Era
digital e Educação: Avanços e contradições (Pontos de reflexões)
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
Na atualidade, a era digital, vem possibilitando
com muita rapidez a troca de informações e o compartilhamento de conteúdo,
mudando cada vez mais a forma como as pessoas pensam, se comunicam, criam,
produz, e nesse contexto, acaba influenciando, a cada dia, de maneira decisiva,
especialmente no aprender a viver de cada pessoa, com afirma Almeida e Silva (2011):
A disseminação e uso
de tecnologias digitais, marcadamente dos computadores e da internet, favoreceu
o desenvolvimento de uma cultura de uso das mídias e, por conseguinte, de uma
configuração social pautada num modelo digital de pensar, criar, produzir, comunicar,
aprender – viver. E as tecnologias móveis e a web 2.0, principalmente, são
responsáveis por grande parte dessa nova configuração social do mundo que se
entrelaça com o espaço digital (ALMEIDA & SILVA, 2011, p. 4).
Considerando esta realidade, abre-se espaço para o
uso recursos tecnológico no ambiente educacional, tais como: Computador,
Internet, Software, Jogos digitais, Skype, Hangouts, WatsApp, Páginas da internet,
dentre outros, que acabam constituindo-se estratégias que poderão estimular o aluno no
processo ensino-aprendizagem de forma mais dinâmica e lúdica, dentro e fora do
ambiente escolar, como aponta Teixeira (2011):
O uso de toda uma gama de ferramentas dentro do
contexto de sala de aula objetiva aumentar a motivação, tanto de professores
quanto de alunos, já que possibilita uma interação diferenciada, mais
constante, na medida em que amplia as possibilidades de contato entre educandos
e educadores, não mais restrito apenas ao ambiente escolar (TEIXEIRA, 2011, p.
161).
Entretanto, o uso dos recursos tecnológico ainda
não é uma realidade em todas as escolas, sabe-se que é verdade que inúmeros
fatores contribuem para esses fatos dentre ele a falta de uma estrutura
adequada, como laboratórios de informática, salas de multimídias e equipamentos
que possam auxiliar os professores em suas aulas.
A sala de aula também ainda precisa ser dinamizada,
pois ainda precisa se adequar e deixar de ser um lugar de carteiras enfileiradas
e tornar-se um ambiente em que os professores e alunos possam realizar trabalhos
diversificados e dinâmicos com ludicidade, especialmente quando se fala no uso
das tecnologias na ambiente escolar, e, nesse sentido, CYSNEIROS (1999) alerta:
Em escolas informatizadas, tanto
públicas como particulares, tenho observado formas de uso que chamo de inovação
conservadora, quando uma ferramenta cara é utilizada para realizar tarefas que
poderiam ser feitas, de modo satisfatório, por equipamentos mais simples
(atualmente, usos do computador para tarefas que poderiam ser feitas por
gravadores, retroprojetores, copiadoras, livros, até mesmo lápis e papel). São
aplicações da tecnologia que não exploramos recursos únicos da ferramenta e não
mexem qualitativamente com a rotina da escola, do professor ou do aluno,
aparentando mudanças substantivas quando na realidade apenas mudam-se
aparências. (CYSNEIROS, 1999, p. 15-16)
Nesse sentido, é necessário, a realização de uma
implementação e utilização das tecnologias de comunicação, de forma planejada e
estruturada, que venha possibilitar maiores condições ao professor e alunos
dinamizarem o processo de ensino-aprendizagem com aulas mais criativas, mais
motivadoras e que desperte, dentro do processo ensino-aprendizagem, a
curiosidade e o desejo de aprender, conhecer e fazer descobertas.
Nesse sentido, quando se fala em uso das tecnologias
juntamente com todos os seus recursos no ambiente educacional, é necessário
considerar a proposta pedagógica da escola, dentro do Projeto Político Pedagógico
(PPP), sendo importante que todas as pessoas envolvidas no processo educacional
debatam e definam como será a utilização desses recursos e quais objetivos, considerando
os interesses e as exigências da comunidade e da sociedade.
Referências
ALMEIDA,
M. E. B. de; SILVA, M. das G. M. da. Currículo,
tecnologia e cultura digital: espaços e tempos de web currículo. Revista
e curriculum, São Paulo, v. 7, n. 1, abril. 2011.
CYSNEIROS,
Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala
de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? Informática Educativa,
v. 12, n. 1, 1999.
TEIXEIRA,
A. G. D. Um levantamento de percepções
de professores sobre a tecnologia na prática docente. Linguagens e
Diálogos, v. 2, n. 1, 2011.