RECURSOS
DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ESPECÍFICOS PARA AS PESSOAS SURDAS: O MULT-TRILHAS
E DICIONÁRIO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
ADONIAS OLIVEIRA SANTOS
ANTONIO FRANCISCO ALVES DA SILVA
CÍCERO BRITO DE ANDRADE
FRANCISCO DAS CHAGAS MORAES DOS SANTOS
INTRODUÇÃO
Para
os surdos os recursos tecnológicos são, ainda, uma alternativa de comunicação e
aprendizagem. Oferecer essa possibilidade de usufruir novas oportunidades de
interação maior e melhor contribui também para que sejam mais participativos na
sociedade. O uso do computador e da internet abriu novas possibilidades de
comunicação principalmente por serem tecnologias visualmente acessíveis, o que
é atraente para o surdo (VAZ, 2012).
O
presente trabalho trás dois recursos de tecnologia de informação específicos
para as pessoas surdas, com base na Libras: “O mult-trilhas e o Dicionário da
Língua Brasileira de Sinais” para realizar uma avaliação dos softwares e dos critérios de acessibilidade para o surdo, conforme “VAGNER
MACHADO VAZ”, destacando o funcionamento e a funcionalidade, a
relevância comunicativa e cultural.
A
chegada do computador aponta para novos horizontes e para a necessidade de
introduzir os alunos no mundo digital. O desafio digital fez com que as aulas
de informática surgissem nas escolas e em outros espaços de ensino. Esse
movimento se deu na educação dos ouvintes, e também na dos surdos, pois se
percebia que uma tecnologia visual trazia para essa população um novo campo de
inclusão.
Porém, se as novas tecnologias revolucionam o mundo das
comunicações e podem fazer com que ele seja mais acolhedor para os surdos,
permanecem grandes dificuldades quanto à incorporação desses avanços a vida da
maioria deles. O acesso aos equipamentos é uma delas. Mas, como também, é uma
característica própria desses meios a rapidez com que se incorporam a vida das
pessoas, pelo barateamento e simplificação, nesse momento, mesmo no Brasil,
esse obstáculo vai sendo superado (ROSSI, 2010) .
Contudo, outra barreira importante dificulta
a total acessibilidade por parte dos surdos às novas tecnologias: elas são
visuais, mas em sua grande maioria, demandam sujeitos alfabetizados. A
população surda, em nosso país e na maioria dos paises, é em grande parte, compostas
de analfabetos funcionais na escrita da língua oral do próprio país e as
produções em Libras exigem a disponibilidade de vários artefatos de cultura
como câmeras, vídeos, tradutores, intérpretes etc.
TECNOLOGIA NA
EDUCAÇÃO PARA
AS PESSOAS SURDAS: O MULT-TRILHAS E DICIONÁRIO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.
O termo: tecnologia tem sua origem etimológica na palavra
grega "Téchné" que
significa "saber fazer". Para o professor, que vai fazer e ensinar a
fazer, a utilização de um computador deve, antes de mais nada, resultar de uma
escolha baseada no conhecimento das possibilidades oferecidas pela máquina cuja
utilização precisa de um projeto adequado e de um ambiente de aprendizagem
dotado da necessária estrutura (ROSSI, 2010) .
A
Internet é mais uma criação social do que uma técnica. A tecnologia da
informática é uma ferramenta que permite diminuir dificuldades ligadas à
distância, problemas de deslocamento dos participantes, disponibilidade de
especialistas etc. A maior parte do tempo, o esforço é colocado na realização
de um substituto honesto de um encontro presencial. Outra evidência que se
coloca é a de desenvolver a autonomia e a participação dos envolvidos.
Entre as novas tecnologias, o microcomputador
ocupa um lugar de destaque pelo poder de processamento de informação que
possui. O computador é ao mesmo tempo uma ferramenta e um instrumento de
mediação. É uma ferramenta porque permite ao usuário construir objetos
virtuais, modelar fenômenos em quase todos os campos de conhecimento.
Para
aplicar tecnologia na Educação Especial é necessário, antes de tudo, conhecer o
usuário, e modelar o ambiente, que incluí a proposta pedagógica, ajudas
técnicas, e tecnologias assistivas e adaptativas.
Sobre
o computador na educação, Ramon de Oliveira (1997) diz que, embora não haja
provas firmes sobre seu potencial como ferramenta pedagógica, o contato regrado
e orientado pode acelerar o desenvolvimento. Diz ainda que não será só o
computador que atingirá esse objetivo, mas que ele traz o elemento motivacional
a todos os envolvidos no processo educacional.
Os
alunos ganham autonomia, mais claramente desenvolvendo suas atividades e o
aprendizado individualizado, e se tornam mais criativos, graças a grande
variedade de ferramentas disponíveis, entre software e hardware.
O
contato da criança com o computador no ambiente educacional, trazendo consigo o
elemento motivacional para alunos e professores, pode contribuir na aceleração
de seu desenvolvimento intelectual e cognitivo, raciocínio lógico e capacidade
de encontrar soluções para problemas.
Esse
ambiente mais enriquecedor que o computador proporciona possibilita que pessoas
com necessidades especiais tenham uma interação maior e de melhor qualidade com
o mundo.
O
Mult-Trilhas é um material educativo idealizado principalmente, mas não exclusivamente,
para auxiliar crianças surdas no processo inicial de aquisição da segunda
língua-Português escrito. Com ele, e possível trabalhar verbos, substantivos,
adjetivos e pronomes em duas línguas: Língua Brasileira de Sínais-Libras e
Português, apresentadas em um contexto temático.
Fonte:
http://www.multi-trilhas.com/
O
Mult-Trilhas é oferecido em algumas versões: um jogo Multimídia e uma versão
concreta, para mesa ou piso. Ambas as versões do Mult-Trilhas apresentam três
cenários da cidade do Rio de Janeiro - Jardim Zoológico, Pão de Açúcar e
Quartel Central do Corpo de Bombeiros - e permitem que sejam trabalhados
percursos, ações, repetições, deslocamentos, além de conceitos, raciocínios,
interação e tomada de decisão, entre outros aspectos.
O
Dicionário da Língua Brasileira de Sinais que esta disponível na internet é de
grande relevância para a nossa aprendizagem e assim proporcionar a comunicação
através destes sinais.
Para
Vygotsky (2005), a linguagem que esta presente em dicionários é o veículo
primordial da mediação. É com a comunicação lingüística que o homem ressalta
aquilo que é importante em seu contexto social. O que é importante numa
sociedade é algo que foi construído ao longo da história de uma comunidade,
esse algo pode não ser importante para outro grupo social.
O homem
sente e percebe aquilo que está à sua volta, mas o sentido se dá num movimento
de significação social e partilhada que lhe permita representar o real (as
coisas) por meio de um sistema sígnico (por exemplo, as línguas orais e
escritas).
Fonte:
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
ALGUNS CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE PARA O SURDO
Mesmo
sem critérios específicos, essas redes sociais atendem uma comunidade com
necessidades específicas, deve haver itens que favoreçam a usabilidade. Celina
Oliveira, Costa e Moreira (2001) estabelecem critérios para programas
educativos e ambientes informatizados de aprendizagem, e a análise desses
critérios contribui para entender o apelo das redes sociais como o Facebook à
comunidade surda.
· Universalidade
da linguagem, abrangendo um público alvo amplo;
· Navegabilidade,
facilidade para buscar as partes;
· Layout
de tela, visual adequado, texto bem distribuído, imagens e animações, falas
adequadas ao conteúdo;
· Quantidade
adequada de elementos em tela, para captar a atenção do usuário sem sobrecarga;
· Legibilidade,
diferentes usuários entendem o programa;
·
Rastreabilidade, o usuário encontra seu
caminho no programa.
A
grande aceitação e uso dessas redes pelos usuários surdos revela, além de
critérios de aceitação, a existência de interatividade e afetividade nesse
ambiente.
Por
permitir que se comuniquem por imagens e textos curtos, permite também que usem
o ambiente sem grande domínio da língua portuguesa.
A
predominância de fotos, vídeos, ícones, e texto curto possibilita maior
compreensão, e essa grande presença do visual atende o principal critério da
leitura desse grupo.
AVALIAÇÃO DO SOFTWARE
Criar
o software para o usuário surdo necessita dos cuidados discutidos, e
caracterizar avaliar o que é oferecido é essencial para que alcance o objetivo.
As
seguintes possibilidades, apesar de apenas algumas delas, podem ser pensadas ao
realizar essa avaliação:
· O
formato de exibição na tela é adequado?
· A
densidade de informações por tela é adequada?
· As
mensagens usam vocabulário e sinais simples e adequados ao usuário?
· A
língua de sinais, e a escrita da língua de sinais, são adequadas?
· O
programa adapta-se às necessidades do usuário?
· Oferece
estímulos motivadores?
REFERÊNCIAS
Dicionário da Língua
Brasileira de Sinais. Disponível <
http://www.acessobrasil.org.br/libras/>acessado em 18/12/2013.
Mult-Trilhas.
Disponivel. < http://www.multi-trilhas.com/>. Acessado em 18/12/2013.
OLIVEIRA, Celina
Couto de; COSTA, José Wilson da; MOREIRA, Mercia. Ambientes Informatizados
de Aprendizagem: Produção e Avaliação de Software Educativo. Campinas:
Papirus, 2001.
OLIVEIRA, Ramon de. Informática
Educativa: Dos planos e discursos à sala de aula. Campinas: Papirus, 1997.
ROSSI, Marianne Stumpf. Educação
de Surdos e Novas Tecnologias. Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
VAZ, Vagner Machado. O Uso da Tecnologia na Educação do Surdo
na Escola Regular. Faculdade de Tecnologia de São Paulo, São
Paulo, 2012.
VYGOTSKY,
Lev Semenovitch, 1896-1934. Pensamento e linguagem. Trad.
Jefferson Luiz Camargo. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2005.
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