sábado, 6 de abril de 2024

 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: PAPEL DA ESCOLA (Recorte de textos: Compilação)

A escola é concebida como mediação entre o individual e o social, capaz de exercer a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno concreto, isto é, inserido num contexto de relações sociais.

Tem como um dos principais papéis, garantir a aprendizagem dos conteúdos que permitam aos alunos compreender e participar da sociedade de forma crítica., devendo buscar o desenvolvimento a partir do(a):

a) diálogo entre professores e alunos;

b) respeito ao desenvolvimento psicológico dos educandos;

c) superação da visão de senso comum;

d) incorporação do universo cultural acumulado historicamente pela humanidade.

e) socialização do saber que “permitam alcançar o saber elaborado”.

f) mediação entre o aluno e a realidade, ocupando-se com “a aquisição de conteúdos, a formação de habilidades hábitos e convicções”.

Nessa perspectiva, o “fazer que tem como resultado um produto material, no entanto, não se separa do trabalho ‘não-material’, que consiste na produção de ideias, conceitos, valores, ou seja, na produção do saber”.

Outro ponto importante, dentro desse contexto, temos: o de difundir os conteúdos concretos e indissociáveis das realidades sociais, no que se refere:

a) Conteúdos de ensino

Conteúdos culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face às realidades sociais.

b) Métodos de ensino

Deve-se adotar métodos que favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, de modo que estes possam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade (prática social).

c) Relação professor e aluno

Parte-se do pressuposto de que o conhecimento resulta de trocas que se estabelecem na interação entre o meio (natural, social, cultural) e o sujeito, sendo o professor o mediador; relação consiste no provimento das condições em que professores e alunos possam colaborar para fazer progredir essas trocas.

REFERÊNCIAS

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 40 ed. (comemorativa). Campinas: Autores Associados, 2008.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 2006. 

 POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITO, CONTEXTUALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO (Recorte de textos: Compilação)

1) Política

Origem grega, politikó, que exprime a condição de participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), “A polis faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político”. Ligada ao governo, mas também é praticada pela sociedade civil. Formas de organização dos grupos na sociedade: econômicos, étnicos, gênero, culturais, religiosos e outros.

2) Política institucional

a) Atividade humana relacionada ao exercício do poder;

b) Abrange o Estado e municípios;

c) Integração das pessoas às ações políticas;

d) Representa decisão diante do choque de interesses.

3) Políticas Públicas – surgimento

a) Europa – tradição de estudos sobre o Estado e instituições, se distanciando da ação dos governos;

b) EUA – como área de conhecimento e disciplina acadêmica sem estabelecer teorias sobre o papel do Estado. Estudo centrado na ação dos governos;

c) Brasil – ganha visibilidade no pós-guerra a partir das novas visões sobre o papel dos governos, com a adoção de políticas restritivas de gastos.

4) Políticas Públicas – contextualização

a) Epistemologicamente – significa participação do povo nas decisões da cidade e do território;

b) Ao logo da história a participação foi se construindo de forma direta ou indireta (representação);

c) O agente fundamental no acontecimento da política pública sempre foi o Estado.

5) Políticas Públicas – definição

a) Mead (1995) – Campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas;

b) Lynn (1980) – Conjunto específico de ações do governo que irão produzir efeitos específicos;

c) Peters (1986) – Soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vidas dos cidadãos;

d) Dye (1984) – O que o governo escolhe fazer ou não fazer;

e) Laswel (1958) – Responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz.

 TIPOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS (Recorte de textos: Compilação)

Exclusiva do governo (formulação, deliberação, implementação e monitoramento). Azevedo (2003, p. 38) define que “[...] política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”.

1) Redistributivas

Redistribuição de renda na forma de recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços públicos. Ex: bolsa-escola, bolsa-universitária, cesta básica, renda cidadã, isenção de IPTU e de taxas de energia e/ou água para famílias carentes.

2) Distributivas

Ações cotidianas que todo e qualquer governo precisa fazer. Ligada à oferta de equipamentos e serviços de acordo com a demanda social ou a pressão dos grupos de interesse. Ex: podas de árvores, os reparos em uma creche, a implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre outros.

3) Regulatórias

Ligada ao campo de ação do poder legislativo. Elaboração das leis que autorizarão os governos a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou distributiva. Esse tipo de política possui importância fundamental, pois é por ela que os recursos públicos são liberados para a implementação das outras políticas

 PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO DE AÇÃO EDUCATIVA – Masetto, 2007 (Recorte de textos: Compilação)

1) Planejamento em uma escola

A organização das ações da escola, da direção, dos professores, do conselho escolar, dos funcionários e dos alunos, buscando alcançar metas e objetivos educacionais bem definidos. Em vista das ações e objetivos bem definidos, a eficiência dos recursos e o acompanhamento através de uma avaliação continuada (feedback).

2) O ato de planejar

Consiste em uma atividade intencional que se busca determinar fins, que torna presentes e explícitos nossos valores, crenças; como vemos o homem; o que pensamos da educação, do mundo, da sociedade. Por isso, é um ato político-ideológico. É definir a filosofia de educação que orientará a atividade educativa.

3) Planejamento: instrumento de aprendizagem

É um instrumento útil de trabalho para professores e alunos. Existe para resolver (e não criar) problemas. Serve de roteiro para as ações do professor e dos alunos em aula e, como tal, acompanha a execução diária do que foi combinado. Adequar atividades ao tempo disponível, selecionar conteúdos, técnicas e estratégias e avaliar conforme os objetivos definidos e dentro dos limites existentes.

4) Plano de ensino-aprendizagem

Denominado também plano de curso ou plano de unidades didáticas, é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano ou semestre. Trata-se de um documento elaborado para cada uma das disciplinas que compõem o currículo escolar, no qual deve prever a organização sequencial da ação do professor em vista da aprendizagem do aluno e do cumprimento do Projeto Político Pedagógico e da Proposta Pedagógica.

REFERÊNCIA

MASETTO, Marcos. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 2007.

 COMPONENTES DO PLANO DE ENSINO – Masetto, 2007 (Recorte de textos: Compilação)

1) Identificação

Apontar suas características, discriminar a que disciplina ou atividade se refere, quais as condições básicas em que será realizado, para quantas turmas, quem é o professor responsável, carga horária, etc.

2) Objetivos

São metas estabelecidas ou resultados determinados. Indicam aquilo que um aluno deverá ser capaz de fazer através de seu desempenho em atividades de uma determinada escola, disciplina ou mesmo de uma aula. O estabelecimento de objetivos orienta o professor para selecionar o conteúdo, escolher as estratégias de ensino e elaborar o processo de avaliação.

3) Conteúdos

Trata-se de um conjunto de temas/assuntos que são estudados durante o curso em cada disciplina. Tais assuntos são selecionados a partir da definição dos objetivos.

Alguns critérios na seleção dos conteúdos, devem trazer assuntos: atuais e atualizados e despertem o interesse e a curiosidade do aluno e adequados à sua faixa etária; que se relacionem com a vida e a realidade do aluno; que permitem integrar conhecimentos de várias áreas, disciplinas, superar a fragmentação do saber; que apontem para o futuro e que permitam diferentes ângulos de análise ou interpretações.

4) Avaliação

A avaliação é entendida como o resultado de testes, provas, trabalhos ou pesquisas que são dadas ao aluno e aos quais se atribui uma nota ou conceito. Acompanha todo o processo de aprendizagem e não só um momento privilegiado.

É um instrumento de feedback contínuo para o educando e para todos os participantes. Deve se coloca como elemento integrador e motivador e não como uma situação frequentemente carregada de ameaça, pressão ou terror.

Acontece em todas as atividades com as informações do aluno, de seus colegas, do professor e da comunidade circundante. Abrange o desempenho do aluno, do professor e a adequação do programa.

5) Bibliografia

São os textos a partir dos quais os estudos serão realizados. Podem ser livros, revistas, jornais, poemas, romances, artigos, letras de música, peças teatrais, textos escritos por professores, alunos, etc.

Bibliografia básica: Se refere aos textos que serão estudados e utilizados em aula. Poderá ser um dos textos trabalhados como complementação com outros.

Bibliografia complementar: Amplia os horizontes do conhecimento permitindo um certo aprofundamento naquele tema ou tópico específico.

REFERÊNCIA

MASETTO, Marcos. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 2007.