UMA REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DIDÁTICO
Profa. Esp.
Cleide Coelho do Nascimento
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
O Livro Didático
Os livros didáticos normalmente são produzidos de acordo com as
legislações em vigor e são modificados de acordo com concepções educacionais
vigentes, e no nosso caso, temos como principal referência os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997).
Neste contexto os livros didáticos não podem inserir a matemática tal e
qual é tratada em níveis superiores, sendo imprescindível que os autores de
livros façam a transformação do saber matemático na perspectiva de adequar os
conteúdos aos interesses e necessidades dos alunos de forma que os objetos
inseridos não percam suas propriedades. Essa transformação é denominada
Transposição didática.
Se o conjunto das transformações sofridas pelo saber for visto num
processo mais amplo, então a transposição didática poderá ser analisada a
partir de três tipos de saberes, que correspondem a uma fase inicial desse
saber e suas transformações:
· Científico – saber
normalmente desenvolvido nas universidades ou institutos de pesquisa. O seu
reconhecimento e a defesa de seus valores são particularmente sustentados por
uma cultura científica.
· Saber a ensinar – para
viabilizar a passagem do saber escolar é necessário um trabalho didático
efetivo, a fim de proceder a uma reformulação visando à prática educativa,
obtendo-se o que é definido como saber a ensinar. Esse saber é ligado a uma
forma de didática que serve para apresentar o saber ao aluno. Ele envolve
redescoberta do saber e está quase sempre presente nos livros didáticos, nos
programas e outros materiais de apoio.
· Saber ensinado – o
processo de ensino resulta no saber ensinado. Para o professor é aquele
registrado em seu plano de aula e que não necessariamente coincide com aquela
intenção prevista nos objetivos programados para o saber a ensinar.
Considerações
Ao se produzir um livro didático, tendo o aprendizado como meta e
finalidade não se podem conceber a ideia de transmitir aos alunos o conhecimento
científico (saber) sem recontextualizar sua aplicabilidade no cotidiano, pois a
questão da aprendizagem e do ensino da matemática implica uma reflexão sobre o
saber acumulado dessa ciência, tendo em vista
que o saber científico da forma como é concebido no nível superior deve
sofrer modificações de modo a se adequar as necessidades inerentes quanto às
capacidades cognitivas dos alunos.
Referências
ALMOULOUD,
Saddo Ag. Fundamentos da Didática da
Matemática. Curitiba: UFPR, 2007.
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto.
Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais – matemática. 1997.
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto.
Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros
curriculares nacionais – matemática. 1997.
IBERNON, Francisco. Formação Continuada de Professores: Porto
Alegre: Artemed, 2010.
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