domingo, 6 de outubro de 2019

MOSQUITO AEDES AEGYPTI: DOENÇAS TRANSMITIDAS, CUIDADOS E PREVENÇÕES
O mosquito Aedes aegypti é um inseto que transmite várias viroses, entre elas a dengue, a febre amarela, a febre chikungunya e o zika vírus. A dengue é uma das doenças virais mais importantes do mundo. Ela é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, no entanto, não há registros de transmissão de dengue por Aedes albopictus no Brasil (SILVA, 2006, p. 1107). Neste país, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, um inseto que depende da água para reproduzir-se. Esta doença foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1986 (BRASIL, 2016).
 A dengue tem representado um dos mais sérios problemas para a saúde pública mundial, o que exige o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a conscientização da população e para o combate ao mosquito Aedes aegypti (PEREIRA, 2014, 242).
Sabe-se que o mosquito Aedes aegypi utiliza os mais variados locais para procriar. Entre os recipientes mais utilizados temos os reservatórios como tanques, caixas d’água e cisternas de uso doméstico (FORATTINI, 2003, p.676; PEREIRA, 2014, p. 242). Além disso, também servem como local de procriação objetos como pneus, garrafas, pratos de plantas, casca de ovos entre outros, para o desenvolvimento de seu ciclo reprodutivo, visto que é comum acumular água limpa e parada nestes recipientes.  Segundo Kubota (2003, p. 263):
O principal vetor da dengue em todas as epidemias ocorridas até hoje é o Aedes aegypti, espécie caracterizada pelo alto grau de adaptação ao ambiente urbano, o que vem dificultando bastante o controle da densidade populacional desse mosquito.
Dessa forma é essencial evitar que ele se reproduza, eliminando do ambiente urbano qualquer recipiente que possa acumular água limpa e que fique parada por mais de oito dias, pois em condições ambientais favoráveis, dura em média dez dias do período da eclosão da larva do ovo até a fase adulta do mosquito (IOC, 2016).
O que determina o desenvolvimento do ciclo reprodutivo é a presença de alguns fatores como, temperatura, disponibilidade de alimento e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro. Se a eliminação de criadouro for realizada pelo menos uma vez por semana o ciclo não se completa (IOC, 2016).
 De acordo Gubler (2002) apud Corrêa (2005, p. 35) “[...] a eliminação dos recipientes que acumulam água e servem de habitat para as larvas do Aedes aegypti constitui-se no mais efetivo modo de reduzir sua reprodução e dispersão nos centros urbanos”. Dessa forma, além de eliminar recipientes, é fundamental manter os reservatórios domésticos de água sempre limpos, de preferência lavados com escova ou palha de aço, visto que o ovo fica preso na parede do recipiente e pode resistir por até 450 dias na ausência de água (IOC, 2016).
A febre chikungunya também é uma doença causada por vírus transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Não há registros de transmissão no Brasil por mosquitos Aedes albopictus. O vetor da febre no Brasil é o Aedes aegypti.
A primeira incidência de casos de chikungunya no Brasil foi registrada no ano de 2014. Até este ano, os brasileiros que apresentaram a doença a adquiriram quando viajaram para áreas endêmicas (BRASIL, 2016; PINHEIRO, 2016). De acordo com Pinheiro (2016):
A febre chicungunha pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos que transmitem o vírus da dengue e da febre amarela, motivo pelo qual essa virose conseguiu recentemente chegar ao Brasil.
Os sintomas da febre chikungunya são semelhantes aos da dengue, porém esta febre não apresenta a fase hemorrágica, o que a torna menos grave que a dengue (PINHEIRO, 2016). A pesar disso, não devemos deixar de desenvolver ações de combate ao mosquito, que é um vetor que pode transmitir vários tipos de vírus que causam doenças em seres humanos. 
O mosquito Aedes aegypti depende da água para desenvolver seu ciclo reprodutivo. No ambiente doméstico e escolar é comum o armazenamento a céu aberto de objetos que podem constituir criadouros em potencial para a fêmea do mosquito.
Sabendo que o período chuvoso favorece a reprodução do mosquito pelo aumento de possibilidades de acumular água em objetos como pneus, latas, tampas de refrigerantes, sacos plásticos e garrafas, comumente armazenados ao ar livre e que servem de reservatório para a postura de ovos e desenvolvimento das larvas do mosquito, é necessário desenvolver ações para eliminar os criadouros e alertar a população a respeito da importância de combater o mosquito Aedes aegypti.
Nesse sentido, é importante tomar algumas medidas para combater reprodução do mosquito, dentre as quais:
·         Coletar materiais como garrafas pet, vidros, latas, pneus junto à comunidade escolar para reciclar e utilizar na própria escola.
·         Orientando a todos a respeito da importância de eliminar os criadouros para que haja controle das viroses transmitidas pelo Aedes aegypti.
·         Fornecer subsídios contendo os principais sintomas das doenças dengue e chikungunya e com orientações a respeito de como manipular o lixo doméstico para combater o mosquito.
REFERÊNCIAS
BRASIL.2016. Ministério da Saúde. Portal da Saúde – SUS. Prevenção e combate: dengue, chikungunya e zika. Disponível em http://combateaedes.saude.gov.br/index.php/tira-duvidas#o-que-e-dengue. Acesso FEV 2019.
CORRÊA, Paulo Roberto Lopes, França, Elisabeth and Bogutchi, Tânia Fernandes Infestação pelo Aedes aegypti e ocorrência da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev. Saúde Pública, Jan 2005, vol.39, no.1, p.33-40. ISSN 0034-8910 Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n1/05.pdf  Acesso em FEV 2019.
FORATTINI, Oswaldo Paulo and Brito, Marylene de Reservatórios domiciliares de água e controle do Aedes aegypti. Rev. Saúde Pública, Out 2003, vol.37, no.5, p.676-677. ISSN 0034-8910 disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n5/17487.pdf Acesso em FEV 2019.
IOC - Instituto Oswaldo Cruz. Dengue, vírus e vetor. 2016. Disponível em http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html Acesso em FEV 2019.
KUBOTA, Roseane Lieko, Brito, Marylene de and Voltolini, Júlio CesarMétodo de varredura para exame de criadouros de vetores de dengue e febre amarela urbana. Rev. Saúde Pública, Abr 2003, vol.37, no.2, p.263-265. ISSN 0034-8910 disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n2/15297.pdf  Acesso Fev 2019.
PEREIRA, Boscolli Barbosa and Oliveira, Eidis Antônio deDeterminação do potencial larvófago de Poecilia reticulata em condições domésticas de controle biológico. Cad. saúde colet., Set 2014, vol.22, no.3, p.241-245. ISSN 1414-462X  Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v22n3/1414-462X-cadsc-22-03-0241.pdf> Acesso em Março 2019

PINHEIRO, Pedro. Febre Chikungunya sintomas, transmissão e tratamento. 2016. MD.Saúde. Disponível em http://www.mdsaude.com/2014/11/febre-chikungunya.html Acesso em FEV 2019.

SILVA, Vanderlei C da et al. Diversidade de criadouros e tipos de imóveis freqüentados por Aedes albopictus e Aedes aegypti. Rev. Saúde Pública, Dez 2006, vol.40, no.6, p.1106-1111. ISSN 0034-8910 disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n6/21.pdf Acesso em Fev 2019.

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