões que envolvem suas tarefas e para sua ação educativa.
É muito diferente, por exemplo, ser porteiro de edifício e porteiro de escola, merendeira de hospital e de escola.
Para incluir os funcionários nas atividades escolares, é preciso que cada um deles sinta que a sua tarefa faz parte do processo educativo. Nesse sentido, algumas considerações são importantes:
• Sempre chamar os funcionários para participar das atividades da escola, ouvir palestras, participar de eventos, atividades culturais e sociais: isso também é formação em serviço.
• Independentemente da empresa e do sindicato ao qual pertencem, em especial
os funcionários terceirizados, as suas condições de trabalho precisam ser bem
cuidadas.
• É necessário criar possibilidades para que os funcionários participem do convívio
escolar dividindo saberes, alegrias e desafios.
• A preocupação com a escuta e o direito à voz inclui os funcionários, que assim
aprendem, como os demais, a se relacionar democraticamente na comunidade escolar. Do Conselho Escolar, devem participar representantes dos diversos espaços escolares: portaria, limpeza, segurança e cozinha.
¹Compilação: Prof. Paulo David O. Silva
AFETIVIDADE COMPUTACIONAL: RAZÃO & EMOÇÃO
Prof Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Dentro do processo educacional, na prática pedagógica, a afetividade contribui muito para a melhoria na aprendizagem, tanto nas atividades individuais como as realizadas coletivamente, tendo em vista a dimensão afetiva entre os sujeitos participantes do processo, no qual pode ampliar as possibilidades de construção do conhecimento, e, tal emoção, é relacionada às tecnologias computacionais, que hoje se integram como ferramentas facilitadoras no desenvolvimento humano.
Para tanto, precisa-se direcionar um olhar para a maneira como a tecnologia deve ser utilizada, devendo der de forma expressiva e aproveitá-la para uma intervenção que oportunize ao educando na construção de conhecimentos significativos num contexto colaborativo para uma aprendizagem que venha auxiliar na interação entre os alunos e tecnologia, entre os próprios os alunos entre professor e aluno.
Diante disso, é importante que os educadores busquem trabalhar elementos relacionados aos estudos das interações realizadas através de ambientes virtuais de aprendizagem para a elaboração de propostas que possibilite uma aprendizagem dentro de um ambiente educacional ativo, dinâmico, agradável e lúdico, estimulador de competências cognitivas e sócio-afetivas para que os educandos passem a ser capaz de imaginar, criar e interagir.
Deste modo, competi ao educador, assumindo uma atitude interdisciplinar, desenvolver a autoconfiança do aluno, estimular, motivar, provocar e nortear o processo e aprendizagem na apreensão e construção de novos conhecimentos, de forma cooperativa, colaborativa, dando condições básicas para a interação, vinculando o contexto à realidade educacional e cotidiana de seus professores e alunos, de maneira a buscar a superação de problemas educacionais.
Referências
JAQUES, Patrícia Augustin. VICARI, Rosa Maria. Estado da Arte em Ambientes Inteligentes de Aprendizagem que Consideram a Afetividade do Aluno. Disponível em: www.inf.unisinos.br. Acessado em 28 jul. 2008.
www.sbc.org.br/bibliotecadigital. Acessado em 30 jul. 2008.
http://www.pgie.ufrgs.br/alunos_espie/espie/silviab/public_html/espieufrgs/espie00001/usocomputador.html. Acessado em 28 jul. 2008.
CONTRADIÇÕES SOCIAIS E OS DESAFIOS DA FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
Profa. Me. Vânia S. M. Oliveira
São exigências postas e impostas pela sociedade da informação e do conhecimento, movida por um processo de globalização em que a todo instante cria e recria seus conceitos sobre as coisas. Paradigmas são adotados como modelos a serem seguidos numa ordem desigual. O que acaba colocando a escola em confronto com as condições desumanas que a sociedade lhe apresenta. A educação ao contrário do que se propões e de forma contraditória como coloca Carvalho (2011, p. 47), “por contágio e manipulação tornou-se política sem chegar em si mesma política...”.   
 A seus profissionais resta a transposição das barreiras que injustamente lhe são apresentadas. Transpor barreiras e emancipar-se parece ser a condição de enfrentamento a crise que se apresenta como própria da existência humana. Nessa dimensão a função da escola não deve ser como mera repassadora de conhecimento. Mas precisa proporcionar aos sujeitos a ela frequenta apropriarem-se do discurso ideológico da classe dominante e dele produzirem o contra discurso.
O homem vive em um constante crescimento e mudança, ou seja, em sua essência vive num processo contínuo influenciando e sendo influenciado dentro de suas práxis, a partir da reflexão-ação e ação-reflexão nos aspectos relacionados: ao conhecimento do meio em que vive e de sua própria existência; de seu fazer; de seu pensar; da transformação, re-transformação e do uso do meio em que vive e do que esse mesmo ambiente lhe oferece e das suas relações com os outros.
É nessa ótica que, a escola precisa atender a todos e com todos aprender a conviver. Precisa entender e respeitar o diferente.  O que perpassa por uma questão moral, uma vez que a moral é resultante de princípios que estabelece certas exigências do modo de ser e estar no mundo, como as regras, as realizações.
Sabe-se que o projeto de sociedade perfeita tão esperado pela modernidade não foi e não é possível existir. Vive-se uma anormalidade de concordância, uma banalidade nas ações. Existe uma crise de intolerância, aceitação nos mais variados aspectos das relações humanas. Já não há o entendimento entre o que é ético e o que é moral. As pessoas não se reconhecem umas nas outras. Vivemos em uma sociedade que a todo instante estimula a competitividade entre seus membros.
Partindo desse princípio, corroboramos com Castoriadis (1987) ao afirmar que:
Temos que nos voltarmos para a filosofia; e, mais ainda, para o seu caráter histórico, e ao enigma que ele coloca. O tempo não é para a filosofia, simples determinação exterior, menos ainda ponto de referência da ordem de sucessão dos pensamentos filosóficos.
Diante disso, a Filosofia se apresenta como algo que busca no tempo a necessidade em que a realidade se expõe na tentativa de repensar as problemáticas e desordens do mundo humano. Porém a Filosofia se torna uma experiência que nos remete a pensar as questões problemáticas da vida, intermediada por uma lógica da realidade. Isto nos envia a busca da conquista da autonomia intelectual defendida como forma de enfrentamento frente as condições que são apresentadas pela realidade em que vivemos. É visto como uma condição de sobrevivência do ser e faz parte da realidade humana.
Referências
CARVALHO, Adalberto Dias de. Filosofia da educação e contemporaneidade: entre a crise e a esperança. I Congresso Internacional de Filosofia da Educação: de Países e Comunidades de Língua Portuguesa. Disponível em: http://www.academia.edu/3854250/FILOSOFIA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_E_CONTEMPORANEIDADE_ENTRE_A_CRISE_E_A_ESPERAN%C3%87A. UNINOVE. Acessado em jun. 2014.
CASTORIAIDIS, Cornélius. Prefácio, In; As encruzilhadas do labirinto. 2 ed. Tradução Carmem Sylvia; Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 9-32.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
SEVERINO, Antonio J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994.