terça-feira, 6 de janeiro de 2015

UMA REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DIDÁTICO
Profa. Esp. Cleide Coelho do Nascimento
Prof. Esp. Francisco das C. M. dos Santos
O Livro Didático
Os livros didáticos normalmente são produzidos de acordo com as legislações em vigor e são modificados de acordo com concepções educacionais vigentes, e no nosso caso, temos como principal referência os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997).
Neste contexto os livros didáticos não podem inserir a matemática tal e qual é tratada em níveis superiores, sendo imprescindível que os autores de livros façam a transformação do saber matemático na perspectiva de adequar os conteúdos aos interesses e necessidades dos alunos de forma que os objetos inseridos não percam suas propriedades. Essa transformação é denominada Transposição didática.
Se o conjunto das transformações sofridas pelo saber for visto num processo mais amplo, então a transposição didática poderá ser analisada a partir de três tipos de saberes, que correspondem a uma fase inicial desse saber e suas transformações:
·      Científico – saber normalmente desenvolvido nas universidades ou institutos de pesquisa. O seu reconhecimento e a defesa de seus valores são particularmente sustentados por uma cultura científica.
·      Saber a ensinar – para viabilizar a passagem do saber escolar é necessário um trabalho didático efetivo, a fim de proceder a uma reformulação visando à prática educativa, obtendo-se o que é definido como saber a ensinar. Esse saber é ligado a uma forma de didática que serve para apresentar o saber ao aluno. Ele envolve redescoberta do saber e está quase sempre presente nos livros didáticos, nos programas e outros materiais de apoio.
·      Saber ensinado – o processo de ensino resulta no saber ensinado. Para o professor é aquele registrado em seu plano de aula e que não necessariamente coincide com aquela intenção prevista nos objetivos programados para o saber a ensinar.
Considerações
Ao se produzir um livro didático, tendo o aprendizado como meta e finalidade não se podem conceber a ideia de transmitir aos alunos o conhecimento científico (saber) sem recontextualizar sua aplicabilidade no cotidiano, pois a questão da aprendizagem e do ensino da matemática implica uma reflexão sobre o saber acumulado dessa ciência, tendo em vista  que o saber científico da forma como é concebido no nível superior deve sofrer modificações de modo a se adequar as necessidades inerentes quanto às capacidades cognitivas dos alunos.
Referências
ALMOULOUD, Saddo Ag. Fundamentos da Didática da Matemática. Curitiba: UFPR, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – matemática. 1997.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros curriculares nacionais – matemática. 1997.
IBERNON, Francisco.  Formação Continuada de Professores: Porto Alegre: Artemed, 2010.

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