segunda-feira, 6 de março de 2017

A ANÁLISE DA FORMA LÓGICA DAS SENTENÇAS (Filosofia da Linguagem – Resumo de Aula 03)
INTRODUÇÃO
Ludwig Wittgenstein e o Tractatus Lógico – Philosophicus (1922) e Investigações Filosóficas (1953 – obra póstuma) que influenciaram dois movimentos: o Neo-positivismo do Círculo de Viena (pela analises lógica do Tractatus) e A Filosofia da Linguagem ordinária desenvolvida em Oxford nos anos 40 inspirada na segunda obra.
1. PRIMEIRO LUDWIG WITTGENSTEIN
Tese sobre a relação entre linguagem e mundo – (os sinais que usamos para nos comunicar e o mundo), para o autor nomes ou termos singulares se referem diretamente ao objeto (apesar de aceitar que uma sentença tem um sentido e uma referencia). A noção de mundo em Ludwig Wittgenstein é bem peculiar, para ele o mundo é uma totalidade dos fatos e não dos objetos (coisas).
Fatos – são estados de coisa que subsistem, e esses estados de coisas subsistentes são representados pelos enunciados ou sentenças verdadeiras.
Sentença – Funciona como uma imagem de um Estado de Coisa e o Estado de Coisa é o conjunto de objetos em relação uns com os outros, e tais estados de coisa podem subsistir ou não (sentenças ou enunciados verdadeiros são imagens de estado de coisas que subsistem e sentenças falsas são imagens de coisa que não subsistem). As sentenças mostram seu sentido independentemente de ter o estado de coisas correspondente no mundo, independentemente de ser verdadeira, por isso podemos nos comunicar mesmo sem verificar o valor de verdade da sentença.
Teoria figurativa do Significado - Tomando os nomes e as sentenças como imagem de objetos e estado de coisas. Ludwig Wittgenstein, entende a linguagem como imagem do mundo (a linguagem como figuração do mundo e o mundo que é figurado por ela), sendo a forma lógica a parte comum entre o mundo e a linguagem.
Forma lógica – responsável por tornar possível a própria capacidade de afigurar o mundo.
Papel da filosofia – Para Ludwig Wittgenstein, o papel da filosofia não é o de elaborar proposições ou enunciados filosóficos, mas é o de tornar claro os enunciados. O fim (objetivo) da Filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos, a Filosofia não é uma teoria, mas uma atividade.
Tabela de Verdade (Ludwig Wittgenstein) – enunciados atônicos e isolados e as relações lógicas que se estabelecem entre tais enunciados. O valor de verdade das sentenças compostas dependerá do valor de verdade das sentenças componentes ou atômicas (conjunções, disjunções e implicações dependem do valor de verdade dos enunciados em questão), recorrendo, Ludwig Wittgenstein, ao princípio de composicionalidade (princípio de Frege).
Princípio de Frege – Segundo o mesmo, a referência de uma assertiva completa (exemplo: Ana Jance nasceu em São Luis), seu valor de verdade depende de que os nomes que a compõem tenham também uma referência (a referência de uma sentença depende da referência dos nomes que a compõem), e como a referência da expressão como um todo depende da referência de cada um de seus componentes. Nesse sentido as tabelas de verdade utilizadas pela lógica formal, exprimem as condições de verdade de um enunciado (do enunciado ser verdadeiro, sendo o sentido de uma frase, entendido como suas condições de verdade).
Semântica de Ludwig Wittgenstein – A semântica apresentada no Tractatus, tem tanto uma dimensão intensional quanto uma dimensão extensional. A palavra Intensão, diz respeito às condições de verdade do enunciado e Extensão diz respeito ao valor de verdade de um enunciado.
Dimensão intensional – O sentido de um enunciado será a situação descrita pelo enunciado, cabendo à lógica precisar o significado através do rigor de suas definições.
Distinção entre os tipos de enunciados (Ludwig Wittgenstein com base na Dimensão intencional) – a) Enunciados com sentidos, que tem suas condições de verdades bem definida, descrevendo assim, estado de coisas; b) Enunciados destituídos de sentidos, como os enunciados da lógica; c) Tautologias e Contradições, que ao serem sempre verdadeiro ou falso, independem das coisas do mundo; d) Enunciados sem sentido, enunciados da ética, metafísica e estética. Estes enunciados não pertencem ao mundo figurado, os fatos que compõem o mundo precisam ser formulados logicamente para serem ditos.
O método correto da filosofia (segundo Ludwig Wittgenstein) – seria: nada dizer se não o que se pode dizer, portanto, proposição da ciência natural, então, sempre que alguém pretendesse dizer algo de metafísico mostra-lhe que não conferia significado a certos sinais em suas proposições.
2 NEO-POSITIVISMO DO CIRCULO DE VIENA E AS CONDIÇÕES DE VERIFICABILIDADE
Desenvolvimento Maximo de uma tendência teórica austríaca (início com Ernst Mach e Franz Brentano). Em 1922 Moritz Schlick (assumiu um catreda na universidade de Viena, reunido em torno de si um grupo diversos de intelectuais, que apesar de preservar particularidade em suas pesquisas individuais deram corpo ao que veio a ser conhecido como Neo-positivismo ou Positivismo Lógico, em destaque para Hans Hans, Otto Neurath, Fridrich Weismann, Rudoulf Carnap e Alfred Ayer), influenciado por Ludwig Wittgenstein.
Critério de verificação para a linguagem – Tem como objetivo distinguir enunciados que descrevem fatos efetivamente de enunciados considerados sem sentidos por não descreverem dados de fato. Tal distinção separaria enunciados aceitos na ciência daqueles não científicos e que estariam no âmbito da metafísica.
OTTO NEURATH
Otto Neurath (discordou de Ludwig Wittgenstein), defendia postura céticas as suas ideias, a exemplo: ao assumir que a linguagem esta dentro do mundo ao invés de ser algo fora do mundo (como sustentava Ludwig Wittgenstein).
RUDOLF HALLER
Pontos de influencias de Ludwig Wittgenstein no círculo de Viena – Rudolf Haller menciona três pontos de influencia do pensamento de Ludwig Wittgenstein: 1) A sua interpretação da lógica e das proposições lógicas (sustentava que os enunciados lógicos são sempre necessários) 2) Teoria das proposições empíricas (tese que estabelece que não há nada de apriore em nossa experiência, os enunciados para serem empíricos dependem que as condições que o tornem verdadeiros sejam conhecidas, não se trata apenas de definir a verdade ou falsidade de uma sentença, mas de verificar as condições que as tornem verdadeiras) e 3) Definição de Filosofia, para ele a filosofia não estabelece teses por não ser uma teoria, e sim funcionando como uma analise das dimensões mais profundas da linguagem e tem como objetivo o esclarecimento da linguagem).
RUDOLF CARNAP
Rudolf Carnap (1891 – 1970) – elaborou a distinção a dimensão intensional e extensional de um enunciado, do sentido e referência. Para o mesmo, a intensão de um nome é o conceito individual e sua extensão é o objeto designado; a intensão de um predicado é um conceito de sua extensão que é a classe de objeto que cai sobre esse conceito. (Cair sob um conceito. Exemplo: O conceito ser quadrúpede, cai sobre uma série de objetos, como, cavalo, gatos, etc, é o caso quando determinados objetos fazem parte da extensão de um determinado conceito).
Em enunciados ou frases (pensamento de Rudolf Carnap) também é aplicada a distinção, assim, a intensão de um enunciado é uma proposição, e sua extensão é o seu valor de verdade.
Referência
BRAIDA, Celso Reni. Filosofia da linguagem. Florianópolis: UFSC, 2009.

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