sexta-feira, 6 de junho de 2014

RECURSOS DIDÁTICOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Introdução
O desenvolvimento dos recursos didáticos e tecnológicos é um avanço no que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem, no qual contribui para a formação e construção de conhecimento de maneira mais rápida e lúdica, e, torna o trabalho do educador bem mais dinâmico.
Diante dessas transformações que vêm acontecendo no meio educacional, os recursos didáticos e tecnológicos, tem como papel primordial, proporcionar troca e construção de saberes de forma a potencializar e contribuir no desenvolvimento das competências e habilidades de maneira que possa garantir a formação cidadã e atuante do aprendente.
Os recursos didáticos na ação pedagógica
Os recursos didáticos podem ser considerados como todo e qualquer recurso que promove o estímulo do aprendente no processo de ensino-aprendizagem, entre os quais: livro, jogos, TV e DVD, computador, software educativo e internet.
Dessa maneira, podemos observar que tudo que se encontra no ambiente (em casa, no trabalho, na própria escola, entre outros) onde ocorre o processo educacional pode se transformar em um recurso de didático, desde que utilizado de forma adequada, coerente e lúdica.
[...] A formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear resistências a ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto. (SANTOS, 1997, p. 14)
A formação do professor numa perspectiva lúdica significa repensar a sua história de vida e o seu contexto sócio-cultural. Após 1990 o lúdico vem sendo cada vez mais inserido nas escolas. O interesse pelo lúdico pode intensificar e tornar mais eficiente o trabalho pedagógico, e subsidiá-lo para uma realidade que lhe é imposta, com os paradigmas adotados pelas novas gerações. Não se trata aqui de explorar o lúdico apenas como lazer, mas sim como elemento enriquecedor que promova a aprendizagem.
É importante lembrar que os recursos didáticos são instrumentos integrantes e auxiliares em situações educacionais numa perspectiva lúdica, contribuindo para a apreensão e construção de conhecimentos, ou seja, são recursos didáticos pedagógicos empregados no processo de ensino-aprendizagem objetivando um melhor desempenho na prática docente.
Para um bom uso, no contexto escolar, desses recursos pelos profissionais da educação, precisa-se adaptá-los ao plano de ação docente, ou seja, acrescentar ao plano de ação docente a(s) mídia(s) ou recurso(s) disponível(is), sempre buscando explorar todas as possibilidades do material ou ferramentas de forma criativa.
Nessa perspectiva, os recursos didáticos e as tecnologias na escola não buscam somente garantir novas formas de se ministrar aulas, mas, principalmente garantir a integração nos processos curriculares educacional. Assim, os recursos e as novas tecnologias só terão sentido a partir de uma mudança da postura pedagógica do professor e com um repensar deste sobre sua própria prática educativa, com uma concepção de que existem outras maneiras de explorar e representar o mundo de maneira criativa e prazerosa.
Considerações Finais
A eficácia dos recursos didáticos que são utilizados na prática docente, ou seja, o alcance dos objetivos gerais e específicos (ou a maior parte do que se quer alcançar) dependerá da forma como esses mesmos recursos são utilizados, ou mesmo adaptados, dentro do que está proposto no plano de ação do professor (faixa etária, conteúdo, os próprios objetivos propostos, etc.).
Nesse contexto, para que o uso dos recursos se torne eficaz, é necessário que as instituições educacionais não só invistam na aquisição de tais recursos, mas também na instrução da utilização dos mesmos, e, proporcionar formação para os educadores para torná-los aptos, e assim contribua a partir do uso dessas ferramentas, junto com os alunos a construção de conhecimento e o aproveitamento desse mesmo para um crescimento e desenvolvimento de habilidades e competências úteis para o exercício da cidadania e da própria tecnologia.
Referências
FOUCAMBERT, J. A criança, o professor e a leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
HAITOR, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 2002.
PROGRAMA de Formação Continuada. Mídias na Educação. Disponível em: <http://www.eproinfo.mec.gov.br>. Acesso em: 26/mar/2010.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-cultural da Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
SANTOS, Santa Marli P. dos. O Lúdico na Formação do Educador, 3 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
REFLEXÕES FILOSÓFICAS SOBRE O FILME MATRIX
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Introdução
O filme “Matrix” apresenta temáticas filosóficas dentro de um contexto que envolve o controle da mente humana em um mundo de sonhos que é gerado por computador, dentre as quais pode-se destacar, a filosofia grega de Sócrates, que dentro de uma trama que é impulsionada por perguntas e pela busca de respostas (questões sobre a vida humana), tendo o desenvolvimento do pensamento crítico (característica da filosofia ocidental – surgida na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C.) e Platão representada pelo pensamento ingênuo (característica da filosofia que tem como argumento o mito da caverna) caracterizado no filme, pelo mundo virtual em que vivem a humanidade (questões sobre sonhos e realidades).
Matrix e pensamentos filosóficos
O contexto filosófico do filme direciona questionamentos sobre o conhecimento de si mesmo, onde Morpheus (deus dos sonhos e filho de Hipno, na mitologia grega) leva Neo até Oráculo e ela lhe mostra a frase "conhece-te a ti mesmo". Destacamos aqui as ideias de Sócrates no que se refere à ou filosofia moral – ética – que trabalha questões relativas, dentre outras: à política, organização social, educação, comportamento, e, que pode ser ilustradas em suas três máximas: 1ª) Conhece-te a ti mesmo; 2ª) Só sei que nada sei; e, 3ª) A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida.
No que se refere a Platão (principal discípulo de Sócrates) o filme aborda situações semelhantes às questões tratada no mito da caverna, no qual é observada na ficção pelo mundo virtual (representado aqui por Neo e seus companheiros, na fuga do mundo virtual). No caso de plantão, busca explicar suas ideias sobre filosofia, política e realidade a partir do mito da caverna, um grupo de prisioneiros confinado, no interior de uma caverna está de tal maneira que só conseguem olhar para frente e tudo que veem são sombras na parede e não a realidade fora da caverna.
Em Matrix, observa-se que os prisioneiros, representados pela humanidade, são os ignorantes (no sentido de não saber, não conhecer), que são prisioneiros das máquinas tiranas, que buscam impedi acesso ao conhecimento. Na trilogia, a humanidade é escravizada e “não consegue vencer a Inteligência Artificial”, e nesse contexto, Matrix, apresenta-se com significado, controle da mente no mundo virtual, que além de provocar ilusões busca desenvolver nos prisioneiros, vícios opostos à virtude, além de prazeres por meio de simulações neurais interativas.
Considerações
No filme, a missão do filósofo (representado por Neo) é o de se livrar do controle de Matrix e conhecer a verdadeira realidade (sair da caverna), voltar á Matrix e libertar os demais prisioneiros das aparências e escravidão ilusória provocada pelas simulações interativas neurais (voltar à caverna e liberta a humanidade). Assim, o fugitivo representa o filósofo (aquele que tem acesso à luz - ao conhecimento), onde Neo desconfia que esteja vivendo tal ilusão.
Referência
The Matrix (Matrix), Direção e roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski, produção Joel Silver. Gênero: Ação, Ficção científica. 2h 16min. Distribuição: Warner Bros. EUA, 1999.
O FETICHISMO DA MERCADORIA: UM FENÔMENO SOCIAL E PSICOLÓGICO
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Introdução
O termo Fetichismo da mercadoria apresenta-se como fenômeno social e psicológico, onde as mercadorias acabam que possui uma espécie de vontade própria e independente a seus fabricantes, adquirindo mais valor do que os seres humanos que os produzem e que, a partir de sistemas midiáticos, acabam se transformando em objetos venerados e de consumo. E dessa forma, tal mercadoria torna-se objeto de consumo estimulado pela mídia que vem se configurando como uma poderosa ferramenta formuladora e criadora de opiniões, valores, anseios e sentimentos subjetivos, influenciando nas interações e relacionamento entre humanos, bem como no seu agir.
Fetichismo da mercadoria
Dentro desse fenômeno, as mercadorias acabam por adquiri uma forma extraordinária capazes de ofertar muito mais do que uma simples utilidade, apresenta-se como uma espécie de prazer dependente, que traz, dentre outro sentimento, o de: felicidade, poder e status social. Esse Fenômeno tem como origem a própria à produção capitalista (Provinda do Sistema Capitalista) e que a parti das relações de produção ganha “vida própria”, principalmente pelos mecanismos ideológicos midiáticos e que resulta no conjunto de relações sociais entre o processo de produção, a mercadoria, a propaganda e o consumidor.
Dessa forma, esse efeito (Fetichismo da mercadoria), parte, sobretudo do sistema capitalista de produção em vista aos anseios e desejos de consumo da sociedade, ou seja, é desenvolvido a partir da produção de um determinado bem ou um objeto que venha satisfazer uma necessidade qualquer do homem. Outro ponto é a necessidade de que se tenha “valor de uso” e utilidade, que tenham também determinada qualidade e/ou característica material, sendo este fenômeno, impulsionado pelo poder midiático, de forma a condicionar a vida material e as relações de processo da vida social, econômica, cultural, política e até mesmo espiritual.
O poder midiático dentro do fenômeno do Fetichismo da mercadoria
A mídia dentro do processo do Fetichismo da mercadoria influencia o consumismo, transformando as informações em verdadeiros produtos, de forma a manipular o consumidor, influenciado direta e indiretamente o modo de viver, bem como a construção personalidade sociais e conduta de vida, tornando o consumo uma espécie de uma forma de lazer, de libertação e até mesmo de exercício de cidadania.
Desta forma a mídia acaba que levando o homem a desenvolver um tipo de obrigação de consumismo mesmo sem necessidade, conduzindo o ser humano à concepção de que o seu valor é medido pelo seu poder de consumo, ou seja, pelo seu poder de compra. Essa atitude acaba que gerando em certas pessoas, o chamado consumo desenfreado e a construção de um mundo utópico de realizações das subjetividades interiores, como se os produtos fossem capazes de propiciar o completo bem-estar social.
Considerações
O que nota-se com o fenômeno do Fetichismo da mercadoria, é a ocorrência da desvalorização do mundo humano (das suas virtudes) e a valorização do mundo material (o produto – mercadoria) com bases ideológicas e concepções políticas, religiosas, dentro de uma ilusão de prazer e poder e que influencia o modo de pensar e concepções de vida e do mundo. E, nesse contexto a mídia surge como uma ferramenta poderosa, manipuladora, e ao mesmo tempo criadora de opiniões, normas e conduta social, do agir humano e das realizações dos desejos pessoais, onde o consuma ilusoriamente o tornará um ser cada vez mais feliz, ou seja, que a plena realização pessoal e adquirida através do consumo.
Referência
SAKAMOTO, Bernardo Alfredo Mayta. Filosofia política contemporânea. São Luís: UemaNet, 2013. Disponível no Ambiente AvaMoodle.
“O ENIGMA DE KASPAR HAUSER”: UMA ANÁLISE FILOSÓFICA
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
O filme “O enigma de Kaspar Hauser”, proporciona a realização de reflexões sobre o papel da linguagem no que diz respeito aos signos e significados, dentro do contexto das experiências e relações subjetivas (tendo em vista a situação inicial de isolamento social do personagem do filme: “Kaspar”). Ou seja, o desenvolvimento de conceito das coisas e da autocompreensão, pode ser, possivelmente, desenvolvida a partir com a linguagem e que é proporcionada pela reflexão de situações vivenciadas e relacionamento social.
No decorrer da trama, no filme “O enigma de Kaspar Hauser”, com o desenvolvimento da linguagem, Kaspar passa a compreender que o que interessavam das pessoas eram os enigmas em torno de sua história pessoal e não por sua pessoa em si. Assim, o desenvolvimento dessa compreensão deu-se juntamente com as experiências e o desenvolvimento da linguagem, onde ao adquirir a linguagem, o mesmo foi levado a desenvolver reflexões que o lavou a tentar compreender situações e acontecimentos sociais, dentre as quais: normas, tradições e rituais.
 No filme, percebe-se uma estreita relação entre língua, pensamento, conhecimento e a própria construção da realidade social, onde é identificada a construção de pensamentos reflexivos da realidade por meio dos diálogos entre Kaspar Hauser e seu protetor, e, que provavelmente não seria possível, pois o mesmo confundia sonhos e realidade. Assim, a ação do pensamento reflexivo, por meio da linguagem (juntamente com as relações) pode ajudar também a realização da diferenciação entre sonhos e realidade.
Dessa forma, pode-se observar que, para que haja a realizações de inferências dentro das relações sociais é necessário o desenvolvimento linguísticos, ou seja, a capacidade de perceber (e de conhecer) o mundo está intrinsecamente ligada à nossa capacidade de interação e do domínio da linguagem. Assim, para o conhecer do mundo, dentro de um pensar reflexivo, necessita-se do desenvolvimento e domínio uma linguagem.
Referência
O Enigma de Kasper Hauser. Nome original: Jeder Für Sich und Gott Gegen Alle. Diretor: Werner Herzog. Artistas principais: Bruno S., Walter Ladengast, Brigitte Mira, Michael Kroecher, Hans Musaeus, Willy. Pais de origem: Alemanha. Ano de lançamento: 1974. Duração: 109 min. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=9bnug0gS2wQ. Acessado em maio de 2013.

CONCEITO DE DIDÁTICA

A Pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre as doutrinas e os sistemas de educação. A Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento. Enquanto a Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática é definida como a ciência e a arte do ensino.

Mauro Laeng diz que "a pesquisa didática deve adaptar os métodos e as técnicas de maneira a obter o máximo resultado com o mínimo de esforço (princípio comeniano da Didática Magna), tendo em conta quer os requisitos objetivos da matéria de ensino e da sua lógica interna quer as capacidades subjetivas do aluno e da sua Psicologia.

Referindo-se ao ensino, que é o objeto da Didática, Laeng esclarece que "o estudo predominante do ensino caracterizou sobretudo a didática do passado, dominada, até certo ponto, pela figura central do professor; na didática contemporânea cedeu o lugar a uma nova projeção do aspecto correlativo da aprendizagem".

Ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. A Didática não pode tratar do ensino, por parte do professor, sem considerar simultaneamente a aprendizagem, por parte do aluno. O estudo da dinâmica da aprendizagem é essencial para uma Didática que tem como princípio básico não a passividade, mas sim a atividade da criança. Por isso, podemos afirmar que a Didática é o estudo da situação instrucional, isto é, do processo de ensino e aprendizagem, e nesse sentido ela enfatiza a relação professor-aluno.

Todo sistema de educação está baseado numa concepção do homem e do mundo. São os aspectos filosóficos que dão à educação seu sentido e seus fins. A Filosofia, sendo a reflexão sistemática sobre a concepção da vida, exerce influência direta e está em estreita conexão com a Pedagogia, que é a reflexão sistemática sobre o ideal da educação e da formação humana.

Uma doutrina pedagógica, sendo um conjunto de princípios e diretrizes que orientam a ação educativa, fundamenta-se numa teoria filosófica. Dessa forma, toda pedagogia supõe uma filosofia. Como diz Butler, "o valor de nossa doutrina da educação depende do valor de nossa concepção do homem e da vida"

A Didática, por sua vez, sendo parte da Pedagogia, também está calcada numa concepção filosófica. Até o século XIX, a Didática encontrava seus fundamentos exclusivamente na Filosofia. Mas no século passado, a Psicologia começou a estruturar-se e passou a reivindicar status de ciência. Assim, a partir do final do século XIX, a Didática, que até então havia baseado seus pressupostos apenas em aspectos filosóficos, passou a buscar seus fundamentos também nas ciências do comportamento, em especial na Biologia e na Psicologia, através das pesquisas experimentais.

Referências

DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortéz, 1994.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. ANDE, Revista da Associação Nacional de Educação, n. 10, São Paulo, 1986.

OLIVEIRA, Alaíde. Nova Didática. Belo Horizonte: EDDAL, 1973.

PARRA, Nelio. Planejamento de Curículo. Revista Escola, nº 5, São Paulo, Abril, 1972.

MASETTO, Marcos. Didática a Aula como Centro. São Paulo: F.T.D, 1997.