terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Tópicos sobre Vygotsky e o Desenvolvimento (Tópicos de Atividades)
1) Como se dá o processo de internacionalização da cultura pelo sujeito?
Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente e nesse contexto, um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Tais transformações são produzidas mediante uma série de eventos ao longo do desenvolvimento e, mesmo sendo transformado, o processo continua a existir e a mudar por um longo período, antes de se dar a internalização definitiva.
2) O que são processos psicológicos superiores?
Os processos psicológicos superiores consistem em ações conscientes e controladas, atenção voluntária, pensamento abstrato, memória ativa e comportamento deliberado, sendo produzidos por uma linha de desenvolvimento cultural, a partir da internalização de práticas históricas e sociais, sob a base das operações com signos. Dentro desse aspecto, os processos são considerados psicológicos, porque se referem a comportamentos e processos mentais fundamentados nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo e são superiores por serem tipicamente humanos. 
3) O que marca o processo de desenvolvimento do homem?
A interação do natural com o social, pois é através da interação com membros mais experientes de sua cultura que a criança apropria-se ativamente da cultura de seu grupo, e, portanto, desenvolve-se.
4) Explique o processo de mediação e sua relação com a aprendizagem.
O processo de mediação é importante para a aprendizagem pelo fato de ser através da mediação que a criança, desde cedo, apropria-se dos significados socialmente construídos na cultura, moldando-se e passando por modificações que melhoram a sua conduta em seu grupo social e a partir da aprendizagem desenvolvida.
5) O que é zona de desenvolvimento proximal?
É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo, mas ainda não foi atingido. A Zona de Desenvolvimento Proximal, por outro lado, indica aquele conjunto de habilidades onde o sujeito pode ter sucesso se assistido por um adulto ou alguém mais experiente.
É nessa região que encontram-se as habilidades ainda em desenvolvimento pelo sujeito. Se pegarmos duas crianças que apresentem a mesma ZDR ambos poderão ter graus diferentes de sucesso na solução de problemas assistidos.
As habilidades nas quais as crianças apresentam sucesso na solução de problemas assistidos serão aquelas onde o sujeito poderá ter sucesso sozinho depois de algum tempo, se o desenvolvimento seguir o seu curso normal.
Deste modo, para Vygotsky, a região onde a escola deve trabalhar é a da ZDP de modo a alavancar o processo de desenvolvimento dessas funções.
Referência
VYGOTSKY, Lev Semenovitch, 1896-1934. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2005.
TENREIRO, Maria Odete Vieira. Psicologia da educação. Ponta Grossa: Ed.UEPG, 2009.
*Compilação: Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Psicologia da Educação e teoria Vygotskyana (Tópicos de reflexões)*
1) O papel da Psicologia, sendo esta “ciência da consciência”.
A psicologia é uma ciência que estuda as formas de aprendizagem do indivíduo, ou seja, os variados tipos de comportamento, na qual compreende as etapas que devem ser respeitadas e seguidas por educadores a cerca de uma construção do conhecimento. Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo, tentar interpretar o que possa se passar na mente humana.
2) A formação Social da mente na teoria Vygotskyana. Por que “social”?
Para Vygotsky o aprendizado decorre da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade, é o que chamamos de relação homem-ambiente. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascerem às características que desenvolverá ao longo da vida, quanto às empiristas e comportamentais, que vêem o ser humano como um produto dos estímulos externos.
Segundo Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor – ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.
Logo, para Vygotsky o indivíduo se forma pela influência do meio em que se encontra, onde sofre influências de outros indivíduos e, portanto constrói a sua natureza social da aprendizagem, daí ser chamado de um ser social.
3) Qual a relação entre linguagem e o pensamento de acordo com a Teoria Vygotskyana?
Vygotsky (1989) explica a relação entre o pensamento e a fala a partir da passagem da fala exterior para a fala interior. Tendo em vista que, para ele, o desenvolvimento acontece num movimento do social para o individual, isto é, das experiências externas que são interiorizadas, a fala a princípio é para o outro, para adaptação social, portanto, em voz alta, enquanto a fala interior é silenciosa, o sujeito fala para si e é capaz de operar mentalmente.
Há ainda a fala egocêntrica, por meio da qual acontece essa passagem da fala externa para a fala interna: ao mesmo tempo em que fala para si, buscando compreender o mundo, o faz em voz alta. A fala egocêntrica aproxima-se da fala interior por possuir a mesma função: organizar o pensamento e a ação. Ao mesmo tempo em que fala para si, buscando compreender o mundo, o faz em voz alta.
A partir dessa explicação, Vygotsky (1989, p.44) afirma que “o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem”, colocando a grande importância do uso dos instrumentos lingüísticos  para o pensamento. Todavia, notamos que Vygotsky continua afirmando que o sujeito se constrói a partir de pessoas a seu lado que e que também sofre influência ferramentas de linguagem utilizadas para que o conhecimento seja benéfico a si indivíduo, onde o homem difere do selvagem pelo pensamento e linguagem.
4) De acordo com a teoria Vygotskyana, como os sujeitos formam conceitos?
De acordo com estudos a teoria vygotskiana, mostra toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos – como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza – e da linguagem – que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.
Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente. Isso nos leva a pensar e refletir sobre as afirmações de Vygotsky, quando o mesmo afirma que as influências que o homem tem com sociedade. Notemos que quando a pessoa aprende ler com o outro ela tem a real possibilidade de formar conceitos e passa a refletir sobre o que aprende com aquele que é seu mediador na construção do conhecimento.
Referência
TENREIRO, Maria Odete Vieira. Psicologia da educação. Ponta Grossa: Ed.UEPG, 2009.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch, 1896-1934. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2005.
*Compilação: Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Estágios de desenvolvimento propostos por Wallon (Tópicos)
O francês Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962), psicólogo, filósofo, médico e político, desenvolveu, dentro de seus trabalhos, estudos direcionados para desenvolvimento, relacionados aos processos mentais, afetividade e evolutivo do ser humano, no qual foi organizado em estágios, sendo estes, apresentados a segui:
Impulsivo-emocional (até um ano de idade) – Nesse estágio temos o predomínio da emoção, que dá um colorido especial às trocas que a criança realiza com seu meio, orientando suas relações com as outras pessoas e com sua ajuda, com o mundo. A criança depende totalmente das outras pessoas para sobreviver, estado esse que Wallon chama de imperícia (nada saber fazer por si). Ela está conhecendo seu próprio corpo e explorando seus movimentos, e dentro desse estágio, cada movimento representa algo para ela.
Sensório-motor e projetivo (até o terceiro ano) – Aqui nesse estágio, a criança explora o mundo físico, manipulando objetos e explorando o espaço, tendo mais autonomia. É projetivo porque ela usa os gestos para expressar seus pensamentos e se comunicar (o ato mental projeta-se em ato motor), existindo assim, o predomínio da cognição (inteligência prática e simbólica), e, utilizando a linguagem, a criança faz descobertas, que através da denominação dos objetos, tenta localizá-los e identificá-los.
Personalismo (dos três aos seis anos) – Acontece nesse estágio, a formação da personalidade e a consciência de si, que resulta das trocas que faz com outras pessoas, na diferenciação do eu outro. “[...] é pela expulsão do que há de alheio dentro de si que se fabrica o Eu”. (DANTAS, 1990, p.94). Aí aparece primeiro a oposição ao outro, quando busca se firmar contradizendo e confrontando as outras pessoas, surgindo então a sedução ou idade da graça, como chama Wallon. A criança quer ser admirada, apreciada pelos outros. Depois surge a imitação, pela qual ela cria personagens representando pessoas que admira, representando papéis para realizar isso. Nessa fase há o predomínio da afetividade sobre a cognição.
Categorial (dos seis aos onze anos) – Dá-se nesse estágio, a consolidação da função simbólica e diferenciação da personalidade, iniciada no estágio anterior. Nesse estágio a criança volta-se para o mundo, tentando conquistá-lo. Isso acontece junto com o processo de escolarização, quando as exigências da família e da escola fazem com que a criança desempenhe papéis variados. Nessa fase há o predomínio da cognição, e o desenvolvimento da inteligência infantil é enorme.
Puberdade e adolescência (dos onze aos dezesseis anos) – Ocorrem nesse estágio, as modificações fisiológicas provocadas pelo amadurecimento sexual, bem como mudanças psicológicas, trazendo à tona questões pessoais, morais e existenciais. As transformações do corpo acentuam as diferenças entre os dois sexos, e é necessário que o esquema corporal seja reorganizado pelos jovens. Passa a ser afetivo o predomínio desse estágio e, no processo de desenvolvimento a pessoa deverá, por meio de seu potencial intelectual, reconhecer um eu diferenciado e, ao mesmo tempo, integrado.
Referência
TENREIRO, Maria Odete Vieira. Psicologia da educação. Ponta Grossa: Ed.UEPG, 2009.
*Compilação: Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
UM OLHAR SOBRE O MODELO DE ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
CABRAL, Lêda Ferreira[1]
LENZI, Vera Lúcia Mendes[2]
Várias escolas no estado de São Paulo, assim como no país, estão participando do processo de adesão à escola de educação de tempo integral. No estado de São Paulo, na rede estadual de ensino, atualmente há 229 escolas de tempo integral que oferecem atividades aos estudantes no contraturno. E há também um novo modelo de Educação de Tempo Integral que atende a 308 escolas (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO. São Paulo, 2016). Nesse novo modelo, os alunos têm uma matriz diferenciada e contam com uma jornada de 9h diárias na escola. Neste estudo, quando se menciona escola de tempo integral, refere-se a este novo modelo.
A escola campo de estágio, segundo seu Projeto Político Pedagógico, aderiu a este novo modelo escola de tempo integral no ano de 2014. A escola conta com uma matriz curricular diferenciada, em que os alunos cursam os componentes curriculares da Base Nacional Curricular Comum: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Matemática, Química, Física, Biologia, História, Geografia, Filosofia e Sociologia. E a parte diversificada do currículo compõe-se por: Língua Estrangeira, Disciplinas Eletivas, Práticas de Ciências, Orientação de Estudos, Projetos de Vida, Preparação Acadêmica e Mundo do Trabalho. A preparação acadêmica é oferecida para os alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio, e o componente Mundo do Trabalho é oferecido apenas para os alunos que estão cursando o 3º ano. Nas disciplinas eletivas, os estudantes escolhem as temáticas de estudo para o bimestre de acordo com seu objetivo.
De acordo com as Diretrizes do Programa de Ensino Integral do Estado de São Paulo (2014), os princípios fundamentais que regem a concepção da escola de tempo integral são: a educação interdimensional, pedagogia da presença, protagonismo juvenil e os quatro pilares da educação para o século XXI. As premissas que fundamentam a prática da escola são: formação continuada, corresponsabilidade, protagonismo juvenil, reaplicabilidade e excelência em gestão.
Nessa perspectiva, ainda de acordo com as Diretrizes do Programa Ensino Integral, o princípio da educação interdimensional vai além do processo interdisciplinar. É uma percepção do homem como um ser envolto em um processo social, político e cultural. O processo educacional deve favorecer a interação dos estudantes a fim de se perceberem enquanto seres que estão no mundo em meio a diferentes situações, seja com a natureza, seja com as questões sociais, econômicas, políticas e culturais do contexto ao qual está inserido (SÃO PAULO, Diretrizes do Programa Ensino Integral, 2014).
Outro princípio fundamental no projeto de ensino integral é o que Costa (1991) denomina pedagogia da presença. Esse princípio coloca o professor com papel importante nessa metodologia de ensino, devendo estar sempre em constante formação para lidar com as demandas que surgem no ambiente escolar de modo eficaz e prazeroso. Ainda segundo o autor, ele precisa estar apto a lidar com as tecnologias, com os diferentes recursos para auxiliar os alunos no processo de ensino e aprendizagem, despertando o interesse do educando pelo conhecimento. É fazer-se presente na vida do educando e no seu processo de aprendizagem em todas as dimensões.
O protagonismo juvenil pressupõe a atuação do jovem ao mesmo tempo como sujeito e objeto das suas ações, visando ao desenvolvimento de suas competências e habilidades nas diversas dimensões formativas, ou seja, o “Ensino Integral tem como principal objetivo a formação de jovens autônomos, competentes e solidários”. (SÃO PAULO, Diretrizes do Programa Ensino Integral, 2014, p. 15). Nesse processo o aluno é ator principal do seu processo de formação.
Os líderes de turmas têm a possibilidade de exercer a sua capacidade de liderança em prol do andamento de sua turma, sendo exemplo e referência para os demais colegas, fonte de inspiração para mudanças de atitudes, participando da vida da escola, na solução de conflitos e tomadas de decisões. Na dinâmica da escola, há espaços de reuniões com a gestão escolar e os líderes de turma.
Na dinâmica da escola de tempo Integral, os alunos participam de clubes juvenis, visando oportunizar espaços para o desenvolvimento do protagonismo juvenil e, por meio dos projetos de vida, eles desenvolvem atividades ligadas ao exercício da cidadania e também à vivência de práticas de solidariedade. Nessas atividades e nessa perspectiva de ensino, os alunos planejam e organizam as atividades dos clubes juvenis.
A concepção de educação que respalda a proposta da escola é uma educação transformadora, que vê o aluno como um ser ativo e participativo no seu processo de aprendizagem e não como um ser passivo no processo de ensino, no qual o professor e a escola depositam saberes (FREIRE, 2004).
A teoria de desenvolvimento que predomina no dia a dia da escola e em seus documentos é a interacionista de desenvolvimento, que concebe o ser humano em suas relações com o meio social ao qual está inserido e em constante transformação (VYGOTSKY, 2001).
Nas escolas que oferecem Ensino Médio em tempo integral, a permanência na escola é de 9 horas diárias. No período das 07h às 16h, são desenvolvidas atividades do currículo comum e também da parte diversificada do currículo. Das 16h às 17h, são atividades esportivas com os alunos e também atividades abertas à comunidade. Os alunos têm dois intervalos pela manhã – um de 15 minutos para lanche e outro, das 12h às 13h, com 1 hora para o almoço, que ocorre na própria escola; à tarde, ocorre outro intervalo de 15 minutos para lanche.
Compõem a parte diversificada as disciplinas eletivas, as quais devem considerar a interdisciplinaridade como fio condutor do processo de ensino e aprendizagem para favorecer o estabelecimento de relações entre os temas de estudo e diferentes áreas do conhecimento.
As disciplinas eletivas devem favorecer o engajamento dos estudantes nos seus projetos de vidas, na vivência da dinâmica da escola e também da comunidade do seu entorno. Nessas disciplinas, os alunos desenvolvem projetos voltados para a realidade local, visando ao desenvolvimento do protagonismo juvenil, que conforme já evidenciado, é um dos princípios da educação de tempo integral.
O projeto de ensino integral não envolve somente a questão pedagógica, mas também todos os atores do processo educacional, assim como suas interfaces. A formação docente aparece como uma das premissas do ensino integral, já que, para atender a demanda dos alunos, o docente necessita estar em constante formação, tanto no domínio das tecnologias cada vez mais presentes no contexto educacional, quanto no uso das diferentes metodologias que favorecem o ensino na perspectiva interdimensional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se que a Educação Integral está ligada aos processos formativos na perspectiva de um ensino global, comprometida com a ideia de que o aluno é o centro do processo de ensino aprendizagem e que ele é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto nesse processo. A educação, nesse sentido, abrange tanto os espaços formais quanto informais em que os estudantes terão a oportunidade de desenvolver o protagonismo juvenil, sua autonomia, a cooperação e a solidariedade, princípios importantes nesse modelo de ensino.
Observou-se ainda que a discussão do ensino integral não é recente, pois já constava tanto na Constituição, quanto na Lei de Diretrizes e Bases Nacionais, mas que sua operacionalização na realidade do ensino brasileiro tem se configurado como um fenômeno gradual, recente e ainda incipiente.
A operacionalização desse modelo de ensino, com fins de alcançar seus princípios fundamentais da educação interdimensional, pedagogia da presença, protagonismo juvenil e os quatro pilares da educação para o século XXI, deve abranger processos formativos que se desenvolvem em todos os espaços de convivência, culturais ou sociais, sejam formais ou informais. Isso porque a concepção de educação integral está aliada à concepção de formação integral do indivíduo, envolvendo os diferentes sujeitos e instrumentos do processo educacional.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio).  Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEF, 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação: Lei nº 9424, de dezembro de 1996.
COSTA, A.C.G. Por Uma Pedagogia da Presença. Brasília: Ministério da Ação Social, 1991.
DELORS, Jacques. Educação: Um tesouro a Descobrir “Relatório para a UNESCO da Comissão internacional sobre Educação para o Século XXI”. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
FREIRE, Paulo.  Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. 148 p.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.
Projeto Político Pedagógico. Disponível no Plano de Gestão 2015 da Estadual Prof. Marciano de Toledo Piza. Equipe Escolar.
SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Diretrizes do Programa Ensino Integral. Imprensa Oficial, SE. 2014
SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Projeto de Vida – Ensino Fundamental. Caderno do Professor. Imprensa Oficial, SE, 2014.
VYGOTSKY, Levi Semenovich. A construção do pensamento e da linguagem. (Trad: Paulo Bezerra). São Paulo: Martins Fontes. 2001.


[1]Mestre e Doutoranda em Educação Matemática Pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- UNESP-RC. Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Maranhão- UEMA e em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional UNINTER
[2] Professora Orientadora do Centro Universitário Internacional UNINTER.
MOVIMENTOS, TECITURAS E PERSPECTIVAS DE PROFESSORES: ENTRE FORMAÇÃO E IMAGENS...
CABRAL, Lêda Ferreira[1]
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como ponto de partida registros escritos e vídeo-gravações de uma pesquisa constituída junto a um grupo de professores de matemática. Assim como de inquietações em torno da formação de professores, especialmente da ideia de modelos, de padrão, e da ideia de falta que tem constituído, em alguma medida, os discursos em torno da formação continuada de professores.
Nesse processo, uma questão nos acompanha na constituição da investigação aqui apresentada, a questão é ‘o que podem os professores, mobilizados por imagens, nos oferecer e nos dar a pensar acerca da formação de professores?’ Este questionamento teve como inspiração o filme “O que pode a imagem?”, realizado pelo grupo I-mago: Laboratório da imagem, Experiência e Criação, ligado ao Instituto de Biociências da Unesp-Rio Claro. O filme está disponibilizado no youtube e é resultado de uma pesquisa com crianças e professores, no âmbito da produção de imagem, e discute questões em torno do desenvolvimento infantil e da formação de professores (LEITE, 2011).
OBJETIVOS
Constitui-se como objetivo do presente trabalho, produzir movimentos e pensamentos em torno da formação continuada de professores, a partir de imagens e falas de um grupo professores de matemática do município de Caxias, estado do Maranhão.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
ü Ideia de pesquisa na perspectiva da experiência;
ü Participação nos encontros pedagógicos da área de Matemática e convite aos professores para participação no projeto;
ü Convite aos professores para escolher ou produzir imagens que os remetessem a pensar sobre o cotidiano de sua sala de aula, assim como de suas ideias acerca de matemática e de formação;
ü Conversas com os professores mobilizadas por imagens;
ü Registro das conversas por meio de filmagens.
Em meio a esse movimento, fizemos um exercício de aproximação ao pensamento de autores como: Benjamin; Deleuze; Foucault; Rancière; Larrosa; Leite; Jobim e Souza, dentre outras vozes que ajudam a operar conceitos nessa tecitura em torno da formação continuada de professores.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Como desdobramentos desses encontros os professores evidenciaram, entre outras questões, que o espaço de formação continuada deve ser:
Um espaço descontraído, aconchegante, iluminado, climatizado, com recursos variados, sem a necessidade de materiais prontos;
Um espaço de experimentação, uma vez que a formação oportuniza a experimentar com os outros; formação como um espaço para compartilhamento de ideias;
Espaço de formação como ponto de partida, em que se poderá resolver em grupo, um problema que é de uma comunidade, neste caso por exemplo, da rede municipal; formação como lugar de partilha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As falas ainda assinalam para uma diversidade de questões no âmbito do currículo, da sala de aula, do conhecimento matemático, da experiência educativa de cada sujeito, sua vivência em sala e suas afetações no exercício de suas funções, bem como a aspectos que não estão circunscritos apenas ao cotidiano da escola, mas que os toca enquanto professor ou formador.
Neste trabalho, a imagem teve um importante papel, uma vez que por meio dela emergiram acontecimentos, sensações e afetos. A perspectiva então, na qual nos colocamos, é a de que a imagem pode se configurar como um desencadeador de pensamentos profícuos para investigar junto a um grupo de professores aspectos da formação continuada de professores.
Vemos indícios da formação como uma partilha, partilha que vai além de compartilhamento de conteúdos, mas que se aproximam de uma partilha sensível no dizer de Rancière, lugar de encontros, encontros que nos tiram dos lugares previsíveis e se aproxima das experiências individuais e coletivas dos sujeitos envolvidos nos processos educativos, que coloca o professor como autor nesse processo formativo.
REFERÊNCIAS
LARROSA, J. B. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, p. 20-28, 2002.
LEITE, César Donizetti Pereira. Infância, experiência e tempo. São Paulo. Cultura acadêmica. 2011.
RANCIÈRE, J. A Partilha do Sensível. Estética e Política. São Paulo: Editora 34, 2009. 
RANCIÈRE, J. O destino das imagens: Tradução Monica Costa Netto; organização Tadeu Capistrano. Rio de Janeiro: Contraponto. 2012.

[1]Mestre e Doutoranda em Educação Matemática Pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho- UNESP-RC. Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Maranhão- UEMA e em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional UNINTER