terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Estágios de desenvolvimento propostos por Wallon (Tópicos)
O francês Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962), psicólogo, filósofo, médico e político, desenvolveu, dentro de seus trabalhos, estudos direcionados para desenvolvimento, relacionados aos processos mentais, afetividade e evolutivo do ser humano, no qual foi organizado em estágios, sendo estes, apresentados a segui:
Impulsivo-emocional (até um ano de idade) – Nesse estágio temos o predomínio da emoção, que dá um colorido especial às trocas que a criança realiza com seu meio, orientando suas relações com as outras pessoas e com sua ajuda, com o mundo. A criança depende totalmente das outras pessoas para sobreviver, estado esse que Wallon chama de imperícia (nada saber fazer por si). Ela está conhecendo seu próprio corpo e explorando seus movimentos, e dentro desse estágio, cada movimento representa algo para ela.
Sensório-motor e projetivo (até o terceiro ano) – Aqui nesse estágio, a criança explora o mundo físico, manipulando objetos e explorando o espaço, tendo mais autonomia. É projetivo porque ela usa os gestos para expressar seus pensamentos e se comunicar (o ato mental projeta-se em ato motor), existindo assim, o predomínio da cognição (inteligência prática e simbólica), e, utilizando a linguagem, a criança faz descobertas, que através da denominação dos objetos, tenta localizá-los e identificá-los.
Personalismo (dos três aos seis anos) – Acontece nesse estágio, a formação da personalidade e a consciência de si, que resulta das trocas que faz com outras pessoas, na diferenciação do eu outro. “[...] é pela expulsão do que há de alheio dentro de si que se fabrica o Eu”. (DANTAS, 1990, p.94). Aí aparece primeiro a oposição ao outro, quando busca se firmar contradizendo e confrontando as outras pessoas, surgindo então a sedução ou idade da graça, como chama Wallon. A criança quer ser admirada, apreciada pelos outros. Depois surge a imitação, pela qual ela cria personagens representando pessoas que admira, representando papéis para realizar isso. Nessa fase há o predomínio da afetividade sobre a cognição.
Categorial (dos seis aos onze anos) – Dá-se nesse estágio, a consolidação da função simbólica e diferenciação da personalidade, iniciada no estágio anterior. Nesse estágio a criança volta-se para o mundo, tentando conquistá-lo. Isso acontece junto com o processo de escolarização, quando as exigências da família e da escola fazem com que a criança desempenhe papéis variados. Nessa fase há o predomínio da cognição, e o desenvolvimento da inteligência infantil é enorme.
Puberdade e adolescência (dos onze aos dezesseis anos) – Ocorrem nesse estágio, as modificações fisiológicas provocadas pelo amadurecimento sexual, bem como mudanças psicológicas, trazendo à tona questões pessoais, morais e existenciais. As transformações do corpo acentuam as diferenças entre os dois sexos, e é necessário que o esquema corporal seja reorganizado pelos jovens. Passa a ser afetivo o predomínio desse estágio e, no processo de desenvolvimento a pessoa deverá, por meio de seu potencial intelectual, reconhecer um eu diferenciado e, ao mesmo tempo, integrado.
Referência
TENREIRO, Maria Odete Vieira. Psicologia da educação. Ponta Grossa: Ed.UEPG, 2009.
*Compilação: Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos

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