MOSQUITO AEDES AEGYPTI: DOENÇAS TRANSMITIDAS, CUIDADOS E
PREVENÇÕES
O mosquito Aedes aegypti é um inseto que
transmite várias viroses, entre elas a dengue, a febre amarela, a febre
chikungunya e o zika vírus. A dengue é uma das doenças virais mais importantes
do mundo. Ela é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus,
no entanto, não há registros de transmissão de dengue por Aedes albopictus no
Brasil (SILVA, 2006, p. 1107). Neste país, a doença é transmitida pelo Aedes
aegypti, um inseto que depende da água para reproduzir-se. Esta doença foi
identificada pela primeira vez no Brasil em 1986 (BRASIL, 2016).
A
dengue tem representado um dos mais sérios problemas para a saúde pública
mundial, o que exige o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a
conscientização da população e para o combate ao mosquito Aedes aegypti
(PEREIRA, 2014, 242).
Sabe-se que o mosquito Aedes aegypi utiliza
os mais variados locais para procriar. Entre os recipientes mais utilizados
temos os reservatórios como tanques, caixas d’água e cisternas de uso doméstico
(FORATTINI, 2003, p.676; PEREIRA, 2014,
p. 242). Além disso, também servem como local de procriação objetos como pneus,
garrafas, pratos de plantas, casca de ovos entre outros, para o desenvolvimento
de seu ciclo reprodutivo, visto que é comum acumular água limpa e parada nestes
recipientes. Segundo Kubota (2003, p.
263):
O principal vetor da
dengue em todas as epidemias ocorridas até hoje é o Aedes aegypti, espécie
caracterizada pelo alto grau de adaptação ao ambiente urbano, o que vem
dificultando bastante o controle da densidade populacional desse mosquito.
Dessa forma é essencial evitar que ele se
reproduza, eliminando do ambiente urbano qualquer recipiente que possa acumular
água limpa e que fique parada por mais de oito dias, pois em condições
ambientais favoráveis, dura em média dez dias do período da eclosão da larva do
ovo até a fase adulta do mosquito (IOC, 2016).
O que determina o
desenvolvimento do ciclo reprodutivo é a presença de alguns fatores como,
temperatura, disponibilidade de alimento e quantidade de larvas existentes no
mesmo criadouro. Se a eliminação de criadouro for realizada pelo menos uma vez
por semana o ciclo não se completa (IOC, 2016).
De
acordo Gubler (2002) apud Corrêa (2005, p. 35) “[...] a eliminação dos
recipientes que acumulam água e servem de habitat para as larvas do Aedes
aegypti constitui-se no mais efetivo modo de reduzir sua reprodução e dispersão
nos centros urbanos”. Dessa forma, além de eliminar recipientes, é fundamental
manter os reservatórios domésticos de água sempre limpos, de preferência
lavados com escova ou palha de aço, visto que o ovo fica preso na parede do
recipiente e pode resistir por até 450 dias na ausência de água (IOC, 2016).
A febre chikungunya também é uma doença
causada por vírus transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Não há registros de transmissão no Brasil por mosquitos Aedes albopictus. O
vetor da febre no Brasil é o Aedes aegypti.
A primeira incidência de casos de chikungunya
no Brasil foi registrada no ano de 2014. Até este ano, os brasileiros que
apresentaram a doença a adquiriram quando viajaram para áreas endêmicas
(BRASIL, 2016; PINHEIRO, 2016). De acordo com Pinheiro (2016):
A
febre chicungunha pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes
albopictus, os mesmos que transmitem o vírus da dengue e da febre
amarela, motivo pelo qual essa virose conseguiu recentemente chegar ao Brasil.
Os sintomas da febre
chikungunya são semelhantes aos da dengue, porém esta febre não apresenta a
fase hemorrágica, o que a torna menos grave que a dengue (PINHEIRO, 2016). A
pesar disso, não devemos deixar de desenvolver ações de combate ao mosquito,
que é um vetor que pode transmitir vários tipos de vírus que causam doenças em
seres humanos.
O mosquito Aedes aegypti depende da água para
desenvolver seu ciclo reprodutivo. No ambiente doméstico e escolar é comum o
armazenamento a céu aberto de objetos que podem constituir criadouros em
potencial para a fêmea do mosquito.
Sabendo que o período chuvoso favorece a
reprodução do mosquito pelo aumento de possibilidades de acumular água em
objetos como pneus, latas, tampas de refrigerantes, sacos plásticos e garrafas,
comumente armazenados ao ar livre e que servem de reservatório para a postura
de ovos e desenvolvimento das larvas do mosquito, é necessário desenvolver
ações para eliminar os criadouros e alertar a população a respeito da
importância de combater o mosquito Aedes aegypti.
Nesse sentido, é importante tomar algumas
medidas para combater reprodução do mosquito, dentre as quais:
·
Coletar materiais como garrafas pet, vidros,
latas, pneus junto à comunidade escolar para reciclar e utilizar na própria
escola.
·
Orientando a todos a respeito da importância
de eliminar os criadouros para que haja controle das viroses transmitidas pelo
Aedes aegypti.
·
Fornecer subsídios contendo os principais
sintomas das doenças dengue e chikungunya e com orientações a respeito de como
manipular o lixo doméstico para combater o mosquito.
REFERÊNCIAS
BRASIL.2016.
Ministério da Saúde. Portal da Saúde – SUS. Prevenção e combate: dengue,
chikungunya e zika. Disponível em
http://combateaedes.saude.gov.br/index.php/tira-duvidas#o-que-e-dengue. Acesso
FEV 2019.
CORRÊA, Paulo Roberto Lopes,
França, Elisabeth and Bogutchi, Tânia Fernandes Infestação pelo Aedes
aegypti e ocorrência da
dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev. Saúde Pública, Jan 2005, vol.39,
no.1, p.33-40. ISSN 0034-8910 Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n1/05.pdf Acesso em FEV 2019.
FORATTINI, Oswaldo Paulo and
Brito, Marylene de Reservatórios
domiciliares de água e controle do Aedes aegypti. Rev.
Saúde Pública, Out 2003, vol.37, no.5, p.676-677. ISSN 0034-8910
disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n5/17487.pdf Acesso em FEV 2019.
IOC - Instituto Oswaldo
Cruz. Dengue, vírus e vetor. 2016. Disponível em
http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html Acesso em FEV 2019.
KUBOTA, Roseane Lieko,
Brito, Marylene de and Voltolini, Júlio CesarMétodo de varredura para exame
de criadouros de vetores de dengue e febre amarela urbana. Rev.
Saúde Pública, Abr 2003, vol.37, no.2, p.263-265. ISSN 0034-8910
disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n2/15297.pdf Acesso Fev 2019.
PEREIRA, Boscolli Barbosa
and Oliveira, Eidis Antônio deDeterminação do potencial larvófago de Poecilia reticulata em condições domésticas de controle
biológico. Cad. saúde colet., Set 2014, vol.22,
no.3, p.241-245. ISSN 1414-462X
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v22n3/1414-462X-cadsc-22-03-0241.pdf>
Acesso em Março 2019
PINHEIRO, Pedro.
Febre Chikungunya – sintomas, transmissão e tratamento. 2016. MD.Saúde. Disponível em
http://www.mdsaude.com/2014/11/febre-chikungunya.html Acesso em FEV 2019.
SILVA, Vanderlei C da et al. Diversidade de criadouros e tipos
de imóveis freqüentados por Aedes albopictus e Aedes aegypti. Rev.
Saúde Pública, Dez 2006, vol.40, no.6, p.1106-1111. ISSN 0034-8910
disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n6/21.pdf Acesso em Fev 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário