PRÁTICA
DE LEITURA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Profa. Esp. Marline dos S.
F. Ferreira
A prática da leitura é de
grande relevância no desenvolvimento infantil, pois ao contar uma história,
desperta a atenção, imaginação e gosto pela leitura, contribuindo na formação
intelectual e afetiva mediante a interação com o meio em que vive. É nesse contexto,
que o ensinante precisa apoderar-se da literatura de forma criativa,
proporcionando ao aprendente atividades lúdicas e significativas no processo de
aprendizagem a partir de ações dinâmicas e eficazes. Assim, o ato de ler deve
primar os interesses do leitor, considerando as vertentes que o contato com o
conhecido e o desconhecido possibilita ao sujeito encontra-se no texto e
adquirir modos alternativos de ser e viver.
Tendo em vista as funções
lúdicas da leitura, que favorece a aprendizagem não só do vocábulo, mais também
da linguagem expressiva, que consequentemente contribui na compreensão de
mundo, pode oportunizar a criança com necessidades especiais a inclusão no
mundo da leitura e do mundo real. Daí sua importância na alfabetização, período
no qual é marcado pelo aparecimento da linguagem, que causa modificações nos
aspectos: intelectual, afetivo e social da criança.
Dessa forma, a literatura pode suscitar
prazer emoção e diversão, estabelecendo formação socioeducativa com
alternativas capazes de otimizar a prática pedagógica dos docentes, visando o
desenvolvimento da linguagem e inclusão da criança com necessidades especiais.
E nesse sentido, é no exercício da linguagem que a criança a desenvolve,
portanto, as possibilidades de diálogo – entre adultos, educador/aluno, entre
aluno e seus pares – é fator decisivo para o seu desenvolvimento linguístico.
Nos trabalhos dedicados ao ensino especial, VYGOTSKY (1984) enfatiza que:
[...] os instrumentos
linguísticos, qualquer que seja sua forma, determinam desenvolvimento. Todos os
sistemas (Braille, Língua de Sinais, datilologia, etc.). Eles permitem a uma
criança internalizar a linguagem e a desenvolver aquelas funções mentais
superiores para as quais a linguagem serve como base.
Nesse aspecto, o surgimento
e desenvolvimento da linguagem implicam além da possibilidade de necessidade de
se expressar o que é provocado pelo enfrentamento de situações práticas, que
impulsionem e motivem o sujeito a “falar”. Isto seria válido, tanto para o
aprendizado de palavras quanto para a construção de enunciados. Dessa forma, a linguagem pressupõe dialogia,
e se há uma relação íntima entre linguagem e pensamento, entre linguagem e
atividade prática, uma forma bastante profícua de os educadores promoverem o
desenvolvimento cognitivo de seus alunos é criar situações práticas que os
motivem a interagir e exercitar a linguagem.
Conforme VYGOTSKY (1984), o
desenvolvimento humano é um processo de apropriação, por parte do indivíduo e
das experiências em sua cultura. Enfatiza ainda, a importância da ação, da
linguagem e dos processos interativos na construção das estruturas mentais
superiores na qual a condição para que a criança passe por transformações
essenciais ao seu desenvolvimento intelectual, sustentando-se na qualidade das
interações sociais, contrapondo à situação de isolamento vivenciada pelas
crianças com necessidades educativas especiais.
Deste modo, novas realidades e novos
paradigmas emergem na sociedade atual, sendo mais permeável à diversidade
questionando seus mecanismos de segregação e vislumbrando novos caminhos de
inclusão social da pessoa com deficiência, sendo necessária a realização de
práticas que visem desenvolver habilidade de leitura na criança, de dar real
valor ao ato de ler, objetivando desenvolver estratégias de ensino-aprendizagem
que viabilizem a aquisição da leitura com crianças portadoras de necessidades
educativas especiais, estimulando o prazer e a valorização da mesma,
possibilitando a comunicação oral e escrita.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA,
Geraldo Peçanha. Práticas de
Alfabetização e letramento. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BOZZA,
Sandra. Ensinar a Ler e a Escrever:
Uma Possibilidade de Inclusão Social. 1 ed. São Paulo: Editora Melo, 2008.
CARVALHO,
Marlene. Alfabetizar e letrar: um
diálogo entre a teoria e a prática. 4 ed. Petrópolis-RJ: São Paulo, 2007.
FREITAS,
M. T. de A. Vygotsky e Bakhtin: Psicologia
e educação – um intertexto. São Paulo: Ática, 1994.
PAIN Sara. Diagnóstico
e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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