A ANÁLISE DA FORMA LÓGICA DAS SENTENÇAS (Filosofia da
Linguagem – Resumo de Aula 03)
INTRODUÇÃO
Ludwig
Wittgenstein e o Tractatus Lógico – Philosophicus (1922) e Investigações
Filosóficas (1953 – obra póstuma) que influenciaram dois movimentos: o
Neo-positivismo do Círculo de Viena (pela analises lógica do Tractatus) e A
Filosofia da Linguagem ordinária desenvolvida em Oxford nos anos 40 inspirada
na segunda obra.
1.
PRIMEIRO LUDWIG WITTGENSTEIN
Tese
sobre a relação entre linguagem e mundo – (os sinais que usamos para nos
comunicar e o mundo), para o autor nomes ou termos singulares se referem
diretamente ao objeto (apesar de aceitar que uma sentença tem um sentido e uma
referencia). A noção de mundo em Ludwig Wittgenstein é bem peculiar, para ele o
mundo é uma totalidade dos fatos e não dos objetos (coisas).
Fatos
– são estados de coisa que subsistem, e esses estados de coisas subsistentes
são representados pelos enunciados ou sentenças verdadeiras.
Sentença
– Funciona como uma imagem de um Estado de Coisa e o Estado de Coisa é o
conjunto de objetos em relação uns com os outros, e tais estados de coisa podem
subsistir ou não (sentenças ou enunciados verdadeiros são imagens de estado de
coisas que subsistem e sentenças falsas são imagens de coisa que não
subsistem). As sentenças mostram seu sentido independentemente de ter o estado
de coisas correspondente no mundo, independentemente de ser verdadeira, por
isso podemos nos comunicar mesmo sem verificar o valor de verdade da sentença.
Teoria
figurativa do Significado - Tomando os nomes e as sentenças como imagem de
objetos e estado de coisas. Ludwig Wittgenstein, entende a linguagem como
imagem do mundo (a linguagem como figuração do mundo e o mundo que é figurado
por ela), sendo a forma lógica a parte comum entre o mundo e a linguagem.
Forma
lógica – responsável por tornar possível a própria capacidade de afigurar o
mundo.
Papel
da filosofia – Para Ludwig Wittgenstein, o papel da filosofia não é o de
elaborar proposições ou enunciados filosóficos, mas é o de tornar claro os
enunciados. O fim (objetivo) da Filosofia é o esclarecimento lógico dos
pensamentos, a Filosofia não é uma teoria, mas uma atividade.
Tabela
de Verdade (Ludwig Wittgenstein) – enunciados atônicos e isolados e as relações
lógicas que se estabelecem entre tais enunciados. O valor de verdade das
sentenças compostas dependerá do valor de verdade das sentenças componentes ou
atômicas (conjunções, disjunções e implicações dependem do valor de verdade dos
enunciados em questão), recorrendo, Ludwig Wittgenstein, ao princípio de
composicionalidade (princípio de Frege).
Princípio
de Frege – Segundo o mesmo, a referência de uma assertiva completa (exemplo:
Ana Jance nasceu em São Luis), seu valor de verdade depende de que os nomes que
a compõem tenham também uma referência (a referência de uma sentença depende da
referência dos nomes que a compõem), e como a referência da expressão como um
todo depende da referência de cada um de seus componentes. Nesse sentido as
tabelas de verdade utilizadas pela lógica formal, exprimem as condições de
verdade de um enunciado (do enunciado ser verdadeiro, sendo o sentido de uma
frase, entendido como suas condições de verdade).
Semântica
de Ludwig Wittgenstein – A semântica apresentada no Tractatus, tem tanto uma
dimensão intensional quanto uma dimensão extensional. A palavra Intensão, diz
respeito às condições de verdade do enunciado e Extensão diz respeito ao valor
de verdade de um enunciado.
Dimensão
intensional – O sentido de um enunciado será a situação descrita pelo
enunciado, cabendo à lógica precisar o significado através do rigor de suas
definições.
Distinção
entre os tipos de enunciados (Ludwig Wittgenstein com base na Dimensão
intencional) – a) Enunciados com sentidos, que tem suas condições de verdades
bem definida, descrevendo assim, estado de coisas; b) Enunciados destituídos de
sentidos, como os enunciados da lógica; c) Tautologias e Contradições, que ao
serem sempre verdadeiro ou falso, independem das coisas do mundo; d) Enunciados
sem sentido, enunciados da ética, metafísica e estética. Estes enunciados não
pertencem ao mundo figurado, os fatos que compõem o mundo precisam ser formulados
logicamente para serem ditos.
O
método correto da filosofia (segundo Ludwig Wittgenstein) – seria: nada dizer
se não o que se pode dizer, portanto, proposição da ciência natural, então,
sempre que alguém pretendesse dizer algo de metafísico mostra-lhe que não
conferia significado a certos sinais em suas proposições.
2
NEO-POSITIVISMO DO CIRCULO DE VIENA E AS CONDIÇÕES DE VERIFICABILIDADE
Desenvolvimento
Maximo de uma tendência teórica austríaca (início com Ernst Mach e Franz
Brentano). Em 1922 Moritz Schlick (assumiu um catreda na universidade de Viena,
reunido em torno de si um grupo diversos de intelectuais, que apesar de
preservar particularidade em suas pesquisas individuais deram corpo ao que veio
a ser conhecido como Neo-positivismo ou Positivismo Lógico, em destaque para
Hans Hans, Otto Neurath, Fridrich Weismann, Rudoulf Carnap e Alfred Ayer),
influenciado por Ludwig Wittgenstein.
Critério
de verificação para a linguagem – Tem como objetivo distinguir enunciados que
descrevem fatos efetivamente de enunciados considerados sem sentidos por não
descreverem dados de fato. Tal distinção separaria enunciados aceitos na
ciência daqueles não científicos e que estariam no âmbito da metafísica.
OTTO
NEURATH
Otto
Neurath (discordou de Ludwig Wittgenstein), defendia postura céticas as suas
ideias, a exemplo: ao assumir que a linguagem esta dentro do mundo ao invés de
ser algo fora do mundo (como sustentava Ludwig Wittgenstein).
RUDOLF
HALLER
Pontos
de influencias de Ludwig Wittgenstein no círculo de Viena – Rudolf Haller
menciona três pontos de influencia do pensamento de Ludwig Wittgenstein: 1) A
sua interpretação da lógica e das proposições lógicas (sustentava que os
enunciados lógicos são sempre necessários) 2) Teoria das proposições empíricas
(tese que estabelece que não há nada de apriore em nossa experiência, os
enunciados para serem empíricos dependem que as condições que o tornem
verdadeiros sejam conhecidas, não se trata apenas de definir a verdade ou
falsidade de uma sentença, mas de verificar as condições que as tornem
verdadeiras) e 3) Definição de Filosofia, para ele a filosofia não estabelece
teses por não ser uma teoria, e sim funcionando como uma analise das dimensões
mais profundas da linguagem e tem como objetivo o esclarecimento da linguagem).
RUDOLF
CARNAP
Rudolf
Carnap (1891 – 1970) – elaborou a distinção a dimensão intensional e
extensional de um enunciado, do sentido e referência. Para o mesmo, a intensão
de um nome é o conceito individual e sua extensão é o objeto designado; a
intensão de um predicado é um conceito de sua extensão que é a classe de objeto
que cai sobre esse conceito. (Cair sob um conceito. Exemplo: O conceito ser
quadrúpede, cai sobre uma série de objetos, como, cavalo, gatos, etc, é o caso
quando determinados objetos fazem parte da extensão de um determinado
conceito).
Em
enunciados ou frases (pensamento de Rudolf Carnap) também é aplicada a
distinção, assim, a intensão de um enunciado é uma proposição, e sua extensão é
o seu valor de verdade.
Referência
BRAIDA, Celso Reni. Filosofia da linguagem. Florianópolis:
UFSC, 2009.
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